River se lembrava da primeira vez que havia beijado o Doutor. Quer dizer, terceira. A primeira de verdade fora para envenená-lo, a segunda para salvá-lo.

Nenhuma tinha tido todo um peso emocional sobre elas, apesar disso. A segunda vez talvez tivesse, mas os sentimentos eram tão crus e recentes que não se podia esperar que ela os reconhecesse tão cedo. Talvez, no fundo, já os conhecia e aceitava. Não completamente, no entanto.

E eles ficavam mais evidentes conforme o tempo passava, e ela conhecia o misterioso homem. De algum modo sempre acabariam em problema, correndo por suas vidas. Muitas das vezes ele soltaria um riso histérico, seguido por todos. Os dois flertariam e brincariam, e River Song se via inevitavelmente se apaixonando por ele.

Talvez fosse uma daquelas coisas escritas no próprio tempo, que acontece não importa quantas vezes ele é reescrito. Talvez fosse uma mera coincidência, um acaso no meio de um milhão. Não importava de verdade. A única coisa em sua mente era o Doutor, correndo e apertando botões na Tardis. Subitamente, percebeu que o amava, e o tamanho desse amor a assustou um pouco.

Passou tempos contemplando isso, todos os problemas e maneiras que podia acabar errado correndo por sua mente desordenados, a preocupação com medo com apreensão.

Assim, não foi até o próximo encontro dos dois, dessa vez sem Amy e Rory, que ela decidiu que isso tudo realmente não importava e que, se ela tinha uma chance de ser feliz, não a deixaria escapar.

Então, River agarrou sua gravata borboleta e o puxou para um beijo intenso que deixou ambos sem fôlego (mesmo que um não precisasse respirar). Seus sentimentos estavam a vista, e ela se sentia nua com tanta vulnerabilidade exposta.

O Doutor, no entanto, sorria como se fosse natal, os olhos brilhando. A beijando mais uma vez, suavemente, ele disse uma palavra que deixou River rindo diante de suas preocupações:

— Finalmente!