love.

Chapter 11: I'm Gonna Be Alright


♫ Though it brings tears to my eyes

I can feel it

And that voice inside says

I'm gonna be alright

Já apaixonou alguma vez? É horrível, não é? Faz você ficar vulnerável. Faz seu peito e seu coração abrir pra que aquela pessoa possa entrar, só para poderem bagunçar tudo lá dentro. Somos capazes de construir todas essas defesas, conjuntos de armaduras para que nada consiga nos machucar... Mas aí chega um idiota... Nem um pouco diferente de qualquer outro idiota por ai, vaga em nossa vida medíocre. Eles fazem algo bobo um dia, como te beijar, ou sorrir pra você, ai a vida já não é mais sua. Damos um pedaço de nós mesmos... Um pedaço que eles não pediram.

O amor faz de nós reféns. Entra em você. Te destrói por dentro, e te deixa sozinho na escuridão depois daquela frase "talvez devemos ser apenas amigos". Uma simples frase que se transforma em uma lasca de vidro e entra no seu coração. Doí. Não só na imaginação. Não só na mente. Doí na alma. Eu odeio o amor. E eu mesma me machuquei por escolher amar. Mas apesar de tudo... Eu sei que eu vou sobreviver. Sei que vou ficar bem.

— Mônica. Mar25

[...♥...]

~ 3 meses atrás ~

Férias. Não tem coisa melhor do que elas. Principalmente para os que passaram sem fazer recuperação e finalmente entraram agora para o terceirão – nome que eles davam pra quem estivesse no ultimo ano do ensino médio. A turma toda resolveu comemorar indo para a praia um dia depois. Mônica estava saltitando de felicidade pois faria seis meses de namoro com Cebola no dia seguinte e quis festejar no maior estilo. Aproveitaria que seus pais iriam viajar e o convidaria para comer em sua casa... Ela sabia o que poderia acontecer depois disso, mas não estava com medo. Cebola era paciente com a namorada, e disse que esperaria o tempo que fosse preciso para quando ela decidisse dar o próximo passo na relação dos dois. Era isso que ela queria fazer e contou para sua amiga, Magali que após alguns gritinhos agudos, duzentos abraços e de repetir “ai que lindo” diversas vezes, a morena deu total apoio, dizendo que lhe ajudaria a preparar tudo que fosse preciso, com a ajuda de Marina. Mônica não quis que mais ninguém ficasse sabendo daquela decisão que tinha tomado, afinal era muito intima e tinha medo que Cebola descobrisse antes da hora.

— Denise! Quer prestar atenção no jogo?! – gritou Aninha do outro lado.

— Hã? Ah... Desculpa gatz, tava distraída... – respondeu envergonhada.

— Perdeu o que ali, Denise? – Cascuda cruzou os braços sorrindo para a amiga.

— Perdi nada, ué.. Tô olhando o mar, não posso olhar o mar, agora?

— Ahã.. O mar... Sei – A ruiva não tinha parado de olhar em direção a onde Cascão e Cebola estavam conversando dês de que começaram a jogar vôlei. Na verdade, não parava de encara-los dês de que chegaram na praia e Maria Cascuda percebeu isso logo de cara.

— Podemos continuar jogando, please?

— Se você deixasse – respondeu a loira.

Denise revirou os olhos e tentou focar na bola. Elas já estavam jogando a pelo menos uns dez minutos, e sempre precisavam parar pois a ruiva não estava conseguindo se concentrar, fazendo seu time perder três vezes. Magali e Marina comemoravam se abraçando, pois eram elas que estavam levando a sorte.

Dando inicio a mais uma nova partida, Denise resolveu levar a sério. Magali rebate a bola com toda força, e a ruiva corre para pegar, mesmo que estivesse indo em uma direção totalmente oposta da onde ela estava. Sem sucesso, a garota não só perde a bola, mas também tropeça e cai sobre algum peito masculino que havia ali perto.

— Opa...

Era Cebola. Sem reação, o garoto olhava para aquela ruiva de maria chiquinhas com uma expressão confusa no olhar como se estivesse se perguntando; ‘como eu estava em pé agorinha, e do nada estou no chão?’. Denise percebendo o que aconteceu, ao invés de se levantar rapidamente de cima do careca, continuou na mesma posição, abrindo um sorriso. Ele não estava entendendo nada, principalmente o porque dela continuar ali sobre ele. Toda a turma olhava aquela cena sem mover um músculo, até Cascão que estava ao seu lado, parecia surpreso. Por sorte o sujinho tinha um bom reflexo, e quando sentiu que algo iria joga-lo contra a água – já que eles estavam perto do mar – se afastou rapidamente, deixando o pobre do amigo levar a pior.

Cebola podia sentir os seios de Denise sobre o seu peito, e aquilo acabou gerando uma onda estranha de calor, por mais que já estivesse sentindo antes disso. Mal conseguia respirar direito, eles estavam muito próximos, e era primeira vez que isso acontecia. A única garota que ficou a tão poucos centímetros do seu rosto, foi Mônica. E a mesma não tinha presenciado aquela cena... Até então...

A dentuçinha que tinha se ausentado por alguns minutos para comprar uma água de cocô, não fazia ideia do que estava acontecendo, quando voltou e viu todos parados como estatua, só olhando para uma mesma direção. Curiosa como sempre, ficou logo interessada para ver do que se tratava. Se aproximou de Magali e tocou no seu ombro que queimando devido ao sol.

— Magá, o que tá acontecen... – seus olhos logo encontraram o motivo da imobilidade dos amigos. Cebola estava deitado na areia, e em cima dele estava Denise, sorrindo.

A raiva que sentia pelo carequinha na infância, não foi tão forte como a raiva que sentiu naquele momento. A primeira coisa que pensou em fazer era, ir até lá e socar os dois até a morte, mas não foi isso que fez. Ao contrário, foi até lá sim, em passos furiosos, jogando até o seu cocô no chão, e começou a fazer o maior barraco.

Cebola recuperou a sua consciência e empurrou Denise com tudo. Tentava se explicar, mas ela o interrompia todas as vezes. Olhava para a amiga com fúria no olhar, mas a garota apenas continuava com uma expressão tranquila, enquanto tirava a areia do seu corpo. Aquilo deixava Mônica ainda mais fula da vida, que sem conseguir ouvir mais explicações, saiu correndo. As meninas foram atrás dela, inclusive o careca.

Depois desse dia, Mônica terminou com Cebola, e sua amizade com Denise esfriou. Consequentemente, esfriou com a maioria das garotas, quem continuou do seu lado foi Cascuda e Carmem, que por acaso só andam juntas. Mônica chorando no colo de Magali prometeu para si mesma que nunca iria perdoar Cebola pelo que fez. Mesmo a comilona achando um exagero, a garota decidiu que iria viajar com os pais para o Rio de Janeiro e passar o resto das suas férias lá. Cebola ficou decepcionado, então resolveu viajar com os pais também. Só longe poderia tentar tirar Mônica da cabeça, e quem sabe até... Dos seios de Denise....

[...♥...]

~ Aniversário de Mônica / 20:07 ~

— Eu não acredito que ele fez isso comigo! – disse a dentuça entre as mil lágrimas que não paravam de cair, deixando sua maquiagem toda borrada. Ela havia entrado em um banheiro, e chorava sentada em uma privada. – Justo no meu aniversário, Magali!

— Deve ter alguma explicação, amiga... – a comilona a consolava, limpando o seu rosto com papel higiênico.

— Explicação?! Como você pode explicar a safadeza que eu vi?! – aumentou o volume da voz. – O Cebolinha não presta!— disse jogando sua orelha de Minnie com toda força contra parede.

— Calma Mônica! Ok, o Cebola pisou feio na bola dessa vez, mas você vai deixar ele estragar o resto do seu aniversário por causa disso?

— Eu não quero mais voltar nessa festa, Magali...

— Amiga – a morena se aproximou da garota e a abraçou, massageando suas costas. – Eu sei que tá doendo... Eu já passei por isso, lembra? Mas você não pode ficar trancada aqui pra sempre... Seus convidados estão ai, daqui a pouco é hora de cortar o bolo. Você precisa estar mais linda do que nunca...

— Eu não vou conseguir voltar lá e fingir que nada aconteceu...

— Prefere então que o Cebola saiba que você está aqui chorando por ele, ao invés de estar curtindo a sua festa? Eu sei que ele fez isso pra te atingir, Mônica – disse apertando suas duas mãos. – Então o mais sensato agora é voltar e mostrar que você é muito mais forte do que ele pensa.

— Por que... – balançou a cabeça. – Por que ele fez isso, Magá...? – voltou a chorar.

Magali não respondeu. Suspirou e abraçou a amiga novamente. Mônica não tinha ideia da raiva que a comilona estava sentindo de Cebola por estar fazendo a sua melhor amiga chorar daquele jeito. Sua vontade era de ir lá e lhe dar um monte de bofetadas, mas não iria fazer isso. Seu foco agora era acalmar Mônica e fazer com que ela saísse daquele banheiro, onde estava por mais de vinte minutos. Os convidados que não sabiam da relação entre ela e o Cebola, começaram a estranhar o seu desaparecimento. Já os que sabiam, ficaram perplexos com a atitude do careca, mas resolveram não comentar nada. Mas os seus amigos sim...

Quando Cebola viu que nem Lucas e nem Mônica estavam no local anterior, soltou Denise e sorriu amarelo. Ele já havia ficado com duas ou três garotas nas suas férias, mas mesmo assim ficar com Denise, uma das amigas de Mônica, foi extremamente esquisito, apesar de ter gostado do beijo.

— Foi mal, Denise...

— Foi mal por que? Eu que te beijei darling... – disse passando a mão nos cabelos do garoto. – E parece que nosso plano deu certo... A Mônica até sumiu.

— É, mas... Eu não sei se fiz bem em... Digo.... Eu acho que não precisava disso. Agora ela deve estar me odiando, com toda certeza.

— Ué, e dai? Ela mentiu pra você, não mentiu? Você só deu o troco... – sorriu.

— Eu sei, mas... Ainda sim... Eu não devia ter feito isso.

— Não gostou do beijo? – perguntou fazendo biquinho.

— Claro! Q-quer dizer... Sim gostei, m-mas eu... Eu...

Denise estava até achando engraçado aquele nervosismo do careca, ao mesmo tempo fofo. Tão fofo que cogitou em lhe roubar outro beijo, mas foi surpreendida por Cascão que puxou o seu braço com força.

— Dá licença aqui, tá Denise? – sem esperar por respostas, o sujinho arrastou o amigo para um canto da parede, visivelmente irritado com ele.

— Hey, qual foi Cascão? – disse se soltando.

— Tá maluco careca? Eu achei que eu fosse o mais sem noção da turma, mas você realmente se superou.

— Tá falando do meu beijo com a Denise?

— É claro!

— Você viu? – arqueou uma sobrancelha.

— Todo mundo viu, seu boboca! Inclusive a própria Mônica!

— E como ela reagiu?

— Que?! Então foi proposital?

— Foi... – baixou o olhar. – Eu.... Eu não queria ter feito isso mas....

Mas fez!— Magali apareceu atrás do garoto, com as duas mãos na cintura encarando Cebola com um olhar sinistro. Ao lado dela estava Do Contra que também não parecia feliz.

— Ah... Vocês também viram pelo visto... – revirou os olhos.

— Vimos sim! Cebola... Como você teve coragem de fazer isso com a Mônica, cara? Com a Denise ainda por cima? E logo no aniversário dela, você ficou maluco?

— Ai gente, não é pra tanto... Eu estava com raiva dela, só isso. E eu não beijei a Denise, ela me beijou primeiro.

— E você é um fracote que não pôde se defender das garras dela.

— Não se mete, DC! – disse o careca. – Realmente eu não sei pra que tanto alvoroço. Eu e a Mônica não estamos namorando.

— Mas estavam prestes a voltar, ou eu tô errado? – perguntou o sujinho.

— Cala boca, Cascão!

— Então você ia mesmo pedir a Mônica pra voltar? – perguntou Magali, confusa. – Por que então você...?

— Olha, ta bom. Chega! Eu ia sim pedir a Mônica em namoro de novo, hoje inclusive. Mas ai eu soube que ela ficou com aquele cara... O Lucas, e sei lá... Eu não sei porque, mas eu senti vontade de me vingar, falou? Agora me deixem em paz.

— O Lucas? – Magali franziu o cenho. – Essa cena ridícula com a Denise foi por causa do Lucas, Cebola?! – perguntou perplexa.

— Claro! O que você queria que eu fizesse, Magali? A Mônica nunca ficou com ninguém além de mim, quando eu soube disso fiquei com raiva, porque agora eu entendo o motivo de tanta felicidade quando ele aparece aqui!

Magali soltou um ar pela boca e negou com a cabeça. – Você é um babaca, Cebola... O Lucas e a Mônica são só amigos.

— Ahã... Muy amigos.

— São amigos sim! Olha... Eu nem sei porque vou te dizer isso mas... O Lucas tem namorado – não só Cebola olhou pra ela com cara de espanto, mas Cascão e Do Contra também. É, era realmente uma grande revelação para eles, afinal... Ele não parecia nem um pouco que gostava de outra fruta.

— Como é?!

— É isso mesmo... Mas você estragou tudo como sempre. Parabéns, Cebolinha... Espero que esteja contente.

Magali se retirou dali, bastante magoada com seu amigo. Do Contra lhe acompanhou, também sentindo muita raiva do careca. O único que permaneceu foi Cascão. Seu choque já havia passado, e agora ele só olhava para Cebola com um olhar de reprovação.

— É... Dessa vez não foi eu que estraguei seus planos...

— Cala boca... – disse se encostando na parede, extremamente arrependido pelo que fez.

[...♥...]

Antes de voltar ao banheiro, onde tinha deixado Mônica acompanhada de Lucas, Marina e Aninha, a comilona foi até o carro de Seu Sousa, no qual tinha deixado algumas maquiagens para emergências como aquelas. Voltou e viu que dentuçinha já estava com seu choro controlado. As piadas de Lucas havia lhe tranquilizado um pouco, agora o próximo passo era consertar todo aquele rímel que tinha derretido no seu rosto. Não foi muito difícil, e em poucos minutos Mônica estava linda outra vez.

Ela soltou um longo e pesado suspiro antes de sair do banheiro, pois teria que encarar todas aquelas pessoas que – se presenciaram o beijo entre seu ex e sua amiga, obviamente saberiam que ela estava mal. A hora de cantar os parabéns acabou atraindo todos os olhares para ela, que caminhava de mãos dadas com Magali e Marina, indo até a mesa de seu lindo bolo de três andares. Sousa e Luíza tomaram posição para tirar as cem mil fotos que planejavam, enquanto seus amigos sorriam para ela.

Após cantarem os parabéns, Mônica avistou Cebola de longe. Ele estava bastante afastado daquela multidão de gente, mas ainda sim ela o viu. Ao perceber que ela olhou pra ele, abriu um pequeno sorriso, mas a mesma não retribuiu e fechou os olhos para fazer o seu pedido. Respirou fundo e soprou as velinhas. O seu desejo seria guardado as sete chaves, e ninguém jamais iria descobrir o que ela tinha pedido, nem sua melhor amiga.

Cebola ficou sem ânimo para continuar na festa, decidindo ir pra casa. Sabia que não era mais bem vindo ali. A dentuça o viu ir embora durante um flash da câmera, e sentiu um pontada no peito por vê-lo indo do seu aniversário daquele jeito, mas sua raiva e decepção eram maiores que qualquer outro sentimento que poderia estar sentindo no momento. Depois de fazer caras e bocas para uma sessão de fotos com os pais e amigos, se jogou no sofá marrom que havia no canto e suspirou, fechando os olhos.

— E ai minha ratinha favorita... – disse um moreno sentando ao seu lado.

— Oi... – abriu os olhos e sorriu de leve, mas não se mexeu.

— Por que tá aqui sentada? Não tá gostando da sua festa?

— Já tive melhores – riu sem humor.

— Sinto muito pelo que aconteceu... Pode apostar que estou mais chocado que você.

— Não DC... Com certeza não está. Mas se quer saber a real... Eu já esperava.

— Esperava? – perguntou surpreso.

— O Cebola já não é mais o garoto com quem eu comecei a namorar. Os interesses mudou, a rotina mudou... Até quem sabe... Os sentimentos também...

— Você acha que ele não te ama mais, é isso?

— Não sei – deu de ombros. – Mas o meus não mudaram, disso eu tenho certeza.

— Olha... Eu não sou a pessoa mais indicada pra dar conselhos sobre esse assunto – riu – mas eu sei que ele gosta de você, mesmo vacilando.

— Só que eu estou cansada desses vacilos, Do Contra... – suspirou. – Você sabe o quanto custou pra o Cebola finalmente querer ficar comigo... Primeiro aquela ideia maluca que ele tinha na cabeça de me derrotar, depois os rolos com a Irene e outras garotas por ai, agora isso... Eu realmente cansei.

— Quer dizer que vai desistir dele?

— Eu já devia ter feito isso à muito tempo.

— Mas você ainda gosta dele, Mônica... – disse com uma voz suave.

— Gosto. Mas nada dura pra sempre... E você sabe.

— Sei? – franziu a testa.

— Ué... Vai dizer que você ainda é apaixonado por mim dês daquela época? – sorriu.

— Ah... Ahm... – coçou a nuca. – Não... Quer dizer... Eu gosto de você mas...

— Como amigos. É, eu sei... – apertou uma das suas mãos. – E me arrependo.

— De que?

— De quando você se declarou pra mim e eu rejeitei seus sentimentos. Acho que se tivesse dito sim... Minha vida teria sido muito diferente.

— E isso é bom ou ruim? – sorriu.

— Bom.

Do Contra riu baixo e fitou o chão. Mônica estava muito triste ainda, mas por alguma razão, ao lado daquele garoto ela se sentia bem. Um sentimento bom que não conseguia explicar, e o mesmo se passava com ele. Apesar de ter sido rejeitado e superado, o moreno ainda gostava dela, não como antes, mas ainda nutria algo especial. Algo que provavelmente nunca iria embora.

— Desculpa DC... – ele a encarou com uma expressão confusa e ela continuou. – Desculpa por não ter te escolhido... – baixou o olhar sentindo novamente as lágrimas escorrerem.

— Mônica... – ele se aproximou e a abraçou de lado, deixando que ela deitasse em seu peito. – Não precisa chorar por causa disso... Eu tô aqui, não tô?

— Sim, mas... – enxugou o nariz. – Eu com certeza teria sido muito mais feliz se tivesse ficado com você... Mas estava muito cega pra ver isso.

— Você estava apaixonada, Mônica. Se você tivesse me escolhido gostando dele, não ia ser feliz comigo.

— Eu sei que você ia me fazer esquecer o Cebola, DC... Eu fui burra de ter levado adiante... Me desculpa.

— Não precisa se culpar por uma coisa que aconteceu três anos atrás. Eu ainda continuei gostando de você mesmo quando escolheu o Cebola...

— Sério...?

— Sério – deu de ombros. – Eu não fiquei decepcionado com você nem nada do tipo, porque eu já esperava por uma resposta tipo aquela que você me deu... Eu só quis arriscar. Você sabe como eu gosto de contrariar também – riu.

— É... Eu sei... – Mônica voltou a deitar no peito do moreno limpando as lágrimas, e ele acariciou as suas costas.

— Vai ficar tudo bem, Mô...

Magali os observava de longe, encostada em uma parede com um copo na mão. Ela viu quando Mônica se sentou no sofá, e estava prestes a ir até lá, quando Do Contra apareceu primeiro. Mudou rapidamente de ideia quando viu que ele estava conseguindo faze-la sorrir. Um sorriso que com certeza demoraria pra ver de novo nos próximos dias.

[...♥...]

Não só Do Contra tentou reanima-la, como Magali e também o resto da turma. Cascuda aconselhou Denise a ir embora, que apesar dos protestos, resolveu ceder e abandonar a festa da dentuçinha. Cebola já tinha ido embora mesmo, então nada mais ali lhe interessava. Mônica foi levada para a pista de dança, e suas amigas fizeram questão que ela dançasse todas as faixas escolhidas por Marina naquela noite. Luíza e Sousa já estavam cansados e foram dormir. Magali garantiu a eles que levaria Mônica em casa assim que terminassem de tocar as ultimas duas músicas.

Do Contra mesmo bastante exausto, não quis ir embora até que Mônica fosse para casa e comentou isso com Magali, enquanto ela estourava algumas bolas com uma agulha para facilitar a limpeza do espaço no dia seguinte. A morena até estranhou um pouco toda aquela preocupação.

— Sério, DC... Vai pra casa. A gente cuida da Mônica.

— Tem certeza? Ela ainda me parece mal...

— É claro que ela está mal. E vai ficar mal pelas próximas horas, mas nós sabemos distrai-la, então vai pra casa. Temos aula amanhã.

— Tudo bem, mas qualquer coisa que precisar, me liga.

— Claro... – sorriu de lado. Ele então depositou um beijo na bochecha da garota, e antes de ir embora, acenou para o pessoal que ainda estava no local.

Magali analisou o moreno caminhar até a saída, e franziu as sobrancelhas. Tinha algo de errado com ela. Podia pressentir. Toda vez que Do Contra e Mônica se aproximavam de tal forma, sentia algo estranhamente estranho dentro do peito. Como se fosse um incômodo, um sentimento ruim. Balançou a cabeça para espantar qualquer tipo de emoção negativa que pudesse estar se transformando dentro dela, naquele momento. Ora, a relação daqueles dois nunca havia lhe perturbado antes, por que agora sim?

Olhou em volta e viu que o espaço estava praticamente vazio. As únicas pessoas que ainda se encontrava lá eram, Mônica, Marina, Aninha, Cascuda, Franja e... Cascão. Magali achou que o sujinho foi embora logo depois de Mônica cortar o bolo juntamente com Cebola, mas ele ainda estava lá... Parado em um canto com um copo na mão. Aproveitou a presença dele e caminhou até o amigo para pedir ajuda com as bolas.

— Cas, faz um favor pra mim? – perguntou se aproximando dele. – Me ajuda a terminar de estourar essas bolas? – estendeu algumas delas para o garoto que olhou confuso para a comilona. Seus olhos estavam vermelhos, e ele sorria estranho. – Cascão?

Magali notou que havia algo de errado. Ele não queria responder, muito menos olhar diretamente nos olhos dela. Era como se estivesse escondendo algo.

— Helloooo – passou a mão em frente ao seu rosto, mas ele continuava sorrindo, e balançando a cabeça devagar como se estivesse tonto. – Cascão, você tá me ouvindo?

— Ahm... S-sim... Você.... Quer... Minha ajuda? – com aquelas palavras Magali começou a entender na hora qual era o problema.

— Cascão... Você está bêbado?! – perguntou assustada, soltando as bolas no chão. – Cascão, a Cascuda está aqui! Ela não pode te ver assim! Você ficou louco? – disse arrancando de suas mãos rapidamente o copo de algum álcool, que ela não identificou qual. – Vem no banheiro comigo! Talvez a gente consiga disfarçar esse cheiro.

— Humm... No banheiro? – sorriu malicioso.

— Idiota – disse rindo. Magali puxou o amigo pelo braço para pelo menos lavar o seu rosto, mas infelizmente Cascuda apareceu no caminho. Cascão mesmo completamente tonto tentou se recompor quando viu a namorada, pois até bêbado ele sabia do que Maria era capaz de fazer se o visse naquele estado.

— Algum problema? – perguntou olhando para a mão de Magali que segurava o pulso do sujinho. A comilona largou imediatamente e sorriu amarelo.

— N-não... Nada... Só estava... – tossiu – Procurando por você mesmo.

— Bom, já achou – sorriu. – Cas, já é meia noite e eu tô querendo ir embora. Vamos?

— Er... – Cascão tentava a todo custo se equilibrar e parecer normal, mas estava difícil, pois tinha tomado algumas doses de álcool à mais do que ele estava acostumado, e tudo à sua volta rodava. — S-sim. Vamos...

— Cascuda – disse Magali impedindo Cascão de dar o primeiro passo. – Por que você não leva a Mônica pra casa junto com as meninas. Eu ainda preciso arrumar algumas coisas antes de ir... Queria muito que o Cas ficasse pra me ajudar, você se importa?

— Ahm... Por mim tudo bem... Só não demorem muito tá?

— Não vamos, pode deixar – sorriu.

— Bom, então tchau amor... – Cascuda já ia se aproximar para dar um selinho no garoto, mas Magali felizmente entrou na frente a apontou para Mônica. – Olha, elas já estão indo!

— Ei, esperem meninas! – a loira gritou e saiu em direção as amigas. Magali fechou os olhos e suspirou aliviada.

— Nossa... Te devo essa... Alice – apertou seu queixo.

— Larga de palhaçada, Cascão! Por pouco ela não percebe que você estava bebâdo... Você tem que parar com isso!

— Eu sei, eu sei... Me leva pra casa vai... Porque eu acho que a qualquer momento, eu posso vomitar – Magali negou com a cabeça e colocou o braço dele em torno do seu ombro. Aproveitou que as meninas tinham saído e levou o sujinho pra casa. Aquela noite tinha sido longa, e a única coisa que precisava era dormir.

[...♥...]

Mônica chegou em casa acompanhada das amigas, e subiu ligeiramente até seu quarto. Seus pais já estavam dormindo e tudo que ela mais queria naquele momento era poder fazer o mesmo. Mas infelizmente não conseguiu. As lágrimas retornaram e ela voltou a revivenciar aquela cena onde Cebola beijava Denise. Dando um daqueles beijos que achava que só pertencia a ela e ninguém mais. Chorou, chorou, chorou muito... E prometeu a si mesma que desta vez, ela com certeza não o perdoaria, e que de agora em diante focaria apenas em tentar esquece-lo para sempre.