Acordei por volta das onze horas... Levantei da cama, fiz minha higiene, coloquei uma roupa bem quentinha, já que estava frio lá fora e fui até a padaria. Comprei um croassant, um pão de chocolate, que tinha me dado água na boca e um copo com chocolate quente. Voltei pro meu apartamento, liguei a TV e me sentei. Comi as coisas que havia comprado, sem muita pressa. Olhei para a TV e estava passando um comercial de grávidas, agora faço parte delas né... Mas como? Não consigo lembrar te ter feito algo sem camisinha com Thomas...

*Flash Back On*

Saímos da festa, por que segundo Thomas a gente ainda teria que deixar um pouco de energia pra gastar na cama dele. Entramos no apartamento nos beijando e fomos direto pro quarto. Assim que entramos no quarto, Thomas puxou a ponta da minha blusa para cima, e com a minha ajuda, tiramos. O ajudei a tirar sua camiseta, e a jogamos em alguma parte do quarto. Tirei meu short e ele a calça que vestia. Ficamos apenas de roupas intimas, que não demoraram a serem arrancadas. Nos deitamos ainda nos beijando e pude sentir seu membro roçando em minha perna.

– Amor... –Thomas disse dando uma pausa em nosso beijo.

– Sim...

– Acabaram as minhas camisinhas. –não vi problemas em fazer sem, pois estávamos um desejando o outro.

– Ah, tudo bem... –disse e sorri para ele, que retribuiu com um sorriso malicioso.

Sem muita demora, pude sentir ele dentro de mim.

*Flash Back Off*

Droga! Thomas nem imagina que agora, depois dessa idiotice nossa, eu to grávida dele... Merda. Senti uma lagrima escorrer pelo meu rosto.

[...]

Três meses, sim três meses longe de todos. Esta sendo difícil, principalmente agora que voltei a estudar... Vejo as meninas a noite sempre, e minha barriga está cada dia mais linda. Me acostumei com a ideia de carregar um filho de alguém que hoje não deve ter a mínima vontade de olhar na minha cara... Mas que eu ainda amo e muito.

Cheguei da facul, jantei e liguei o not. Hoje era o dia da minha morte... Morrer numa sexta feira é lindo! Liguei a webcam.

– Você sabe que é hoje que você morre né? –Bê disse.

– Ai, sim!

– Você tem certeza que vai contar pros seus pais hoje? –Rê perguntou.

– Sim. E vocês irão me ajudar!

– Ai, chama a tia, Bê.

– Ô MÃE! VEM AQUI NO MEU QUARTO! VEM LOGO! –senti meu coração disparar.

– Ai senhor! –disse e vi a porta se mexer, senti que agora ele pularia boca a fora. A Bê olhou para o not e eu fiz sinal de não.

– Fala Rebeca. –ouvi a voz da minha mãe e senti meu coração parar.

– Ahn... Nada não!

– Você me chamou aqui pra nada?

– É que eu esqueci o que ia falar... –ela disse e sorriu. Minha mãe fechou a porta.

– PÓ PÓ PÓ PÓ PÓ! –Tha começou a imitar uma galinha.

– Ahn? –Rê disse rindo da imitação ridícula da Tha.

– É que a Thay amarelou, tipo uma galinha né... –Bê disse rindo.

– Ai que coisa ridícula! É sério gente...

– Enfim, por que você não contou? –Rê perguntou parando de rir.

– Espera, vou pegar alguma coisa pra comer. –Saí da frente do not e fui em direção a cozinha. Peguei um pacote de bolachas e uma latinha de coca e voltei.

– E ae? –Bê disse.

– Gente, qual a cara que eu vou olhar pra minha mãe e dizer que estou grávida? Velho, ela me ensinou que eu só deveria ter filhos depois de casada e bem na vida.

– E você vai contar quando? –Tha perguntou.

– Bom, talvez por telefone... Vamos mudar de assunto?

– VAAAAAAAAAAMOS! –Rê disse (BEM) animada.

– Vai contar Rê? –Tha disse sorrindo e Rê assentiu com a cabeça.

– O que? –perguntei com a boca cheia de bolacha.

– Falar com a boca cheia é falta de educação. –Bê disse e riu.

– Fo-da-se! –disse mostrando a bolacha mastigada e todas fizeram cara de nojo, mas logo começaram a rir. –Agora CONTA!

– Está notando algo de diferente? –ela disse passando a mão no cabelo.

– Você engordou... –disse e ri.

– É sério Thay! –ela disse rindo. –Presta BEM atenção... –ela passou a mão nos olhos.

– Sei lá... Fala aê. Sou péssima em adivinhações e você sabe! –disse e fiz carinha de dó.

– Bom... Euzinha aqui, estou oficialmente NAMORANDO! –ela disse sorrindo e mostrou mão com a aliança.

– NAMORANDO?! Por que ele esperou eu sair daí pra te pedir em namoro? –disse sorrindo.

– Vou saber... Deve ter ficado com medo de você cortar o JR. –ela disse e nós rimos.

– Rê! Agora trate de contar como foi? –Bê perguntou.

– Bom, marcamos um almoço com os meus pais e os pais dele num restaurante. Nem eu esperava que isso fosse acontecer, por que quando ele me pediu pra marcar, disse que era apenas para a nossa família se conhecer. Aí a gente foi, almoçamos, nossos pais ficaram conversando, daí do nada o Pedro pediu pra eles fazerem silencio e tirou uma caixinha do bolso. Aí ele me olhou e sorriu, e é impossível não sorrir quando ele faz isso. Daí ele me pediu em namoro. Foi lindo gente... Vocês nem imaginam o quanto eu chorei. –ela contou sorrindo. –E as fãs já sabem!

– AWNN *-* parabéns *-* -disse.

– Ah não magina... a gente nem sabe o quanto você chorou. –Bê disse e nós rimos.

– Meninas, eu vou dormir um pouco, tá? Mais tarde eu volto aqui pra falar com vocês, ou só amanhã. Ah, amanhã só a noite.

– Por que? –Tha perguntou.

– Vou passar o dia no SeaWorld. Enfim, beijos pra vocês. –a Tha e a Bê saíram da chamada. –Ah, Rê entra no skype umas 22hrs? É que eu vou falar com a minha mãe e quero você junto...

– Entro sim. –ela disse e sorriu.

– Agora tchau que eu vou dormir. –disse e desliguei.

Levantei, joguei a latinha no lixo e fui pro quarto. Não demorei muito a pegar no sono.

Acordei com um pouco de tontura, mas nada que um pouco de comida não resolvesse. Fui até a cozinha, preparei algumas bobagens pra comer, e olhei a hora. Faltavam cinco minutos para as dez horas. Liguei o not e entrei no skype. Fui até a cozinha, peguei o que eu tinha preparado para comer e voltei pra sala comendo. Liguei a webcam com a Rê.

– E ai, vai contar?

– Sim, mas eu to com medo...

– Calma... A tia vai ter que entender.

– E se ela não quiser? Por que caso não se lembre, foi exatamente assim que eu vim ao mundo... –bom, meus pais eram dois adolescentes retardados que gostavam de curtir a vida, e numa dessas, a minha mãe engravidou, mas eles se casaram, tanto é que hoje está tudo bem...

– Exatamente por isso ela tem que entender! Ela e seu pai também não tinham nada quando ela engravidou... E foi na noite seguinte depois deles se conhecerem...

– É... Olhando por um lado, ela sabe que eu tive algo com o Thomas e que nós nos conhecíamos a tempo... Mais Rê o que ela mais me aconselhava era a não fazer a mesma cagada que ela...

– Ai... Liga pra ela, conversa e acalma ela antes e depois você fala...

– Ai, ta. –peguei o telefone e disquei o numero da minha casa.

– Coloca no viva-voz. –estava chamando e aquele barulhinho estava me agoniando.

*Ligação On*

– Alô?! –ouvi a voz da minha mãe e aquilo me fez ter vontade de desligar o telefone.

– Mãe?

– Thay! Quanto tempo filha.

– Sim... Estava morrendo de saudades, ou melhor, estou.

– E como está a vida por aí? Ta indo direitinho pra faculdade? Tem se alimentado bem?

– Calma mãe! –disse e ri. –Uma pergunta por vez. A vida aqui tá legal, sou uma aluna exemplar, nem tenho faltas, e poxa, eu to no país do fast-food, qual a chance de me alimentar direitinho?! Brincadeira. To comendo muito bem.

– Espero que esteja mesmo... –ouvi a Bê perguntar se ela estava falando comigo no telefone.

– E a sua vida, como está?

– Bom, ta tudo certo, embora eu tenha vontade de largar tudo aqui e ir te visitar...

– MÃE, A THAY JÁ CONTOU QUE ELA TÁ GRAVIDA? –ouvi os gritos da Rebeca do outro lado da linha. Se eu estivesse lá, teria voado no pescoço dela. Mas a minha reação foi diferente. Olhei pra tela do computador e vi a Rê com uma super cara de espanto. A minha não deveria estar diferente.

– A THAY O QUE? –ouvi meu pai gritar. Adeus pra geral, foi muito bom conhecer vocês.

– Como assim GRAVIDA? –minha mãe perguntou. Não consegui responder. –Responde Thayane!

– Thay, responde ela... Vai ser pior se você não disser nada. –Rê disse me olhando. Neguei com a cabeça.

– THAYANE! ME RESPONDE! COMO ASSIM VOCÊ ESTA GRAVIDA? –queria tentar pedir pra ela ficar calma, mas não consegui nem isso.

– Tia! Fica calma... Não foi por que ela quis. Foi um acidente, assim como aconteceu com a senhora. –Rê disse tentando acalmar a minha mãe. Ouvi ela respirando fundo, e ela fez um barulho de quem estava chorando, o que me fez chorar.

– Thay... –ela disse dessa vez mais calma. –Quantas vezes te aconselhei, quantas vezes te disse que ter filhos nessa idade era a pior coisa que você podia fazer? E os seus estudos? E o seu sonho? Vai largar tudo agora pra poder cuidar do bebe? Quem é o pai? E ele já sabe?

– Eu sei! Foi um descuido, a pior merda que já fiz na minha vida. Mas eu to amando essa merdinha. –limpei algumas lagrimas que ainda insistiam em cair. –Bom, eu vou largar os estudos por um tempo... Assim que der eu volto a estudar. E o pai? –senti um aperto MUITO forte no peito e voltei a chorar. –Bom, eu sinceramente não sei se o pai dele ou dela, quer saber de mim ainda. –olhei pra Rê e vi ela saindo da frente do not. –Bom, o Thomas é o pai. Antes que me pergunte, não eu não o vejo desde que saí do Brasil, então eu já saí daí grávida, porém não sabia.

– Desculpa por ter sido tão dura com você. –minha mãe disse chorando. –Eu sei que o que você mais vai precisar agora é do nosso apoio, por que foi o que mais precisei há dezenove anos atrás e foi o que mais tive, então por que ser tão dura com você?! Não pretende contar pro Thomas?

– Até quero, mas pessoalmente.

– E de quantos meses está?

– Quatro. –disse e sorri. A Rê se sentou novamente na frente do not.

– Quatro? Uau. Ai que vontade de estar aí e mimar você e o meu neto um pouquinho. –ouvi um risinho saindo de seus lábios.

– E que vontade de estar aí com todos vocês de novo. –disse e sorri.

– Bom, já que não posso cuidar de vocês, se cuida, e cuida desse bebe. Se alimenta direitinho e tira uma foto da sua barriga, que deve estar linda, pra mim. –sorri ao ouvir aquilo.

– Claro! –disse sorrindo. -Tiro amanhã e mando pra Bê. Bom, mãe eu to indo dormir. Diz pro pai que eu mandei um beijo. Ah e avisa pra Bê que eu to morrendo de vontade de quebrar a cara dela.

– Aviso sim. –ela disse rindo. –Se cuida e cuida bem do neném. Ah, e eu te amo.

– Também te amo muito. –disse. –Tchau. –desliguei.

*Ligação Off*

– Eu disse que ela ia aceitar! –Rê disse sorrindo.

– Mas eu não imaginava que seria assim, né... –disse rindo.

– Foi melhor a Bê ter contado?

– Sim! Eu não tinha nem noção de como contar isso pra ela. –disse e ri.

– Ai, eu vou dormir amiga. Eu estudo de manhã, ao contrario da preguiçosa aí que estuda a tarde né... –ela disse rindo.

– Ai, cala a boca! –disse e ri.

– Amiga, seu carro faz muita falta, sério. –ela riu. –Enfim, beijos, te amo. Ah, e cuida bem do nosso neném. –ela sorriu.

– Pode deixar! Beijos e a gente também te ama. –disse e sorri.

[...]

Mais um mês longe de todos... Agora já é maio e a minha vontade de largar tudo aqui, ir atrás do cara que eu amo e voltar pra perto de quem me faz bem, só aumenta... Estou grávida de cinco meses, tenho ido ao hospital e tá tudo certinho com a minha linda (disse minha por que tenho quase certeza que será uma menina). Tá quase na hora de ir pra facul, almocei e como ainda tinha um tempinho, decidi postar uma foto. Postei no twitter e saí.

POV Thomas.

Hoje não tinha nada pra fazer, é Day-Off. Isso quer dizer que é dia de ir pra casa do Pe Lanzinha almoçar, passar um pedaço da tarde com ele e com a Re e depois só Deus sabe fazer o que. Levantei do sofá, coloquei uma roupa que desse pra sair, e ouvi meu celular apitar. Como já imaginava que devia ser o Pedro dizendo que eu tava atrasado pro almoço, coloquei o celular no bolso e fui.

[...]

– Velho tu enche o saco hein... –disse assim que o Pedro abriu a porta.

– Eu? Por que? –ele disse e riu.

– Oi Rê! –disse ao ver ela na cozinha.

– Oi Thomas. –ela respondeu.

– Por que eu encho o saco? –Pedro disse ainda rindo.

– Por que quando eu tava saindo de casa, ouvi o celular apitar, e no mínimo era você me mandando vir logo que a comida já tava pronta.

– Claro que não! –ele riu. –A comida nem ta pronta ainda... Com a Renata como cozinheira, deve ficar pronta lá pras 16h.

– Como não? –tirei o celular do bolso.

“@QueridaThay_ acabou de postar uma foto via instagram”

Fazia tempo que ela não postava foto... Cliquei no link da mensagem e vi uma foto dela de corpo inteiro.

– O país do fast-food fez mal pra tua amiga hein Rê... –disse ao ver a foto.

– Ahn? –ela disse rindo.

– A Thay ta mó gorda! –Rê começou a rir descontroladamente e pegou o celular da minha mão.

– Puts! –ela disse ainda rindo.

– Deixa eu ver? –Pedro pegou o celular da mão dela. Vi uma expressão meio diferente no rosto dele, que logo acompanhou a Rê nas risadas.

– Por que vocês tão rindo?

– Porra Thomas! –Pedro disse rindo. –Isso não é gordura.

– É MUITA ROUPA POR QUE LÁ TA FRIO! –Rê gritou cortando o Pedro.

– Ah sim. –disse e sorri.

[...]

Depois de horas aguentando a Renata e o Pedro, de segurar vela, e ver eles quase se comendo na minha frente, agora é minha hora de namorar! Caso não tenha contado, to namorando há mais ou menos três meses, o nome dela é Fernanda, as fãs já sabem. Algumas apoiam e outras não (na verdade a maioria não apoia), mas eu tenho que seguir a vida né... Ela não sai muito comigo, por que sempre que saio é com os meninos e geralmente a Rê, a Tha e a Bê estão junto e elas não gostam nem um pouco dela. Fui pra minha casa. Já havia mandado sms falando pra ela que era pra ir lá pra casa.

POV – Thay

Cheguei da faculdade, e como de costume, tomei banho, jantei e liguei o not. As apressadas, já estavam me esperando no skype. Liguei e pra minha surpresa, a Rê tava com o Pedro.

– Thaaaaaaaay! –ela disse.

– Pedro?! –acho que a minha cara de espanto por ver ele foi bem engraçada, por que ele riu.

– Não, a Xuxa! –ele disse rindo.

– Ah, claro... –ri.

– E ai Thay, o país do fast-food te fez mal hein... –ele e a Rê riram.

– Ahn? –Bê perguntou.

– É que a Thay postou uma foto, daí o Thomas viu e disse que o país do fast-food fez mal pra ela por que ela engordou. –Rê disse e nós rimos.

– Ah, claro... Engordei... –disse ainda rindo. –Realmente eu engordei bastante...

– E como hein... –ele disse rindo, e nós o acompanhamos. –Tá de quantos meses? –Pedro disse e no mesmo instante todas nós paramos a risada e ficamos com cara de espanto.

– Renata, sua puta! –disse e Pedro riu.

– Eu não fiz nada! –ela disse olhando para Pedro.

– Velho, ta muito na cara. Sua sorte é que o Thomas não é muito inteligente, então ele não se tocou que você tá grávida. –Pedro disse, agora mais sério. –Ah, e eu no seu lugar, apagava a foto antes que ele decida olhar mais detalhadamente.

– É Thay, você tá louca de postar uma foto de corpo inteiro? –Bê disse.

– Até a pessoa mais lesada do universo, perceberia que você ta grávida. Não que o Thomas não seja desse mundo, mas a burrice dele supera os limites... –Tha disse.

– Ai, vou apagar! –disse e peguei o celular. Apaguei a foto.

– Thay... Dá uma olhadinha no seu twitter. –Rê disse.

Abri uma nova aba e entrei no twitter.

“Pô, será que a @QueridaThay_ tá grávida mesmo? E se tiver, de quem é? K”

“E essa barriguinha aí? Tá grávida é @QueridaThay_?”

– Legal... –disse rindo.

– Por que não contou pro Thomas ainda? –Pedro perguntou.

– Por que não... Eu quero, sei lá... Voltar pro Brasil e contar pra ele, sabe? –Pedro olhou para baixo e coçou de leve a cabeça, o que me fez saber que ele estava escondendo algo. –O que foi?

– Ahn? –ele perguntou.

– Você tá me escondendo alguma coisa, que eu sei.

– Não, ninguém ta te escondendo nada! –Rê disse e eu pude ter certeza que estavam. –Pe, pega coca pra gente? To com sede...

– Renata! Conta mano... –disse.

– Mas não tem nada pra contar! Fica quietinha aí na sua. Obrigada. –ela disse e deu um sorriso irônico.

– Odeio vocês. Ai, to morrendo de sono... Eu acho que já posso ir dormir, então, tchau! –saí do skype. Como realmente estava com sono, fui deitar (embora a história de que eles estavam mentindo não me saia da cabeça).

Poderia dizer que tive uma noite maravilhosa, se não tivesse sido acordada pela escandalosa da campainha. Coloquei o camisão e olhei a hora no relógio, que marcava 00:53h. É bem estranho você morar sozinha num apartamento, a campainha tocar de madrugada e o porteiro não avisar ninguém... Mesmo assim, abri a porta.

– Ai Thay! –Brunna estava parada na porta da minha casa, de toalha e com o cabelo cheio de shampoo. A cena seria muito engraçada, se não estivesse morrendo de sono.

– Velho, que isso? –disse soltando um risinho.

– Queimei o chuveiro. –ela disse e fez uma cara engraçada. –Posso terminar meu banho aqui né? –ela disse já entrando na minha casa.

– Pode né... –disse e sorri.

– Obrigada. Ah, e a sua barriga está linda hoje! –ela disse e se fechou no banheiro.

Deve ter demorado uns quarenta minutos ali dentro, mas não cochilei, por que ela havia tirado meu sono...

– Ai Thay, obrigada! Você é um anjo! –ela disse rindo.

– Cara, quem lava a cabeça de madrugada?

– Não vou dormir... Tô indo pra night agora né... –ela disse e riu.

– Ah...

– Já disse que sua barriga tá linda? –assenti com a cabeça e ela sorriu. –Tô indo, tchau. –ela saiu e bateu a porta, a tranquei e voltei pra cama.

[...]

Semanas depois...

Sábado... Pessoas normais iriam sair, mas como eu to longe disso, passei o dia de pijama, jogada no sofá.

Tava pensando em dar uma volta no parque, mais o sedentarismo foi maior, então liguei a Tv na HBO, e fiquei vendo algum programa aleatório, confesso que tava quase dormindo, mais por algum motivo a campainha começou a tocar desesperadamente.

– CALMA BRUNNA, TO INDO... - disse me levantando e indo até a porta.

– SURPRESAAAAAA - foi o que eu ouvi assim que abri a porta e ver todos eles, sim, todos mesmo, até ele o dono de mim, do meu coração e o pai do meu filho.

– Irmãaa - Senti Rê me abraçar, estava meio atordoada, mais retribui o abraço com lágrimas nos olhos e muitas já rolando pelo meu rosto, que saudades desse abraço que me conforta. - que saudades.

– Ô MAL EDUCADA NÃO VAI FALAR NADA NÃO? -Ouvi Pedro dizer, e ri com isso.

– Gente.. - sorri, - eu... eu.. que saudades. -Sim eu estava sem palavras, dei espaço pra eles entrarem.

Conhecia todos, menos uma pessoa que por sinal não fui com a cara...

– Ahn... Oi Thomas. -disse indo o abraçar. Senti minhas mãos gelarem e meu coração quase voar.

– Oi Thay. -ele disse retribuindo o abraço, porém meio desconfortavel por ela estar nos olhando com uma cara não muito agradavel.

– E ela, quem é? -perguntei apontando para a menina que agora estava voando (ou quase isso) no Thomas.

– Ela é a Fernanda. -Pedro disse a olhando como se não gostasse dela.

– Tá, e o que ela ta fazendo aqui? -perguntei e acabei rindo, por que a pergunta não deveria ter saído assim.

– Ela é minha namorada. -Thomas disse. Acho que aquilo foi o fim pra mim. Senti meus olhos marejarem (só mais uma vez) e lagrimas escorrendo pelo meu rosto. Não deveria ser assim! Droga! Limpei as lagrimas disfarçadamente.

– Sua namorada... Ah, legal. AI PRECISO VOMITAR! -disse e saí correndo em direção ao quarto. Bati a porta e sentei na cama, pois a vontade não era de vomitar e sim de chorar.

Me deitei e afundei minha cabeça no travesseiro, e chorei, não por muito tempo, mais deu pra aliviar um pouco, repirei fundo e fui até o banheiro lavar meu rosto.

– amiga? - ouvi Rê entrar no quarto.

– ooi, to aqui no banheiro...

– Vomitar ou chorar? - ela disse e eu ri, ela me conhece melhor que ninguém.

– Chorar. Como ela conseguiu me trocar tão rápido? isso só torna tudo isso mais difícil, pra mim, e pra essa criança.

– Ih, amiga, calma, eu sei que ele ainda te ama. - ela disse sorrindo - Mais bora lá pra sala que ta todo mundo com saudades. - ela disse me esticando a mão.

– MEU DEUS, QUE ALIANÇA LINDAAAAA - Eu disse (gritei) e ela riu.

– Linda né? awn, a que ta no dedo do Pedro é mais linda ainda. - ela disse BEM animada. - VEM VER, ela disse me puxando pela mão.

Chegamos na sala, conversamos por um tempo, contei sobre a faculdade, e ninguém comentou nada sobre a gravidez.

– Tô com fome - Rê disse jogada no colo de Pedro.

– Cuidado hein, ou vai ficar gorda como a sua amiga aí. - Thomas disse o que nos fez cair na risada, nem eu me aguentei, e comecei a rir junto.

– EU NÃO TO GORDA THOMAS... - eu disse em meio as risadas.

– E ESSA SUA BARRIGA AÍ É O QUE? - a tal namoradinha dele perguntou

– SEU FILHO - Rê disse rindo.

– O MEU O QUE? - Thomas gritou e todos nós paramos de rir.