Sábado, 31 de Dezembro.

Meu ultimo dia, ou melhor, ultima noite no Brasil *-* Minhas coisas lá nos EUA já estavam prontas. Teria meu apartamento e já mobiliado.

Esse ano, comemoraríamos o ano novo aqui em casa, então já dá pra saber que eu estou morta de cansaço, por que arrumar a casa toda pra esperar o pessoal, não é fácil!

Entrei no Box do banheiro e liguei o chuveiro. Comecei deixando a água cair sobre o meu corpo e em seguida tomei um banho decente, porém demorado. Saí do banho e coloquei a roupa que havia comprado pra virada do ano. Fiz uma make legal, passei perfume e arrumei o cabelo. Desci as escadas e a casa já estava “cheia”. Não demorei muito pra encontrar a Tha, a Bê e a Rê, que já estavam juntas e como boas anti-sociais, afastadas de todos.

[...]

- IRMÃS! ABRAÇO COLETIVO DE FELIZ ANO NOVO! –Tha gritou ao ver que o relógio marcava meia-noite. Nos abraçamos.

- E como todo ano sempre fazemos isso... –Rê disse.

- Bom, eu desejo muita paz, amor, saúde, dinheiro e sorte pra gente nesse ano que tá chegando. –disse.

- Cara, FELIZ ANO NOVO PRA GENTE! –Bê gritou. Nos soltamos do abraço. Fui desejar um feliz ano novo para as pessoas que estavam lá em casa.

[...]

Assim que acabou a queima de fogos, percebi que a Rê saiu limpando o rosto e como a conheço (MUITO) bem, pude notar de longe que ela estava chorando. Fui até ela, que estava na sala sozinha.

- Ei, -levantei a cabeça dela, que estava encostada nos joelhos. –por que cê tá chorando?

- Não é nada... –ela disse limpando as lagrimas.

- Alguma coisa é... –disse a olhando.

- Rêêê! –Tha gritou.

- O QUE FOI? –Bê disse se sentando no chão com a gente.

- Nada gente... –ela disse forçando um sorriso.

- RENATA, ME DIZ AGORA, QUE PORRA VOCÊ TEM? –disse meio que gritando.

- Thay... Eu não quero que você vá embora. –ela disse chorando. A ultima vez que vi ela chorando assim, foi no dia da briga dela com o Pedro.

- Ei! –disse a abraçando e acabei chorando junto com ela. –não chora. Você sabe que eu também não quero ter que ir e deixar vocês aqui...

- Como eu vou viver sem você? Sério, você acha que vai ser fácil depois de anos te aturando, saber que você vai estudar lá longe? E que nem sabe quando volta e quando é que eu vou poder te abraçar de novo? –ela disse chorando mais ainda. Percebi que a Tha e a Bê também já estavam chorando e nos abraçaram também.

- Rê, eu sei que não vai ser fácil... Nem pra mim vai. Mas a gente vai continuar com a amizade de sempre, te verei pelo skype todo santo dia. Não vou deixar vocês em paz um diazinho se quer. –disse e acabei sorrindo.

- Vai ser tão horrível ficar sem você aqui. –Bê disse chorando.

- Ei, vamos parar de choro vai... Tô ficando deprimida. –disse e elas sorriram.

- A campainha ta tocando! –Tha disse e foi atendê-la. –Tô com muita cara de choro? –ela perguntou rindo.

- Não muita. –Bê disse.

Ela abriu a porta e foi em direção ao portão. Terminei de limpar as lágrimas que ainda insistiam em cair e olhei para trás. Vi Pedro entrando e rezei para que Thomas não estivesse com ele. Deus é bom e ouviu minhas preces, Pedro estava sozinho.

- AMOOOOOR! –Rê disse se levantando e indo em direção a ele. –FELIZ ANO NOVO! –ela gritou e pulou nos braços dele, o beijando.

- Feliz. Ano. Novo. Meu. Amor! –As pausas eram preenchidas com selinhos.

- AAAI QUANTA BABOSEIRA. –disse rindo. –Tô vazando, tchau pra vocês.

- Calada Thay! –Rê disse voltando para o chão.

Fui pra varanda, aproveitar meu tempinho aqui com meus pais.

POV – RENATA.

- E essa carinha de choro, meu amor? –Pedro me perguntou enquanto acariciava meu rosto.

- É que a Thay vai embora amanhã...

- AMANHÃ? –Pedro perguntou em um tom de espanto.

- Infelizmente... –disse. –Me leva pra falar com o Thomas?

- Pra que? –ele disse.

- Eu tenho que falar com ele.

- Ah, beleza... Vamos lá. Nem passei lá pra desejar Feliz Ano Novo pra ele

- Então vamos!

[...]

- PEEEEEEEEEEEEELANSCABA! –Thomas gritou ao abrir a porta e pulou em cima do Pe... –FELIZ ANO NOVO BROTHER!

- THOOOOOOSO, FELIZ ANO NOVO MANO! –Pedro gritou. Eles se soltaram.

- Eaaae morena chata! –Thomas disse bagunçando meu cabelo. –Feliz ano novo!

- Ai Thomas! –disse depois de um tapa que ele me deu na cabeça. –Feliz ano novo!

- Cadê a Tia Elaine? –Pedro perguntou entrando.

- Lá fora. –Thomas respondeu. Entrei na casa do Tho e os segui.

[...]

Depois de mais ou menos uma hora, finalmente tomei coragem pra falar com o Thomas. Nos sentamos no sofá.

- E ae, que cê quer? –Thomas perguntou.

- Então... Eu vim te falar que a Thay vai embora amanhã, por volta das duas da tarde... Ou melhor, hoje por que já passou da meia noite.

- E o que eu tenho a ver com isso? –confesso que o cinismo dele fez minha raiva por ele aumentar.

- Caralho! Venho aqui numa boa falar com você, e você vem com ignorância pro meu lado?!

- Não, é que se a egoísta da sua amiga acha melhor ir pra puta que pariu, por mim que vá. Eu não vou fazer NADA!

- THOMAS! DÁ PRA PARAR DE SER IDIOTA UMA VEZ NA SUA VIDA? –Pedro tentou me segurar pelo braço pra que eu continuasse sentada, mas acho que não deu muito certo... –CARA, PENSA UM POUCO... AH, ESQUECI, VOCÊ NÃO TEM CÉREBRO NÉ?! SÓ VIM AQUI TE PEDIR PRA IR CONVERSAR COM ELA ANTES DELA IR EMBORA, MAS ACHO MELHOR NÃO NÉ... –pensei em voar no pescoço dele, mas me controlei. –Vambora Pedro! Não quero continuar aqui. –Ele não fez nada, apenas assentiu com a cabeça, deu tchau pro Thomas e foi embora comigo.

POV – Thay

- Cadê a Rê? –perguntei pra Tha, assim que terminei de escrever a carta que estava fazendo.

- Saiu com o Pedro...

- Ah... Acho que vou dormir sem ela... –disse.

Fui em direção a escada quando ouvi a porta bater.

- Brigou com o Pedro? –perguntei e ri ao ver ela entrando na sala.

- Sim! Mas não importa. –ela disse e sorriu. –Tá indo pra onde?

- Pra minha cama, ué... –disse e ri.

- SEM MIM? QUE CONSIDERAÇÃO HEIN.

- Hey Drama Queen, menos! –disse rindo. –Vamos subir, as meninas já estão subindo também.

- Vai subindo, vou dar boa noite pros meus pais.

- Eles já foram. –disse.

- Nossa, que ótimo! As pessoas estão indo e me deixando. –senti aquilo como uma indireta, mas ignorei e subi pro quarto.

Tomei um outro banho, dessa vez mais rápido e voltei pra minha cama. Rê já tinha tomado banho e estava terminando de se arrumar pra dormir.

As meninas vieram pra cama, ficamos horas conversando, chorando e bagunçando até pegarmos no sono.

POV – THOMAS.

Tem algo pior do que acordar com uma sms do filho da puta do teu melhor amigo e de ressaca? Não né.

Acordei com uma puta dor de cabeça, por causa de um sms do Pedro.

“Se arruma que logo menos colo aí na tua casa pra gente conversar. Acho bom você estar vestido, sem bafo, ajeitadinho e sem nenhuma puta na tua cama, falô? Rsss.”

Risos pra graça do Pedro.

Levantei da cama, olhei a hora e o relógio marcava meio dia e alguns minutinhos. Decidi entrar no banho. Péssima hora pra fazer isso. Comecei a pensar na Thay e na merda que ela tava fazendo com a minha, ou melhor, com a nossa vida.

*Flash Back On*

Estava indo pro japa, sem a mínima vontade, mas era o que tinha pra noite né... Passei pelo balcão e cumprimentei o pessoal que trabalhava lá e que já me conhecia.

- Thoso, se liga naquela mesa ali. –Pedro disse e apontou.

- Procura a mesa mais próxima de lá Pepo. –disse e nós rimos. Passamos pela mesa em que tinha um grupo de quatro meninas. Percebi que duas delas estavam nos seguindo com os olhos. Achamos uma mesa não tão longe da delas e nos sentamos. Logo em seguida, duas das meninas da outra mesa vieram conversar com a gente. Elas disseram que eram fãs da Restart e mais algumas coisas. Elas saíram da mesa, mas voltaram logo em seguida nos chamando pra sentar perto delas. –Eaae meninas. –disse me sentando ao lado de uma menina loira e que pouco depois descobri que se chamava Thayane, ou Thay.

*Flash Back Off*

*Flash Back On*

Dia do meu aniversário e de Happy Rock Sunday. Estava sinceramente BEM ansioso pro show.

Como de costume, fui o primeiro a entrar no palco, dei uma olhada no rosto das fãs que estavam mais próximas do palco e pude avistá-la. Linda, porém com cara de tédio. O show seguiu, até chegar em Esse Amor em Mim. Pedro Lucas foi escolher a menina e por sorte (eu acho), parou com a lanterna na testa dela. Sorri ao saber que ela iria vir para o palco. Só que ela jogou a irmã dela no lugar.

[...]

Eu estava BEM cansado, mas não é todo dia que se recebe Feliz Aniversário das fãs né? KK

A encontrei no camarim, e passei a acreditar que depois daquilo, talvez não veria mais ela.

*Flash Back Off*

*Flash Back On*

Cheguei na porta da balada e a reconheci pelo cabelo. Eu sabia que ela não poderia entrar na balada se eu não deixasse, já que naquela noite a balada estava reservada para a comemoração do meu aniversário, então fui direto no segurança liberar a entrada delas.

*Flash Back Off*

Acabei sorrindo com tais lembranças, mas já que é pra lembrar, vamos lembrar das coisas boas né...

*Flash Back On*

Depois que ela me ligou avisando que iria ao cinema comigo, fui me arrumar. Fui obrigado a dar uma disfarçada pra ninguém me reconhecer no cinema.

[...]

O filme acabou, as pessoas foram saindo da sala, ela se levantou, para sair da sala, mais a puxei para a cadeira de novo.

- Você bebeu a minha coca, lembra? –a olhei com um sorriso malicioso.

- Devo gritar? –segurei o queixo dela.

- Claro que não, eu não gritei quando você bebeu a minha coca, gritei? –Ela ainda ia responder, mas a “surpreendida” com um beijo, sim, dessa vez foi um beijo e ela retribuiu. Finalizei o beijo com um selinho. Que beijo! Ela sorriu, eu sorri.

*Flash Back Off*

Deixei um chupão lindo no pescoço dela nesse dia, k. Teve a nossa primeira vez, que foi na praia e foi MUITO bom.

*Flash Back On*

Madrugada de domingo, ou melhor, de natal. Voltamos pro meu apartamento nos beijando. Fomos direto pro quarto, nos beijando. Fomos tirando um a roupa do outro e as espalhando pelo quarto. Não me lembro de ter usado camisinha, só me lembro que fizemos amor (sim, foi amor). E foi bem melhor que na praia.

*Flash Back Off*

E depois de tantos momentos bons, ela decide largar tudo e ir estudar no exterior. Vou confessar que eu, pelo menos, estava amando ela, embora nunca tenha dito á ela...

Tomei meu banho e saí, por que me lembrei que o Pe tá vindo aqui. Me vesti e desci pra comer alguma coisa.

Mal entrei na cozinha e ouvi a campainha tocar.

- PERAE! –gritei. Tomei um comprimido pra dor de cabeça, por que sabia que a tendência era aumentar depois da conversa com o Pe e fui abrir a porta. –Entra aê. –ele entrou e eu fechei a porta.

- Ta bem?

- Com um pouco de dor de cabeça, mas logo passa. E você?

- Tô.

- E ae, que cê quer falar?

- Então... Primeiro você me diz que vai esperar eu falar, e só vai abrir a boca quando eu mandar. –ele disse se jogando no sofá.

- Beleza. –disse me sentando.

- Ahn... A Thay tá indo embora... E eu melhor que ninguém, sei que você tá louquinho por ela. E aí, vai deixar ela ir embora sem falar nada? Nem se despedir dela, você vai? Esse definitivamente não é o Thomas que eu conheço. Eu sei que você tá doidinho pra ir no aeroporto, explodir o avião e sequestrar a Thay, –acabamos sorrindo. –mas você não vai fazer isso. Cara, vai naquele aeroporto e fala com ela pelo menos... Se você não fizer nada, vocês vão perder o contato e aí nunca mais vocês vão poder ter nada mesmo. Eu vou lá no aeroporto com a Rê, por que sei que ela vai precisar... Agora vem de você, ir ou não.

- Eu vou lá! –disse de uma vez, até eu me assustei. Pedro sorriu.

- Então beleza. Eu vou indo lá por que vou ajudar as meninas. Tenho certeza que você não comeu nada ainda, então come alguma coisa e vai! –ele disse.

- Não fala pra ela que eu vou, ta? –perguntei e ele assentiu com a cabeça.

POV – Thay

Acordei por volta das onze da manhã, com um pouco de dor nas costas, por que dormir quatro meninas numa cama, não é fácil. Acabei acordando todas elas, na tentativa de sair da cama sem nenhuma perceber.

- ALOW GENTE, VAMO ACORDAR! –disse e ri. Abri a janela e a cortina.

- THAAAAAAAAAAAAAAAAY, FECHA ISSO! –Rê gritou e tacou o travesseiro em mim.

- AAAAI! –disse rindo. –BOM DIA, BOM DIA, BOM DIA –cantei no ritmo de uma musica da Maísa.

- THAAAAAY! VAI DORMIR MANO! –Bê disse cobrindo o rosto com a coberta.

- NO, NO, NO E NO! LEVANTA DAÍ VAI!

- É gente... Vamos levantar... A Thay vai embora daqui a pouco. –Tha disse levantando da cama e pela cara que fez, também estava com dor nas costas.

- Ta bom... Você venceu! –Bê disse levantando. Fui em direção ao banheiro fazer minha higiene matinal.

[...]

Terminamos de almoçar, eu, as meninas e os nossos pais, todos chorando e com os olhinhos inchados. Ouvimos a campainha tocar, e eu decidi ir atender. Abri a porta e vi o PeLusco, Lusca e Pe Lanzinha no portão, k.

- CUNHAAAAAA! –Pedro Lucas gritou. Abri o portão e fui recebida com um abraço BEM apertado dos três. Depois do momento “awn” no portão com eles, entramos em casa.

[...]

Terminamos de colocar minhas coisas no porta-malas dos carros e fomos pro aeroporto. Como chegamos um tempinho antes, fui comprar um livro pra ler enquanto estivesse no avião. Alguns minutos depois, ouvi a chamada do meu voo. Senti um aperto (e TANTO) no coração, e meus olhos marejarem.

N/A: Coloque essa musica.

- Irmã! –Rê veio me abraçar chorando.

- Ei, eu to indo. Assim que tiver férias lá, eu venho te visitar. É bom que você não coloque NINGUÉM no meu lugar, entendeu? E lembra que eu te amo, mais que tudo nessa vida! Obrigada por ser a melhor irmã e amiga do mundo. Eu te amo, vidinha. –disse em meio a lagrimas. Não me atrevi a soltá-la, por que sabia que ela não ficaria muito tempo de pé, então entreguei ela pro Pe, que a sentou num banquinho pertinho da gente. Fui em direção a Bê.

- Ei, minha loirinha linda. –disse limpando as lagrimas de seu rosto e a abraçando. –Lembra que a Thay te ama, demais! E se algum vagabundo se atrever a te machucar, eu venho lá da puta que pariu pra te defender, tá? –disse e ela sorriu. –Entrega isso pro Thomas quando você ver ele. –Entreguei a carta que eu havia escrito antes. Dei um beijo na testa dela e fui falar com a Tha.

- Meu amorzinho, não chora! –limpei seu rosto e a abracei. –Obrigada por tudo, beleza? Tudo mesmo. E se alguém te magoar, me avisa que eu venho aqui quebrar no meio, pode ser? –percebi que ela sorriu. –Eu te amo MUITO, baixinha. -Fui em direção a minha mãe, que já estava quase enfartando.

- Mamãe! Eu te amo! –a abracei. -Obrigada por ter me dado força quando eu precisei, por ter acreditado em mim e por ter sido essa mãe maravilhosa. –soltei ela e fui falar com meu pai.

- Papito, obrigada! –o abracei. –Eu te amo mais que tudo, e o senhor sabe que sempre será meu super pai, né? –disse e ele sorriu. –dei um beijo na bochecha dele e fui falar com os meninos.

- Vou deixar o mesmo recado pra todos. –disse indo pra perto deles que estavam juntos. –Acho bom cuidarem MUITO bem delas, ou eu volto dos EUA e corto o pintinho de vocês fora, beleza? –eles riram e assentiram com a cabeça. –Vou sentir saudades. –disse e abracei um de cada vez. Abracei o Pedrinho e foi o único que eu disse algo. –Avisa pro Thomas, que apesar de tudo, eu o amo e não é pouco. –ele sorriu meio torto e fez que sim com a cabeça.

- Bom, é isso. Vou morrer de saudade de vocês! Só que lembrem sempre que eu amo vocês. –disse e virei as costas antes que morresse de chorar na frente deles.

- THAAAAAAAY! –ouvi a Rê gritar. Me virei e ela estava correndo na minha direção. –EU TE AMO! –ela me abraçou. A infeliz da moça chamou meu voo mais uma vez. Pedro pegou a Rê e eu me virei em direção a sala de embarque. Coloquei meus fones no ouvido e limpei as lagrimas que ainda caiam.

POV – Thomas.

N/A: Coloque essa agora.

Terminei de comer, peguei meu carro e fui pro aeroporto. Diria que fui o mais rapido possível se o transito de Sampa ajudasse... Por que as pessoas tinham que inventar de sair de casa esse horário? Que droga! Devo ter ficado uns 15 minutos preso em uma certa parte de São Paulo. E o mundo conspirando contra mim novamente... Sempre que me aproximava de um farol, ele se fechava e sempre que ele se fechava, uma lagrima escorria pelo meu rosto.

[...]

Finalmente consegui chegar no aeroporto. Preferi não olhar a hora, fui correndo em direção a sala de embarque e tudo que vi, foi a Thay pegando o passaporte de volta, agradecendo a moça com um sorriso, limpando as lagrimas que ainda escorriam, arrumando seu fone e entrando sala a dentro.

- THAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAY! –gritei de forma com que o aeroporto inteiro ouvisse, menos ela. Os meninos e a Rê me viram, e vieram em minha direção. Rê me deu um abraço, ainda chorando. Acabei retribuindo o abraço dela e desabei a chorar. Pedro encostou no meu ouvido.

- Ela mandou dizer que apesar de tudo, ela te ama e não é pouco. –Pedro me disse isso e foi o que bastava pra me acabar em lagrimas. Eu NUNCA havia dito pra ela o quanto a amava.

POV – THAY

Entrei na sala, dei uma afastada do fone no meu ouvido, entreguei meu passaporte para a moça que estava ali, ela conferiu algumas coisas e logo me entregou ele, sorri para ela, limpei as lágrimas, respirei fundo, arrumei o fone e entrei. Só queria saber, de onde saíram tantas lagrimas? Não sou de chorar assim...

Confesso que ao entrar naquela sala, minha vontade foi largar tudo e voltar lá pra fora, com as pessoas que eu amo. Mas continuei caminhando em direção ao avião.

Pisei dentro daquele avião e senti que uma nova vida começaria, a partir dali. Procurei pela minha poltrona e assim que achei me sentei nela.

POV – THOMAS

Depois de um tempo chorando, finalmente conseguiram me acalmar (não totalmente). Os pais da Thay já tinham ido embora.

- Tho... –Bê disse se sentando ao meu lado.

- Ahn?! –levantei a cabeça e olhei para ela.

- A Thay pediu pra te entregar... –ela me entregou uma carta.

- Abro agora?

- Você quem sabe. –Abri a carta com cuidado.

“Bom dia (talvez ainda seja dia quando ler), meu amor!

Levei horas tentando escrever algo pra você...

Quero começar lhe pedindo desculpas... Desculpa por ter te deixado. E como você disse, desistido de nós.

Bom, espero que você entenda que fiz isso por que precisava de algo pra minha vida...

Não te culpo por ter gritado comigo dentro do carro, só acho que você deveria ter sido um pouco mais compreensivo.

E mudando totalmente de assunto...

Obrigada, por me proporcionar momentos tão maravilhosos. Pode ter certeza que vou me lembrar de todos eles sempre.

Ah, quero te pedir pra cuidar das minhas meninas pra mim, já que não estarei aí pra isso, rs.

‘E mais um ano vem, se eu pudesse pedir, eu diria assim, pra manter o teu sorriso e o teu olhar, em qualquer lugar que eu possa enxergar, a onde eu for.’

Obrigada por ter sido o Meu Thoso.

Eu o amo e não é pouco, rs.”

Preciso dizer que voltei a chorar depois disso?! Não né...

POV – Thay

Creio que em certa parte da viajem eu dormi. Acordei ainda com os fones nos ouvidos e o livro nas minhas pernas. Destino, ou não, acordei no meio da musica Eu Pedi Você. Se eu voltei a chorar? Sim e muito. Me bateu um enjoo infeliz. Corri pro banheiro e coloquei tudo o que tinha no estomago pra fora. Me lembrem de não comer mais antes de entrar num avião?! Grata.

[...]

Hora do desembarque... Peguei minhas malas e fui em direção a área de taxi. Não demorou muito pra que um passasse. Entreguei meu endereço ao taxista que sorriu e me levou até ele.

[...]

Três semanas, três longas semanas se passaram. Falo com as meninas todos os dias. E os enjoos que senti no avião... Não foram apenas no avião. Enjoos, tonturas, sentimentalismo, FOME, vontade descontrolada de fazer xixi, fazem parte do meu cotidiano.

Como foi combinado, 10 hrs da manhã (lá no Brasil) eu ligava a webcam pelo skype com as meninas. Liguei o not e a Rê já estava dando a louca por que estava dois minutos atrasada. Ligamos a webcam, cada uma na sua casa.

- THAAAAAY! –Bê disse.

- Ta melhor, fedorenta? –Tha perguntou.

- Não! Tô cada vez pior! Vou no médico hoje com a minha vizinha.

- “Vou no médico hoje com a minha vizinha” –Rê disse me imitando. –Pega sua vizinha e soca no seu cuzinho! –ela disse e sorriu ironicamente.

- Calma! –disse e acabei rindo com as meninas. –Eu preciso fazer AMIGOS aqui né? –respondi.

- Qual o nome dela? –Bê perguntou.

- Brunna.

- Quantos anos? –Tha perguntou.

- A minha idade...

- VAMO MUDAR DE ASSUNTO? –Rê perguntou nos fazendo rir.

- Vamos ligar aqui depois que a Thay chegar do médico?

- Vamos! Que horas?

- Ah, devo chegar a tarde, então a gente liga as 19hrs aí no Brasil, ok?

- Ok!

Ficamos mais algum tempo conversando no skype, até que a Brunna chegou. Fui quase obrigada a desligar, pra poder ir ao médico.

[...]

- Quais os sintomas? –Dr John perguntou.

- Bom, eu estou sentindo enjoos, tonturas, MUITA fome, vontade descontrolada de fazer xixi e ai, preciso vomitar! –disse e sai correndo e com a mão na boca em direção ao banheiro. Mal entrei e já coloquei absolutamente tudo pra fora! Peguei a escova reserva que levava na bolsa e escovei os dentes. Voltei para a sala do doutor.

- Vamos fazer um exame de sangue? –ele perguntou meio que já sabendo a resposta para o que eu tinha.

- Agulha?! Ahn... Melhor não né, rs.

- E como a senhorita quer saber o que tem? –ele perguntou sorrindo.

- Vai amiga... Eu vou estar com você.

- Rola uma anestesia antes? –perguntei sorrindo. Ele apenas riu e me levou pra sala de exames de laboratórios.

Fui atendida pelo enfermeiro Richard.

- Bom, quer virar o rosto? –ele perguntou.

- Ai, sim. –tampei meu olho. Senti uma picadinha no meu braço. –AI!

- Prontinho. –ele disse alguns minutos depois. –Agora é só esperar alguns minutos na sala de espera.

- Posso sair pra comer? –perguntei e ele assentiu com a cabeça. –Vambora Bru! –puxei ela pelo braço.

Bom, o restaurante mais próximo da gente, era o MC Café, então, fomos lá mesmo. Não tinha fila, então só fiz o meu pedido.

- Ahn... Quero um croassant, um quarteirão, um chocolate quente, uma porção de batatas e uma coca. –A atendente estava achando tudo normal. –E você Brunna, quer o que? –acabei rindo com a cara de espanto dela.

- Quero um quarteirão e uma coca média. –A atendente sorriu (mesmo espantada), e nos disse o preço. Pagamos, pegamos nosso lanche e nos sentamos pra comer.

[...]

- Senhorita Thayane Levick. –Dr John chamou. Me levantei e o acompanhei até a sala dele, junto com a Brunna.

- Bom, sentem-se. –ele pediu e assim fizemos.

- Ahn, e o que eu tenho? –perguntei.

- Bom... Espero que goste da noticia que tenho para lhe dar. –ele sorriu. –Você será mãe! E está no seu primeiro mês de gestação.

- M-mãe?! –disse e senti meus olhos marejarem.

- Sim! –ele disse ainda sorrindo. –Bom, qualquer coisa que você precisar, é só voltar aqui no hospital. –ele me entregou o exame e eu segui pra casa com a Bru.

[...]

Mãe?! Como assim? Droga!

Eu simplesmente irei morrer! É isso... Tomei um banho demorado e me deitei pra dormir um pouco.

[...]

- MENINAS CALEM A BOCA! –gritei ao perceber que elas não iriam parar de falar tão cedo.

- Nossa que grossa! –Bê disse e fez cara de triste.

- Eu quero falar caramba!

- Ai, fala! Mas sem ignorância por favor! –Tha disse.

- Vocês estão sozinhas e tem certeza que ninguém vai ouvir o que eu vou falar? –elas assentiram com a cabeça.

- Eu to grávida! –Bê sorriu, Tha ficou boquiaberta, e Rê teve um ataque de risos.

- Tá brincando né? –Tha perguntou. Neguei com a cabeça.

- Depois vem ME dar sermão de “use camisinha” e blá blá blá. –Rê disse rindo.

- Calada! Eu preciso falar com os meus pais, mano... –disse.

- Quer falar com a mãe? Ela já ta em casa...

- Como eu vou falar? Ah, então mamãe, antes de sair daí, eu dei pro Thomas e agora to grávida dele. –disse e sorri irônica.

- É uma boa, colega! –Rê disse rindo.

- Ai cala boca! Juro que se eu estivesse perto de você, daria um peteleco na sua orelha. –disse.

- DEIXA EU VER SUA BARRIGA? –Tha gritou.

- Não tem barriga... –disse sorrindo. Levantei um pouco para elas verem.

- Awn *-*

- Bom meninas, vou desligar. Tenho que jantar e ir dormir. Beijos, amo vocês. Ah e não contem nada pro Thomas, nem pra ninguém!

Desliguei o not, fiz alguma coisa pra comer e fui dormir.