POV's Creeper

Estamos indo para nossa caverna depois de ter ido na casa do Zombie... Ou melhor, Zazu. A Ender está bem quieta.

Me lembro que a Cupa saiu da casa dele muito irritada, então fui tentar acalmá-la. Quando olhei para Ender... Ela estava com o Spider...

Chegamos em casa. Estou explodindo de sono. Percebi que a Ender está boiando.

— Ender? — Chamei sua atenção, puxando a manga de seu casaco.

— Hm? Que foi?

— Já chegamoss. — A respondi, entrando na caverna.

— Ah, sim... — Falou a Ender.

— Eu já vou indo. Até. — Se despediu o Spider, indo embora.

— Tchau! Já vou dormir, essstou com ssono. — Falei, por fim antes de ir me deitar no chão.

— Também esstou. Boa noite, gente... — A Cupa parecia estar com mais sono do que eu.

— Boa noite. — Antes de fechar os olhos, vi que Ender estava indo para fora...

— Bem que a gente poderia arrumar umass camass para não ter que dormir no chão, sabe End-chan... — Concordo com a Cupa. Dormir no chão é horrível.

Estou escutando alguém andando pelo chão... Mas acho que é só a Ender...

(...)

Acordei com os raios do sol nas minhas pálpebras e com alguém falando.

Sentei-me e esfreguei os olhos. Vejo que Ender está tentando acordar Cupa. Acho que ela não percebeu que eu acordei...

— Cupa! — Vou me aproximando...

— Hm... Só maiss 5 minutoss... — Falou a Cupa.

— Tuc! — Ender fez um barulho engraçado com a boca.

— Acorde, preguiçosa! Já é de... — Encostei nas costas de Ender. Ela gritou e se teleportou para trás.

— AH! O que houve? — A Cupa acordou com susto.

— C-Cree-Creeper, n-não me mate do coração assim... — Acabei assustando demais ela... Mas até que foi engraçado.

— Me desssculpe, Ender. Não ssabia que você iria sse asssustar tanto... — Falei tentando não rir. Ender se deitou e botou a mão sobre seu casaco.

— Ender! — Deitei ao seu lado.

— O que tem pro café da manhã?

— É, esstou com fome! — Falou a Cupa, se jogando em cima da Ender.

— Sserá que você pode fazer mais cookiess, End-chan? — Perguntou ela, mexendo no cabelo de Ender e botando em seu rosto para fazer um bigode.

— Ahn... — Ender passou a mão em seu rosto. — Vocês não querem comer uma maçã, não? — Perguntou.

— Ah, por favor. — Supliquei. Empurrei a Cupa para o lado e botei minhas mãos cada uma em um lado da cabeça Ender... Eu ia pedir novamente, mas acho que fiz bobagem.

— Huhuhu... — A Cupa deu um sorriso não muito inocente.

A Ender foi se levantar, mas bateu sua testa na minha. Quase que nós nos bei... Droga! Tenho que parar de pensar nessas coisas. Não quero acabar com nossa amizade por conta disso!

Me virei para que ela pudesse se levantar.

— Cupa, depois preciso falar com você... — Falou calmamente a Ender.

— Visssh, eu fiz algo errado...?

— Não é isso, é outra coisa...

— Que tal ssse a gente chamar o Ssspider? — Pediu alegremente a Cupa.

— Não! Q-Quer dizer... Ele deve estar ocupado, ou sei lá... Depois falamos com ele... — Agora Ender ficou meio nervosa... O que será que aconteceu?

— Tá... — Cupa ficou emburrada.

Pegamos os ingredientes e algumas cenouras. Voltamos para a caverna.

— Vou alimentar oss porcoss! — Falei. Ender me deu algumas cenouras e os porquinhos já vieram para cima de mim.

Quando terminei de alimentá-los, percebi que Spider tinha aparecido.

— Desculpe te interromper Cupa, é que hoje eu estou muito feliz.

— Não tem problema. — Respondeu Cupa. Por que será que ele está assim...?

— Posso saber porque está tão feliz? — Perguntou Cupa, curiosa.

— Eu não sei explicar direito, só estou me sentindo assim... Como se uma linda flor aparecesse em minha janela...

O que ele quis dizer ao falar isso? Olhei para Ender e ela está com as bochechas rosadas.

— O que essstá acontecendo? — Me intrometi. Isso está me cheirando mal... E não são os cookies que a Cupa fez.

— N-Nada!... Spider, me faz um favor? — Ender estava bem nervosa. Vou descobrir o que está acontecendo.

— Claro. — Respondeu o Spider.

Ender puxou ele para baixo da caverna...

— Cupa, o que acabou de acontecer aqui?

— Eu não ssei... — A Cupa respondeu cabisbaixa. Peguei um cookie e mordi ele.

Vamos ver... Ontem à noite, Ender tinha ido para fora quando eu fui dormir... E um tempo depois, escutei alguém andando... Pode ser que tenha sido o Spider! Droga... Eu podia ter o impedido... Mas o que será que aconteceu? Tenho que descobrir isso!

(...)

Se passou um longo tempo e eles ainda não voltaram... Não estou gostando nada disso! A Cupa já comeu quase metade dos biscoitos e agora está andando de um lado para o outro.

— Cade elesss? — Perguntou a Cupa, comendo mais um biscoito.

— Calma, eles já devem estar chegando... — Falei, com um pouco de esperança.

Passou alguns minutos e realmente a Ender apareceu.

— Aonde essstá o Sspider? — Perguntou a Cupa.

— Ele teve que ficar lá em baixo. A mãe dele pediu e...

— Você já conheceu oss paisss dele? Ender! Você tem alguma coisa com o Spider? — Falou a Cupa irritada. Eu não entendi o que tem a ver conhecer os pais com ela ter ''algo'' com o Spider.

— N-Não! Por que pensa isso?

— Porque eu tenho quase certeza dissso. — Cupa saiu da caverna com raiva. Ender foi atrás dela... Será que isso é verdade? Segui as duas para poder descobrir.

— Cupa! — Gritou a Ender. Não funcionou muito... Ela começou a correr e sumiu pela floresta.

Eu fui impedir a Ender, mas ela se teleportou e eu cai no chão...

— Ai...

Escutei barulhos pela floresta... Acho que são... humanos! Justo no dia que eu estou aqui fora ''sozinho'' eles resolvem aparecer.

Tentei me levantar, mas minha perna doeu. Acho que machuquei o tornozelo.

Ender veio até mim. Isso é um alívio, pois os barulhos de pisadas na grama só aumentavam.

— M-Me desculpe Creeper! Eu não vou te deixar sozinho na floresta. — Ela me ajudou a levantar. Apontei para o lado que tinha algo vindo em nossa direção... Era um humano.

— Sorte grande! Eu estava precisando mesmo de uma pérola de Ender! — Falou o humano... Ender se virou e tirou sua espada do casaco.

— MAS O QU...

— Sorte grande! — Ela o interrompeu. — Eu estava precisando mesmo de uma cabeça de humano. — Disse Ender, interrompendo o humano e lançando um sorriso assustador.

Ele foi correr, mas ela se teleportou para frente dele e cortou sua cabeça... Tapei meus olhos, não quero nem ver isso. Abri os olhos quando algo me encostou, que era a Ender, segurando duas mochilas.

— Eram dois humanos.

Sorriu Ender, com alguns pingos de sangue no rosto e na roupa. Tem vezes que ela me dá medo... Como ela conseguiu se assustar com aquilo de manhã, se ela mata humanos com tanta tranquilidade?

— É melhor voltarmos... A Cupa não quer falar comigo... então é melhor não forçar isso.

— Está bem...

Era mais uma vez só eu e a Ender... Voltamos para a caverna. Me sentei ao lado dela. Peguei uma das mochilas do humano e comecei a vasculhar.

— O que tem aí? — Perguntou a Ender.

— Alguns minérios e comida... E o que tem nesse? — Perguntei, vendo que a Ender estava mexendo na outra mochila.

— Algumas flechas e... Olha! Uma poção. — Ender falou calmamente.

— Que legal essa coisa... O que faz? — Peguei a poção e fiquei olhando para ela. Voltei meus olhos para Ender, ela estava quase fechando os olhos...

— Ah... Não sei, tem que testar.

Botei o bico do frasco na bochecha do lado contrário da Ender e fingi estar bebendo.

— Glub, glub, glub. — Ender riu.

— Que poderes mágicos você conseguiu?

— Nhum... — Fingi estar saboreando a poção.

— Tenho sssuper força! — Deixei a poção no chão e fiz uma pose mostrando meus braços. Ender riu novamente.

— Nya, que fofinho.

Ela... Ela me chamou de fofo? Meu rosto estava esquentando do jeito que ela estava sorrindo... É um sorriso não tão grande, mas doce... E ela estava com os olhos quase se fechando por causa do sono...

— Eu não ssou fofo, eu sssou bravo! Rawr! — Empurrei-a levemente no chão e segurei seus braços.

Fui chegando cada vez mais perto, quando percebo o que estou fazendo. Eu... Eu não vou fazer isso. Parei de chegar perto e recuei. Ender está de olhos fechados... Acho que o sono consumiu ela... Ou será que ela estava esperando algo... Não, claro que não, ela está com sono só isso, seu besta! Mas só para confirmar... Toquei em sua bochecha. Ela abriu seus olhos lentamente.

— Essstá com ssono? — Perguntei. Ela se sentou e respondeu:

— Um pouco...

— Pode dormir, não tem problema...

— Tudo bem, eu aguento!

Cinco minutos se passaram e ela já está dormindo. O engraçado é que a Ender fica caindo para o lado, mas é porque a mesma dormiu sentada... A Ender está caindo para a esquerda... E eu estou na direita... É melhor ir me sentar na esquerda... Só para ela não cair no chão. Mas e se ela acordar e ficar brava comigo? Hum... Vou sentar no lado esquerdo só para não cair no chão. Nenhum de nós dois queremos isso... não é?

Me sentei do lado esquerdo com o máximo de delicadeza para não fazer barulho.

Ela caiu sobre mim... Pensei que ela iria ser mais pesada. Seu cabelo está caindo no meu rosto. Peguei algumas mechas de seu cabelo e botei atrás da orelha... Seu rosto está bem próximo do meu...

Tenho que me aguentar... Mudei minha visão para frente, mas... Estou sentindo sua respiração bater no meu pescoço...

Droga! Não consigo me controlar mais.