Órion! The Clan Hope Kuchiki

O segredo de Tansui no Hana/ O cântico de selamento.


Órion Shouri evocou seu estágio avatar, ou a personificação de Apsu, com sua zampakutou em mãos, começou a atacar Tsukishirou de todas as formas, ceros, kidous e golpes com sua katana, a pequena taichou se viu encurralada e ferida.

Hikari não tinha escolha: - Ao guardião das sublimes moradas da eternidade, patrono dos embalsamadores, presidente do pavilhão divino, senhor da necrópole, aquele que está em cima da montanha, ao lorde do oeste e senhor dos mortos, eu elevo a minha voz, atendei a minha súplica e daí ouvidos ao meu clamor! Anupu, deus chacal, desperteee... e conceda-me teus poderes mais ocultos.— grita a pequena taichou, sendo envolvida por uma esfera de areia e energia negras, uivos e latidos ressoavam por todo o lugar. Assim que a esfera se desfez, Hikari surge como uma espécie de guerreiro Ánubis feminino, com longos cachos prateados, sua zampakutou tomou forma do Caduceu do deus chacal, ela uivou alto e demorado.

— Você estava blefando quando falou que ela jamais assumiria a forma de avatar perfeita? Ou somente estava a irritando, porque se foi o caso deu certo. – elucida Hakurei espantado.

— Bem?! – responde Shouri assustada: - Embora corremos o risco enorme de morrer se Tansui no Hana demorar em interferir, ao menos conseguimos fazê-la personificar o seu deus guardião. – explica Órion Shouri, retrocedendo alguns passos.

— E vai ficar pior pelo jeito. – repara Mikaido, observando uma alta e avassaladora silhueta canídea humanoide se formando atrás de Tsukishirou. – É Anupu?!

— Sim, ele mesmo veio assistir pessoalmente à destruição dos blasfemadores e infiéis. – grita Hikari se preparando para atacar.

— Maldição! – grita Hakurei, olhando para Shouri.

Anupu se materializou diante dos dois em sua forma mais voraz, sua armadura reluzia um dourado ofuscante sob o nascer do sol. Hikari recuou alguns passos para o lado e fez reverência, quando o grande deus chacal se pôs ao seu lado. Anupu estendeu seu caduceu (centro usado pelo deus chacal) para Shouri e Hakurei, emitindo fortes ondas sonoras, iria elimina-los pessoalmente.

— Onde estar Tansui no Hana?! Ela vai esperar que morramos?! – desespera-se Órion Shouri, tentando invocar Apsu, sem sucesso.

— Louca! Ainda não reconheceste que Tansui no Hana reina em lugar do pai? Apsu não vai te ouvir agora. – A reprova Mikaido.

Anupu levantou seu caduceu com reiatsu destruidora, Hikari sorria loucamente, o fim estaria próximo para Hakurei e Shouri, eles se prepararam aumentando suas reiatsus para tentar resistirem ao impacto, que talvez não desse certo. O deus chacal já se preparava para emitir o ataque mortal......

Quando uma espécie de Cântico começa a ressoar pelo bosque, a voz era doce, suave, angélica, parecia emergir de todos os lados:

“Uma porta aberta para o local sagrado do trono no céu, diante do Deus Pai, sobre seu trono santificado, feito de algo semelhante ao jaspe e a sardônica, vermelho como a primeira e última pedra do peitoral do sumo-sacerdote.

Em sua volta um grande arco-íris, feito da adesão da chuva e do sol, representando a união de sua justiça e misericórdia, que torna possível a salvação completa e plena da alma.

Em volta do trono vinte e quatro anciões redimidos desta terra, vestidos de branco com suas coroas douradas adoravam a Deus. Vinte quatro anciões, assistentes do grande Juiz dos vivos e dos mortos.

A voz do santo Arcanjo com sua trombeta, convocará vivos e mortos para o grande julgamento dos santos e dos impuros, diante das sete lâmpadas de ouro que ardiam diante do trono santo.

Ninguém subsistirá no julgamento do Deus Pai em seu trono Sagrado. ”

Anupu parou seu ataque instantaneamente, estremeceu e caindo de joelhos com o rosto em terra. Logo em volta do seu corpo, correntes douradas apareceram, grilhões e algemas se formaram em suas mãos e pés. Em seguida o deus chacal sucumbiu.

Hikari empalidecera, não acreditara no que vira e não reconhecia aquele cântico: - Que voz é esta?! Quem seria capaz de subjugar o grande Anupu?! O que vocês fizeram com o meu senhor?! - desesperava-se a pequena taichou.

Assim que o deus chacal fechou os olhos lentamente, como se caísse em sono profundo. Um ressoar de um pequeno e estridente sino ecoou por todo bosque. Tansui no Hana surgiu diante do deus condenado, tocou com seu Báculo sagrado na testa do deus chacal, e o absorveu. Sendo preenchida a primeira estrela na base do triângulo em seu cajado: - E assim, ninguém, deus, humano, alma, hollows, demônio, ninguém resistirá ao julgamento final! Os domínios de Anupu, o deus chacal, os impérios do lorde do Oeste são meus de agora em diante.

— Quem é você?! Maldita, quem é você?! – gritava desesperadamente Tsukishirou, sem nada entender.

Tansui no Hana, pega sua pequena katana com cabo em forma de garra de três dedos, e em um piscar de olhos insere no tórax da ex-avatar de Anupu, sem dar tempo à Hikari de esboçar sequer um gemido, ela paralisou por completo, caindo de joelhos, a expressão facial de extremo terror. A garra abriu e deixou à mostra o rubi que segurava. Este começou a brilhar e emitiu um portal espiral diante dos olhares incrédulos de Shouri e Hakurei.

— Entre e a traga par mim, avatar substituta de Kuchiki Órion. Porém, a primeira a alcançar o estágio final, a personificação de sua divindade, Kuchiki Órion Shouri, apresente para mim a alma perdida de tua percussora. – ordena Tansui no Hana alargando o portal da alma de Tsukishirou.

Ouvindo isto, Shouri abre as asas de trevas e segue em direção da dimensão dos domínios do antigo deus chacal: - como irei encontrá-la? – indaga diante do portal.

— Você a encontrará envolta em uma esfera de aguas negras e trevas que oscilam uma espécie de luz roxa. – responde a pequena deusa balançando suas asas brancas. Ouvindo isto, Shouri em sua forma avatar completa, adentra o breu das dimensões desérticas do antigo lorde da montanha.

— O que vai acontecer com Hikari taichou a partir de agora, Hana-chan? – indaga Hakurei se aproximando de onde Tansui no Hana e o corpo inerte da pequena taichou estavam.

— Bem! Depende do avanço de Shouri, espero que ela não demore muito, pois esta katana pode consumir toda a reiatsu e força vital de Tsukishirou. – responde a pequena deusa com uma das mãos no queixo, mirando para o guerreiro Anúbis Hórus, caído não muito longe deles, que começava a desaparecer.

— Como assim?! Ela pode morrer, Hana-chan? – indaga Hakurei perplexo.

— Pode, mas não pelo selamento do seu deus-guardião, todavia por causa da natureza desta arma antiga, está katana, é tão antiga quanto o próprio tempo. – responde Tansui seguindo em direção de Rei desmaiada.

— Mas o que tem esta katana? Ela é estranha, mas, não é somente uma zampakutou. – elucida o nobre de orbes celestes.

— Não, ela não é uma zampakutou.... Ela foi feita com a ponta de uma das caudas da antiga deusa-demônio, Tehom, após sua derrota, forjada pelo meu pai e selada como um simples punhal. – responde a jovem libertando a fukutaichou da teia prateada.

— Te-Tehom?! A antiga deusa do caos e das trevas e inimiga do Criador, que foi derrotada por ele e assim o Grande Criador pôde criar o universo. Mas como você conseguiu tirar o selo sagrado e usá-la como zampakutou? – pergunta Hakurei assustado.

— Sim, essa dita cuja mesmo. Meu pai recebeu os seus títulos após sua derrota. – responde ela triste, baixando os olhos.

— Porque te entreteceste Hana-chan, ao falar disso? – interroga Hakurei a observando: - eu sei da ligação do teu pai e da deusa condenada, se é isso que te aflinge.

— Então Mika-san, sabe que meu pai era filho dela, mas por não concordar com suas ideologias, rebelou-se contra sua própria genitora e seus irmãos, ficando do lado do Criador, assim que sua mãe fora derrotada e morta, Apsu teve sua natureza transformada pelo Criador e recebeu os títulos de sua progenitora, é por isso que somente eu sou capaz de manipular o punhal sagrado de Tehom, após bilhões de anos, por ter em mim tanto a energia e luz da criação, quanto as trevas abissais primeras. Por isso Apsu também é chamado de o unigênito, mas não por ser o único filho do Criador, porém, por ser o único de Tehom que ainda vive. E pelo Deus Único ter um certo zelo com meu pai, pois partilhavam os meus planos, isso desencadeou ciúmes dos outros filhos do Altíssimo. – responde a jovem deusa com os olhos marejados, sentando-se ao lado do corpo inerte de Hikari: - não conte a ninguém sobre isso...- pede chorando.

— É nosso segredo agora, Hana-chan. Você, é uma Hakurei também. – elucida Hakurei se pondo ao seu lado lhe enxugando as lágrimas.

..........

Em algum lugar, nos domínios decadentes de Anupu:

Shouri voava o mais rápido que conseguia com suas asas de trevas, os domínios do deus chacal começavam a entrar em colapso, suas dimensões iniciavam em rachaduras e fissuras abissais sem fim. Ela desviou-se inúmeras vezes de hecatombes interdimensionais e raios negros que partiam os reinos do senhor da montanha.

— Onde estar, como posso me guiar se quase não vejo nada e enxergar uma esfera negra em meio as trevas é impossível! Porque não veio ela mesmo? Se Tansui no Hana é tão poderosa assim, deveria vir ela própria. Somente porque é filha de Apsu, pensa que pode dar-me ordens a toda hora? Isso não ficará assim. – reclamava Shouri em meio aos abismos e rachaduras temporais.

— Eu estou te ouvindo, sabia Shouri? Ou pensavas tu que te mandaria para tal lugar a ermo? – fala Tansui no Hana em sua mente.

— Nani?! Nani?! – assusta-se Órion Shouri: - Gomen nasai, gomen nasai.

— Sobre uma grande montanha de areia em lugar desértico, encontrarás um trono em ouro e marfim, diante dele um pedestal de ossos, sobre esse pedestal a pluma que Anupu usava para pesar os corações dos mortais, sobre esta pena, a esfera de aguas negras e trevas. – responde Tansui irritada.

— Entendi agora. – Shouri para instantaneamente e sorri: - encontrei a montanha. Ué?! Porque não tem ninguém aqui? Nenhum guarda ou monstro?!

— Com o senhor desse reino selado, todos os seus vassalos desaparecem também. – responde a pequena deusa: - agora suba e a traga para mim.

.........

Seireitei, campos dos pessegueiros silvestres, Jusanbantai.

Já abeirava o meio dia, o calor antes quase insuportável, dava lugar à brisa fria, procedente de chuva.

— É melhor ela não demorar, eu não poderei segurar o espirito de Tsukishirou neste plano por mais tempo, a garra de Tehom estar sugando seu espirito agora. – examinava Tansui no Hana preocupada, vendo o aspecto cadavérico de Hikari.

— O que você estar dizendo?! A capitã vai morrer? – assusta-se Hakurei.

— Se Shouri demorar mais um pouco, Hikari pode morrer a qualquer momento e ela própria ser sugada pela dimensão em colapso de Anupu. – responde a pequena deusa calmamente. – Pelo jeito terei que ir busca-las.

Nesse momento o estrondo ensurdecedor se faz pelo arvoredo, a garra de Tehom abre novamente liberando o portal, de dentro dele, Shouri é lançada violentamente, sendo amparada por Hakurei, que esbarra fortemente contra uma arvore, derrubando folhas e galhos sobre ambos.

Tansui no Hana puxa a katana do tórax de Tsukishirou e fecha o ferimento com uma espécie de cântico. O corpo da pequena taichou cai inerte ao chão: - Eu sinto muito, mas é para o seu próprio bem Hikari taichou. Esqueça dos cânticos proibidos e dos segredos a ti revelados por Anupu. – elucida Tansui no Hana passando a mão esquerda sobre a cabeça da pequena capitã. – Demoraste Ukitake taichou. – fala Tansui levantando o rosto em direção do capitão, que chegara naquele momento: - leve-a, ela precisará de cuidados médicos, mas ficará bem com o passar do tempo e teus carinhos.

O capitão pega sua esposa nos braços e com os olhos marejados encara a jovem deusa por alguns instantes, depois pergunta: - o que faço com o pequeno templo de Anupu nos fundos de casa, minha senhora?

— Destrua-o. – responde a jovem deusa, seguindo em direção de Shouri e Hakurei.

.........

— Estar aqui a preciosa alma da nee-chan Órion. – fala Shouri amparada por Hakurei.

Tansui no Hana pega a esfera brilhante das mãos de Órion Shouri, abre as grandes asas, flutua alguns metros acima e desaparece, provocando uma forte ventania.

- Deixa-me leva-la para casa Kuchiki, por pouco você não morre junto com a bruxa taichou. – brinca Hakurei.

— E o que será da nee-chan Ária, agora?! – assusta-se a Kuchiki.

— Bem, isso não sei te responder, teremos que esperar Hana-chan retornar com Kuchiki Órion! – responde o nobre de orbes azul celeste com ares nostálgicos.

— o que foi Hakurei-san? Que cara foi essa? – indaga a Kuchiki, agora em seu estado normal.

— Minha sina com tua família, finalmente, terminou. Agora posso me afastar de vocês definitivamente, e viver uma vida pacifica ao lado de Hana-chan. – responde o nobre com olhos brilhando.

— Você bateu a cabeça ou é a idade pesando?! Você acha que ela sendo uma deusa aceitaria isso?! E tem Mayuri-sama e...e...By-sama... – responde Shouri, triste: - eles jamais aceitaram tal união.

— Isso o tempo dirá, já que agora ela é uma Hakurei. – enfatiza o nobre a pondo no ombros.

— Você adotou ela?! Como?! E Órion-nee-chan?! – espanta-se Shouri: - Aiii...mas cuidado, seu bruto!