POV. Natasha Romanoff

De repente, eu me via dentro de um quarto escuro com paredes de mármore. Olhava ao redor e sabia que conhecia aquele lugar de alguma forma. Então percebi que não estava sozinha. Havia duas pessoas na sala.

Um homem, que me parecia familiar.

E uma garota ruiva de cabelos longos. Era eu.

A “eu” de cabelos longos aparentava estar assustada. Olhava ao redor, sua expressão deixando claro que se perguntava que lugar era aquele e o que estava fazendo ali.

Eu me lembrava vagamente deste dia.

– Qual o seu nome? – Perguntou o homem.

– Natália Romanova. – Respondi, confusa com aquilo tudo.

– Como o mundo a conhece?

– Hã... Nat?

– Quantos anos você tem?

– 16.

– Qual seu principal objetivo?

– Ir para a faculdade e me formar.

– Qual seu maior inimigo?

– Hã... É... Isso é uma pergunta estranha. – Pigarreei – Eu acho que não tenho um inimigo de verdade, nunca fiz mal a...

O homem me força a deitar e injeta algo em minha veia. Eu grito um “ai!” estridente por causa da dor. Quando ele termina, me ergue novamente e faz as mesmas perguntas, e eu não entendia o porquê, apenas respondia. E todas as vezes que eu terminava de respondê-las, com as mesmas réplicas, ele me atingia no rosto com as costas da mão. Eu não sabia o que fazia de errado.

Então chegam outros homens e eles trocam alguns sussurros entre si. O homem que me interrogava gesticulou para mim e disse:

– Podem levá-la. Última tentativa. – Dois homens fortes e enormes me pegaram pelos braços e começaram a me levar para outra sala. Eu já estava com o olho roxo e boca sangrando a essa altura, depois de apanhar tanto do interrogador.

– Levar? Para onde? O que vocês estão fazendo? Que última tentativa?! – Eu perguntava freneticamente enquanto era arrastada – Me soltem! Ei! EI!

Me jogaram sem nenhuma cerimônia dentro de um outro aposento, com uma maca, uma mesa com ferramentas e um homem de jaleco branco que mexia em algo que não conseguia ver. Eu estava aterrorizada.

– O que vão fazer comigo? Quem é você?

– Ah, fique calma, querida. Isso só vai levar a sua vida inteira. – Ele respondeu, se virando e mostrando uma espécie de capacete para mim.

– O que? – Eu estava exasperada e o medo em meu olhar era evidente. Os homens que me trouxeram me deitaram com força na maca e prenderam meus braços e pernas. Eu queria gritar, mas a voz não saía de minha garganta. O homem de bata se aproxima e coloca o capacete em minha cabeça, ligando-o numa tomada próxima. Enquanto ele pega as ferramentas médicas e as aponta para mim, sinto o capacete esquentar e uma dor como nunca senti antes em toda a minha vida se apoderou de mim.

Eu gritava numa altura, exasperação e desespero tão intensos que a “eu” que observava, a “eu” presente cheguei a me assustar e a sentir uma pena real de mim mesma.

Não sei quanto tempo se passou depois que eu desmaiei por conta da intensidade da dor. Só sei que quando eu acordei, meus olhos haviam mudado de alguma forma. O médico limpou as mãos – que estavam com sangue – e me ergueu, dessa vez com cuidado, limpando com cautela minhas roupas, também meladas de sangue.

– Nós vamos tentar mais uma vez, está bem, querida? Qual o seu nome?

– Natasha Romanoff.

– Como o mundo a conhece?

– Viúva Negra.

– Quantos anos você tem?

– 16.

– Qual seu principal objetivo?

– Honrar a URSS.

– E o seu pior inimigo?

– Os Estados Unidos da América.

O médico sorriu diante de uma nova mulher que acabara de nascer diante de seus olhos. Ali, não existia mais Natália Romanova, a Nat. Só havia Natasha Romanoff, a Viúva Negra.

Fui tratada muito bem depois disso. Fui levada para um quarto chique que tinha tudo que eu precisava. Fui apresentada às outras garotas do projeto e me deram o cronograma com os horários do toque de recolher, de comer, treinar, tomar banho, etc. Não demorou muito para que me tornasse popular – de repente, eu não era mais a menina tímida e apagada que Natália era. Eu era solta e falava tudo o que quisesse dizer, chamando cada vez mais atenção; porque essa era Natasha.

Todas nós, meninas, conhecíamos Ivan Petrovich. Ele era o Manda-Chuva de lá, o Poderoso Chefão. Mas ele não era o tipo quieto e durão que se escondia. Ele falava conosco, dava orientações e, de repente, o desejo de toda garota era receber seus elogios e a atenção. Mesmo assim, ninguém ousava questioná-lo.

Só eu.

Em um de nossos dias de treinamento, Ivan aconselhou uma menina a fazer de ser poder de sedução sua maior arma. Não evitei rir e bufar.

– Claro, se quiser ser confundida com uma prostituta vadia.

Todos prenderam a respiração e olharam temerosos de mim para Ivan. Este, por sua vez, se virou lentamente para mim com uma sobrancelha levantada e expressão de poucos amigos. Eu não me deixei abater.

– Srtª Romanoff, certo? – Perguntou ele, e eu confirmei – Sim, você é bem falada por aqui. Agora me diga, já que, pelo visto, sabe mais do assunto do que eu: qual deve ser a sua maior arma? – Não hesitei em responder.

– É verdade que o poder de sedução pode ser um enorme trunfo. – Eu sabia que todos iriam ficar mais calmos depois dessa frase, porque pensariam que eu estava arranjando um jeito de concordar com Ivan, mas continuei – Mas não pode ser a maior arma. Quando pensam em mulheres, os homens pensam sim em seu corpo. Mas também pensam em como são fracas. A maior arma que podemos usar é o elemento surpresa. Ninguém esperaria que nós, o sexo frágil, pudesse um dia chutar a bunda de alguns homens. Temos que deixá-los pensar que somos mulheres comuns, fracas, para então poder dar o bote sem nenhum risco de desconfiança. É assim que se faz, Sr. Petrovich.

Um silêncio mortal pairou no pátio onde treinávamos depois desse meu “desafio”. Ivan me encarava, como se estivesse tentando me estudar, esperando alguma reação. Continuei com expressão indiferente e tive o cuidado de colocar um pouco de tédio no rosto.

Então, para a surpresa de todos, Ivan começou a rir.

– Você está certa, está certa! – Ele acariciou meus cabelos – Finalmente alguém com juízo nessa joça! Essa é minha garota! Muito bem pessoal, o treino acabou! Vão para os dormitórios com essa magnífica lição que nos foi passada pela incrível aluna que é a Srtª Romanoff.

– Obrigada, Sr. Petrovich. – Tudo que exibi foi um sorrisinho de canto.

– Ah, pra que toda essa cerimônia? Chame-me de Ivan, Srtª.

– Certo, Ivan, vamos esclarecer uma coisa aqui: não me chame de Srtª. Eu sou Natasha. – Ele riu mais uma vez.

– Você é ousada, hein, garota? Gosto disso! Gosto muito disso! Tudo bem então, Natasha, vá descansar. – Quando me afastei, ele ainda ria.

Dias, semanas, meses foram se passando e Ivan foi deixando cada vez mais claro que eu era sua favorita. Ele ria alto no corredor quando estava comigo e sempre me babava e me usava como exemplo para outras garotas. Claro que passei a ser odiada por todas elas depois disso.

Não demorou muito até que recebesse minha primeira missão. Para fazer um tipo de preparação para isso, eles pegavam as garotas e faziam dois testes.

Sempre foi pregado no programa que devíamos ser femininas e sempre sermos vaidosas – afinal, isso poderia ser usado como arma.

Então, no primeiro teste, diziam: “Vamos cortar seu cortar o seu cabelo para a missão”. A maioria de nós tinha o cabelo longo e muito bem cuidado, pois era um dos maiores motivos de orgulho que tínhamos, então, eles observavam a reação de cada garota. Muitas faziam escândalo, outras hesitavam, outras demonstravam incerteza. Essas eram imediatamente descartadas.

Yelena Belova, uma menina que também chamava bastante atenção por ser muito boa, linda com seus cabelos loiros, revirou os olhos para a pergunta e disse: “Okay”.

Eu dei de ombros, bufei e disse: “Tsc, tanto faz”.

Passamos no primeiro teste.

No segundo teste, perguntavam se nos incomodaríamos em matar pessoas.

Não preciso dizer quantas meninas reprovaram.

Yelena olhou para os interrogadores como se a resposta fosse óbvia e respondeu: “Eu pareço me importar?”.

Eu simplesmente ri da pergunta.

Passamos e nós duas fomo escaladas para a missão; realmente cortaram nossos cabelos.

Tínhamos que ir numa festa e escolhemos nossos vestidos mais bonitos e sedutores para tal; tínhamos que recolher informações.

Não levou exatamente uma eternidade para que enfim eu conseguisse seduzir o alvo; estávamos num quartinho longe do salão de festas e entre os beijos que trocávamos ele falava tudo o que eu precisava saber, respondia tudo o que perguntava.

Assim que recolhi tudo o que necessitava, dei-lhe um fim e informei Ivan que podíamos sair dali. A missão fora um sucesso.

Porém, Yelena queria ter feito isso no meu lugar. Ela queria ter seduzido a vítima e salvado o dia. Mas ela não o desejava só como alvo; ela o queria como homem.

Imaginem a sua reação quando o encontrou morto e me encontrou com toda a glória que ela almejava.

Yelena sempre me odiou por conta do favoritismo que recebia; depois dessa missão, creio que ela passou a desejar a minha morte.

Um dia, quando estávamos todas almoçando no refeitório – Ivan na mesa principal, junto com os outros colaboradores do projeto – eu estava indo me sentar para comer sozinha como sempre na mesa do centro. Mas eu não me importava com isso, na verdade, ficava feliz de ficar livre dessas baboseiras que essas meninas conversavam. De qualquer forma, Yelena passou por mim e me deu uma rasteira pelas costas, me fazendo cair em cima da minha bandeja, quebrando o prato que continha minha comida. O som das risadas ecoou pelo salão.

– Ah, me desculpe. Não vi você aí... Já que não tinham os holofotes para lhe iluminarem, não é? – Ela cuspiu em veneno. Ninguém viu o sorriso que se espalhou em meus lábios enquanto estava no chão.

Yelena nem soube o que a atingiu.

Me levantei tão rápido e acertei um murro em seu rosto de forma tão ágil que tudo que ela pôde fazer foi soltar sua bandeja e cambalear. Todos exclamaram, a expectativa pairando no ar. Aquele era um momento já esperado: A favorita e ousada Natasha Romanoff contra a interessante e sagaz Yelena Belova.

– Eu estava me perguntando quando finalmente ia tirar a máscara. – Provoquei, tirando com a mão a comida que estava na minha camisa.

– Eu nunca usei uma. Sempre deixei claro meu ódio por você. – Ela leva seu punho em minha direção, e eu consigo me abaixar e me esquivar, mas ela levanta seu joelho no momento certo e me atinge no queixo. Sinto o gosto de sangue, mas não perco muito tempo prestando atenção nisso, e lhe acerto um chute no rosto. Antes que ela se instabilize por completo, a puxo pelo cabelo e enterro sua cara no chão. Escuto as exclamações ao redor.

Ela, ainda de bruços no solo, arrasta sua perna, me dá uma rasteira e me derruba no chão com violência. Logo se levanta e enterra seu cotovelo com tudo em minha barriga, me fazendo tossir. Dou uma cambalhota para trás, segurando-a pelas roupas, me fazendo ficar em cima dela. Consigo dar dois murros em seu rosto, até que ela prende meus punhos com a mão e leva suas pernas até meu pescoço, me imobilizando. Mais exclamações pelo salão. Estava começando a perder o ar, mas dou um impulso no chão, me balançando um pouco, e consigo bater a cabeça de Yelena no solo, fazendo-a me soltar. Logo me levanto e chuto seu rosto, porém, antes que pudesse fazer mais alguma coisa, ela se levanta, puxa meu cabelo e enterra minha cara na mesa mais próxima; só que ela não me soltou.

Ela levantava minha cabeça e batia de novo e de novo e de novo na mesa, com golpes constantes. Eu entrelacei sua perna na minha e puxei, derrubando-a. Saio de perto da mesa, espero-a se levantar e, quando ela fica de costas, pego uma cadeira que estava próxima a mim e quebro em suas costas. Ela exclama, então eu tenho uma ideia, lembrando-me de quando ela me imobilizou no chão com as pernas. Corri, pulei e entrelacei minhas pernas em seu pescoço, trazendo impulso para baixo e derrubando-a. Ela cai, sem conseguir se mexer direito e tenta atingir um murro em mim. Eu pego seu punho e giro, quebrando seu braço e fazendo-a gritar. Me aproximei de seu ouvido e sussurrei:

– Tudo isso porque o homem dormiu comigo e não com você. Lembre-se, Yelena: Somos Viúvas Negras. Matamos nossos parceiros e somos eternas viúvas. Isso é o que somos. – Cuspi sangue em seu rosto e me ergui, fitando todos do salão e parando o olhar em Ivan. Ele estava com um sorriso cauteloso.

– Vamos esclarecer uma coisa aqui. – Gritei para todos ouvirem – Isso aqui é o que acontece quando alguém acha que é páreo para mim. – Pisei com força no braço quebrado de Yelena, fazendo-a gritar – Que Yelena, nossa querida – Enchi a palavra de veneno – Yelena sirva de exemplo para todas vocês: não mexam comigo. Porque o que eu fiz aqui foi algo suave, foi algo light com relação com o que eu posso fazer se alguém me irritar de verdade. Que esse grito – Pisei no braço mais uma vez – e essa visão fiquem marcados na mente de vocês para que pensem três vezes antes de me aborrecerem. Porque, queridas, podemos ser todas Viúvas Negras. Mas a minha picada eu garanto que é muito mais letal. – Dei mais uma pressão no braço de Yelena e saí do refeitório sem olhar para trás. Daquele dia em diante, Ivan me adorou mais que nunca e não tive mais problemas com ninguém, porque era temida.

Passei alguns anos abrigada pelo projeto, fazendo missões pela URSS constantemente. Era a garota mais bem sucedida do programa. As missões mais arriscadas eram direcionadas para mim, ganhava dispositivos novos antes de qualquer garota e tinha inventado um novo golpe na luta contra Yelena que agora tentava ser ensinado no treinamento: enrolar as pernas no pescoço do inimigo e levá-lo abaixo.

Ninguém conseguiu reproduzir o movimento.

Em uma das missões, fui despachada para me livrar de um prédio que era importante para os Estados Unidos. Não perguntei que edifício era, qual sua importância; eu nunca me importava. Só ia lá e executava a missão.

Eu sabia que estávamos agindo clandestinamente – já tinham 9 anos que a Guerra Fria tinha acabado quando eu entrei no programa Viúva Negra, mas alguns integrantes da URSS queriam derrotar os EUA de qualquer maneira. Portanto, sabia que qualquer erro meu poderia acabar com as esperanças que tínhamos.

Acabara de voltar de uma missão em São Paulo, mas ainda assim estava pronta para a outra. Iria destruir o prédio e exterminar quem quer que fosse que estivesse lá dentro.

Estava no helicóptero de Ivan, sendo levada pelo seu segurança, Alexi. Ele olhava pra mim, como se estivesse esperando uma reação minha, quando o prédio ficou visível para mim.

Era uma escola.

Eu continuava sentindo seu olhar em mim, então ergui a sobrancelha para ele.

– O que? Eu deveria me importar? – Perguntei. Ele sorriu.

Quando finalmente pude entrar na escola, me infiltrei de maneira silenciosa. Não fui percebida. Então, no ponto chave, no ponto que me fora mandado colocar, coloquei a bomba. Quando a ativei, simplesmente saí andando calmamente pelos corredores. Todos ali iriam morrer mesmo.

Foram várias as professoras e os seguranças que tentaram me impedir, mas eu matei a todos, o choro das crianças que presenciavam tudo ecoando em minha cabeça. Uma em particular, de uns seis anos, estava chorando alto demais, me aborrecendo. Enfiei uma bala em sua cabeça e tudo pareceu ficar em paz.

Saí andando de fora da escola e estava há alguns metros dela quando ouvi a explosão. Não me assustei, não me abalei, só coloquei meus óculos escuros e caminhei. Ouvi em meu ponto eletrônico:

Parabéns, Romanoff! – Era Alexi, animado – Você acaba de matar o filho do presidente dos Estados Unidos! – Parei de andar na hora.

– O que?! Eu matei o filho do presidente?! – Ouvi a confirmação e comecei a rir, radiante – Você deve estar brincando comigo! Isso é... Isso é o máximo! – Falei, mas antes que pudesse ouvir a resposta, ouvi um “clique” atrás de mim. Quando olhei para trás, me deparei com um homem, mais ou menos da minha idade, segurando um arco na minha direção. Reconheci o emblema em seu peitoral – S.H.I.E.L.D. Já lutei com muitos deles.

– Desarme-se e venha comigo, e ninguém sairá machucado. – Ele disse. Eu mal segurei o riso.

– Você quer que eu pegue minha arma? Aqui, na sua frente? Nossa, você deve estar no ramo errado, queri... – Ele lançou uma flecha tão perto de meu rosto que cortou um fio de cabelo meu. É, talvez ele não estivesse no ramo errado.

– Eu não quero machucar você. Desarme-se. Eu estou te dando uma chance.

– Chance para que? Quem é você, afinal?

– Agente Clint Barton, fui enviado aqui para dar um fim na jornada de terrorismo que tem feito ao redor do mundo. Mas, se você se render agora, posso dar um jeito, posso te ajudar.

– Eu não quero ajuda de um... – Antes que pudesse dizer “americano”, senti a flecha passando por mim e, ao olhar para trás, vi um agente da S.H.I.E.L.D. que chegava perto para me matar cair morto. Olhei intrigada para o Agente Barton.

– Eu estou lhe dizendo. Eu quero ajudar.

– Por quê? – Foi a única coisa que disse depois de um tempo em silêncio, em dúvida.

– Porque estou vendo em seus olhos que não é isso que você quer. Estou vendo que quer mais uma chance de se tornar alguém melhor.

O “eu” presente observei o meu “eu” passado olhar pasmo para Clint, tentando entender como alguém poderia chegar a essa conclusão apenas olhando para mim. Foi ali que minha vida mudou por completo.

Conseguimos prender todos do projeto Viúva Negra, me lembro. Yelena foi morta em uma troca de tiros. Ivan se jogou em um rio para fugir e seu corpo nunca foi encontrado.

Depois de me vir ali, olhando para um Clint 11 anos mais jovem, me dando mais uma chance, a visão sumiu dali e se dispersou. Comecei a pensar, vendo em como eu mudei de lá para cá.

– Você matou o filho do presidente dos Estados Unidos? E explodiu uma escola? – Perguntou alguém atrás de mim. Alguém que assistiu a tudo comigo.

Me virei e me deparei com a expressão séria e dura de Steve.