Jack Frost

Não deveríamos ter entrado na cidade, foi má ideia, mas precisávamos de suprimentos, mas especificamente o Zezé precisava. Poderíamos ficar mais uns dois dias numa boa, mas o bebê não.

É claro que conseguimos entrar num centro comercial. Só não contávamos com o susto que a Lola ia levar com dois mortos quando virávamos uma esquina, e que ela dispararia a arma, e que então isso despertaria alguns mortos para gente.

Então agora estamos em um beco que não tem saída com apenas um portão grande de grade nos separando dos mortos.

— Eu sinto muito ter feito isso acontecer – Lola disse enquanto Zezé chorava no colo da Vih, e ela chorava um pouco.

— Fica tranquila – EU disse – Você só se assustou. – Fui até a Vih e coloquei as mãos sobre as costas dela. – Shiiu – Ela chorou um pouco e eu abracei ela e Zezé, beijei sua testa. - Acho ele parecido com seu pai, de quando ele faz careta de bravo

- As ruguinhas são do meu pai. – Vih completou olhando para Zezé e parou de chorar – Foi bom ficar esse tempo todo com vocês, e mesmo quando nos separamos ficar com você foi melhor ainda. – Ela sorriu triste e eu abracei-a.

— Jack, se morremos agora. – Me afastei de Violeta e olhei para Lola – Quando eu te chamo de gato ou gatinho, é pra valer. Tu é muito gato e muito gostoso, quando segura uma arma então – Ela falou com aquela voz grossa e dando um sorriso meio sedutor, me olhando de cima a baixo, soltando um suspiro logo depois – É de tirar o folego. – Eu só ri e Vih também riu.

— Ei! – Olhamos para onde vinha a voz.

Vinda de cima uma escada alta que sim! Tínhamos visto, mas era muito perto dos mortos e muito alta para tentarmos. – Vou ajudar vocês então fiquem atentos. – Olhamos um pro outro e cara sumiu, logo depois ouvimos um barulho grande na rua e os mortos começaram a sair. – Venham – Outro cara falou aparecendo nas escadas. – Eu empurrei a caçamba de lixo e deixei Vih com Zezé subir primeiro. Depois Lola e por fim eu subi.

Atravessamos algumas escadas e pulamos um vão de um prédio, descemos uma escada e entramos por uma janela.

— Foi uma burrice disparar a arma numa cidade. – Ele disse enquanto descíamos um andar do prédio.

— Não foi culpa dela, ela se assustou. – Defendi a Lola.

— Deveria estar acostumada de se assustar depois de quase três anos de apocalipse.

— De qualquer forma obrigada por nos ajudar – Agradeci.

— Olha, eu posso ser bobo e ingênuo, mas pensei que se fosse eu nessa situação iria querer que fizessem o mesmo por mim.

— Que idiotice. – Olhei bravo para o comentário que Lola fez.

— Talvez eu seja tão idiota quanto você. – Ele falou e entramos numa sala, uma mulher me empurrou e apontou a arma para mim.

— Desgraçado, deveríamos matar você.

— Calma, Gogo pega leve!

— Me acalmar? Ta de brincadeira né. Podemos morrer no meio de uma missão por causa desse idiota. – Ela falou brava.

— Gogo! - O cara de boné chamou atenção dela. – Disse pra pegar leve. – Ela não abaixou a arma. – Primeiro: Não foi ele que atirou, foi ela. – Ele apontou para Lola – Segundo: Eles têm um bebê. Se você fosse idiota o bastante pra deixar um bebê sem um pai, deveria atirar em si mesma. – Ela revirou os olhos e guardou a arma. – O cara de boné saiu andando e fomos atrás dele. – Temos suprimentos, mas se não sairmos daqui a gente vai ser o suprimento deles. – O cara falou mostrando na nossa frente mortos na grade da entrada do prédio.

A julgar pela aparência de shopping pequeno, isso era um centro comercial. O cara começou a subir as escadas e acho que ele estava indo para o telhado. Chegamos lá e vi dois homens lá.

Fiz Violeta se sentar e ela tirou Zezé de suas costas e disse que estava bem, então eu fui para perto de todos reunidos num lado do telhado.

— Se o rádio funcionasse – Escutei o cara falando e depois batendo rádio na mão.

— Hic? – Ele se levantou. – Hiccup Haddock. – Ele olhou para mim.

— Jack? – Era Hiccup, ele sorriu fortemente e veio até mim. Nos abraçamos forte. – Eu não acredito seu filho da puta feito de aço – Ele bateu no peito – Você ta vivo.

— E você também perna de pau. – Rimos e nos abraçamos – Eu disse que ia te encontrar no Norte. – O abracei mais forte – Senti sua falta.

— Eu também, amigo. – Ele me abraçou mais forte e quando se afastou vi que ele tinha lágrimas nos olhos, como eu. Então, seu rosto teve uma expressão diferente – Eu sou pai.

— Você é pai? – Arregalei os olhos e ele disse sim e me abraçou de novo. – Parabéns amigo! Qual o nome dele? Como ele é?

— Hic? – Violeta falou chegando perto – Hiccup. – Ele foi até ela e abraçou e depois deu um longo beijo em Zezé. – É tão bom te ver – Ela chorou – Desculpa eu ando muito emotiva, estava com tantas saudades. – Ela chorou e ele sorriu abraçando ela de novo.

— O nome dela é Zephryr e tem olhos azuis e sardinhas pelo rostinho. – Ele disse quando nós três sentamos para conversarmos, Zezé estava no colo de Hic e ele balançava a perna para ele, enquanto ele mamava. Ele nos contou como foi difícil o parto e como conheceu pessoas que ajudaram eles. Contou junto com o cara de boné, que se chamava Tadashi que eles procuravam a gente junto com Vanelope, por que Elsa pediu.

— EU não acredito que isso ta acontecendo – Violeta falou sorrindo – Vocês vivos! Meu irmão tá vivo! – Ela passou a mão na cabeça de Zezé – Ouviu isso garoto? O seu irmão tá vivo! – Zezé não deu muito atenção, mas Vih sorriu com lagrimas nos olhos, eu a abracei novamente.

— Sinto muito atrapalhar a reunião de vocês, pessoal – Wasabi falou conosco – E fico feliz por termos encontrado vocês, mas precisamos bolar um plano para sair daqui.

— Temos que fazer esse rádio funcionar. – Violeta pegou o Zezé do colo de Hic.

— Lembra quando nos separamos da Rapunzel e do Peter, e ficamos naquela casa que encontramos a Anna e os outros? – Violeta falou e concordamos. – Nós costumávamos ouvir um rádio só que ele só pegava bem no porão.

— É claro! Era distancia para certas antenas. – Hic beijou a testa da Vih. – EU te amo. Você é uma gênia! - Ele falou e pediu pra eu e Tadashi o acompanhar. – Eu vou descer lá embaixo, um vai comigo e o outro fica pra dar cobertura. – Ele disse parado em frente a uma porta que dava para o porão do centro comercial.

— Eu fico – EU disse e Hic concordou.

Sorri bobo quando Tadashi e Hic desceram, eu tinha encontrado ele e Merida, já que Hic disse que ela estava no acampamento com sua filha. Flecha e Vanelope estavam vivos, e Jamie também! Eu estava radiante por dentro, mesmo que o resto do pessoal não estava pelo menos meu garoto estava vivo.

— Conseguimos – Eles saíram depois de um tempo lá de baixo. – Vai vir ajuda. Eles devem chegar em uma hora ou menos. – Concordei e subimos.

Não demoro muito para passar uma hora, já que batemos papo sobre a jornada do laboratório até a cidade. Ouvimos duas motos ao longe, olhamos um pouco ao longe da cidade e ouvimos tiros, muitos dos mortos em volta começaram a seguir. E depois ouvimos Wasabi gritar lá em baixo que estava liberando o caminho, então quando todos descermos Wasabi estava abrindo as grades com mais alguém.

Vi uma cabeleira ruiva correr e me abraçar.

— Senti sua falta cabeça dura. – Eu sorri ao sentir o abraço de Merida. – Você é feito de aço cara! – Ela pegou no meu rosto e riu junto comigo.

— É seu namorado que tem perna de aço não eu. – Ela riu – É estranho te ver sem a barriga – Falei pondo a mão na barriga dela, ela bateu na minha cabeça e olhamos para Hic se aproximando bravo.

— Deixou a Z sozinha?

— Af Hic fica tranquilo. – Ela saiu andando e abraçou Violeta e Zezé. – Não temos muito tempo. Freddy vai tentar despista-los na estrada da cidade. Deixamos um carro no caminho, Violeta pode ir com o Zezé na moto comigo até o carro, ai eu encontro vocês lá. Vão por aquele beco. – Ela disse sorrindo para Vih e saindo de moto com ela e Zezé.

Entramos no beco e viramos umas esquinas, Gogo parou.

— Espera – Paramos de correr e Tadashi chamou-a, Merida olhou para trás e parou a moto eu gritei para ela ir. Gogo entrou em um carro e Tadashi apressou mais ela. – Isso! – Ela ligou o carro. Mas, um morto apareceu no banco de trás e pegou no ombro dela, entrei com dificuldade, e depois de tentativas afastando a mão e a boca dele, enfiei a faca em seu crânio.

— Obrigada - Ela disse com o rosto no volante ofegante. Joguei o morto para fora do carro.

— Não tem nada. - Falei e antes de sair do carro ela me paro.

— Me desculpa pelo julgamento mais cedo - Ela falou com ar de durona e eu sorri.

— Desencana.

Não demorou muito e já estávamos aonde tinha o outro carro, e não demorou para o Freddy chegar e nos apresentar a ele, dividimos no carro e Freddy ficou junto com Gogo em um e o resto comigo dirigindo. Estávamos em direção ao local que eles estavam acampados.

Eu vou ver meu filho.

— Você vai ver seu filho amigo – Hic falou colocando a mão no meu ombro e saindo do carro.

— Cadê o Tadashi? – Ouvi uma mulher falar e então Tadashi sair do carro. Respirei e sai do carro.

⓿PAREM⓿
Uma trilha sonora, coloquem este vídeo https://www.youtube.com/watch?v=-tJ0ckX8-WQ no minuto 3:36.

Eu vi Rapunzel abaixada falando com Jamie, meus olhos encheram de água. Jamie olhou para mim. Eu não to acreditando.

Não pode ser.

Ela está aqui.

— PAI! – Ele gritou e correu até mim. Rapunzel olhou, e eu quase não enxergava porque minha vista estava embaçada de tanto segurar as lágrimas. Ela correu também. Eu cai abraçando ele e depois peguei ele no colo, fui até Punzel, ela me abraçou chorando, caímos no chão abraçados.

— Eu fui atrás de você, eu não te encontrei – Falei enquanto estávamos numa fogueira no finalzinho da tarde – Eu e Alice, procuramos vocês. – Olhei para Peter. Rapunzel estava deitada nos meus ombros e Jamie em meu peito. Era a minha família. – Mas, na explosão.

— Explosões – Klaus falou. – Você pode não ter percebido, mas foi mais de uma granada.

— EU me separei dela, Peter. – O cachorro: Baymax abanou o rabo para Jamie. – Se não fosse pela Violeta, eu não estaria aqui. – Dei a mão para ela. – Você é muito corajosa. – Ela sorriu.

A noite Freddy, Lola e Honey ficaram revezando na ronda, eu e Punzel cantamos para Jamie dormir. – EU te amo papai. – Ele disse e eu sorri vendo seus olhinhos se fecharem.

— Eu te amo filho. – Beijei sua testa. Rapunzel sussurrou dizendo que já ia e eu sai da cama onde Jamie ficava, indo para cozinha meio apertada que todos dormiam em volta. Lola saiu do banheiro e sorriu para mim.

— Gatinho não sabia que era casado. – Ela jogou a cintura pro lado junto com a arma. – Sua esposa é linda. – Sorri. – E pai também! A ruiva me contou que vocês o adotaram. – Concordei apoiando-me na pia. – Isso é maneiro. – Ela passou por mim.

— Lola. – Ela parou na porta para ir para o telhado ou arvore que foi designada. Rapunzel chegou onde estávamos. – Obrigada por não ter nos matado naquele dia e por ter ficado com a gente.

— Ah você pode me agradecer depois. – Ela sorriu e saiu.

No dia seguinte eu acordei do lado da cama, eu e Rapunzel encostamo-nos à parede do lado da cama, Merida dormia nela com Jamie, Zephryr e Violeta na poltrona com Zezé, queríamos deixar a cama para ela, mas ela se recusou.

Espreguicei-me e sai do trailer, apenas Jamie dormia na cama, sorri e Punzel chegou até mim.

— Com fome? – Ela me entregou uma goiaba e eu sorri abraçando-a, beijei sua testa e mordi a goiaba. – Que tal a gente fugir um pouquinho? – Ela sussurrou no meu ouvido e eu sorri. Fomos para um pouco mais adentro da floresta.

— Ainda está com anel – Falei observando suas mãos.

— Não iria tirar. Foi meu marido que me deu – Ela sorriu e eu beija-a. Nos transamos ali, cheios de saudades. Naquele momento nem parecia um apocalipse, só parecia que era um acampamento em família, eu poderia ser feliz de novo.