When I Saw You.

Aquele com a entrevista familiar e o desejo desesperado.


POV SESSHOUMARU

Ela está atrasada.

Estou na porta de casa esperando Kagome sair para irmos pra entrevista familiar. A sr Yamashi e rígida demais. Ela não vai pegar leve conosco, muito mais se nos atrasarmos. Olho mais uma vez no relógio.

— Sesshoumaru. – Inuyasha diz se aproximando. Não tenho tempo pra isso. Apenas o encaro por um instante – Você descobriu mais alguma coisa sobre o Naraku?

Isso é importante. Eu reconheço que ultimamente não tenho parado para resolver os problemas pendentes. O anel em meu bolso parece vibrar me lembrando que não posso mais adiar essa situação.

— Não. Mas vamos descobrir. – Mostro o anel de noivado da família Taisho para Inuyasha que me olha curioso.

— Esse e o motivo de toda essa desgraça?! – Ele diz irritado e eu respiro fundo o guardando novamente – Porque está com ele? Você não pode fazê-la andar por aí com isso, vai se tornar um alvo para esse psicopata!

— Inuyasha. Você acha que eu sou idiota? – Respiro fundo novamente. Eu normalmente não tenho paciência. Com Inuyasha então, não sobra nada.

— Acho.

— Duas palavras pra você. – Estreito meus olhos o encarando – Pergunta retórica!

— Pronto! Pronto! Cheguei! – Kagome aparece correndo pela porta. Ela parece outra pessoa vestida desse jeito.

Seu cabelo está liso e alinhado, bem maquiada e usa uma saia godê rosa envelhecido sobe uma blusa de botões azul marinho de mangas longas. Um salto do mesmo tom da blusa se destaca combinando com a bolsa lateral. Em seu dedo está a aliança de casamento.

— O que foi? – Ela olha pra nós dois confusa – Precisam de um tempo? – Ela ameaça entrar mas eu a seguro pela mão. Os olhos de Inuyasha seguem o movimento ficando fixos em nossa aliança.

Sem dizer nada ele vai em direção a sua casa. Quando volto a olhar para minha esposa ela parece confusa.

— O que foi?! – Ela pergunta como uma criança mimada.

— Você está atrasada, idiota. – A morena revira os olhos se desvencilhando e entrando no carro, eu entro logo atrás e o motorista arranca indo em direção ao orfanato.

— Kagome. – Eu chamo a garota que continua olhando pela janela – Temos que conversar.

Ela me fita seria. É incrível como ela consegue se transformar na minha frente. Vestida assim e com essa atitude não parece a adolescente que estava pulando e dançando ontem a noite.

— Vai dar tudo certo. – Ela coloca a mão sobre a minha – Relaxa, oppa! – Ela pisca pra mim dando um sorriso gentil e eu pego o anel em meu bolso.

A Sr. Yamashi trabalhou pra minha família a vida inteira , conhece a nossa historia e sabe como as relações funcionam. Isso não vai ser fácil.

— Assim que sairmos de lá, você vai me devolvê-lo. – Digo colocando o anel de noivado com a joia cor de rosa em seu dedo.

Kagome suspira pesadamente.

— Se você não quer que eu tenha esse anel, porque eu o estou usando agora? – Seus olhos escuros estão fixos nos meus – Eu não quero mais um anel estupido que você acha que eu não posso cuidar.

Antes que ela o tire eu seguro suas mãos.

— Esse e o anel. O verdadeiro anel da minha família. – Ela respira fundo e eu continuo – Não e porque não confio em você, esse anel é ruim. E eu não quero fazê-la carregar esse fardo.

— Ruim?

— Eu não espero que você entenda. Apenas me escute.

— Porque eu tenho que usar isso hoje?

— Ela iria perceber que não está usando. E acredite, não vai ser tão fácil. Saber que os nossos relacionamentos são sempre arranjados não vai nos ajudar a adotar uma criança.

— Nos temos uma base sólida tanto financeira quanto emocional, a menina gosta de nós, porque não iríamos conseguir? – Base sólida emocional?

Eu não tenho tempo de dizer nada, chegarmos ao orfanato.

— Sr. Taisho. – A velha senhora me diz ao sentar em sua frente no escritório, seus olhos passeiam entre mim e Kagome – Então você era a noiva.

— Nos casamos uns meses atrás.

— Como vocês acham que podem moldar uma vida quando a própria ainda não foi? – Ela diz suavemente.

— Você me conhece desde que nasci. Sabe que vou dar um futuro a Rin. Responsabilidade é uma coisa que eu sempre tive.

Ela aperta os lábios os transformando em um linha.

— Eu quero isso tanto quanto Sesshoumaru. Eu montei um cronograma de atividades e pesquisei sobre os melhores colégios para desenvolver tanto seu lado emocional como social. – Ela tira uma pasta da bolsa e a entrega para a velha senhora, nos surpreendendo.

— Kagome, eu vou ser franca com você. Eu não posso aprovar isso, infelizmente, por sua causa. – Direta como uma bala.

POV KAGOME

— Por minha causa? Mas ...

— Vocês podem estar casados mas não são uma família. Sei bem como funciona o matrimônio na família dos Taisho. Tudo e por interesse. Uma criança precisa de amor, um ambiente familiar de verdade. Além disso, você ainda está no colégio! Seus horários seriam comprometidos com os estudos e seus afazeres de adolescente. Que é o que você é.

Me endireito não cadeira e penso por um instante.

— Eu entendo o que você quer dizer quanto eu estar ocupada com o colégio mas logo vou me formar. E pode não parecer mas nós somos sim um casal, não foi ideia nossa mas aconteceu. Meu carinho pela Rin veio antes mesmo de saber do desejo do meu marido em adota-la e eu tenho certeza que vamos nos tornar uma família. Se me der uma chance vera o quanto eu posso ser dedicada sra. Yamashi!

Sesshoumaru mantém os olhos em mim.

— No início foi apenas um contrato, não vou mentir, ainda temos um prazo a cumprir mas, as coisas mudaram e acredito que posso dizer que temos uma sintonia um com o outro. - Ele diz como se fosse ensaiado e eu quero soca-lo.

A velha nos olha entediada, provavelmente por perceber o mesmo que eu. Coloco as mãos sob a mesa para que ela veja bem o anel.

— O que queremos dizer é que gostamos um do outro apesar da situação forçada, a menina vai ser feliz e bem cuidada conosco porque mesmo antes de nos amar, nos já a amamos.

Ela analisa a pasta superficialmente.

— Kagome, eu espero que você não leve isso de forma pessoal. Por mim, você não tem uma estrutura psicológica firme para cuidar de uma criança porque você ainda é uma criança. – Ela suspira encarando o arquivo que coloquei em sua frente – e também, não acho que o Sesshoumaru entenda o que é uma família. - Ela pausa se levantando - Eu vou avaliar novamente e entro em contato.

Ela sai da sala nos deixando sozinhos. Eu estava confiante de que levaríamos a Rin conosco.

— Kagome ... ainda podemos apelar.

— Sesshoumaru, essa garota precisa de uma família. Quem poderia amá-la como nos? – Eu levanto andando de um lado pra o outro.

— Calma, vamos conseguir. – Ele levanta me abraçando gentilmente, eu escondo meu rosto em seu peito me agarrando em seu paletó.

— Eu vou mostrar pra ela que sou mais adulta do que ela pensa.

Sesshoumaru ergue meu rosto pelo queixo me encarando com seus olhos amarelos.

— Você precisa focar nos estudos. Precisa se formar logo, assim tudo vai ser mais fácil. – Suas palavras soam gentis o que me faz subir um arrepio pela espinha e ele me aperta um pouco mais contra seu corpo.

— Vamos sair daqui? – Digo baixinho e ele concorda com um gesto de cabeça.

POV SESSHOUMARU

Ao entrarmos no carro o motorista ainda não chegou, de repente a morena se atira em cima de mim me beijando intensamente. Ela se inclina sobre mim me segurando pela nuca acendendo todo meu corpo.

— Kagome, eu preciso te lembrar onde estamos? – Eu digo entre beijos, a garota morde meu maxilar e eu a puxo para cima do meu colo deixando uma perna de cada lado.

Subo a divisória entre nós e o motorista e volto a beija-la desesperadamente. Minha língua invade sua boca buscando cada espacinho a fazendo gemer baixinho.

Ela abre os botões de sua camisa expondo seus seios fartos em uma lingerie vermelha transparente me deixando mais que excitado.

— Quieto. – Ela murmura dando beijos entre o canto da minha boca e meu pescoço, dando leves mordidas enquanto flexiona o quadril contra meu membro já duro como pedra.

— Ah! – Acaricio seus seios por cima da lingerie enquanto ela continua flexionando o quadril fazendo um atrito maravilhoso entre nós – Eu não entendo você.

— Não tente entender, apenas me satisfaça – Ela segura meu rosto fixando seus olhos escuros nos meus.

Eu abro o fecho de seu sutiã libertando seus seios que estão na minha cara implorando para serem tocados.

Ela arqueia seu corpo os jogando em meu rosto e eu abocanho sem pensar duas vezes a fazendo gemer baixinho.

— Sesshoumaru ... – Eu coloco minhas mãos por baixo da sua saia apertando sua bunda a forçando contra meu membro e nos dois seguramos os gemidos que queremos dar.

Eu a beijo novamente enquanto acaricio suas coxas fazendo uma massagem torturante.

— Hmmm ... – Ela se inclina pra cima de mim tirando meu paletó.

— Calma, se você quer fazer isso direito vamos pra outro lugar ... – Kagome já está abrindo meu cinto e antes que eu pense ela já está com a mão em meu membro me masturbando enquanto me beija para abafar os meus gemidos.

Instintivamente eu a acaricio sobre a calcinha engolindo seus gemidos que me deixam cada vez mais duro e querendo entrar em sua fenda agora encharcada.

— Ahhh ... Isso ... – Ela sussurra em meu ouvido impulsionando os quadris contra mim.

Eu escuto o barulho da porta do motorista abrindo e a empurro para o outro lado do carro enquanto ela geme de frustração.

Seu rosto está vermelho e a respiração acelerada.

— Eu desisto. – Ela murmura fechando o sutiã e em seguida a camisa.

— Você me tira do sério e eu que estou errado? – Digo baixinho enquanto ela me ignora completamente.

Vamos o resto do caminho em silêncio. E assim que chegamos minha esposa tarada se tranca em seu quarto.

Eu suspiro pesadamente.

Ela não sabe o quanto eu preciso me controlar para não possuí-la ali mesmo. Kagome me deixa subindo pelas paredes como nenhuma outra mulher já fez, e olha que eu tenho experiência nesse quesito.

POV KAGOME

Eu exagerei. Eu praticamente dei pra ele dentro de um carro. O que eu estava pensando?

— Aaaaaaargh! – tiro minhas roupas e coloco um roupão enrolando para entrar no chuveiro.

Hoje eu pensei realmente que tudo ia dar certo com a adoção. Acho que minha frustração foi muito grande e como sempre agi sem pensar.

Eu tenho que me segurar, dar espaço. Ele mesmo já disse que o que temos e casual, eu estou forçando demais.

Saio para a varanda e avisto Inuyasha sentado no chão da sua sacada. Ele está lendo um livro.

— Heey, que livro é esse? – Eu grito para o garoto que toma um susto. Ele apenas levanta a capa.

— E sério isso? – Pergunto segurando uma risada – Nunca pensei que você gostasse de ler, muito menos Shakespeare.

Mesmo longe eu consigo ver seu semblante emburrado.

— E um trabalho, eu me enrolei esses últimos meses e estou tentando ganhar pontos extras.

— Hmm .. – arranho minha garganta antes de começar minha performance.

Romeu, Romeu? Por que és Romeu? Renega teu pai e abdica de teu nome; ou se não o quiseres, jura me amar e não serei mais uma Capuleto. Teu nome apenas é meu inimigo. Tu não és um Montecchio, és tu mesmo.”

O garoto de cabelos prateados se levanta dando um sorriso bem suave. Ele volta algumas páginas e vejo que está procurando a minha fala e eu continuo.

“Ó! Sê algum outro nome! O que há num nome? O que chamamos uma rosa teria o mesmo perfume sob outro nome”

Eu me inclino no guarda corpo da varanda gritando pra ele escutar de forma dramática.

“Romeu, renuncia a teu nome; e em lugar deste nome, que não faz parte de ti, toma-me toda!”

O Inuyasha se aproxima da minha sacada e pronuncia as palavras com perfeição.

“Mas, que luz é essa que alí aparece, naquela janela?

a janela é o oriente, e Julieta o sol.

Sobe, belo astro, sobe e mata de inveja a pálida lua.”

Eu me debruço sobre o parapeito dando um largo sorriso.

— Vai se dar bem nesse trabalho se decorar as falas, largando o livro claro.

— Bom, eu ainda preciso de uma Julieta. O que acha? – Ele diz um pouco hesitante.

— Fechado! Mas vou te avisando que levo Shakespeare muito a sério então, vamos pegar pesado. – Aponto pra ele estreitando os olhos antes de me virar voltando para o quarto. – Boa noite, Romeo. – Digo baixinho, apenas pra mim mesma.

Antes de entrar no banho vejo que ainda estou com o anel de noivado. A sua cor parece diferente. Porque será?

— Melhor devolver isso. – Coloco em um saquinho de veludo e deixo no chão da porta do homem emproado. Bato em sua porta várias vezes e corro pro meu quarto. Não quero vê-lo mais hoje.

Tomo um banho demorado e quando saio vejo que tenho algumas mensagens.

1 – Quando você quiser me entregar alguma coisa, entre no meu quarto e me entregue em mãos. ST

2 – Como você não escolheu o tema, eu já escolhi. De uma olhada e me diga o que acha. Hasegawa K

— Nossa Kouga, até as mensagens mudaram. – Digo aborrecida – Esse filho da puta, vai ver só.

Gravo um áudio cantando “I love you”. A mesma música que cantei no hospital e mando pra ele. Se ele acordou quando eu cantei pra ele, ele merece uma tortura psicológica de leve ... Meu Deus! Quem sou eu?!

Depois de uns minutos meu celular toca. Número desconhecido.

— Alô?

— Kagome-san, ou melhor, Sra. Taisho. Estou ligando para desejar felicidades. – E a voz daquele cara no museu, o que disse que era amigo do Sesshoumaru.

— Quem e você?

— Um admirador. Esse anel combinou perfeitamente. Tão belo e especial como você. – Um calafrio passa por mim e eu fico em silêncio – Diga ao Sesshoumaru que eu mandei lembranças, nos veremos em breve.

Ele desliga me deixando agitada. Como ele sabia que eu usei aquele anel hoje? Como tinha meu numero?!

Bato na porta do Sesshoumaru desesperadamente.

— O que foi agora? – Ele diz um tanto assustado. Eu não consigo falar já que ele está usando uma regata e uma calça de moletom. Seu cabelo que sempre está alinhado e perfeito está completamente bagunçado e ele me olha sonolento – Kagome, é bom ter um motivo pra está na minha porta a essa hora.

Meu celular toca novamente. Um frio sobe pela minha espinha e eu hesito em olhar no display.

Sesshoumaru franze a testa e pega meu celular o atendendo.

— Essa não é hora de ligar pra alguém. Não perturbe mais. – O homem desliga o celular me entregando – Era isso que queria que eu fizesse?

Olho as ligações e vejo que era o Kouga. Kouga me ligando ...

— Kagome, o que foi?

— Aquele homem do museu, me ligou. – Sua postura se torna dura – Disse que o anel combinou perfeitamente comigo.

Rapidamente Sesshoumaru me puxa pra dentro de seu quarto e tranca a porta.

— Eu vou te contar. Mas vai ter que cooperar, pode parecer surreal. Mas esse cara ... Matou a mãe do Inuyasha por esse anel.