Última Linhagem dos Morgenstern

5- Apenas sentir o seu calor


{Capítulo Revisado e Editado Dia 21/12/2019}

Point of View Narradora

Clary acordou com raios de sol invadindo o quarto, incomodando os seus olhos. Seu corpo não doía tanto, apenas a cabeça dela. Ela se sentou na cama com cuidado tentando não balançar muito a cabeça, foi aí que ela percebeu que havia mais alguém no quarto: era o Sebastian, sentado na ponta da cama olhando para a janela. Ele se virou ao perceber que ela havia acordado. Havia medo no olhar dele:

— Graças ao Anjo você acordou, achei que havia morrido — Ela o encarou confusa.

Ela não sabia por que ele havia dito isso. Foi aí que as lembranças vieram. A briga entre ele e Jace, a flecha explodindo, quando ela foi arremessada para longe com a explosão, as palavras que ela havia dito a Jace. Ela se lembrou da escuridão engolindo-a por completo, de ter a sensação que estava morrendo, a sensação de ter se afastado de seus pensamentos e tudo estar desaparecendo aos poucos, a voz que implorava para ela ficar, para ela lutar.

— Mas eu não morri — o tranquilizou.

Ela percebeu que o quarto onde estava não era parecido com o seu nem com o do Sebastian, bom, a bagunça continuava a mesma. Ela se inclinou para olhar a janela, ela percebeu que não estavam mais em Paris, estavam em um campo.

— Onde estamos? — Ela parou de olhar pela janela e olhou para ele.

— Em Londres. Estamos um pouco longe da cidade.

Ela tirou as cobertas que a cobria e se levantou. Foi uma péssima escolha ter se levanto, ela ficou tonta, Sebastian percebeu que ela ia cair, ele se pôs ao lado da ruiva a segurando nos braços:

— Você não deveria ter levantado. — Ele lançou um sorriso preocupado.

Ela podia ficar o dia inteiro nos braços dele admirando-o. Ele a puxou mais para perto dele, ela pode sentir a respiração quente dele, o cheiro de sabão e menta que saia dele, os seus cabelos platinados brilhando com o sol. Ela queria beijar ele, por mais errado que fosse, ela o deseja e ela sabia que ele também. Ela olhou para os lábios dele e depois olhou em seus olhos negros, seus belos olhos negros.

Era errado o desejar, mas queria sentir seus lábios novamente nos dela, sentir o corpo dela colado com o dele. Era errado, tão errado que ela o beijou, ela não tinha nada a perder, perdeu o Jace, perdeu tudo, tudo menos o seu irmão, seu belo e sexy irmão.

Ele encostou ela na parede e a beijou com mais intensidade. Passou as mãos pelas coxas dela fazendo ela se arrepiar, foi dando beijo por todo seu pescoço deixando marcas por lá, ela mordeu o seu lábio para não gemer. Era errado beijar seu irmão, mas, por um minuto ela achou certo, esqueceu do mundo ao seu redor, esqueceu da dor que sentia na cabeça. Ela colocou as mãos no cabelo dele puxando-o mais para perto. Ele colocou a mão na bainha da camiseta dela e a tirou, deixando ela apensa de sutiã, ela não se incomodou com isso, ela queria ele e ele queria ela, mas quando ele colocou a mão no fecho de seu sutiã ela congelou. Ela queria isso mesmo ou só estava tentando se sentir melhor?

Ela o empurrou fazendo ele se afastar, ele a olhou surpresa:

— Eu... eu não posso.

Por algum motivo ela se sentiu culpada por estar usando-o apenas para se sentir melhor.

Ela saiu do quarto do irmão e foi até o outro quarto que ficava ao lado do dele.

Era um quarto lindo, tinha um enorme closet cheios de jeans, vestidos curtos e longos, camisas regatas e de mangas longas, camisolas e pijamas, tinha uma infinita variedade de sapatos, tênis, saltos, pantufas, sapatilhas, etc. Diferente do antigo quarto dela esse tinha janelas, janelas grandes com cortinas. O quarto era pintado de bege, no teto havia um pequeno lustre de cristal. Tinha uma grande cama de casal com lençóis brancos de seda.

Ela se sentia culpada por ter beijado seu próprio irmão, mas ao mesmo tempo tinha adorado beijar ele, gostou quando ele a beijou no pescoço, quando ele passou a mão em suas coxas... PARE! ordenou a si mesma em seus pensamentos. ELE É O SEU IRMÃO E VOCÊ O BEIJOU SUA LOUCA! Ela não se arrependeu de ter beijado ele, apenas se sentia culpada. Ela só queria tomar um banho, tirar todo peso de seu corpo, e foi o que ela fez.

O banheiro era enorme, tinha uma grande banheira lá e um enorme espelho. Ela ligou a água da banheira e se despiu, entrou e ficou pensando na vida.

[...]

O resto do dia foi entediante. Ela não viu Sebastian o dia inteiro. Ela tinha assistido ao jogo de futebol, assistiu a canal de culinária e até viu uma novela mexicana. Ela tinha saído pra explorar a casa, tinha muitos quartos, uma cozinha enorme, uma sala maior ainda com uma televisão gigante e um lindo lustre de cristal enorme no teto. Ela foi até o quintal, tinha muitas arvores. Claro, ela estava em um campo, o que mais haveria em um campo. Lá tinha uma piscina, uma GRANDE piscina.

O dia foi quente e agradável, mas quando chegou à noite, ficou tudo frio. Ela foi para o quarto tentar dormir já que estava de noite. Ela tomou um banho quente para tentar se aquecer, vestiu uma camisola verde clara, deitou na cama esperando o sono vir, mas não veio. O quarto estava muito, mais muito gelado, ela se enrolou na coberta, se encolheu, mas não esquentou nada. Só havia uma pessoa quente o suficiente para aquecer ela.

Quando ela percebeu já estava parada em frente a porta do quarto dele. Ela ficou pensando se era uma boa ideia pedir pra dormir com ele, ele era quente e com certeza aqueceria ela. Então ela bateu e logo a porta se abriu.

Sebastian estava sem camisa e vestia apenas uma calça moletom cinza claro, o abdômen dele era tão definido, isso o deixava tão sexy, ele estava com um livro na mão. Ela tentou não pensar no quanto ele era sexy, apenas foi direto ao assunto:

— No meu quarto está tipo muito frio, e como eu sei que você é muito quente e eu não, eu só queria saber se eu podia dormir aqui com você, mas se tiver algum problema eu volto pro meu quarto — Ela falou muito rápido as palavras, ficou se perguntando se ele tinha entendido alguma coisas que ela disse, pois ele estava com uma cara de confuso.

Ele deu passagem pra ela sem dizer nada. Ela deitou na cama e esperou ele se deitar, ele colocou o livro na cômoda e deitou.

— Você não vai me beijar de novo e depois sair correndo, não é? – quis saber — Bom, se for me beijar não saia correndo, isso está ficando chato — Ele deu um sorriso e deitou do lado dela.

— Não, não vou mais te beijar — Ela deitou no peito dele, ele a abraçou.

— Que pena, eu tinha gostado. — Ele deu uma risada, ela não pode conter um sorriso.

— É uma pena mesmo — ela suspirou e adormeceu nos braços dele.

Ele acariciou os cabelos ruivos dela e logo em seguida também dormiu. A única coisa que ela tinha que fazer quando acordasse de manhã era sair do quarto dele de fininho, não queria dar um beijo nele e sair correndo que nem nas outras vezes.