Years Of Love

Você se lembra?


Jack... Jack... Então é este o nome dele...? Por alguma razão, nos últimos dias venho sonhado com ele. Um garoto bonito de cabelos castanhos. Apenas algumas cenas, seu sorriso, nossas mãos, um lago... Nunca faz muito sentido...

X x X

Não podia acreditar! Minhas lembranças! Eu finalmente as tenho de volta! Jamais conseguiria agradecer a Fada o suficiente por isto. Mãe, irmã e um namorado, eu realmente tive uma família e uma paixão.

– Hiccup...

Murmurei baixinho... Eu conheço este nome... De algum lugar... Háhá! É mesmo! Hiccup, de uma cidade pequena no interior dos Estados Unidos. Eu sempre me divirto com ele nos invernos, parece que nunca enxerga a neve, praticamente todas as manhãs ele cai antes de ir para a escola. É muito divertido observa-lo.

Hiccup... Hiccup... O mesmo nome, céus, eles são muito parecidos... Ele poderia ser uma reencarnação do meu Hiccup viking?

Será que ele... Ele lembra de mim...?

Sorri bobo pensando na ideia. E se ele lembrar? Não deixa de ser o meu Hiccup, apenas um Hiccup com celular e fones. Ele ainda pode lembrar, quero dizer, há chances não é? Alguém, finalmente, após 300 anos, me ver.

Ainda sorria quando lancei-me ao céu em direção a pequena cidade americana. Achar a casa não foi tão difícil assim, uma das maiores da cidade. Com um pátio pequeno, dois andares, um jardim sempre bem aparado e um telhado completamente coberto por neve.

Hiccup, como sempre, estava com a janela aberta. Não sei se ele é preguiçoso demais para isto ou algo do gênero, mas raramente ele fecha a janela. Não que eu o observe o suficiente para saber. Mas o telhado de sua casa talvez sege meu ponto favorito para ficar a noite. Podia ver toda a cidade além de montanhas cobertas por neve ao longe. Há muitas arvores próximas da mansão, então sempre posso apreciar o perfume das plantas e sentir o vento frio de inverno.

Entrei no quarto facilmente, Hiccup estava bocejando mexendo no cabelo embaraçado. Sorri ao vê-lo.

– Hiccup... – falei baixo e ele logo se virou para mim. Podia sentir meu peito se encher de alegria. Ele me via! Me via mesmo!

– Hic! Você se lembra de mim!

Hiccup continuava me olhando com um olhar perdido e entediado.

– Hiccup... Vamos, me responda! – ele continuava com o mesmo olhar, olhando-me de modo vazio - Hic... V-você pode me ver não é...?

Ele começou a andar até mim, eu quase pude abraça-lo, tinha certeza que ia conseguir o faze-lo. No entanto, ele simplesmente passou por mim. Como qual quer outro, atravessou meu corpo sem perceber nada verificando os cadernos em sua mochila.

Jack Frost, o quão iludido e idiota você pode ser?