Caitlyn acordou na manhã seguinte e assim que abriu os olhos deu de cara com Éponine e Melissa a encarando.

–Que foi?- ela perguntou confusa, enquanto coçava os olhos e olhava as horas no celular.

–Nada.- Melissa respondeu ainda a encarando.

–Dormiu bem?

–Dormi sim, Ponine. Obrigada por perguntar.- Caitlyn respondeu se sentando.

–Algo que queira nos contar?- Melissa estava quase arrancando a cabeça de Caitlyn do pescoço.

Caitlyn ficou um tempo em silêncio e negou com a cabeça.

–Não.- e se levantou e entrou no banheiro.

Melissa olhou furiosa para Éponine que suspirou.

–Que cretina! Ela não nos contou que decidiu perder o bv!- Melissa praticamente gritou e Éponine tampou a boca da amiga.

–Quer fazer o favor de falar baixo? Ela irá contar no seu tempo. Paciência.

–Paciência?- Melissa tirou a mão da boca de Éponine.- E quanto tempo eu vou ter que ter paciência com você e sua frescura de não falar com seu namorado?

–Isso é golpe baixo.- Éponine respondeu apontando o dedo para Melissa- Irei conversar com ele, quando ele der um basta nessa história com aquela vacalinha.

–Sabe? To vendo que ele vai acabar dando um basta na história de vocês!- Melissa se levantou irritada.- Nenhum homem aguenta isso. Então para de ser tão exigente, que ele não vai parar de falar com ela, e apenas mostre que ele já tem dona para aquela vadia!

–Melissa está certa.- Caitlyn apareceu escovando os dentes.- Se eu fosse você iria fazer uma surpresa lá no quarto dele... Assim, chamando ele para uma caminhada na praia enquanto todos estão dormindo. Tem mais chances da Thaís não achar uma maneira de atrapalhar vocês.

Éponine voltou a se deitar, tampando o rosto com o travesseiro.

–Odeio admitir, mas vocês estão certas.- ela falou com a voz abafada.

–Então levanta essa sua bunda e vai se trocar antes que os resto da casa acorde, deixe que fazemos o café da manhã.

Melissa e Caitlyn pegaram Éponine pelos braços e a forçaram a se levantar. Caitlyn pegou um vestido azul para que a amiga vestisse.

Depois de escovada os dentes, trocada e arrumada, Éponine subiu as escadas silenciosamente e parou na frente do quarto que Enjolras estava. Hesitou um pouco, mas acabou batendo na porta delicadamente. Nada. Decidiu ver se a porta estava destrancada, e para sua sorte estava.

Abriu com cuidado e entrou com mais cuidado ainda. Enjolras dormia profundamente, sem camisa e estava coberto com um lençol.

Éponine sentiu seu coração se acelerar um pouco, só de olhar para aquele homem e sentiu falta da sensação de seu abraço. E quis se matar por ser tão complicada e ficar fazendo drama onde não tinha nada.

Ela se aproximou da cama, e deitou ao lado dele, mexendo em um cachinho que estava caído sobre sua testa. Passou uma mão nas costas nuas dele e se colocou mais próxima até que conseguisse dar um beijo de leve em seus lábios.

Enjolras acordou e olhou confuso para Éponine.

–Éponine?

–Bonjou, M’sieur- ela respondeu com um sorriso. Amava aqueles olhos azuis logo que ele acordava, pareciam mais brilhantes.- Vim convidá-lo para dar uma caminhada na praia comigo, enquanto nossos amigos indiscretos estão dormindo. Você quer?

Enjolras ainda estava confuso.

–Claro- respondeu por fim mas continuou encarando Éponine. Ela deu um abraço nele e escondeu o rosto em seu peito, quando depositou um beijo no coração de Enjolras.

–Me desculpe novamente.- ela murmurou olhando para ele.- As vezes tenho certeza que não sou digna de você. Não sei como tem paciência.

–Shh, Éponine.- Enjolras pediu afagando o cabelo dela.- Saiba que não existe mulher mais digna do que você para mim. Me aturar também não deve ser fácil.

–Não mesmo. Suas admiradoras me deixam louca.- ela respondeu fazendo uma careta.

–Você está com ciúmes, Éponine?- Enjolras perguntou arqueando as sobrancelhas. Éponine cerrou os olhos e bufou.

–Não mesmo. Não sou uma pessoa ciumenta.

–Então podemos chamar a Thaís para ir com a gente?- Enjolras perguntou para provocar.

–Você ta perdendo a noção do perigo, ein Jojo? É claro que não. A não ser que você não se importe de eu chamar o Mont.- ela respondeu dando de ombros e se soltando. Enjolras a puxou de volta.

–Nem pensar, mademoiselle.- ele sussurrou no ouvido dela, gesto que a fez se arrepiar.

–Veja só, eu não sou a única ciumenta aqui.

–Creio que não. Sinto ciúmes antes mesmo de começarmos a namorar.- Enjolras admitiu.

–Verdade?- Éponine perguntou com um sorriso brincando nos lábios. Enjolras murmurou um “uhum” e deu um beijo na garota, que retribuiu, ávida por aquilo que sentia tanta falta.

–Sabe?- Enjolras perguntou quando muito relutante se afastou dela.- Suas mudanças bruscas de personalidade acabam comigo.

–Sinto muito por isso.- Éponine respondeu meia triste.- Prometo tentar melhorar... E a propósito.- ela suspirou fundo.- Me desculpe por ter pedido para parar de falar com a Thaís, foi errado e mesquinho da minha parte, já que eu não pararia de falar com Mont se você pedisse. Mas por favor, não fique dando muita liberdade para ela, sim?

–O mesmo peço para você.

–Montparnasse não está tentando me roubar de você. Diferente dela que já deixou bem claro que se pudesse te estrupava... Mas tudo bem, irei maneirar na minha amizade com Mont. Que tal irmos caminhar?

–Vamos. Só espere eu me trocar.- Enjolras pediu se levantando e Éponine assentiu com a cabeça.

Os dois saíram silenciosamente da casa, para a gelada manhã. O céu ainda estava nublado. Éponine abraçou Enjolras e ele passou o braço pelos ombros dela.

Quando voltaram, todos na casa já estavam acordados e assistiam TV enquanto conversavam. Éponine e Enjolras entraram de mãos dadas.

–Então tudo certo no paraíso ?- Grantaire perguntou.

–Sim. Conversamos e estamos bem de novo.- Éponine respondeu com um sorriso.

–Mas só estão bem porque a Éponine decidiu que deveriam conversar.- Courfeyrac comentou.- Enjolras estava morrendo de medo de apanhar dela, só não queria admitir.

–Estava nada. Estava dando o espaço que Jehan disse que eu deveria dar.- Enjolras explicou enquanto abraçava Éponine por trás e depositava um beijo no ombro dela.

Thaís olhava com raiva para Éponine que tinha um sorriso vitorioso no rosto quando se soltou e foi para a cozinha ajudar as garotas.

Enjolras foi se sentar com os outros na sala. Courfeyrac fez um sinal de positivos com os polegares para o amigo.

–Jehan quer ir dar uma volta comigo?- Caitlyn perguntou indo para a sala. Jehan rapidamente se levantou.

–Ah claro, Lyn. Vamos.

–Sem tomarem café?- Grantaire perguntou com um sorriso malicioso no rosto.

–Iremos comer alguma coisa no caminho. Até mais tarde.- Caitlyn se despediu rapidamente enquanto saia acompanhada de Jehan. Ambos com um sorriso tímido no rosto.

–Inacreditavel! Eu sempre achei que Jehan era o gay do grupo. Eu tinha certeza que ele era gay. Ele não pode estar pegando a Caitlyn!- Grantaire parecia inconformado.

–Só por que ele é todo romântico?- Éponine perguntou se sentando no colo de Enjolras, enquanto Melissa terminava de arrumar a mesa.- Se alguém dos Les Amis que tem que ser gay, esse alguém é você Grantaire.

–Eu? Eu? Por que eu?- Grantaire ficou irritado e Éponine riu.

–Vejamos.- ela pareceu pensar.- Eu já vi todos os garotos pegando alguém... Menos você. Combeferre namorava a Augustinne. Enjolras é meu namorado então tenho certeza que ele não é gay. Jehan ta em um relacionamento indefinido com a Lyn. Até o Joly eu já vi beijando uma garota. E olha que o Joly é todo cheio de não me toque. Já vi todos pegando alguém... menos você.- Éponine apontou para Grantaire que estava perplexo.

–E o Courfeyrac? Você não viu ele beijando uma garota.

–Na verdade eu já vi sim.- Éponine respondeu, se lembrando de quando eles haviam se beijado logo que Marius e Cosette anunciaram o casamento.

–É parceiro... Você é o gay do grupo.- Courfeyrac colocou uma mão sobre o ombro dele que o tirou com violência e se levantou bravo.

–Eu não sou gay e vou provar para vocês. Vamos em uma festa e eu irei pegar todas.- dizendo isso saiu correndo escada acima.

Os amigos que ficaram na sala começaram a rir por Grantaire ter levado tão a serio a brincadeira.

Eles tomaram café e decidiram ficar por ali mesmo na praia,já que nenhum deles estavam com vontade de pegar a estrada.

Em um momento Thaís chegou por trás e jogou os braços em volta do pescoço de Enjolras. Éponine lançou um olhar torto.

–Ahn... Thaís.- Enjolras pediu sem jeito enquanto tirava os braços delas do seu pescoço.- Não faça mais isso. Por favor você sabe que eu tenho namorada e eu quero que você a respeite.

Éponine e Melissa seguraram a risada enquanto disfarçavam indo para o mar. Já Thais se sentiu profundamente irritada com a atitude de Enjolras em relação a ela.

–Estão a fim de ir em uma festa mais tarde?- Jude perguntou quando entraram para almoçarem.

–Adorariamos mas o último ônibus de hoje para Paris sai as seis.- Combeferre respondeu se jogando exausto no sofá.

–E você Éponine? Vai?- Montparnasse perguntou se virando para Éponine que estava secando as costas de Enjolras.

–Não vou, Mont... Na verdade vou voltar com eles hoje para Paris, já que amanhã eu fui a escolhida para buscar Cosette e Marius no aeroporto.

Thaís se propôs a cozinhar para eles, e Combeferre pediu que a deixassem pois ela sabia fazer uma lasanha deliciosa e segredo de família.

Foram tomar banho e arrumar suas coisas para quando fossem embora mais tarde. A casa estava silenciosa e Éponine de alguma forma achou aquilo estranho. Caitlyn e Jehan ainda não haviam voltado do passeio.

Depois de um tempo Thaís chamou-os dizendo que o almoço estava pronto.

–Espero que gostem. É a receita secreta das mulheres da minha família...

–Ta meio quieto... Que tal uma musiquinha ambiente?- Courfeyrac sugeriu. Thaís parou de servir Combeferre.

–Eu tenho um cd na minha bolsa que é ótimo. É de musica indie, é para meditar e acalmar vocês se importariam se eu colocasse?

Os amigos fizeram que não e Thaís saiu correndo para pegar o cd. A forma de lasanha passava pelas mãos dos amigos enquanto se serviam. Éponine observava Grantaire e Courfeyrac que seguravam a risada, lutando para ficarem sérios.

Thaís colocou o cd animada e pegou o controle indo para a cozinha.

–Muito bem. Podem comer- ela anunciou enquanto apertava o botão do radio para começar a tocar.

Combeferre colocou uma garfada na boca e fez uma careta,mas continuou mastigando. Logo os outro fizeram o mesmo, mas assim que colocaram cuspiram tudo e viraram o copo de suco de uma vez.

No mesmo instante o cd começou a tocar e Thaís olhava de olhos arregalado para todos,uns ameaçavam vomitar, enquanto o som invadiu o ambiente.

“Me foda, com força. Enfia porra. Vai, vai. Ahhhhhh isso. Vadia” entre outros sons mais pesados e gemidos e xingamentos.

–Adorei essa musica indie.- Courfeyrac comentou ainda segurando o riso.

–Deixe eu provar, não deve estar tão ruim a lasanha.- Grantaire falou levando um pedaço minúsculo a boca e cuspindo logo em seguida.- Você ta querendo matar a gente?- ele gritou se levantando.- Essa é a pior coisa que eu já comi na minha vida.

Thaís continuava parada, não sabia o que aconteceu, aquele não era seu cd e ela não tinha mudado nada na receita da lasanha, não sabia o que poderia ter dado errado.

Éponine continuou encarando os dois, que a olhavam como se fossem inocentes.

Montparnasse desligou o radio e jogou a lasanha toda no lixo.

–Muito bem. Quem quer almoçar pizza?

Eles pediram pizza e comeram enquanto assistiam um filme. Thaís não voltou a descer e Éponine tinha certeza que Grantaire e Courfeyrac tinham aprontado alguma coisa.

Quando acabou o filme, Melissa, Damien e Jude foram embora pois precisavam abrir a loja. Montparnasse foi visitar uma “amiga”, Enjolras e Éponine se trancaram no quarto juntos dizendo que iriam dormir. Grantaire, Courfeyrac e Combeferre não estavam com vontade de dormir, então foram dar um passeio. Joly ficou, mesmo que Montparnasse tivesse dito para não se preocupar, para lavar a louça.

Cinco horas todos estavam na rodoviária com suas malas. Éponine e Enjolras tinham ido comprar as passagens. Montparnasse, Jude, Melissa e Damien estavam ali para se despedir dos amigos. Jehan e Caitlyn estavam afastados de mãos dadas, enquanto a garota tinha um semblante triste e olhava para o chão enquanto Jehan lhe falava alguma coisa.

–Eu não quero que você vá.- Caitlyn murmurou novamente.

–Nada faz doer mais meu coração do que ver você cabisbaixa, Lyn... Mas eu preciso, tenho meu trabalho em Paris.- Caitlyn olhou para longe segurando o choro. Tão logo havia achado alguém com quem quisesse partilhar uma coisa tão importante para ela, que era esperar o momento certo para beijar alguém especial pela primeira vez, logo ela o estava perdendo.

–Isso não é justo, Jehan... Então... Então por que fez eu me apaixonar por você se não tinha intenção de ficar?- ela soluçou, algumas lagrimas escapando e ela as limpou rapidamente.- Por que me machucar desse jeito?

–Você acha que eu tive a intenção de me machucar também? Em Paris não existe garotas tão fantásticas igual a você. Foi por isso que eu me apaixonei, com aquela troca de olhares na fogueira. Porque você é um sonho que eu nunca achei que iria acontecer.

–Então fique aqui.- ela implorou segurando as duas mãos dele.

–Você sabe que eu não posso... Por que você não vem comigo?

Caitlyn negou com a cabeça.

–Eu não posso viver em Paris, Jehan...

–Por favor não chore.- Jehan pegou o rosto da garota em suas mãos.- Prometo que todas as vezes que der eu venho te visitar. E vou te ligar todas as noites.

–Promete?

–Prometo, Lyn. E você sabe que tem minha palavra.- Jehan falou e a beijou delicamente, na frente dos outros. Éponine e Enjolras chegaram nesse momento e estacaram no lugar observando a delicadeza que havia naquele casal que estava sofrendo por tão logo terem se descoberto e assim serem separados.

Grantaire fez um barulho de nojo. Courfeyrac continuou jogando, Melissa começou a pular de felicidade.

Assim que o ônibus chegou todos se despediram.

–Tchau, Ponine. E vê se toma jeito.- Montparnesse a abraçou fortemente.- Você sabe que eu te amo, certo? Se cuida.

–Obrigada, Mont. Eu também amo você muito. Obrigada por ser meu amigo e tente me dar mais noticias, fico angustiada quando você some.

–E você, Enjolras.- Montparnasse o chamou assim que Éponine entrou no ônibus .- Vê se cuida da minha Ponine, ela realmente gosta de você e creio que não estarei muito tempo por perto para cuidar dela quando vocês brigarem.

–Pode deixar, Montparnasse eu irei cuidar dela.- Enjolras falou subindo no ônibus.

Thaís estava sentada com Combeferre,Grantaire com Courfeyrac, Enjolras se sentou com Éponine e Joly ia se sentar com Jehan que ainda estava com Caitlyn.

–Pobre Caitlyn. Ela vai ficar devastada. Vai se trancar no quarto sozinha e ouvir Taylor Swift com um pote de sorvete pelo resto do mês.- Éponine comentou enquanto olhava o casal trocar mais um beijo cheio de saudades, Caitlyn abraçou Jehan e logo o soltou, pedindo para que entrasse logo.

A viagem foi silenciosa. Éponine e Enjolras conversam baixinho, sobre como seria agora que as aulas retornassem mas estariam de greve. Grantaire estava orgulhos de seu grupo de resgate P.U.T.O.S ter dado certo e os dois estarem bem novamente. Courfeyrac dormia encostado no vidro e Grantaire virou para admirar o amigo.

Thaís estava emburrada e com os fones de ouvido, ignorando Combeferre que as vezes tentava conversar com ela. Não havia conseguido Enjolras e aparentemente ele e Éponine estavam mais unidos do que antes.

Éponine dividia o fone com Enjolras quando ouviu alguém amassando uma folha de papel. Ela se virou e viu Jehan desconsolado com seu caderno de desenhos aberto enquanto tentava desenhar.

Depois de horas eles chegaram a Paris. Já estava bem tarde e todos se despediram rapidamente.

–Quer que eu te acompanhe até seu apartamento?- Enjolras perguntou pegando uma das malas que Éponine carregava.- Ou você quer dormir no meu?

Éponine sorriu.

–Acho que vou querer ir para o seu. Já me mudei para o apartamento de Augustinne e lá é muito longe daqui do centro.

–Mas já se mudou?

–Já... Eu queria já não estar no apartamento de Cosette quando eles voltassem.

–E Agustinne?

–Ah ela está bem. Infeliz mas bem... Ela foi morar com os pais na Dinamarca.

–Dinamarca?

–Sim. Os pais dela moram lá. Ela nasceu lá,mas veio morar com os avós na época que a mãe ficou doente. E acabou ficando porque conheceu Combeferre.

–E acabou traindo ele também.- Enjolras deixou escapar enquanto abria a porta para que Éponine entrasse. Éponine fingiu não ter ouvido o comentário.

–Estou exausta e esse apartamento é quente não?- ela perguntou enquanto ia abrir as janelas.

–Vai ver ficou quente porque você está aqui.- Enjolras falou com um meio sorriso. Éponine se virou de olhos arregalados para ele.

–Nossa. Nem sei o que dizer depois disso... – ela se aproximou dando um beijo em Enjolras.- Então por que não vamos tomar um banho para ver se eu esfrio um pouco?- Éponine perguntou com um sorriso malicioso. Enjolras sentia falta da companhia dela e como sempre em um determinado momentos os dois começam a falar com duplo sentido mesmo que só estivessem brincando.

Mas dessa vez Éponine estava falando bem serio. Havia passado um mês longe de Enjolras e sentia falta de se sentir protegida nos braços dele.

Enjolras a pegou no colo e a levou até o minúsculo banheiro onde ligou o chuveiro na água gelada e os dois entraram ali debaixo com roupa e tudo, rindo enquanto se beijavam e eram o casal meloso que eles ficavam zombando nas ruas.

Mas quando estavam sozinhos, esqueciam que ela era a garota que não precisava de ninguém e ele que era o mármore incapaz de amar outra coisa além da França. Quando estavam sozinhos eles podiam ser quem eles eram de verdade.

–Quero que conheça minha mãe.- Enjolras anunciou enquanto Éponine tirava sua blusa.

Ela parou e o encarou sorrindo de felicidade que podia ser vista em seus olhos.

–De verdade?

–Sim, de verdade... Ela precisa conhecer a garota que convence o filho a ir visitá-la.

–Bom sendo assim.... Nada me faria uma garota mais feliz que conhecer a mãe do meu namorado cabeça dura.