When I Saw You.
Aquele do beijo roubado.
POV KAGOME
Pego uma garrafa de espumante e vou para a área aberta do museu. Como a noite está nublada, o jardim está vazio e escuro.
— Que ótimo - Murmuro pra mim mesma, dou um gole no espumante e me sento em um dos bancos olhando o céu cinzento.
— Não esperava encontrar alguém aqui - Escuto uma voz saindo da parte mais escura do jardim. O homem segura um copo de Whisky, ao se aproximar noto que ele parece muito com o Sesshoumaru, deve ser poucos anos mais velho que ele, seus cabelos pretos compridos me diz ser de alguma família tradicional.
— Quem é você? - Disparo o encarando despreocupada graças ao álcool.
— Hmm, você é bem corajosa. Devo dizer - Ele dá um sorriso leve e senta no mesmo banco que eu, mas com uma distancia considerável.
— Você tem um copo, eu uma garrafa. Quem ganhou? - Levanto minha garrafa pra ele que ri. Um calafrio passa por mim apesar de aparentemente não ter nenhum motivo.
— Você está certa, devo supor - Ele dá um gole no drinque e me da um sorriso simpático.
— Você parece com o Sesshoumaru, é parente dele também ? - Tomo um gole da minha garrafa. Como está escuro não consigo ver muita coisa sobre seu rosto, mas seus olhos tem um reflexo vermelho.
Ele ri.
— Não. Mas digamos que temos alguns assuntos em comum.
Não digo nada, apenas balanço a cabeça e ele continua.
— Belo anel de noivado. - Olho para o anel em meu dedo reluzindo - Sabe que pedra é essa?
— Cara, você que deveria saber, já tem idade para estar casado. Porque não pega uns conselhos com seu amigão Sesshoumaru? Ele sabe como ganhar uma garota. - Bebo o restante da bebida e me sinto anestesiada. O homem ao meu lado levanta e agora eu consigo vê-lo melhor. Ele é muito bonito mas não é como o irmão mais velho dos Taisho. Ele tem uma coisa ... Outro arrepio na espinha.
— É, ele soube escolher. - Ele vai embora tranquilamente - Voltaremos a nos ver, srt. Higurashi.
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Acordo em um quarto estranho. Minha cabeça está explodindo. Ressaca, com certeza.
— Onde estou? - Olho em volta procurando meu celular. Levanto da cama, o quarto é enorme. Vou até a janela.
— Que lugar é esse?! – Tem um jardim imenso mas não reconheço o lugar. Olho pra baixo e vejo que estou vestindo uma blusa e calça de moletom masculino – O que eu fiz?! – Começo a ficar preocupada quando a porta abre e Inuyasha entra com um copo de água na mão e um vidro de aspirina – VOCÊ ME SEQUESTROU?!!! – Grito com ele que me olha perplexo.
— Você é inacreditável. – Ele bate a porta com força indo ate mim – Se você não ficasse bêbada com estranhos em lugares desconhecidos eu não teria que ter te trazido pra cá.
Ele coloca o copo em cima da mesinha ao lado da janela com as aspirinas. De repente me lembro de tudo. Eu bebi todas, fugi pra uma área isolada do museu e tinha um cara comigo.
— Sesshoumaru me encontrou. Porque não me levou pra casa? – Eu tenho um flash de tentar beijar o ... – MEU DEUS!
Inuyasha respira fundo e me encara.
— Eu tentei agarrar seu irmão não foi? – O garoto não responde, só suspira – Ele me encontrou e eu o ... beijei – Coloco as mãos no rosto escondendo ele – AAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!
— Para de ser idiota! Tome o remédio, um banho e desce pra comer alguma coisa. Não vou ficar sendo seu empregado – Não olho pra ele. Me sinto a maior idiota do mundo.
Ele sai e eu vou direto pro chuveiro.
— Kagome? To colocando umas roupas aqui. – Escuto a voz da sango e a porta do banheiro batendo.
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— Ah por favor, qual é o problema de beijar o cara com quem vai casar? – Ela ri esparramada na cama do quarto de hospedes.
— Eu nunca faria isso!
— Vai colocar a culpa na bebida? Sabemos que não é assim que funciona. – Ela pisca pra mim – Olha, uma hora vamos ter que sair daqui, não que eu esteja te apressando mas ...
Tomo o remédio com a água.
— Preciso pedir desculpas? – Falo baixinho.
— Desencana. Do jeito que ele é, nem vai tocar no assunto – Ela levanta preguiçosamente da cama.
— Mas o Inuyasha sabe ... – Ela me corta.
— Desde quando você liga para o que ele pensa? – Ela cruza os braços me encarando.
— Na verdade, eu posso ter ... enchido a cara ... por causa ... dele – Dou um sorriso sem graça enrolando meu cabelo.
Minha amiga respira fundo, coloca a mão no meu ombro e me fita com seus olhos escuros.
— Ta na hora de você pensar um pouco sobre o que sente, não acha? – Eu engulo em seco. Ela ta certa. Mas saber o que estou sentindo não vai melhorar nada minha situação.
POV SANGO
— O que você está fazendo aqui? – Falo logo grossa encarando ele.
— Kagome, precisa que você leve umas coisas pra ela – O moreno diz com um sorriso no rosto.
— E porque ela mandaria você Miroku?
— Ela esta na casa do Inuyasha, fez merda ontem e precisa de uma roupa. Se você não quiser ir tudo bem ... – Ele vai saindo quando eu o puxo pela camisa.
— Me dá 10 minutos. – Ele dá um sorriso de canto e eu respiro fundo.
Me visto e pego uma muda de roupa pra Kagome. Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo, faço uma make básica e pego um óculos diferente dessa vez, um retro estilo gatinho.
— Temos que ir na escola mais tarde, hoje é o teste para a banda do baile de primavera. Vamos logo – Entro no carro voada.
— Como quiser.
Ao passarmos pelo portão percebo que o Inuyasha mora em uma cidade particular. Demoramos uns 10 minutos de carro até chegar a casa principal, mas ainda assim seguimos um pouco mais e paramos em uma casa menor.
— Me diz, como tem um lugar assim nessa cidade e ninguém nunca soube? – Digo para o Miroku que sai entrando direto na casa.
— Eles são muito reservados ... E o Inuyasha não é muito de falar sobre a família.
— Morar com o Sesshoumaru não deve ser fácil ... – Digo estranhamente desconfortável.
— Eles não moram juntos.
— O que? – Antes que o moreno possa explicar o Inuyasha aparece.
— Ela está lá em cima, corredor esquerdo, segunda porta. – Vê-lo de cabelo solto é estranho, ele é muito muito bonito. Como Miroku é o sucesso das mulheres? Olho de um para o outro antes de subir.
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Carrego a Kagome escada a baixo praticamente para irmos até o colégio.
— Eu seria uma péssima amiga se não te obrigasse a ir, você quer isso desde sempre. Pode ser a vocalista da banda!
— Você vai tentar também certo? Pra guitarra ... – Ela me diz com aqueles olhinhos de cachorro.
— Sim, vou tentar.
— Ta sóbria agora? – O garoto de cabelos brancos pergunta, ele esta emburrado como sempre mas não a olha nos olhos.
— Me desculpa, acho que sobrou pra você – Os olhos da morena brilham ao vê-lo.
Ele estende um copo de suco de laranja pra ela.
— Tome cuidado, você lembra com quem estava ontem? No jardim.
Ela para pra pensar com o copo na mão.
— Era alguém que trabalha com o Sesshoumaru, mas ele não me disse o nome – Ela dá um gole no suco.
— Como se você fosse lembrar bêbada daquele jeito – Ele empina o nariz e eu rio. Ta na cara que ele se importa. Que idiota.
Não foi o Sesshoumaru que ela beijou. AH MEU DEUS! Foi o Inuyasha!
Devo ter arregalado os olhos porque ele me fita desconfiado.
— Kagome, devia ligar pra sua mãe e avisar que estamos dando um pulinho lá no colégio agora, ela não fala com você desde ontem.
A morena assente e entrega o copo vazio para o garoto antes de sair.
— Foi você não foi? – Ele se aproxima de mim com as bochechas vermelhas e os olhos arregalados.
— Ela lembra disso? Me chamou daquele babaca do Sesshoumaru. – Ele diz preocupado.
— Se ela lembrasse nem olharia na sua cara idiota – Eu dou um sorriso travesso – Eu poderia contar, ela ficaria bem mais aliviada – Balanço a cabeça afirmando.
— Aquilo foi um erro, sou o namorado da prima dela. Não fale nada. – Ele suspira e desvia os olhos dourados.
— Inuyasha ...
Não preciso nem perguntar. Ele é transparente como água e sinceramente, acho que estou totalmente enganada sobre ele.
— Diz pra ela ter mais cuidado, ela nem notou, mas roubaram de novo o anel de noivado. Não era um convidado que estava com ela lá.
— Ela não pode ter só perdido? – Digo
— Não, segundo meu irmão não. Ela precisa tomar mais cuidado, tem muita gente ai fora que adoraria fazer mal ao Sesshoumaru.
— Como se ele se importasse ... – Dou de ombros.
O garoto pega o jornal e me mostra uma foto deles em um artigo sobre o museu. Kagome está ao lado do noivo com um sorriso largo, segurando seu braço. Quem vê, acha que é de verdade.
POV KAGOME
— Como assim você vai participar? – Digo pro moreno animada.
— Eu to na produção, posso te ajudar a ensaiar – Ele sorri pra mim me encorajando.
— Obrigada, mas não vou passar, a Kikyou jamais deixaria isso acontecer – Dou de ombros revirando os olhos – Só porque ela não pode cantar, pura inveja.
— Ela não canta? – Miroku pergunta confuso.
— Não, ela nunca conseguiu, mesmo com aulas de canto e tudo mais – Mordo o lábio inferior pensando alto – Mas ela é boa em todo o resto – Olho pra ele que me encara – O que foi?
— Posso ... – Ele puxa minha presilha e solta meu cabelo, segura meu queixo e me encara. Me olha por todos os ângulos e fixa seus olhos escuros nos meus. Tento me afastar mas ele segura meu queixo – Espera.
— O que você pensa que ta fazendo seu tarado?! – Sango dá uma cotovelada nas costelas dele que grita de dor e me soltar – Seu tarado! – Ela dá um tapa estalado no rosto dele me deixando boquiaberta.
— Kagome, você é próxima – Minha prima perfeita vem até mim e me entrega uma folha – Sua música, para o teste.
— Espera. Eu já tenho uma música. – Digo encarando o pedaço de papel.
— Não, achamos melhor escolher as músicas pra saber se vai ter haver com o “clima” do ambiente que queremos criar – Ela dá ênfase a palavra clima – Boa sorte! – Dizendo isso ela volta para o seu lugar nos jurados e Miroku aproveita e se junta a ela na mesa.
— Sango, essa música ...
— O que tem? – Ela olha letra.
— É minha, eu a escrevi quando estava estudando musica. Como ela pode ter? Estava nas minhas coisas!
— Vai la e arrasa. Depois descobrimos isso, ela ta fazendo isso pra te abalar ... Vadia – A morena revira os olhos e meu coração acelera. Pelo menos Inuyasha não está lá pra me ver cantar isso ...
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Fico na frente deles que me encaram com desinteresse. Só Miroku me faz um sinal positivo me apoiando me deixando sem graça.
— Pode começar srt. Higurashi. – Kikyou diz – A capela pelo visto né? – Claro sua vaca, você mudou minha musica e a Sango não sabe tocar essa.
Começo a cantar.
‘Ilusão imaginar você pra mim
Você jamais me olhou
Sequer pensou que meu olhar fosse de amor’
Começo baixinho e vou aumentando conforme a tensão diminui. Pela expressão deles, não acharam que eu seria boa.
‘Meu coração dispara sempre que te vê
Eu mal posso entender
Como é bom te querer
Como é que eu posso ter
Coragem pra falar dessa paixão
Pois sei que vou morrer
Se você disser não’
Kikyou me encara claramente irritada. O que me deixa mais a vontade para liberar minha voz com confiança.
‘Então fico a sonhar com teu olhar
E você dizendo sim
E o primeiro beijo de amor sem fim
Te amo tanto e não sei mais
Como é que eu vou viver em paz
Se tudo que eu preciso
É respirar teu ar
Te amo tanto e sem querer
Mas sei que posso te perder
Pra alguém sem tanto amor
Mas sem temer falar
Ilusão ...’
— Você arrasou garota! – Miroku diz boquiaberto. Bate palmas pra mim com um sorriso no rosto.
— Miroku, ela não é a única. Vamos avaliar e te falamos no inicio da semana. Mesmo que não seja vocal, terá seu papel para a organização do baile de primavera. Obrigada. – Minha prima diz da forma mais formal possível.
Eu agradeço e saio da sala. Tomo um susto ao ver o Inuyasha do lado de fora. Ele não escutou, ainda bem. Porque estou preocupada mesmo?
— Você vai ... participar? – Digo receosa.
— Porque está falando assim desde de manhã comigo? – Ele diz sem me olhar.
— Você que não me encara seu maluco! – Disparo o surpreendendo. Ele apenas me olha sério.
— Ingrata! – Ele estreita os olhos pra mim – Se eu pudesse ficaria o mais longe possível de você! Pare de me trazer problemas! – Ele diz aborrecido.
— Pois é, não sou seu problema e sim do seu irmão. – Digo mais pra mim mesma que pra ele.
Vou embora sem me despedir. Preciso de um tempo, aparentemente ate de mim mesma.
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