Annabeth Liddel POV

- Andy, o que... – Esse cara ta muito esquisito... Me olhando desse jeito aí... E eu nem me certifiquei se ele tinha trancado a porta. Vai que ele queira me estuprar? Qual é... Eu to sozinha com ele aqui no quarto.

- Eu sei tocar guitarra e piano.

- Hã?

- Você não queria aprender ou melhor... Melhorar as suas notas na guitarra? Não precisa ser necessariamente o Jinxx. Eu te ajudo. – UFA! Eu pensei que ele ia me tarar!

(...)

- Vamos tocar Wish You Were Here do Pink Floyd ou Home do Edward Sharpe? – Cá estamos nós no quartinho do Andy, eu com a minha Les Paul (consegui pegar sem trombar com a minha mãe ou a pirralha catarrenta) e ele com a guitarra que ele pegou escondida do Juca.

- Vamos começar com Pink Floyd. É mais fácil. – E começamos a tocar. Claro, eu paguei o maior dos maiores micos aqui.

- Seja mais leve com as notas. Essa música é romântica. – Hmmmmmmmmm, boiola. – Isso... Bem devagarzinho. Solta um pouco mais a palheta.

- Assim? – Ele sorriu e assentiu com a cabeça. Caralho, eu estou tocando certinho. Morram! (só que não). Ele fechou os olhos e ficou tocando.

- Canta pra mim. – Meu deus, o que eu faço agora? Tudo bem Anna. Ta tudo bem. Eu pigarreio a minha garganta e canto com a voz rouca, parando de tocar a minha guitarra.

Então,

Então você acha que consegue distinguir

O paraíso do inferno

Céus azuis da dor

Você consegue distinguir um campo verde

de um frio trilho de aço?

Um sorriso de um véu?

Você acha que consegue distinguir?

- An... Andy. – É que eu estou pagando um mico aqui, meu filho.

- Shhhhh... Eu gosto da sua voz. Canta. – E... Claro que que continuo cantando né negada? Mas que eu to assustada eu to... Ele parece hipnotizado.

Fizeram você trocar

Seus heróis por fantasmas?

Cinzas quentes por árvores?

Ar quente por uma brisa fria?

Conforto frio por mudança?

Você trocou

Um papel de coadjuvante na guerra

Por um papel principal numa cela?

- Pronto sua chata. Não toco mais também. – Momento biquinho do Andy e ele quase quebrando a guitarra do Juca.

Andy Sixx POV

Wish You Were Here... Eu amo essa música. Ainda mais na voz dela.

- Até que tava legal. Se você me deixasse tocar. – Nós começamos a rir.

- Então você não tem nada com o Jinxx? – Argh Anna, eu quero você só pra mim, não notou? Que vontade de jogar essa cantada: Gata a vida é muito bela, mas mais bela que ela só a minha língua na tua goela. Gente, dica do Andy, entendeu rapaziada? As mina pira nas cantada de pedreiro mas enfim...

- Menino, se toca! Eu NUNCA tive nada com ele! Ele que ficava passando a mão em mim... Aquele safadinho.

- Ah é? Mas então, tem outro na fila? Sabe é que...

- Se eu te contasse uma coisa você não iria rir de mim? – Ela deita no MEU COLO. Nota mental: Lembrar disso pra sempre.

- Não sei. Depende do que eu vou ouvir né, queridinha. – Involuntariamente eu começo a fazer um carinho esquisito na cabeça dela. – Eu também preciso te contar uma coisa e...

- Eu nunca transei com homens.

- Hã? Você é virgem? – Eu fiquei tipo... Tipo, tipo, tipo... Tipo noiado das idéia. - Mas tudo o que você me contou... Eu achei que você...

- Pirou? É? Eu nunca fiz sexo com homens, mulheres sim. – Agora eu to mais noiado ainda. – Você iria me contar uma coisa?

- E-eu sou virgem. – Pior que é verdade gente. O Andyzinho é virgem. Puro(kkk). Eu nunca fiz besteirinha com uma mulher (nem com um homem ta seus mente poluída? Eu sô macho). – E não ria. Eu estou muito constrangido. Um cara de vinte e cinco anos que nunca trepou na vida. Isso é muito constrangedor.

- Não se sinta constrangido. É muito melhor ser virgem aos vinte e cinco do que perder a virgindade com quatorze. E com uma garota por sinal.

- Você quer... Hm... Experimentar fazer com um homem? Assim eu fico feliz e você também. Todos nós ficamos felizes. – Meu poder de convencimento é divino...

- Não! Você tem que perder a virgindade com alguém que te mereça. Não com uma qualquerzinha... Não faça igual a mim. Você ainda vai encontrar a garota que te mereça. Seja paciente. – Ah meu deus, atirei pedra na cruz só pode.

- Você... Tem que ser com você. Ou eu viro padre.

- Não. – De onde ela tirou essa chatice? Meu deus do céu.

- Por favor, porfavorzinho, Anna. Você vai dormir aqui comigo hoje então... – Ela quer que eu ajoelhe? Por que só ajoelhando mesmo pra ela deixar.

- Talvez. An... Acho que a Cherie quer falar comigo. E eu preciso mostrar pro Juca que eu to mal. Eu volto mais tarde. – Complemento do Andy: Para nós transarmos como se não houvesse o amanhã.

Ah meu deus eu conseguiiiiiiiiiiiiii......

(...)

Annabeth Liddel POV

Transar com o Andy. Próxima piada, por favor.

- Dae cambada. Cadê a Cherie? – O povo todo tava lá na sala. CC, Juca, Jake e Ash.

- Na sua casa. – Nossa, esse povo nem olha na minha cara. Gentileza nível um milhão e quatrocentos mil aqui... Por que né.

(...)

- Cherie? Cadê a minha mãe, a pirralha...? – Eu pergunto quando a vejo sozinha na sala assistindo... Sei lá, um documentário sobre baleias... Golfinhos...

- Sei lá, por aí.

- Obrigada por me salvar do Juca. Por que santa mãe de Dios... – Facepalm da Anna agora.

- To aqui se precisar... Bom... Não por muito tempo. Você sabe que meu irmão mais velho mora em Seattle agora não é? Ele passou no vestibular agora vai ficar definitivamente lá. E eu tenho que ir com ele. Ou eu não vou ter onde morar por que a casa dele aqui, em Nova York, vai ser vendida.

- Eu vou te buscar. Igual aquela vez que eu te tirei da cadeia em Indianápolis.

- Eu sei que você vai me buscar. Por isso eu não estou estressada ou tacando coisas na parede ou... Raspando o meu cabelo.

- Vou sentir saudades, Daddie.

- Cuidado com o que você escolhe, Annabeth. Você sabe muito bem como eu posso ficar em Nova York. Mas a escolha é sua.

A escolha é minha mesmo. Cherie poderia ficar se eu reconstituir a banda. Mas eu não posso. Sou uma fraca.

- Até um dia. – Eu a abraço e ela vai embora. Quando abro a porta do meu quarto encontro minha mãe pintando um quadro e a pirralha catarrenta dormindo. – Mãe, vai embora quando?

- Antes de vir pra cá deixei o meu passaporte para revalidar. Amanhã estará pronto. – Argh, ótimo! Achei que essa vaca ficaria aqui por muito tempo.

- Ainda bem. – É o que eu digo. – Só há um quarto e eu preciso dormir.

- Se quiser eu fico em um hotel. Mas não esqueça que esse apartamento chique é da minha mãe. – Agora ela mexeu com fogo.

- O apartamento não é seu, nem dessa garota. É meu. Ta no testamento da minha avó. E você não tem direito nenhum. Eu só deixo você passar alguns dias aqui ás vezes por que você é minha mãe e eu tenho compaixão. Diferente de você. Se você não tivesse me largado aqui em Nova York enquanto eu estava em período de reabilitação talvez eu te amaria pelo menos. – Soltei.

- Tudo bem eu vou embora depois que Kate acordar.

- Não precisa. Fique o tempo que quiser. Eu arranjei um lugar menos envenenado pra dormir. – Pego algumas roupas e a minha bolsa com os livros do colégio e faço questão de bater todas as portas que fechei.

- Ta chorando? – CC pergunta assim que eu entro no ap dos garotos.

- Estou lavando os meus olhos. – Minto. – Ei, seria muito incômodo se eu tomasse banho aqui?

- Não. Se quiser ajuda eu estou aqui tudo bem? Sou uma pessoa humilde. – Vontade de quebrar o outro braço do Ashley.

(...)

- Nossa, vocês não tem água quente não? Sinceramente! – Eu reclamo depois de vestir o meu pijaminha lindinho de bolinhas. Não sei por que essa coisa diminutiva mas enfim...

- Água gelada é legal. – Não sei quem foi o idiota.

Vou pro quarto do Andy (hmmm, safadinha) e abro a minha bolsa pra pegar algumas apostilas e estudar o tema de amanhã. Nazismo para o terceiro ano do ensino médio.

- Quer que eu te ajude? – Andy entra no quarto e senta no colchão comigo (o Andy é pobre mesmo).

- Se souber a biografia completa de Adolf Hitler você pode me ajudar. – Ele fez uma cara tipo O.O e começou a folhear o meu exemplar de telas de Monet.

- Que coisas sem sentido.

- Querido, isso é arte sabia? Impressionismo... Uma coisa, diferente, instigante, chamativa. Como já diz o nome: Impressiona.

- Você é muito inteligente.

- Obrigada.

- Por que tava chorando, Anna? – Oh meu deus.

- Briguei com a minha mãe. Como há dez anos atrás. E agora ela vai me deixar sozinha.

Andy Sixx POV

- Você não precisa dela. Tem muita gente que gosta de você. Eu, a Cady vaca, o CC, Ash... Jinxx. Jake. – To com dó dela gente :(

- Eu sei eu só... Estou chateada. Afinal, ela é minha mãe. Mas tudo isso vai passar. Ela vai embora amanhã. – Ela começa a folhear o livro compulsivamente.

- Para com isso. – Eu pego o livro e o guardo. – Tá muito nervosa né?

- É muita coisa na minha cabeça. Eu me sinto culpada por que Cherie vai pra Seattle, meu emprego está por um fio, eu tenho uma irmã, minha mãe me odeia...

- Cherie? Seattle?

- O irmão dela trabalhava em Seattle como professor de piano, mas ele sempre vinha pra cá, pra Nova York. Agora que ele passou no vestibular de Urbanismo vai ficar definitivamente lá. Ela vai ter que ir com ele, por que a casa que eles moravam foi vendida. Ela não quer ir... Ela poderia ficar se nós reconstituirmos a...

- A banda.

- O que eu faço? Tem alguma idéia?

- Ou o Sheridan ou o The Wine.

- Sheridan.

- ... Então é isso. Vai ser assim agora. – Eu bagunço um pouco o meu cabelo e nos levantamos. E estranhamente ela pega as minhas mãos e coloca na sua cintura. Ela bebeu?

- Eu to bem. Vamos fazer o que combinamos então.

- Você não está em condições. Olha o seu estado! Você precisa descansar. – Eu deito ela e a cubro. Me sento ao seu lado e ela faz uma careta feia.

- O que deu em você?

- Dorme. Se quiser chorar chora agora. Eu não quero que ninguém veja você chorando por que você é uma mulher forte. – O que deu em mim AGORA? Filosofei geral. Espera... Ela ta se aconchegando em mim?

- Eu preciso chorar mesmo.

Oh meu Deus, ela está chorando.