Órion estava sentada na varanda do quarto, pois não conseguira dormi, uma parte pela alegria de poder seguir carreira no Gotei 13, a outra com raiva do nobre:

– Um idiota, não aprenderá nunca, será que não percebe o meu sentimento? Mas em compensação treinarei com Ukitake taichou, é bom, honrado, justo e carinhoso, diferente dele, por que ele é assim, não entendo. Entretanto, By-sama não pode desconfiar que já o conhecesse, o que farei? Se descobrir que menti sobre não saber nada sobre o 13° bantai ele mudará de ideia ou me deixará no bantai dele, isso não pode acontecer! Agora como faço para avisá-lo? Já é muito tarde e os guardas estão por toda parte, poderão me ver. A não ser que eu me teleporte para lá e o avise, é, é isso mesmo!

A garota não estava em discreta: trajava uma camisola branca de seda e renda com alças finas e costas nuas, de abertura lateral na coxa direita, comprida. Ela tentou teletransportar-se, mas não conseguiu:

–Não pode ser! O que está acontecendo, será que perdi meus poderes?!- Já iria começar a chorar quando notara que a noite estava muito escura, então se aproximou da janela:

– Droga! Então é isso, primeira noite de lua minguante, até hoje não entendo por que isso interfere em eu utilizar meus poderes em meu corpo normal, que chatice! Agora tenho que passar para minha fase angélica se quiser usar meu teletransporte.

Ukitake estava sentado em uma cadeira na varanda do seu aposento, no 13° bantai, admirando o risco de lua no céu, relembrando quão a maravilhosa lhe fora a tarde com o aparecimento de Órion:

– Que ser magnífico! Como os Kuchikis têm sorte em possuir pessoas tão belas em seu Clã, espero não demorar em revê-la.

Mal completa a fala, surge em sua frente, há apenas uns centímetros de distância, sobre o parapeito: um anjo de grande beleza, asas branco-azulado, longas mexas encaracoladas negras, que esvoaçavam ao vento noturno. Notara a abertura da roupa que o ser trajava na perna direita, deixando a carne à mostra, fora subindo o olhar acompanhando as suntuosas curvas que se formavam sob o delicado tecido, deliciando a estreita cintura já começando uma hemorragia nasal na altura dos firmes seios que mostravam mamilos rijos sob o fino pano, devido à brisa fria da noite. Começara a passar mal, desmaiando quando viu o rosto do ser a sua frente.

Órion foi descendo para acudir o homem, quando resvalou caindo por cima dele, batendo a cabeça em sua testa, desmaiando. A cadeira simples de madeira não aguentou a colisão e rolou para trás, fazendo assim o corpo do taichou desmaiado cair em cima do anjo desacordado, transformando a cena em comédia de certa parte. E assim permaneceram por uma meia hora, já adentrando a madrugada.

O homem recupera a consciência olhando para o parapeito e não ver nada imaginando ter sido um sonho. Mas repara que não estar mais na cadeira e sim deitado de bruços ao chão, sentindo algo, ou melhor, alguém sob si. Se assustando quando escuta:

– Ukitake taichou, está tudo bem com o senhor, me desculpe por cair em cima de você. – era Órion acordando.

– Menina! o que fazes aqui, uma hora dessas, fugiste de casa? - Pergunta levantando-se vagarosamente, corando ao sentir o corpo da menina sob o seu.

– Eu vim avisar que eu treinarei com você, By-sama me deixou começar como aprendiz e me mandou escolher, exceto Mayuri e Zaraki, ele também estava fora por ser meu parente, disse para eu escolher um bantai ao léu, lógico que ele não sabe que já o conheço, fingir e o escolhi.

– Isso é maravilhoso, e o que tem ele saber?

– Ele mudará de ideia ao saber que continuei saindo de casa sem sua permissão, eu prometi obedecê-lo, mas é muito entediante ficar em casa, me entende? – levanta-se com o apoio do capitão.

– Claro que entendi, não querias tu ir para onde não conhece, que sorte a nossa, nos encontrarmos pela tarde! – sorri o homem.

– É verdade, mas nada é por acaso, tudo acontece com um propósito, ouvi isso em algum lugar. – retribui o sorriso.

–Mas e essas asas com essa luz que emana de você? – interroga o capitão.

– É outra habilidade minha assim como Hollow, este é o meu 3° estagio, e o arrankar é o 2°.

–Você é bem intrigante, Pequena! Mas porque se transformaste, para vim para cá?

– É que na 1° noite de lua minguante eu não consigo usar meus poderes, nunca descobrir a causa e para sair sem os guardas perceberem tive que me transformar para usar a teleportação, é meio confuso, eu sei. Uiii !!!! – diz cruzando os braços. – que frio, também como vim, me perdoe Ukitake taichou, nem me dei conta de como estava vestida, desculpas!- pede corando.

– Já mencionei antes, para não me chamar de taichou. E que você não deve ter vergonha, pois és mui bela! – fala levando a mão ao rosto dela que flameja.

‘ o que estar acontecendo comigo, agora esses homens deram para me deixar assim, pensei que isso só acontecia com By-sama, agora ele me faz flamejar, será que estou doente?’ – Ai, ai, ai!- diz a menina diante da situação.

– Aceitas um chá de melissa? – pergunta o capitão vendo o nervosismo da garota: ‘ calma Ukitake, você acabou de conhecê-la, ao que parece terás tempo para isso, deixa ela se acostumar com você primeiro, pois ela ficará aos teus cuidados, conquiste sua confiança e ganhe seu amor, controle-se, sei que ela é tão adorável e encantadora, mas tenha domínio de si, sempre respeitara a todos!’ falava o taichou a si mesmo.

– O-obrigada, aceito sim. – respondeu cobrindo-se com as grandes asas.

Ukitake a ofereceu um agasalho, para seu próprio bem. Órion aceitou, embora s grandes asas atrapalhavam, explicou que devido à influência daquela fase da lua não conseguira evocar suas roupas da transformação e revelou os detalhes do ocorrido no jantar sobre seu ingresso no Gotei 13, enquanto o taichou discorria também sobre o seu esquadrão, sua historia e seus gostos, além da doença que o acometia. Nem perceberam o raiar da aurora, até:

– Ahhh! É dia e não dormimos nada, tenho que ir, a senhora Yui vai entrar no quarto a qualquer hora! Até daqui a pouco, Ukitake-sama.

– Nem taichou e nem senhor, já falei isso.- diz com reprovação.

– E como me refiro a você?

– Descubra outra forma de tratamento, Pequena!

– Vou pensar em alguma então, até mais! – fala desaparecendo.

– Até, acho que vou tirar um cochilo antes de chegarem. – boceja passando a mão na testa: - Aiiii!