Sem pensar duas vezes, ela montou na moto atrás dele, juntando o corpo bem próximo ao dele para não deixar muito evidente o que ela já mostrava com o curto pano de sua saia preta. Agarrou com firmeza a cintura dele e se deixou levar. Ele acelerava, tornando excitante todo o trajeto até a casa dele. Não demorou para atingirem o destino almejado: a escura e convidativa sala dele.

Ele foi até a cozinha e serviu-se de um copo de whisky. Cameron tentou se sentir confortável com o ambiente sentando-se num dos cantos do enorme sofá. Ele veio até ela e tentando parecer natural, advertiu.

– Eu traria um copo para vc também... mas acho que vc já passou da conta. – tomou mais um gole e sentou ao lado dela, mas não tão perto que pudessem se tocar.

Cameron sentia que precisava tomar a frente e fazer alguma coisa. Teria que ser agora ou toda sua coragem iria embora num segundo. Com um único movimento ela pôs-se de pé à frente dele. Abaixou-se com as duas mãos apoiadas nos joelhos dele e sussurrou próxima a boca dele.

– Eu devo beijar vc?!

Ele continuou encarando aqueles lindos olhos, que agora estavam de um verde escuro em decorrência da ausência de luz. Ele estava surpreso, mas não tanto a ponto de ignorar o motivo de eles estarem ali. Apenas com um movimento da cabeça, ele deu seu consentimento, permitindo que ela estreitasse a distância entre eles. O beijo era feroz e ao mesmo tempo inseguro. Ela queria dar tudo de si por que tinha medo de desapontá-lo de alguma maneira. Ela não sabia que nos pensamentos era ele quem tremia de medo.

Enquanto isso, no Hospital, Wilson retornava do quarto do paciente. A festa ainda acontecia lá embaixo. Ele podia ouvir a música tocando e as pessoas falando. Entrou no banheiro para trocar de roupa e voltar à festa devidamente fantasiado.

– Droga! Onde House guardou ela?

Pegou o celular e discou o número dele.

Cameron já estava sem metade de suas roupas a meio caminho do quarto de House, quando o telefone dele tocou.

– Vc precisa atender.

– Não preciso não. – ele retrucava enquanto mantinha os beijos no pescoço dela.

O telefone não parava de soar seu toque irritante lá da sala.

– Droga! Eu volto em um segundo! Não sai daqui! – disse, partindo apressado para alcançar o telefone. Puxou do gancho e grunhiu. – O que é!!!?

– House?! O que diabos vc faz em casa?! E minha fantasia?! Onde está!?

– Eu tava com dor de barriga! E vc está atrapalhando toda a minha concentração. Preciso desligar agora.

– Não! Espera! Eu realmente preciso saber da fantasia. Paguei por ela.

Neste momento Cameron já havia se juntado a ele no sofá outra vez. Enquanto House tentava desligar o telefone, Cameron o incitava sussurrando coisas no ouvido dele.

– Quem está aí com vc?!? – Wilson perguntou de repente.

House tentava fazer Cameron parar com as provocações, mas ela não parecia se importar.

– Não tem ninguém aquiiiiiiiiiii Jimmy! Eu to assistindo filme pornô na televisão!

– Mas vc não tava com dor de barriga? – perguntou confuso.

– WILSON, a droga da fantasia ta no armário! Adeus! – desligou o telefone e empurrou gentilmente Cameron no sofá, deitando sob ela.

Wilson abriu o armário esperançoso, mas a única coisa que ele encontrou, foi a bengala de House.