Amy, por mais estranho que soasse, gostava de observar as interações entre River e o Doutor.

Gostou desde o início, antes mesmo que soubesse tudo sobre a misteriosa mulher, quando a encontrou pela primeira vez na queda de Byzantium. Porque, realmente, ver os dois juntos era simplesmente incrível. River flertaria com ele, fazendo comentários inteligentes, e ele conseguia ser surpreendentemente bom em replicá-los. Os dois gravitariam um ao redor do outro, puxados por um magnetismo que os deixaria em seu próprio mundinho.

E River era fantástica por ela mesma, a mulher que Amy queria ser quando pequena (e talvez ainda quisesse um pouco, mas só um pouco). Era corajosa e independente, bonita de forma madura, de certa forma sexy. Ela parecia não ter medo de nada e saber mais que todo mundo, e seu sorriso sarcástico era um dos melhores. Talvez só uma mulher tão maravilhosa assim fosse merecedora de alguém como o Doutor.

Portanto, não era nenhuma surpresa que ela constantemente observasse os dois juntos. Conversando casualmente ou falando entre a adrenalina e tensão de uma aventura. Ás vezes, trocando toques casuais — Dois ombros se tocando, uma mão no braço — como se fosse a coisa mais normal do mundo. Para River parecia ser, às vezes. Outras não. No início, era recebido com surpresa (embora não menos receptividade) pelo Doutor, logo se tornando comum, quase carinhoso, como aqueles casais domésticos fofos que você vê passando na rua.

Mas essas pequenas coisas por si só não tinham importância: O que valia era a grande imagem que elas pintavam, evidente em cada momento que eles passavam juntos: O amor. Para eles, parecia infinito, cada um se afogando no belo sentimento de sua própria forma. E eles chegavam a demonstrar, ás vezes, mesmo que sem querer. Como na forma que o Doutor sempre ficava mal-humorado se eles não vissem River por um longo tempo, ou do jeito que ela correria para ele quando o visse, não podendo mais prolongar a distância entre os dois.

E, ainda assim, cada um parecia ser tão cego a uma coisa tão óbvia. O amor que pairava sobre eles era tão claro, tão concreto, e para eles tão… invisível. Ela podia vê-los, às vezes, encarando o outro quando esse não via, saudade e melancolia em cada nuance de seus olhos. Amy realmente tinha vontade de bater nas cabeças deles nessas horas. Como podiam ser tão teimosos em aceitar algo tão bonito por inteiro? Como não podiam ver o tamanho do amor de cada um?

Deus, ainda bem que ela tinha passado dessa fase com Rory há muito tempo.