POV's Cupa

Ele... disse isso mesmo?

— Nosssa, issso tá parecendo aqueless filmess antigos! — Empurrei ele de leve e rindo.

Ele também estava rindo, mas... de um jeito meio sem graça. Eu me sentei no chão e o Zombie ao meu lado. Ficamos em silêncio um pouco, mas depois ele já veio fazer as palhaçadas dele. Resolvemos deitar no chão e observar as estrelas antes que amanhecesse...

(...)

Abri os olhos e me encontrei deitada em uma cama. Eu dormi? O pior é: O Zombie me carregou até aqui? Que vergonha! Será que ele dormiu comigo? Se for isso, eu mato aquele idiota!

Me sentei na cama e olhei ao redor. Estou no quarto dele, mas não tem ninguém aqui. Huhuhu... hora perfeita de fuçar as coisas! O quarto dele é até que grande e tem várias coisas, é bem melhor do que dormir no chão frio da caverna que a Ender e o Creeper estão.

Fui na escrivaninha, abri as gavetas, olhei em baixo da cama, abri algumas caixas que estavam no meio do quarto, abri o criado mudo, olhei em uma estante... mas nada de muito interesse meu... Agora só falta o armário. Abri-o e estava uma grande bagunça. Vi um retrato que tinha uma camisa em cima. Tirei a camisa e peguei o retrato... era uma foto minha e do Zombie de quando éramos mais novos... Pensando bem, nós nos conhecemos desde os sete ou oito anos. Nós eramos grandes amigos, até acontecer o quê está hoje em dia...

Escutei um barulho vindo de fora e guardei rápido o retrato do jeito que estava. Fechei o armário de saí do quarto.

Alarme falso, mas pelo menos ninguém descobriu que eu estava mexendo nas coisas dele. Fui para a sala sorrateiramente e me deparo com o Zombie dormindo no sofá... ele deu a cama dele para eu dormir?... É melhor não acordá-lo.

Senti um cheiro de café da manhã vindo da cozinha. Entrei para ver o que era. A mãe do Zombie estava preparando um café da manhã.

— Você quer um pedaço de pão, querida? — Falou ela calmamente. Provavelmente já sabia que eu estava aqui.

Assenti e peguei um pão. Comi puro mesmo, parece que não tinha nada para botar nele, mas esse foi o melhor pão que eu já comi. Não teria nenhum problema de ela ser minha sogra... Ahm... mas isso não quer dizer que eu queria me casar com o Zombie, eu só acho que gostaria de ter a mãe dele como sogra. Eu estava comendo meu segundo pão, quando duas pequenas mãos tapam meus olhos.

— Hum... acho que é a Zune. — Falei, mordendo mais um tasco do pão.

— Acertou! — Comemorou a Zune, tirando a mão dos meus olhos. Ela se sentou e pegou uma caneca, botou café e bebeu aquele negócio todo.

— Cupa, vem cá. — A pestinha me puxou e me largou quando chegamos na sala, aonde o Zombie ainda estava dormindo. Ela fez um sinal para fazer silêncio e foi para trás do sofá.

— Me ajuda aqui, quando eu contar até três a gente sobe o sofá. — Cochichou ela.

— Malvada. — Também cochichei.

Fui até lá, e então fizemos um pouco de força e levantamos um pouco o sofá, o suficiente para derrubar ele no chão, a Zune foi correndo até ele e se abaixou, deu um beijo na testa dele e falou:

— Bom dia! — Então saiu correndo. Essa menina não devia tomar café...

O Zombie se sentou e botou a mão na cabeça.

— Agh... essa peste...

— Você essstá bem? — Perguntei só por educação, porque por dentro eu estou rindo... Admito que foi engraçado.

— Estou melhor agora. — Ele deu um sorriso de canto.

Se ele acha que vai me impressionar com essas cantadas que todo mundo já usou, ele está totalmente enganado.

O Zombie se levantou e foi para a cozinha. Botei o sofá no lugar e antes de me sentar, o Zombie já apareceu.

— Eu vou ter que ir na taberna do meu pai, quer ir comigo? — Perguntou ele.

O Zombie me conhece a um tempão, ele devia saber que eu não gosto daquele lugar.

— Você ainda pergunta? — Arqueei uma sobrancelha.

— Ok, ok... — Ele falou por fim, saindo da casa. Depois de poucos segundos de silêncio, a mãe dele apareceu do nada.

— O que você acha desse vestido? — Ela me mostrou uma revista com uma foto de um vestido branco.

— Ahm... é bonito.

— Que ótimo! Assim já compro para quando for... — Antes de ela terminar a frase, eu saí correndo em disparada para fora.

Por que essa mulher fica planejando um casamento que NUNCA vai acontecer?

Comecei a correr, vi o Zombie andando e passei por ele. Provavelmente deve estar pensando que eu sou uma maluca. Parei quando meu fôlego acabou. Olhei para trás para ver o quanto eu corri. Eu estava bem longe. O Zombie ainda estava andando tranquilamente e de vez em quando, ele acenava para um mob que passava. Esperei ele vir, porque eu não conheço esse lugar.

— Resolveu vir comigo? — O Zombie perguntou rindo.

Eu balancei a cabeça em negativo e respondi:

— Não queria, mass prefiro ir com você do que ficar com a ssua mãe querendo me vessstir de noiva. — Falei, recuperando meu fôlego.

— Você iria ficar linda de noiva. — Falou ele, novamente rindo.

— Cale-ssse. — Fui andando na frente, quando Zombie me freia, dizendo que era o caminho errado. Percebi que eu estava voltando para a caverna. Realmente não era a direção da taberna. Quando chegamos em frente do bar, o Zombie abriu a porta e eu fiquei parada.

— Não vai entrar? — Ele perguntou, com uma mão na porta do estabelecimento. Eu só balancei a cabeça em negativo e continuei parada.

O Zombie entrou e eu fiquei esperando. Dei uma olhada para dentro e meu pai não estava lá. Ainda bem...

— Será que ela está com o Zazu? — Isso foi a voz... da Ender?

— Talvez... é melhor entrar para ver. — E agora a voz do Creeper.

Era só o quê me faltava. Agora tenho que fugir daqui. Saí correndo (de novo, oh my Notch!) o mais rápido que pude e me escondi em um canto... escutei passos rápidos de duas pessoas, mas não me atrevi a olhar. Suspirei de alívio, mas aí surgiu um outro passo, só que mais lento, acho que está andando. Encostei-me mais ainda na parede e prendi a respiração. Será que é a Ender? Ou o Zombie que voltou do bar do pai dele e foi me procurar? Ou será... o meu PAI? FERROU!

Fechei os olhos com força e esperei que algo acontecesse.

— Caham...

Abri os olhos lentamente e vi o Spider apoiando um braço na parede que eu estava. Eu sempre erro nas minhas deduções...

— Nós ficamos preocupados. — Continuou ele. O Spider estava preocupado comigo?

Aww, ok, eu perdoo ele por me trair com a Ender. Mas... eu não posso ser tão fácil assim. Eu virei de costas.

— Eu não quero ir.

— Por favor, Cupa. — Ele botou a mão no meu ombro. Heheh, está funcionando...

— Eu não acho que vocêss tenham sse preocupado comigo... — Ele me virou e olhou nos meus olhos.

— Quando as pessoas são amigas, elas ficam preocupadas quando uma some do nada. — Pessoas... a-amigas? Olhei para baixo.

— A-ah...

— Então... você vem? — Perguntou ele.

Eu ia falar um ''não'', mas quando eu subi a cabeça e vi que ele estava sorrindo meio bobo com uma mão na nuca, eu não consegui. Eu só olhei novamente para baixo e balancei a cabeça. O Spider segurou levemente o meu pulso e me guiou para um lugar. Olhei melhor e percebi que é perto de duas cachoeiras vultosas de lava que dessem até a ravina, aonde mora o Zombie. Dá para ver tudo daqui de cima!

O Spider parou de andar e largou o meu pulso, coçou a cabeça e falou sorrindo desajeitadamente:

— Nós marcamos de nos encontrar aqui, caso achasse você ou nos desencontrássemos, mas parece que ninguém chegou ainda...

— Ah, tudo bem.

Pelo menos agora tenho algum tempo sozinha com ele.

— ...

Sério? Agora não consigo pensar em nada para falar com ele. Tenho que pensar em... Já sei!

— Esssass cachoeirasss de lava ssão bonitass. — Comecei.

— Verdade. — Falou o Spider.

— Eu vou olhar maiss de perto. — Eu fui muito óbvia, mas tudo bem.

— Toma cuidado. — Andei até às cachoeiras, e observei ela por alguns segundos.

— Spider! Vem cá. Tem alguma coisa aqui. — Chamei ele. O Spider veio andando e parou do meu lado.

— O quê? Não estou vendo nada. — Me inclinei um pouco para frente.

— Alí.

Ele fitou por alguns segundos e concluiu:

— Não estou vendo nada.

Surgiu algumas vozes, que pareciam ser do Creeper e da Ender. O Spider ia se virar para voltar ao lugar que ele estava, mas eu me inclinei mais ainda. O Spider me puxou rápido e falou:

— E-Ei, Cupa, não se aproxime tanto para perto disso.

— D-Desculpe, eu não sei o quê me deu...

— Tudo bem...

Droga, não deu muito certo. Vou usar um plano B. Eu abracei ele rapidamente. O mesmo ficou sem reação por alguns estantes, mas logo botou a mão na minha cabeça.

Virei minha cabeça para o lado, aonde eu podia contemplar uma cena que eu adorei: A Ender olhando a gente com uma cara de tacho.