Yu-Gi-OH! - Hollow Fighters

Prólogo: "Furioso Castigos"


OST: Toshifumi Hinata – Reflections

A chuva caía forte sobre a cidade de Tokyo naquela noite. A água gélida lavava o rosto manchado de sangue do jovem de cabelos negros, mas nada poderia ser feito quanto as suas roupas, tão pouco quanto seu espírito. Kouda Samson olhou para baixo e encarou suas mãos escoriadas enquanto a sua frente jazia o corpo desfalecido de um jovem.

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┃➲ Kouda, Samson: 700 P.V.

┃➲ Memoto, Kenjiro: 0 P.V.

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VENCEDOR:

Kouda, Samson

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“Desapareça, verme!”

O disco de duelo anunciava o seu término… Vitória de Kouda Samson. E, como um merecido prêmio de sua árdua batalha, a sua frente se encontra a visão do seu adversário ensanguentado junto de um sentimento obscuro e prazeroso de dever cumprido.

“O QUE FOI QUE VOCÊ FEZ?”

“QUE MERDA É ESSA SEU FILHO DA PUTA!”

“Meu deus, meu deus, Querido você está bem? Fala comigo!”
Os gritos das pessoas em volta se misturaram com as sirenes que se aproximavam. Samson, ainda dominado por aquela sensação, só foi se dar conta do que acontecia quando suas costas já estavam de encontro ao chão.

Um punho veio de encontro ao seu cenho repetidas vezes de maneira violenta e agressiva, mas apesar de ter seu rosto completamente amassado ele não sentiu absolutamente nada. A adrenalina já corria por todo o seu corpo juntamente com o sentimento de ódio e culpa.

Porém, mesmo naquela situação, ele não podia mais ficar parado e quando aquele punho enorme iria colidir contra seu rosto de novo, Samson acertou o meio das pernas do seu agressor com o joelho. Aquele homem enfurecido jamais havia levantado seus punhos até aquele momento. Bem, Samson não podia culpá-lo pela sua sorte. Ou a falta dela, contudo ele deveria se responsabilizar por aquele nariz quebrado.

Imediatamente ele subiu em cima do homem de meia idade e desceu seu punho contra o rosto dele em retaliação.

Um.

Dois.

Três.

Sangue espirrou. O bigode grisalho se tornou ruivo.

“PARA!”

Cinco.

“PARA! SAMSON VOCÊ VAI MATÁ-LO."

Sete.

“Rápido, segura ele!”
Um segundo baque veio derrubando o corpo de Kouda Samson. Novamente. Seu cérebro continuava lutando para lidar com as ameaças restantes, mas nada poderia mais ser feito pelo jovem. Sua visão das ruas de Tokyo haviam sido tomadas pelas luzes que alternavam entre o vermelho e o azul enquanto seus braços foram brutalmente restringidos com imensa facilidade e o disco de duelo foi logo removido. No final, não havia nada que Kouda Samson pudesse fazer, apenas se render.

Seu olhar cruzou o cenário uma última vez testemunhando o que havia feito. Dois homens desfalecidos no chão, os alvos de sua fúria e descontrole. Duas mulheres em prantos no meio fio, consequências. Não era culpa dele se aquelas pessoas prezavam tanto por aquele canalha.

E por fim… a visão que mais fez seu coração doer. A apenas alguns metros de distância, banhada pela chuva gélida, estava Izayoi Atsune, com suas roupas encharcadas e cabelos ruivos escorridos, seu olhar profundo devido as olheiras encaravam os de Samson com uma dor evidente. Ele não consegue dizer se ela estava chorando naquele momento, mas era impressionante saber que a garota ainda tinha lágrimas depois de tudo o que aconteceu nas últimas semanas.

Kouda Sansom sentiu seu coração apertar. Isso seria culpa, talvez? Ele não sabia dizer, mas uma coisa era certa: Nada daquilo que ele fez mudaria qualquer coisa. Kishida Akira nunca voltaria, e nada que ele fizesse o livraria do destino que o aguardava. Porém, só havia se dado conta disso tarde demais.

Kishida Akira se foi.

Izayoi Atsune se foi.

Kouda Samson se foi.

[…]

“Uspenskaya Sam-”

“É Kouda Samson, porra!”

Ele corrigiu o juiz.

“Kouda Samson.. Este tribunal lhe declara CULPADO!”