Órion! The Clan Hope Kuchiki

Reencontro mais que desejado.


O sol brilhava belo e radiante, como sempre o era naquele lugar proibido e sagrado, fora ao alcance de qualquer mortal, a doce brisa balançava as tenras e coloridas folhas das frondosas arvores, os lustrosos frutos resplandeciam como joias brilhantes nos galhos volumosos, enquanto flores brotavam sem esperar por nenhuma estação.

De um turbilhão de vento e luz, surge Tansui no Hana, com uma esfera luminosa em suas pequenas mãos. Ela olhou a sua volta, farejou o ar, estranhou a quietude dos animais e a mudança drástica do vento. Abriu bem a envergadura das suas brancas asas, porém sentiu algo lhe partir algumas de suas penas do par esquerdo. Virou-se rapidamente e desviou-se rápido de um golpe mais certeiro. Afastou-se velozmente alguns metros e encarou seu algoz.

— Querubim?! Você me atacou?! – indaga espantada: - como ousas?!

— Você não pode mais entrar aqui. Você contaminou este lugar santo ao trazer um filho de Adão. Assim como os herdeiros do pecado original, você foi banida daqui. Agora saia. - ordena o grande anjo.

— Você não estar à altura de banir-me querubim. – irrita-se a jovem.

— Eu? Não. Porém, o Unigênito, soube de tua profanação contra a ordem do Deus Criador, e assim como os filhos de Adão, você estar proibida de entrar e permanecer neste santo lugar, ainda mais com tamanha blasfêmia, ao trazer a este lugar imaculado, essa maldita arma profana, alimentada com a corrupção de uma virgem. – avisa o querubim indo confrontá-la.

Tansui no Hana, pega a katana de Tehom, para contra-atacar o guardião, porem recorda-se de duas coisas importantes, o espirito de Órion e seu kopanku, e que poderia matar o santo protetor do Éden com aquela arma profana: - Eu não posso, não posso ataca-lo com isto. Seria minha ruína. – ela foge, porém o anjo a seguia.

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Seireitei, campos dos pessegueiros, Jusanbantai:

— Olha o que encontro por aqui?! Agora você me pagará sua shinigami imprestável. – fala Mayuri, ao encontrar Tsubasa Rei desacordada: - onde estar teu cão de guarda?! Com certeza morto, assim como aquele deus pagão a quem tu servias, e tua taichou moribunda agora! – Mayuri já lançava mão em sua zampakutou.

— Que descuido meu, arigato Mayuri taichou por cuidar da Rei em minha demora. – Fala um hashiseki louro e sorridente chegando nesse momento.

— Você?! Por que sempre chega em horas inoportunas, maldito? – berra Mayuri.

— Eu acho que sempre chego nas horas exatas, taichou. – responde Yuuki tomando Rei nos braços, fitando Mayuri embainhar sua zampakutou.

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Mansão Kuchiki:

— Nee-chan?! Vocês conseguiram salvar Órion-nee-chan? – indaga Ária abraçando a irmã.

— Sim, agora, seu destino está nas mãos de Tansui no Hana. – responde Shouri se apoiando em uma parede: - onde estar By-sama?

— Ainda não retornou do Rokubantai. E a obaa, estar m...morta? – indaga a alba receosa.

— Não. Ela vai viver, não se preocup.... – Shouri responde, mas desmaia em seguida.

— Nee-chan?! Nee-chan?! – grita Ária lhe abraçando.

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Éden:

Tansui no Hana, tentava escapar do anjo guardião, seus ataques estavam ficando mais ferozes e letais.

— Desse jeito, serei eu que perecerei nas mãos do santo anjo. – fala ao desviar-se de um ataque voraz.

— O que tu escondes aqui deusa banida, por que não vais embora? – indaga o anjo em seu encalço.

A jovem deusa não podia ficar fugindo, aumentou sua velocidade em direção do anjo e o golpeou com sua katana, apenas o suficiente para desacordá-lo. Então segue em direção da caverna, em meio à floresta e adentra a gruta depressa, suprimiu sua presença espiritual, despiu-se e mergulhou na lagoa translucida, não poderia perder tempo, logo o querubim acordaria irado. Desceu rápido até encontrar o túnel submerso. Chegando lá, segue em direção do esquife de cristal onde o kopanku de Órion estava conservado. A jovem deusa, toca o cristal com a katana de Tehom, liquefazendo o cristal.

O corpo de Órion cai em seus braços, Tansui no Hana, pega a esfera brilhante e a introduz na boca de Órion, em seguida o gin no tsuki, que retirara de Hikari enquanto conversava com Hakurei:

— a alma é a personalidade individual da pessoa e o espírito é a parte da pessoa que está ligada a Deus. A alma e o espírito estão interligados e os dois têm de ser entendidos em conjunto. A alma é a parte que forma nossa personalidade. A alma tem os sentimentos, a vontade e o raciocínio. Não é uma coisa física, mas está ligada ao nosso corpo. A alma interpreta a informação sensória do corpo e influencia suas ações. Nosso espírito é nossa ligação com as coisas espirituais. Deus é espírito. O espírito é aquilo que dá vida, porque toda a vida vem de Deus. O espírito define as grandes influências da nossa vida. O espírito tem emoções e toma decisões, como a alma. É importante lembrar que a alma e o espírito estão intimamente interligados, junto com o corpo. Algumas de suas funções se sobrepõem e trabalham todos em conjunto. Os pés e as mãos conhecem o desejo da alma
Fechemos pois a boca e conversemos através da alma
Só a alma conhece o destino de tudo, passo a passo. Vem, se te interessas, posso mostrar-te.

Após recitar estas palavras, o kopanku de Órion começa a brilhar, e após uma explosão de luz, seu tórax começa a fazer movimentos inspiratórios, e Tansui no Hana pôde ouvir as batidas do coração de sua irmã, a jovem deusa sorriu, tudo valeu a pena a final.

Um sonoro suspiro ecoou pela gruta, o ar doeu ao ser inspirado, assim como um bebê ao nascer chora ao respirar pela primeira vez. Órion chorou, em seguida gemeu baixo, e só então abriu os olhos lentamente. A luz do lugar irritou suas pupilas sensíveis, mas após alguns segundos em que se acostumara com a claridade, ela os abriu lentamente, e reconhecendo o rosto da irmã mais nova, que somente vira em sonhos sorri:

— Você me chamou nee-chan? – indaga a recém-integrada Kuchiki Órion.

— Você me ouviu e veio a mim?! Bem-vinda minha irmã!!! – elucida a pequena deusa alegre: - há pessoas que te amam muito e te esperam.

— Muito obrigada nee-chan, por não desistir de mim!!! – chora Órion, abraçando a mais nova.

— Vamos logo embora daqui o nosso tempo aqui acabou, o santo querubim já deve ter acordado. – explica Tansui no Hana seguindo para a água.

— Anjo?! O que estar acontecendo nee-chan?! – indaga a Kuchiki sem nada entender.

— Eu te explico depois, agora vamos. – grita Tansui no Hana lhe pegando pela mão.

.......

Gritos apavorados faziam-se pela densa floresta, enquanto urros coléricos lhes seguiam, arvores tombavam e tilintares de lâminas ecoavam entre as copas das arvores.

— Como ousas macular este lugar santo, trazendo novamente uma filha de Adão, deusa banida, infiel, blasfema. – Grasnava o querubim irado perseguindo as duas jovens.

Órion hora ou outra caía, pois ainda estava se habituando ao seu novo kopanku, em certo momento, tropeçou em um galho, e o querubim estava logo atrás dela, pronto para desferir um golpe mortal: - Aaa....nee-chaannnn... – grita a Kuchiki em desespero.

Todavia, um gemido abafado silenciou a todos. O anjo afastou-se estarrecido, lentamente e puxou sua espada devagar, banhada em sangue. Mas não sangue Kuchiki, e sim, sangue divino, este escorria do ombro esquerdo, em vermelho brilhante, manchando as belas e meio despenadas asas. Tansui no Hana colocou-se na frente de Órion, recebendo o ataque.

— Arigato nee-chan, mas não deverias ter te arriscado assim, aquela espada poderia tê-la destruído. – fala Órion levantando-se e a amparando.

— Eu sei, mas tenho promessas e uma missão a cumprir. – responde para Órion, e vira-se para o anjo: - Você não vai atrapalhar minha missão, Querubim. Sei que teu dever é proteger este lugar de invasores, mas lembre-se qual sangue derramaste nestas terras santas. – elucida a pequena deusa, invocando seu báculo sagrado e com alguns movimentos com ele em mãos, tentava abrir um portal, porém sem êxito: - Nee-chan.

— Você não tem mais autoridade sobre mim, é uma deusa banida agora. – elucida o anjo limpando sua espada.

— Hai, Hana-chan? – responde a Kuchiki.

— Você terá que ir ao teu estado angélico para nos levar de volta, como estou nos mantendo aqui e mais este ferimento, está me impossibilitando de nos levar para casa. – fala Tansui em meio a dor.

— Mas sem Akumu no sekai-sama, não posso me transformar Hana-chan. – responde a Kuchiki aflita.

— Puxe de entre as minhas penas, tua recém-transformada zampakutou, Akumu no Omo, pois estamos vivendo um pesadelo no paraíso, e este mesmo paraíso suga meu sangue como terra árida bebe a água da chuva. – responde Tansui no Hana.

Órion obedece e retira de entre as penas das asas raiadas de sangue uma enorme zampakutou tão branca quanto as penas das asas de Tansui no Hana eram, com um belo rubi no final do cabo, porém a lâmina branca saiu suja com o sangue da jovem deusa. Órion recita seu cântico lentamente, relembrando aos poucos as palavras quase indizíveis, surgindo assim, um belíssimo anjo feminino. Ela golpeia o próprio ar com a lâmina branca, abrindo um portal. Enquanto o bravo querubim já se preparava para um novo ataque. Órion adentra o portal e puxa sua irmã, que ficava cada segundo mais debilitada, para dentro, pois o Éden bebia seu sangue, sedentamente.

— Nunca mais, deusa caída, pise aqui novamente. – explana o querubim embainhando sua espada.

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Seireitei:

Já era noite, a lua seguia seu caminho majestosa, branca, brilhante e absoluta. Byakuya fazia sua caminhada noturna habitual, porém seguia por um lugar bem especial, caminhava junto ao leito do pequeno riacho do Jusanbantai. Naquele lugar, acontecimentos relevantes e encontros inesquecíveis se fizeram presentes em sua vida, narcisos, lírios do rio e agora ninfeias exalavam seu doce aroma, misturado ao perfume dos jasmins trazido pela brisa, afloravam belamente no pequeno riacho, peixes saltavam em busca dos vaga-lumes sobre a superfície cristalina das águas, que refletiam o belo luar. Aquele luar lhe trazia recordações surreais, sua doce e pequena Órion, seu anjo. Também sentia a falta de alguém, fazia alguns dias que não via sua pequena deusa, e isso o entristecia, sentia-se um cretino com relação a Shouri, por isso a evitava, sabia que a fazia sofrer, mas logo ela iria embora, como as outras. Mas um amor perdido, e ele sofreria novamente.

— Este lugar novamente?! Porque este lugar? Esse mesmo ambiente, essa cena novamente? Seria uma sina minha? – parou diante do riacho e o contemplava nostálgico: - Meus doces e ternos anjos, de todos meus amores...vocês são o que me doem mais a alma...tinham que ser anjos! Estes somente obedecem ao Criador, porque se preocupariam com mortais?! Mas, mesmo assim, as desejo verdadeiramente em meus braços! Quando retornarão para mim, e...ficarão...para sempre?!

Naquele momento, os grilos se calaram, os vaga-lumes se esconderam, os fukuros que por ali passavam, retornaram em seus voos, as folhas das arvores balançaram violentamente, na superfície do riacho, pequenas ondas levantaram. Um relâmpago se fez naquele lugar e um raio caiu logo atrás do nobre. Este assustou-se, sua feição gélida deu lugar ao assombro, um relampado e raio com o céu limpo?! Byakuya respirou calmamente. Tão logo empalidecera ao ouvir gemidos e uma voz bem peculiares. Seu coração disparou, a respiração calma, ofegou. Virando-se rapidamente, empalidecera estático.

.......

— Nee-chan, Hana-chan... você estar bem?!– chamava Órion.

— Aiiii....acho que agora estar....aquele anjo sabe machucar...nunca mais reclamo dos treinamento do Mika-san...aiii... mas onde estamos, nee-chan?! – indaga a jovem deusa levantando o rosto, e ...: - B-b-by-samaa?!

Órion paralisa ao ouvi aquela forma de tratamento, ela estava de costa para ele, que a fitava incrédulo. Órion vira-se lentamente, como se não quisesse que fosse verdade, ao deparar-se com aqueles órbes plúmbeos, petrificados lhe olhando.

— By...By-samaaaa..... – ela começa a chorar: - gomen...gomen...

Ao ouvi-la pronunciar seu nome daquela forma de tratamento, ouvir seu choro, aquele pequeno anjo branco de longos cachos negros, Byakuya sai do transe, ela era mesma, somente ela, possuía aquele estagio angélico, correu ao seu encontro, caindo de joelhos, a abraçou fortemente, não pôde conter as lágrimas, ao tê-la novamente nos braços: - Ó-Órion, é você mesma?! Minha pequena Órion?!

— Sim By-sama...sou eu mesma... não tem mais ninguém agora...me perdoa...me perdoa, otou-chan!!! – chorava a morena o abraçando.

Tansui no Hana se levanta com dificuldades, sorri alegremente ao ver a cena, as forças retornavam lentamente, agora que já não estava mais no Éden, ela tombou e quase cai, mas Jibrail surgiu naquele momento a amparando.

— Tenha mais cuidado, minha senhora, não acredito que aquele anjo foi capaz de feri-la. – elucida a negra serpente.

— Ele estava seguindo ordens, você sabe muito bem de quem. – responde Tansui no Hana.

— Teu pai não estar nada satisfeito com a senhora. – revela o mensageiro, porém Tansui no Hana dar de ombros.

Byakuya levanta-se com sua filha amada nos braços, a coloca delicadamente ao chão e se aproxima de Tansui no Hana: - Minha pequena deusa, cumpriu sua promessa! Muito obrigado e... – ele a abraça delicadamente, e falando ao seu ouvido, baixinho: - senti muito tua falta. Arigato...meu...

— Pode tirar as perigosas mãos dela, Kuchiki Byakuya. – grita Hakurei chegando nesse momento, com sua alabada apoiada em seu ombro direito, este passava por Órion sem querer encará-la, quando.

— Fico muito feliz em revê-lo Hakurei-san. – fala Órion sorrindo ao vê-lo.

Hakurei empaca estático, fecha os olhos e respira profundamente, tremia, hesitava, não queria encara-la, seu orgulho ferido o impedia de ser amável com ela, a dor da rejeição, o amor não correspondido.

— Mata aete ureshīdesu, Hakurei-san. – fala a Kuchiki sorrindo abrindo suas grandes asas. Ele vira-se para ela, faz cara de tédio e responde: - Ah! É você...Kuchiki Órion...prazer em revê-la novamente... – o coração disparava, virou o rosto como se a ignorasse: - Hana-chan! Vamos, nossa sina com esta família termina aqui.

Órion baixa os olhos tristes, ele não se importou com seus afetos e alegria em vê-lo novamente: - o prazer é todo meu Hakurei-san. – responde jururu com os olhos marejados.

— Pequena deusa, do que este homem fala? – indaga Byakuya irritado.

— Ela agora é uma Hakurei, e nossa sina com teu Clã termina aqui, vamos para casa Hana-chan, partiremos pela manhã para resolvermos os negócios da nossa família. – explica Hakurei a tomando nos braços: - te machucaste muito, acho que teremos que esperar mais uns dias, antes de irmos para Rukongai.

— Hai Mika-san. – responde ela. – nee-chan, te espero na mansão Hakurei por esses dias. – fala sorrindo para Órion. Desaparecendo com Hakurei.

— Mas o que foi isso Órion, como ele ousa tirá-la assim de minhas mãos?! – Enfurecia-se o nobre taichou.

Órion sorri ao ver sua irritação, não acreditava no que via, Byakuya com ciúmes.O nobre a olha, respira fundo, recompondo-se, sorri docemente, a abraça mais uma vez: - vamos para casa, e espero que você fique para sempre, como prometeste um dia!

— otou-chan, ficarei definitivamente agora. – responde alegre a morena, retribuindo o abraço.