Você nunca gostou de tocar pessoas por mais tempo que o necessário e socialmente aceitável. Era a segunda semana da faculdade, e você nunca se arrependeu mais de ser amigo de Courfeyrac. As habilidades sociais dele eram quase tão grandes quanto as suas em convencer as pessoas, e ele te apresentou tanta gente que você parou de prestar atenção nos nomes há três dias.

Mas aqui está você, conhecendo essas pessoas e, pelo menos uma vez, se interessando por elas. Jehan, Marius e Éponine, você repete pra si mesmo, afim de não esquecer. Vocês conversam e você quase sente a amizade crescendo.

É só no momento que ele entra que você tem certeza que vai ficar. Olhos azuis, sorriso sarcástico, cachos negros, manchas de tinta na roupa e os braços brancos abraçando firmemente uma cópia da Ilíada.

-Grantaire, prazer. Sou o colega de quarto de Courfeyrac.

Você diz seu nome, mas não sorri de volta. Aperta a mão do garoto, e, de repente, não quer soltar os dedos calosos que apertam os seus.

Olhando pra trás, você diria que foi nesse momento que você se perdeu.