— Você é surda garota? Mandamos passar o dinheiro!

— Mas, eu já disse que não te- Uma joelhada no estômago me cortou em meio a minha fala, vindo de uma das garotas que não estavam me pressionando contra a parede.

— Pare de mentir coisinha, sabemos que você é rica - Disse uma garota alta e magra com dois rabos de cavalo, seu nome era Gou, *Toriningen Gou. Ela sempre me atormenta na escola junto de sua irmã gêmea Manchú.

— Parece que ela não está mentindo Gou – Manchú que até agora estava em silêncio assistindo à minha tortura pronunciou-se.

— Tch! E agora como vamos fazer para pagar aqueles caras? – Perguntou a ruiva, olhando indignada pra sua irmã mais velha.

— Pediremos à *Poniko, é o único jeito - Respondeu a morena mexendo em seu cabelo preso da mesma forma que o da irmã.

— E o que fazemos com essa coisa? - Gou me fitou com nojo.

— Terminem o serviço por nós meninas, mas não deixem marcas no rosto – Ordenou a mais velha às outras garotas que estavam no banheiro se certificando de que eu não fugiria, elas assentiram com a cabeça e então me lançaram um sorriso malicioso. Começaram a me espancar, até que não aguentei mais e caí no chão imundo daquele banheiro, mas isso não as fez parar, eu continuava a sentir os choques dos chutes distribuídos pelo meu corpo me deixando sem ar.

Entre os pés que me acertavam sem piedade pude ver as irmãs Toriningen sentadas sobre a pia lixando as unhas e se arrumando nos espelhos como se nada estivesse acontecendo. Finalmente a sessão de tortura acabou e eu estava muito fraca não conseguia manter meus olhos muito abertos, mas pude ver os pés de Manchú se aproximando de mim, senti os fios do meu cabelo serem puxados me obrigando a encarar aqueles frios olhos negros.

— E não se esqueça de que se contar a alguém faremos muito pior – Sussurrou em meu ouvido, soltando minha cabeça logo em seguida a fazendo chocar-se contra o chão - Até mais Mado-chan - Disse em um tom cínico levantando-se e indo em direção à porta – Vamos Gou.

Pude ver a mais nova soltar uma risada debochada ao ver meu estado, as outras garotas fizeram o mesmo e seguiram-nas para fora do banheiro, me deixando ali agonizando no chão frio. Mesmo estando meio tonta em conta do choque contra o chão eu pude ouvir as vozes das gêmeas ecoando no corredor.

— E se Poniko não puder nos ajudar, o que vamos fazer? - Era a voz de Gou.

— Teremos que pagar de outro jeito - Senti um tom de malícia na fala de Manchú. Vadias drogadas nojentas.

Minha vista foi ficando embaçada e turva, logo eu não resisti e desmaiei. A última coisa que passou pela minha mente antes de eu apagar foi “caras de pássaro malditas”.