When I Saw You.

Aquele do perfume.


“Tentei falar com você o dia INTEIRO. Onde estava?” - Kouga responde minha mensagem em 1 minuto.

“Estava tentando me distrair, onde você está?” – Pergunto.

“Preso em um jantar de família, doido pra sair daqui.” – Do mesmo jeito que eu tenho que sair com o Sesshoumaru, ele também deve ter que encontrar a Ayame com a familia dela.

“Hmm, boa sorte! Haha” – Mando pra ele e em 2 segundos meu telefone começa a tocar.

— Fala, o que aconteceu? – Sinto a preocupação em sua voz e automaticamente o choro se torna uma bola em meu peito.

— Você é telepata? – Rio – Nada não, só ... estava com saudades. – Respiro fundo.

Ele não diz nada então continuo.

— Bom, vou tentar dormir, amanhã nos falamos, beeijo! – Dou um beijo estalado e desligo a ligação e em seguida o celular.

Me esparramo na cama empurrando todas as compras pro chão. Olho pro relógio e vejo que ainda é cedo, quase 20:00.

— Vou correr! – Coloco uma roupa de ginástica e desço de fininho.

— Kagome – Escuto a senhora Kaede me chamar – Você não comeu nada hoje. Não acha melhor comer um pouco? – Ela se aproxima de mim preocupada.

— Vou me exercitar um pouco e quando eu voltar como umas frutas ou alguma coisa – Ele apenas me encara.

— Filha, é perigoso sair essa hora sozinha ... Eu escutei o que o seu pai estava falando, não seja imprudente.

— Ah chega! Até você? Por favor, eu to me sentindo sufocada! – Tento falar o mais baixo que consigo – Prometo não demorar!

A velha senhora tira uma pulseira de contas marrom do bolso e coloca em meu pulso.

— Não tire isso ta? Eu fiz pra você.

— O que é? – Pergunto olhando a pulseirinha de bolinhas escuras meio transparentes.

— É pra proteção! Agora não demore! – Concordo com um aceno de cabeça e vou embora rapidinho.

POV MIROKU

— Cara! Finalmente você chegou! – Inuyasha entra em casa meio irritado.

— O que foi?

— Você não esteve na audição, achei estranho, não ia participar da banda? – O garoto cruza os braços desviando o olhar.

— Eu acho que não vou mais – Ele dá de ombros.

— Eu estava conversando com a Kagome mais cedo, ela cantou na audição. Tem uma belíssima voz ... – Digo tentando chamar a atenção dele.

— E daí? – Ele me da as costas e vai em direção as escadas.

— Então você não foi porque não queria escuta-la não é? – Disparo de uma vez.

Ele para no primeiro degrau da escada.

— Eu gravei. Pra você escutar porque sabia que estava fugindo.

— Sabe Miroku, você não perde a chance de se meter aonde não é chamado – Ele me olha irritado – Eu não quero saber! – Ele grita e eu espero ele dar o seu show – O que você acha que eu tenho que fazer?!

— Consertar seu erro. Sabe, nunca é tarde – Dou de ombros – Mas você é bem idiota então resolvi te ajudar.

Ele vem até mim como um relâmpago e tenho certeza que está se segurando para não me dar um soco.

— A culpa não é minha por você ser um idiota, não pode me bater por isso – Dou um sorriso debochado.

— MIROKU! – Posso vê-lo trincando sua mandíbula.

— Vamos lá, se acalme – Coloco as mãos sobre os ombros do garoto – Se não quiser escutar a decisão é sua.

Sua expressão se suaviza e ele desvia o olhar. Eu o conheço, algo está mexendo com ele.

— Se quiser conversar, estou aqui. – Inuyasha se afasta de mim e vai até o sofá, se sentando.

— Vou ficar vigiando a Kagome agora em diante, fiz um acordo com o Sesshoumaru.

— Como assim?

— Tem alguém a perseguindo, achando que assim afetar a ele, que grande idiota – Rle revira os olhos bufando.

— Porque você o ajudaria? É por ela? – O encaro que desvia o olhar.

— Claro que não – Inuyasha cruza os braços em defesa – Eu concordei em protege-la, até o casamento. Assim ele me deixa ir pro exterior, com a Kikyou.

— Entendo ... Mas ela vai no inicio do ano e a Kagome só vai se casar quando se formar ... – O garoto levanta e vai ate a cozinha, volta com duas cervejas. Me entrega uma.

— Eu vou me encontrar com ela depois. Só posso ir quando me formar de qualquer forma – Ele abre a cerveja e encosta na porta dando um gole.

— Se você tem certeza do que quer fazer ... – Coloco a cerveja na mesinha de centro e pego meu celular, enviando o áudio para o Inuyasha – Eu já vou.

Ele é orgulhoso demais pra admitir que errou e tenho quase certeza que não está fazendo isso só para sair do país. Ele não está mais 24 horas atrás da Kikyou como fazia antes.

POV INUYASHA

Bebo a cerveja de uma vez, pega a que o Miroku deixou em cima da mesa e bebo também, tudo isso encarando meu celular com a mensagem dele.

— Eu não preciso escutar isso, não faz diferença – Digo pra mim mesmo – Eu já escutei ela cantar antes e elas são tão parecidas fisicamente, deve ser a mesma coisa com a voz.

Eu não falo com a Kikyou desde ontem. Antes eu estaria desesperado, talvez minha cabeça esteja muito cheia. É melhor ligar e contar tudo pra ela.

Ao pegar meu celular sem querer dou play no áudio e a voz da Kagome soa. Fecho meus olhos e respiro fundo escutando a música a capela. Meu coração acelera da mesma forma que aconteceu 1 ano e meio atrás. Tento identificar a música mas não consigo.

— AAAAAAAAAAAH! – Vou até a cozinha e volto com uma garrafa de Whisky, não me preocupo nem em pegar um copo, bebo no gargalo mesmo – Coloco o áudio pra tocar novamente, e de novo, e de novo. Até cair no sono.

POV KAGOME

Estou correndo a mais ou menos 1 hora, tento acalmar meus pensamentos. Esvaziar a minha mente.

Paro em uma pracinha e resolvo sentar um pouco, vou até o balanço e sento nele. Balançando pra lá e pra cá.

— Ah, queria poder esvaziar minha mente. Talvez eles tenham razão, ele deve ter ficado uma fera por eu te-lo beijado ... – Me agarro ao balanço tentando apagar minha memória.

Escuto um barulho mas antes que eu possa me virar o balanço é segurado. Quando olho pra cima tomo um susto.

— Não adianta falar com você, tem alguma língua que você entenda? – Sesshoumaru me encara com seus olhos âmbar.

— Como você me encontrou? – Digo mais pra mim que pra ele.

— Eu estava passando e vi você ai. Parei o carro e você nem escutou. – Ele não está sendo grosso mas ainda me segura no balanço. De repente ele empurra o balanço pra frente.

Eu fico quieta. Só sentindo o vento e o frio da noite. Seu perfume forte é marcante e diferente do Inuyasha ele não parece sempre irritado.

— Está tentando fazer isso pelo que eu disse mais cedo?

— Não. Só estou tentando fazer você voltar pra casa – Travo meus pés no chão e levanto virando em sua direção, mas como faço muito rápido acabo ficando tonta.

Ele dá a volta em um segundo e me segura, impedindo que eu caia.

— Droga. – Ele diz me encarando – O que eu faço com você?

Coro na hora, me sinto intimidada.

— Eu não sou uma coisa que você pode fazer o que bem entender, já te falei isso! – Decido encara-lo que se mantem sem expressão alguma. Mas como ele é bonito, PQP! Ainda mais a luz da lua. O cara me faz ter inveja dele.

— Agora me diz – Começo – O que você usa nessa pele e nesse cabelo? – Pela primeira vez o vejo desconcertado e ele quase dá um riso, quase.

— Você é estranha. Poucas mulheres conseguem me encarar assim. – Seus olhos estão fixos nos meus.

— Agora sou uma mulher? – Estreito meus olhos – Já pode me soltar oh grande Sesshoumaru-sama – Reviro os olhos e ele me solta.

— Vamos fazer o seguinte. Amanhã esteja pronta as 10:00 da manhã. Vou te levar em um lugar. – Ele ajeita o cabelo longo que permanece na trança intacta.

— Não quero ir, obrigada. – Dou um sorriso forçado.

— Você quer saber porque decidi casar com você, vou te mostrar o motivo. – Sua pele parece brilhar com a lua, não consigo me concentrar! NÃO ACREDITO NISSO! – Não precisa se arrumar muito, nem use salto. – Ele reforça desviando o olhar para o outro lado da praça, sua postura se arma automaticamente.

— O que foi? – olho tentando ver alguma coisa.

— Entre no carro, vou te deixar em casa. – Ele segura minha mão e me guia até o carro. Abre até a porta do carro pra mim, me deixando besta.

Quando estamos chegando próximo a minha casa eu tomo coragem pra dizer.

— Me desculpe pelo que eu fiz ontem, não foi de propósito, eu só não sei porque fiz! – Tenho certeza que fico vermelha como um tomate.

Ele para o carro na frente de casa e me encara.

— Me desculpe se eu te ofendi em algum momento, vou tomar cuidado. Eu não sou de pedir desculpas então, não se acostume. – Ele é bem direto né?! – 10:00 em ponto.

Eu concordo com um aceno de cabeça e saio do carro. Ao passar pelo portão vejo meu melhor amigo me esperando.

— Ue, você não estava em um jantar ? – Digo correndo até ele.

— Eu fugi, aquela garota estava me deixando louco – Ele revira os olhos.

— Eu sabia que estava com a Ayame-chan, ela gosta muito de você. Pare de agir como se não se importasse – Dou um tapinha na testa dele – Vou subir pra tomar um banho, me espera?

— Vai logo, você ta nojenta – O moreno faz cara de nojo e eu dou outro tapa na testa dele.

— Senhor Kouga! – Kaede nos recebe.

— Você já devia ter ido descansar – Aperto a bochecha dela.

— Se você tivesse comido alguma coisa eu já teria ido! – Ela me diz irritada.

— Kouga, coma também ! – Eu subo correndo pro meu quarto e entro direto no banheiro fugindo deles.

Tomo um banho rápido e coloco um pijama. Quando saio do banheiro tem uma bandeja de frutas cortadas e um copão de suco na mesinha de cabeceira. Kouga está esparramado na minha cama.

— Quanta folga hein – Digo ainda secando meu cabelo.

— Como se você se importasse – Ele nem se dá o trabalho de olhar pra mim – Eu prometi Kaede-sama que você comeria.

— Okaay okaay – Sento na beirada da cama e vou comendo as frutas, de vem em quando dou um pedaço na boca do moreno que come deitado – Está confortável Lord?

— Não, ainda preciso de uma massagem – Ele diz rígido e eu fico o encarando com cara de poucos amigos – Bebe logo esse suco pra poder deitar aqui comigo. – Ele me encara com seus olhos azuis intensos.

— Porque eu faria isso? – Digo bebericando meu suco de limão.

— Porque está com saudades. – A suavidade em sua voz me estremece. Bebo meu suco e vou até a porta, a trancando.

Deito na cama com a cabeça encostada em seu peito, Kouga me abraça carinhosamente.

— Kouga, como você me vê? – Digo baixinho me aninhando em seu peito.

— Como assim?

— Você é a pessoa que mais me conhece no mundo, esteve comigo desde que consigo me lembrar então, se você me disser que sou uma mimada inconsequente – Eu levanto a cabeça para encara-lo – Eu acredito em você.

Ele me encara um segundo antes de deitar olhando pra cima.

— Você é ... inconstante. Irritada, grossa, mau educada quase sempre, metida, curiosa, idiota e principalmente muito instável – Eu lhe dou um olhar mortal e ele volta a me encarar mas agora sorrindo docemente – Mas você é sensível, doce, amorosa, cuidadosa com quem ama ... – Ele se vira ficando de lado na cama me fazendo ficar de frente pra ele – Linda, a melhor pessoa que já conheci na vida ... Com um coração gigante e uma determinação fora do comum. Você é incrível Kagome Higurashi.

Ficamos nos encarando por um minuto. Meu peito quer explodir de alegria pela primeira vez em dias. Não me importo com a opinião deles, não mais.

— Tenho que me preparar – O moreno franze o cenho confuso – O que eu vou fazer quando você for embora? – Ele suspira e eu me aconchego ainda mais a ele. Seu calor me passa tranqüilidade - Pode dormir comigo ... ?

— Idiota ... – Ele diz baixinho.

— Eu amo você e por isso, vou aprender a me cuidar sozinha, pra você não se preocupar comigo.

Ele me aperta junto ao seu corpo e seu cheiro me envolve, fico com sono automaticamente.

— Idiota ... Você não vê porque tenho que ir ... Eu simplesmente – É tudo que consigo ouvir até adormecer em seus braços.