What If?

Capítulo 12


2020 – Suécia

Aquela sensação não era já mais estranha e explorava todo o corpo dela e por isso não pode evitar com que uma lágrima escapasse. E foi essa a visão que ele teve assim que deixou de beijar os seus lábios. E isso lhe trouxe preocupação.

— Se sente bem? - lhe tocou o antebraço atencioso.

Ela ponderou antes de responder enquanto limpava o rastro da lágrima, como explicar a ele que não estava entendendo tudo o que sentia? Acordou assim. Aliás, não conseguiu dormir direito, mesmo alinhada ao corpo dele. Não queria demonstrar, mas ele parecia ler cada expressão de seu rosto, era melhor não preocupa-lo. Não deveria ser nada demais.

— Não sei te explicar, cariño. Eu te prometo que assim que eu entender o que esta acontecendo eu te digo. – Ela ensaiou um sorriso de lado. E ele pareceu aceitar sua resposta.

Antes que ele respondesse uns ruídos chamaram a atenção deles, os dois ao mesmo tempo olharam para o mesmo lugar. Ele não deu espaço sequer para ela se mexer e já tomou a frente dela. Algo que muito admirava em Christopher é a parceria que ele oferecia, estavam num momento de suas vidas que não se viam longe um do outro e ele se mostrava um marido prestativo e especialmente um pai parceiro. Ele estava debruçado sobre o berço e vontade de chorar voltou a toda com maior força ao ver a cena dele colocando nos braços aquele pequenino ser.

— Não acho que esteja com fome. – Ele falou para Anahí, mas sua atenção estava voltada para quem o olhava com curiosidade, um olhar tão azul e intenso quanto da mãe.

— Não, ela mamou tem pouco tempo. Só devia querer sair do berço mesmo. – Anahí se controlou a ver Christopher olhando e sorrindo para a pequena bebê. A bebê deles!

Catarina tem poucos meses de nascida, acabou vindo antes do tempo, como dizia dona Alejandra, era a ansiedade de vir ao mundo. O fato mais curioso do nascimento da filha é que ela só esperou eles chegarem à Suécia se acomodarem na casa de Christopher que pertencia a sua bisavó, para Anahí sentir os primeiros sinais do que após horas seria o parto de Catarina.

Era uma viagem romântica de casal, haviam combinado de finalmente passar um tempo juntos, conseguiram coincidir as agendas dos dois, fato que foi bem difícil já que com o passar dos anos ainda que não assumiam algo, foram considerados um dos casais mais influentes do México e dos Estados Unidos. Nos planos seria passar uma temporada na Suécia, depois iriam para alguns países pela Europa nada determinado já que Anahí estava grávida e pretendiam ter o bebê com a família de ambos acompanhando o momento.

Nada disso, Catarina resolveu mudar os planos, se revelando antes, já que ninguém queria saber o sexo da criança. Familiares tentaram chegar a tempo, mas ela foi mais rápida por ser prematura, passou algum tempo no hospital, se recuperou bem só era uma loucura a casa de Christopher cheia de pessoas para todos os lados. Bem diferente de agora, onde têm apenas os três em casa, as vovós com muito custo voltaram ao México prometendo voltar dali a dez dias para mais uma visita longa.

— Vou arrumá-la para o passeio, o que acha? - Ele a encarou sugerindo. Anahí sorriu diante da ideia acenando que sim. Pensando novamente no quanto ele era um pai maravilhoso. Riu quando ele começou a conversar com a filha com voz alterada, simulando uma criança, assim como ele fazia com ela.

- Tudo bem, então eu vou no banheiro colocar uma maquiagem leve. – Ela disse vendo que ele nem precisava de ajuda com a filha.

Ela chegou no banheiro quase num estado automático foi buscando em seus acessórios e itens algo que fosse simples e não demorasse nada. Era apenas um passeio rotineiro, como eles costumavam fazer. Enquanto isso a sua mente viajava para pensamentos banais, porém assim que finalizou se encarou no espelho. Ali seu reflexo. A sensação estranha retornou e a dominou. O que havia de errado com ela aquela manhã?

Sentia uma espécie de ansiedade ainda que o dia não lhe reservasse algo diferente, apenas o grande prazer de ficar com sua família. O que considerava uma benção, só que se sentia estranha. Como se algo grande fosse acontecer. Ficava pensativa e área facilmente, será que era alguma espécie de pressentimento?

— O que há de errado comigo. – Ela falou baixo, se aproximando mais do espelho. De um segundo a outro a visão ficou distorcida, ao piscar era como se estivesse em outro lugar, confusa ela balançou a cabeça e então estava no banheiro de sua casa em Estolcomo.

Antes que pudesse tentar entender o que aconteceu, por mais estranho que fosse, Christopher apareceu no banheiro muito bem acompanhado por uma Catarina sorridente e banguela. Pensaria naquilo depois.

- Olha só quem esta pronta para passear? – Christopher contagiou Cata, por seu tom alegre, era sempre assim quando ele a arrumava, para completar ela balançou os bracinhos feliz. A cena dele carregando ela com o canguru para bebês, fazia Anahí transbordar de amor.

- Bom dia meu amor! – Ela tentava ainda esquecer o momento estranho que tinha acabado de viver. Esse passeio veio em boa hora poderia a distrair. Cata, só com a voz da mãe, sorriu toda feliz serelepe. Lhe beijou a testa abriu um sorriso para a filha. – Minha princesa foi bem tratada pelo seu pai?

- Ani! – Ele a repreendeu. – Eu só tinha medo de segurá-la no começo, agora eu cuido muito bem dela. – Só então ele percebeu que ela estava o provocando.

- Eu sei. – Ela riu da expressão dele. – Só queria implicar com você fica tão bonito irritado. – Ela pincelou o dedo na ponta do nariz dele.

- Chega disso vamos logo, Catarina esta ansiosa.

E Anahí riu porque ao ser mencionada a filha soltou pequenos gritinhos de felicidade. O casal saiu de casa a pé e de mãos dadas foram caminhando sem um destino certo, a cada dia eles faziam algo diferente, como ir aos Museus, comer em um bom restaurante, ir algum bar legal. Christopher sempre aproveitava o momento para contar história de suas infância aqui, gostava de ver ele falando sobre o país de sua mãe. Tinha o brilho no olhar.

Estolcomo, capital da Suécia, era uma cidade linda, o mais gostava era da organização, limpeza e segurança. Algo que sentia falta na Cidade do México, comparado ao tempo em que estão juntos, Anahí sentiu pesar por só conhecer a cidade depois de muito tempo, ficava contente pela filha ter nascido aqui. A cidade era considerada uma espécie de Veneza sueca por ser formada por catorze ilhas que são unidas por diversas pontes, tem o belo lago Mälaren do qual Anahí adorava. O clima estava agradável era verão no país. Estavam caminhando por Kungsholmen que se encontrava na zona central de Estolcomo.

- Eu amo você! – Ela disse simplesmente a ele, depois de um tempo onde eles estavam em silêncio e aproveitando isso.

Christopher por mais surpreso, lhe deu um sorriso e lhe apertou a mão que estava entrelaçada com a dela.

- E eu amo você. – ele correspondeu.

- Quero te dar um presente que eu comprei tem um tempo. – ela falou indecisa sem saber se ele ia gostar ou não. Era algo simples.

- Um presente? – ele perguntou enquanto Anahí afirmando e fazendo careta para Cata que a olhava. – Porque não sentamos por aqui, e você me mostra esse presente, vou mandar mensagem para Erik nos encontrar aqui.

Sentaram num banco de uma praça que ainda dava pra ver a orla e a ponte ligando para o outro bairro, haviam crianças brincando enquanto as mães conversavam. Christopher tirou Cata do canguru e deu para Anahí, que pegou a filha no colo. Esperou que ele mandassem a mensagem para o designer e amigo, Erik para que os encontrassem bem ali. Erik estava trabalhando na capa do novo livro de Christopher, era uma distopia de ficção científica. O marido estava bem ansioso com o novo projeto, viu ele passar noites em claro escrevendo.

- Filha será que seu pai vai gostar do presente? Será? – Anahí brincou com pequena bebê que estava achando tudo bem divertido, os olhos azuis estavam bem atentos as caras e bocas da mãe. O cabelo era grande e loiro assim como o do pai quando criança. Era uma mistura dos dois.

- Eu vou gostar sim agora só preciso saber o que é. – Ele falou rindo tentando esconder que estava ansioso.

- Me promete duas coisas, vai ser sincero em me dizer se gostou. E que se gostar e vai me mostrar daqui algum tempo que esta usando. – ela pediu e ele assentiu.

Anahí tirou da sua bolsa o pequeno saquinho de veludo preto e lhe entregou. Christopher, antes de abrir deu um beijo estalado na sua bochecha como agradecimento, e depois deu na cabeça da filha por ver que ela gostou do barulho. E então desfez o nó e tirou o laço para pegar o que havia dentro.

Era uma pulseira. Não uma pulseira qualquer, era prateada, e tinham alguns pingentes e esse era o que tinha de mais especial, um disco preto para simbolizar a música, um pingente com uma máquina de escrever, o símbolo do Aleph; um símbolo da Vónego que anos atrás ele vendia para arrecadar dinheiro para instituições que combatia o câncer, esses colares que eram vendidos na loja dela, e um pingente que representava um bebê. Que não só poderia significar a filha pequena que tinham, mas também era o apelido mais carinhoso que tinham.

- Como posso te agradecer? Eu adorei será o meu amuleto. – Ele olhava para a pulseira admirado. – Vou colocar agora. – Ele a abriu e colocou no pulso direito que estava livre. – Me ajuda a fechar?

Anahí ficou contente por ele ter gostado, comprou apenas a pulseira e depois montou de maneira que mais ficasse a cara dele. Assim que ela fechou a pulseira em seu pulso. Ele veio lhe beijar. O beijo só foi interrompido por Catarina que pulou no colo da mãe para ir para o colo do pai. Interessada mais no detalhe novo.

- Olha só o presente que o papai ganhou, filha. – Ele balançou a pulseira na frente dela que tentou pegar para trazer para mais próxima dela. Arrancando o riso dos dois. – Obrigado, é simples, mas tem um grande significado para mim. Te Amo.

Anahí apenar sorriu quase envergonhada porque pensar que ele não poderia gostar e encantada com o fato de presentear alguém que ama pode ser tão compensador quanto ganhar um presente. Foram interrompidos por uma notificação da chegada de uma chamada no celular de Christopher.

- Erik, oi. – Ele atendeu. – Esta perdido? Eu sei, é a primeira vez que vem pra cá. Onde você está exatamente? – Ele olhou para a esposa rindo. – Você está bem perto, eu vou aí te buscar. – e desligou a ligação. – Vou buscar ele, cariño. – Christopher se levantou e tentou devolver Catarina para a mãe, mas ela estava mais interessada no mais novo presente do pai.

- Leva ela e eu espero vocês por aqui. – Anahí sugeriu.

- Tem certeza? – Ele perguntou vendo ela sentada.

- Tenho sim. Ela esta entretida tentando pegar a pulseira para ela, vai chorar se eu pegá-la. – Ela sorriu fechado para ele que aceitou. Dizendo que já voltava.

Anahí ficou vendo os dois caminhando pela rua que eles vieram andando. Ficou admirada como os dois faziam sentido na vida dela, ela não imaginava uma vida sem eles. Seria no mínimo horrível.

- De bildar en vacker familj. – A voz repentina feminina falando em sueco a fez tomar um susto e ela olhou para o lado assustada, próxima dela estava uma mulher mais velha, não conseguia dizer a sua idade ao certo, mas dava para ver em cada ruga em seu rosto que era uma mulher que viveu bastante. – Jag ville inte skrämma henne. – Disse a senhora percebendo Anahí colocar a mão sob o peito ir com o corpo levemente para trás.

Anahí negou com a cabeça dando um sorriso sem graça por realmente ter tomado um susto, parecia que a mulher tinha surgido do nada naquele momento. E a mulher lhe sorriu foi então que Anahí prestou mais atenção nela. Tinha algo ali que lhe parecia estranhamente familiar, não se lembrava de a conhecer, ela na verdade parecia qualquer senhora de Estolcomo, cabelos brancos, olhos castanhos bem escuros, mãos enrugadas, bem vestida, casual, era uma bonita senhora. Só que algo trazia a atenção só que Anahí não sabia explicar a razão.

- Tack. – Anahí conseguiu agradecer se lembrando do comentário sobre sua família ser bonita. – Verkligen att vi är vackra. – Ela lhe sorriu o que foi retribuído e isso automaticamente fez com que Anahí simpatizasse.

- Du är inte härifrån, varifrån det är? – Perguntou a senhora se aproximando mais. Anahí que já estava totalmente interessada em entender a sensação de familiaridade, relaxou colocando as mãos atrás do bolso jeans.

- Du har rätt, jag kommer från México. – Anahí falou e fez uma careta por pensar em como apesar do tempo ás vezes ela tinha um sotaque forte.

- México?! Que surpresa eu tenho família por lá. – A senhora falou agora em espanhol também com sotaque o que fez Anahí sorrir. – Podemos falar no seu idioma nativo se quiser. Mais uma vez Anahí se surpreendeu com aquela mulher, uma poliglota! Não imaginava.

- Obrigada, falar em sueco não é meu forte. – Anahí agradeceu falando sem graça.

- Você se saiu bem. A propósito me chamo Birgitta. – Ela lhe estendeu a mão se apresentando.

- Eu me chamo Anahí. – Ela também estendeu a sua. E sentiu um aperto delicado, mas ao mesmo tempo firme.

- Anahí, bonito nome, indígena. – Anahí concordou e soltou a mão de Birgitta. – Eu não quero lhe incomodar, nem ser inconveniente, mas fiquei curiosa vendo vocês aqui. Por isso resolvi me aproximar, eu sou dona daquela loja de artefatos ali. – Ela apontou para o outro lado da praça onde ficava a loja, tinha uma entrada bonita. – Temos também um bom café. Diversos livros e o que eu mais gosto, minhas histórias. – Birgitta sorriu olhando pensativa para sua loja.

- Posso lhe contar uma história? – Ela enrugou a testa como se já tivesse passado por uma mesma situação assim, sentia algo, que ia além da curiosidade sobre o que aquela senhora queria lhe dizer, era quase um chamado dentro de si.

- Sim. Eu quero saber. - Afirmou depois de dar uma olhada por onde Christopher havia ido e conseguia vê-lo ao longe, voltando com Erik e Catarina, mas ainda tinha tempo para conversar um pouco. Pensou em como o marido ficaria contente de conhecer essa senhora, já que ele adorava conhecer com pessoas. Ainda mais alguém com quem ele pode aprender. – Podemos esperar eles chegarem e iremos para sua loja. – Anahí lhe sorriu.

Não demorou para que eles chegassem Anahí apresentou a senhora Birgitta, e do convite para conhecer a loja dela. Erik e Christopher logo concordaram já que teriam o local mais apropriado para falar de trabalho após eles estarem acomodados numa mesa e Catarina ficar perto do pai, num local onde seus brinquedos estavam espalhados e ela poderia ficar na visão deles. Anahí voltou a se sentir estranha, algo lhe dizia para não se afastar deles, mas estava imensamente atraída e curiosa para saber o que Birgitta tinha para lhe contar. Deu um abraço apertado na filha antes de deixar ela voltar para o tapete, e beijou os lábios de Christopher firme, ele olhou em seus olhos e ela encarou o deles. Por alguns segundos, ambos disseram que se amavam pelo olhar.

Por que sentia uma espécie de angustia? Como se eles pudessem simplesmente desaparecer?

- Eu queria lhe contar um pouco sobre a história das três Nornas. – Birgitta parecendo alheia assim como todos ao que Anahí estava sentido, voltou a falar, ela agora estava atrás de um balcão. E lhe mostrou pequenas estatuetas e enfeites, que iam desde colares, bonecos, vasos, tudo artesanal. Era uma cultura que via ali. – elas eram conhecidas como símbolos femininos, exemplos de fé, indicavam o passado, presente e o futuro. Muitos as confundem com as Valkirias, já que elas são figuras sobrenaturais que agregam ao que acreditam ser destino. Acredita em Destino, Anahí? – a pergunta foi docemente séria. Fez Anahí a encarar e sentir voltar a ficar estranha, só conseguiu assentir respondendo. Acreditava que a voz não sairia.

- Dizem que nasceram da fonte da vida, Urð, são protegidas pela árvore Yggdrasil, existem apenas essas entidades; Urd é a protetora do Passado, uma criatura da raça humana de idade extremamente avançada é como costumam representa-la. Um de seus deveres é conservar e defender os mistérios do passado e as chaves dos antigos segredos. – Birgitta mostrava desenhos e pinturas onde estavam representadas essas entidades. Apontou para outra figura num dos quadros. - Verdandi é a guardiã do Presente, se mostra na forma de uma mãe e tudo que acontece é tecido por seus pensamentos, ela simboliza a continuidade. – E a outra por fim, aprontou para a última a ser apresentada. - Skuld é a zeladora do Futuro, costuma-se mostrar a sua representação por uma virgem. Adivinhações e profecias e adivinhações estão vinculadas a ela. Ela detém o controle do destino, uma das maiores forças do universo.

Birgitta estava empolgada contando sua história, se afastou do balcão para pegar o baralho das nornas. Já não prestava mais tanta atenção, estava vendo algo que parecia não só familiar, era atrativo. Uma espécie de filtro de sonhos. Já tinha visto aquele mesmo objeto, mas onde? Começou a sentir um tremor e olhou em volta para comprovar que só ela sentia, era dentro de si.

- Você quer vê-lo de perto eu busco para você. – a voz da senhora parecia distante, mas conseguiu identifica-la, sequer percebeu que estava apontando para o filtro. E Birgitta o colocou em suas mãos e...

Foi bem ali que algo estranho aconteceu!

Esta acontecendo.

A visão ficou dessa vez, diferente do que aconteceu no banheiro aquela manhã, completamente turva, teve que fechar os olhos. Escutava pessoas a chamando, se sentia tonta com a plena sensação de não ter nada a sustentando.

- Anahí? – Christopher a chamou e ela virou na direção da voz, mas não conseguia responder. Por mais que quisesse, algo a impedia.

- Anahí? – Outra voz a chamou, não sabia de quem era.

O que estava acontecendo consigo mesma. Aquilo era loucura, sentia tudo menos medo. Inexplicável. Quando abriu os olhos estava num plena e absoluta escuridão, depois pontos de luz, como pequenas lâmpadas ou estrelas, brancas e coloridas; paisagens de diversos países conseguia identificar Espanha, Japão, França, Brasil, Suécia, México; Pinturas, músicas, pessoas.

Escutava ao fundo as vozes lhe chamando, os ruídos da sua filha brincando, Christopher a chamando, Birgitta falando. Sentia calor, frio conforme mudavam as paisagens, sentia vontade de chorar e sorrir, era demais para ela. Passou a ver pessoas das mais variadas até que viu uma figura desfocada que foi ganhando nitidez até que viu ser ela. Se viu.

Após isso a voz de Birgitta estava modificada, olhou para onde ela deveria estar e lá estava ela lhe olhando com atenção, piscou e um segundo depois não era mais ela lhe contando sobre as nornas representações de passado, presente e futuro. E sim a senhora indígena em Chiapas me falando sobre a cultura maia.

Sentia meu corpo inteiro vibrar, como se eu tivesse acabado de pousar depois de uma extensa viagem, era como firmar os pés no chão depois de tanto tempo voando. Como isso foi possível?