Winter Cursed

Capítulo 10 - Infelicidade


– Elsa? - chamei, com delicadeza.
Toquei de leve seu ombro a balançando.
– Todos...- falou com dificuldade.
A olhei sem entender.
– Você, Anna, Zana, Merida... Puz...
– Elsa do que você está falando?
– Eu vi meus olhos escuros, eu gargalhava enquanto o sangue escorria pelas minha mãos. Aos meus pés todos vocês estavam mortos. Eu os matei. - sua voz soava fraca e dolorida.
– Elsa, não acredite nisso. - falei a encarando - Pitch está te manipulando, ele está fazendo essas coisas com você. Ainda não sei o porque, mas sei que ele está. Não deixe que ele a faça ficar assim siga os dias ok? Acho que o que aconteceu hoje... Você só estava no lugar errado na hora errada.
– Seguir os dias? Jack, Melinda apareceu na minha frente e depois cavalos me atacam e quer que eu apenas siga meus dias?
– Elsa. Pitch nem deve a conhecer ele queria me encher. Só aproveitou que você estava ali para me fazer pensar em mais perguntas.
– Como assim?
– Foi fácil ele desencobrir o que te atingia, então ele usou isso, mas em momento algum usou seu nome. A chamou de Ely. E acho que foi para me infernizar.
– Jack... Não sei...
A encarei por alguns instantes.
– Vou te preparar um chá. - falei antes de sair caminhando pela neve no quarto onde a nevasca se acalmava.
Eu iria apagar sua memória. Era a melhor forma. Preparei um chá de camomila e coloquei numa xícara de gelo.
Recitei o feitiço sobre o chá de Elsa com o maior cuidado para focar apenas no momento dos cavalos.
Subi com o chá que ela tomou sem protestar.
Em pouco tempo seus olhos ficaram pesados e ela adormeceu em um sono de esquecimento. Seria melhor assim.
Ali adormecida ela não parecia mais calma nem muito diferente de quando estava acordada. Mas ainda assim ela parecia tão diferente ao mesmo tempo.
Fitei seu corpo imóvel por algum tempo a avaliando.
Usava um roupão por cima do pijama, seu cabelo loiro estava preso em um trança comum que agora depois de tanto estava desgrenhada, suas mãos encolhidas junto ao peito como que para esconde-las.
Involuntariamente abri um sorriso.
Seus olhos azuis claros estavam ocultos agora, mas a lembrança deles já bastava.
O que é que eu tinha? Ali sorrindo vendo Elsa adormecida?
Ela se mexeu como que estivesse assustada me despertando de meus devaneios.
Elsa soltou alguns gemidos antes de relaxar novamente.
Fiquei olhando novamente para a garota adormecida.
Por que diabos eu estava sorrindo? Por que eu a estava olhando?
Balancei a cabeça.
Virei de costas e comecei a andar para fora do quarto.
Meus planos eram sair dali antes dela acordar. Mas eu estava muito cansado e frágil. Entrei em um dos mais quartos e adormeci.

Pov Elsa

Depois que tomei o chá que Frost fizera adormeci. Tive alguns sonhos com umas imagens de cavalos que aos poucos iam sumindo. Quando acordei levantei me perguntando se Frost estaria por ali.
Sai no corredor e andei vendo uma porta entreaberta. Olhei pelo vão e vi Jack dormindo no sofá.
– Jack? - chamei entrando no quarto, que na verdade era uma sala para tomar chá.
Ele acordou com um pulo caindo no chão, seus olhos se arregalaran e as mãos dele pareciam prontas para o ataque.
Não consegui me conter aquela cena era hilária. Comecei a rir baixinho e depois estava gargalhando das caretas confusas de Jack.
Ele se ergueu se recompondo, eu ainda ria mais aos poucos me acalmei.
– Nossa, é a primeira vez que te vejo rir feito uma louca demente. - ele disse me fitando.
– Não sou louca demente coisa nenhuma. E não se acostume eu não rio com frequência. - falei tentando parecer séria.
– Por que não posso me acostumar? Acho que você deve se sentir melhor rindo do que séria.
Feichei os olhos soltei um leve suspiro impaciente depois o fitei.
– Frost, eu não sou de rir muito. - falei me virando para sair.
– Eu notei isso. Mas por que Elsa? Por que? Rir e ser feliz é ótimo não sei porque evitar tanto a felicidade.
Parei na soleira da porta e baixei a cabeça.
– Felicidade, é algo que não foi feito para mim.
Sai do quarto perturbada e segui pelo corredor até a varanda.
– ELSA! - ouvi Jack chamar enquanto seus passos avançavam pelo corredor.
Me sentei em uma cadeira e fiquei contemplando aquele inverno em meio ao verão. Ainda era noite portanto o céu estava de um azul bonito decorado com vários pontinhos brilhantes.
Jack chegou na varanda e se sentou ao meu lado.
– Olha pode até ser que eu não esteja agora como Guardião, mas eu ainda sou um. E como Guardião da diversão eu sei que a felicidade é para todos. Qualquer um a merece. - ele disse parecendo frustrado.
– Jack, por culpa minha coisas aconteceram. Eu sou um monstro. Não mereço a felicidade.
Ele riu sério.
– Olha...
– Frost, o que você esta fazendo aqui? Sinceramente acho que só esta aqui para me perturbar. Se quer saber o que eu estou fazendo aqui? Estou tendo as minhas crises emocionais sem ser enchida por ninguém.
– Então faça o favor de botar uma plaquinha dizendo que comprou a área e que ninguém deve se aproximar.
– Quem sabe eu não faça isso. Faca o favor de me responder o que você está fazendo aqui?
– Aturando uma garota que só consegue ser infeliz.
Ele se levantou de um salto e saiu da varanda. Frost podia ter ido, mas sua frase ficou ali suspensa no ar. Lágrimas rolaram pelo rosto.
Não estava brava pelo que ele disse, e sim por ser a verdade.

Pov Jack

Elsa me tirou do sério com aquelas idéias imbecis de infelicidade. Assim que falei que ela só conseguia ser infeliz, sai de lá antes de ver o que as minhas palavras tinham causaso. Eu estava com raiva e sabia que vê-la chorar me faria sentir uma culpa que não queria sentir. Naquele momento queria apenas a minha raiva dentro de mim. Mesmo assim eu sabia que tinha ido longe demais.
Sai do castelo e parei ao ver os danos ao meu jardim depois do confronto. Queria concerta-lo, mas poderia fazer em outra hora.
Peguei meu cajado e comecei a voar de volta.
Enquanto estava ali voando a culpa veio me atingindo.
Eu realmente tinha pegado pesado.
Dei meia volta e comecei a voltar para o Castelo. Não só havia ido longe demais como Pitch podia se aproveitar disso.