Welcome To The Coven - Hiatus

Capítulo 7 - Festa dos Fundadores


— Qual é o seu problema? — Pergunta Reid, colocando-se a frente de Chase, o impedindo de prosseguir.

Collins levanta uma sobrancelha perante a pergunta do outro.

— Meu problema? — O rapaz solta um riso sarcástico e breve, olhando para o lado em seguida, vendo Tyler se aproximando. — Quando diz problema está se referindo ao fato de que eu sou o único que realmente está fazendo algo para que Violet saiba o que ela é? — Questiona ele após voltar-se para Garwin.

— Você não precisava fazer aquilo. — Diz Tyler com um olhar um tanto sério no rosto. – Sabe que não podemos nos expor, Chase.

Collins novamente solta um riso, dessa vez acompanhado de cinismo. Ele balança a cabeça negativamente algumas vezes, como se não acreditasse no que tinha acabado de escutar. Reid, por sua vez, apenas revira os olhos, soltando um bufo depois. Garwin estava sem paciência para as atitudes de Collins.

— Sério Tyler? Está me repreendendo por ter praticado magia? — Chase tinha um olhar sério e desacreditado, olhar esse que se alternava entre Reid e Tyler. — Desde pequeno eu vejo Reid usando os poderes dele com truques inúteis e brincadeiras bobas. E agora, quando eu faço uso das minhas habilidades por um motivo realmente importante, sou repreendido? Por vocês?

Collins aponta para os dois rapazes com seu dedo indicador, uma expressão de desdém em seu rosto.

— Só estão irritados por que provoquei a nova queridinha de vocês, a Violet.

Ouvindo aquilo Reid se aproxima um pouco mais de Chase, claramente incomodado com o comentário dele. Tyler dá dois passos a frente, colocando a mão sobre o ombro do amigo a fim de acalmá-lo.

— Relaxa Reid.

Os três garotos estavam no meio do grande pátio da escola, seus pés pisando sobre o gramado verde.

— É Garwin. Relaxe. — Diz Collins, encarando o outro garoto com seu olhar provocador.

— Vai se ferrar Chase! — Reid tira a mão de Simms de cima do seu ombro com um movimento um tanto brusco e dá dois passos para a direita, virando o corpo para o lado oposto, não querendo olhar para Collins.

Chase por sua vez parecia indiferente, estava calado, apenas observando a atitude do outro. Ele solta um suspiro um tanto tedioso e leva seu olhar até Tyler. O rapaz bate de leve no ombro esquerdo do jovem e segue em frente em seguida.

Simms olha para Reid.

— Reid?

— O que é? — Garwin olha para o amigo, seu rosto não escondendo sua chateação.

— Ele tem razão. A gente tem que contar logo para ela.

— É. Eu sei.

Reid e Tyler sabiam sobre a urgência daquilo e ambos não podiam negar que desejavam tal coisa. Mas ao contrário de Chase, os dois jovens procuravam confiar e esperar Caleb e a senhora Green para fazerem tal revelação.

— Vem, vamos sair daqui. — Diz Garwin, já se pondo a andar.

~ ♢ ~

— Não se preocupe Violet, acidentes acontecem. — Fala Caleb para a garota. Os dois tinham saído do laboratório assim que o professor resolveu adiar a aula.

Agora os dois jovens estavam no corredor. Violet tinha se encostado em seu armário enquanto Caleb permanecia apoiado em seu ombro esquerdo em outro armário fechado.

“Não me preocupar? Fui eu quem fez aquilo!” Pensa a Green enquanto encarava Danvers. Aqueles olhos castanhos que ele tinha miravam nela, procurando acalmá-la de qualquer possível preocupação.

“Por que não pergunta sobre isso na próxima vez que os encontrar?”

As palavras de Chase começam a ecoar em sua mente enquanto Danvers ainda a encarava.

— Caleb, você... — Ela para, sentindo a sua parte curiosa e questionadora a incomodando, de novo, pedindo para que ela prosseguisse.

— Eu o quê Violet? — Pergunta Danvers, suas sobrancelhas um pouco unidos, esperando que ela continuasse sua frase.

— Nada, não é nada. Você tem razão, acidentes acontecem — Diz garota por fim, lançando um meio sorriso para ele. Procurando deixar aquilo para lá.

— O faxineiro está limpando o laboratório. — A voz de Pogue se faz presente. O rapaz caminha até ficar ao lado esquerdo de Violet, apoiando o antebraço sobre um armário. — O professor vai repor a aula depois dos compromissos dele. — Diz Parry, olhando para Caleb e depois para a garota.

— Ótimo, teremos um tempo. — Fala Caleb lançando um sorriso fechado para os dois, principalmente para a Green.

O sinal toca, provocando uma movimentação típica no corredor. Danvers se desencosta da superfície metálica assim como Pogue e Violet.

— Bom, nos vemos depois. — Fala a Green olhando para os dois garotos.

Ela endireita a alça de sua bolsa e dá dois passos mais a frente, virando um pouco o rosto apenas para dá um aceno para eles antes de seguir.

— Violet? — Danvers a chama, a fazendo virar o corpo por completo. — A senhora Green já comentou sobre a festa dos fundadores?

— Festa dos fundadores?

A jovem vasculha em sua mente, tentando lembrar-se de algo semelhante. A garota sabia que já tinha ido para algo semelhante em sua infância. Ah, claro. A festa dos fundadores! Recorda-se ela, lembrando que sua vó sempre a aprontava para ir a eventos como aquele.

— Não, ela não me falou. Mas eu sei do que você está falando. — Diz ela enquanto Caleb e Pogue se aproximavam da mesma. — Nós vamos ter que ir, não é?

A pergunta da garota sai um pouco que de forma automática. Assim como ela, Caleb, Pogue e os outros garotos descendiam dos fundadores de Ipswich. Uma conseqüência sobre tal fato: Os adolescentes eram praticamente obrigados a se fazer presente em eventos como aquele. Disso Violet também se recordava.

— É, vamos ter que ir sim. — Responde Danvers, sorrindo de canto de maneira discreta devido à expressão da menina.

— Infelizmente. — Comenta Pogue, claramente não querendo fazer tal coisa.

Violet não tirava a razão dele. Festas não faziam muito o tipo de diversão da jovem, quem dirá uma festa fina e elegante como a dos fundadores.

— Agora eu tenho que ir. Vejo vocês depois.

A Green dá um sorrisinho e se vira para seguir caminho.

Caleb e Pogue permanecem no mesmo lugar enquanto a garota prossegue.

— Você falou com o professor? — Indaga Danvers ao amigo, seu olhar ainda preso á sua frente.

— Falei. Relaxa Caleb, ninguém vai desconfiar de nada. — Diz o jovem, também olhando para frente. — E você precisa falar com o idiota do Collins. — Fala Pogue, agora olhando para o amigo que observava Violet se afastar.

O rapaz solta um suspiro, passando a mão sobre os cabelos castanhos escuros quase negros.

— Eu sei. Eu sei. — Danvers direciona o olhar para Parry.

— Sabe sei lá o quê ele pode fazer na próxima vez.

Caleb ouve o comentário em silêncio, seu olhar estava um tanto sério. Ele conhecia Chase, sabia que quando Collins queria algo, ele ia atrás. O rapaz não pararia até fazer Violet descobrir a verdade.

— Vamos indo. Não quero chegar atrasado. — Fala ele.

~ ♢ ~

Violet estava sentada de frente para seu notebook novo. A garota havia instalado seus programas de edição preferidos e agora se concentrava em finalizar sua mais nova tarefa: Terminar a máscara do Homem- Aranha. A mesma que estava desenhando em seu caderno mais cedo.

Enquanto a garota traçava os últimos traços de seu desenho e escolhia o tom de vermelho adequado, pensamentos indesejados vêm á sua mente uma vez ou outra. Principalmente as palavras de Chase.

“Eu sei o que você está passando agora.” “Eu sei o que você está sentindo, eu também já senti a mesma coisa.”

Ele não falaria aquilo á toa, falaria? Collins parecia disposto a instigá-la a descobrir o que quer que estivesse acontecendo com ela.

— Querida?

Violet dá um pequeno pulo da cadeira quando escuta alguém a chamando acompanhado de duas batidas na porta que se encontrava aberta.

— Desculpe, não queria assustá-la. — Amelie entra no quarto da neta e caminha até a cama, sentando-se na beirada.

— Tudo bem vó. Eu não estava muito atenta mesmo. — Violet gira sua cadeira na direção da mais velha, ficando de frente para a mesma.

A senhora Green pega uma das Hqs que estavam distribuídas na cama da mais nova.

— Você gosta mesmo dessas coisas, não é? — Indaga ela enquanto encarava o Demolidor na capa da Hq.

A garota solta um risinho com a pergunta da vó.

— Sim, adoro.

Amelie vira o rosto e olha para a menina, não deixando de sorrir em seguida. Ela deposita a revista em quadrinhos em seu lugar anterior e direciona os olhos verdes para a neta.

— Violet, querida... Tem certeza de que está bem?

A expressão risonha da menina se desfaz.

— Por que vó? Como assim?

A mais velha cruza as pernas, unindo as mãos e colocando-as sobre os joelhos.

— Tem certeza que não quer me contar alguma coisa? Sabe que pode me contar tudo, não sabe?

A Green mais nova encara sua vó por alguns instantes antes de abaixar o olhar, observando as próprias mãos.

— Claro que sei vó. Mas estou bem melhor agora. — Diz a garota referindo-se ao acontecido do dia anterior. — Não precisa se preocupar.

Violet eleva seus olhos para novamente encarar a senhora Green.

Ela queria tanto contar a sua vó sobre tudo. Sobre o que sentiu, sobre o sonho, sobre o acidente na aula de química. Mas aquilo tudo soaria como loucura, não soaria? Era melhor guardar tudo para si mesma.

Após ouvir aquilo, Amelie se levanta, caminhando até o sofá na janela presente no quarto. A mais velha se senta, sua postura ereta, como sempre. Dando pequenas tapinhas no acolchoado do sofá, Amelie pede para que a neta sente ao seu lado. Violet se levanta e faz o que a vó pede. A senhora Green leva uma das suas mãos até o rosto da mais nova, acariciando a face da garota.

Violet a encarava enquanto a mesma fazia tal coisa, sua vó parecia pensativa. Dando um último carinho no rosto da neta, a mulher vira o rosto para a janela, observando a paisagem ali.

— O dia está bonito. — Comenta ela, observando a rua.

A jovem segue o olhar da vó, sentindo o vento batendo em seu rosto e em seu cabelo. Amelie parecia fazer a mesma coisa. Ela estava calada e pensativa.

— Em mil seiscentos e trinta e quatro, no dia cinco de agosto, a terra que antes era chamada de Agawam passou-se a se chamar de Ipswich.

Violet volta-se para sua vó assim que ela inicia sua fala. A senhora Green pega na mão da neta, a levantando um pouco, deixando a mesma aberta, ainda encarando a mais nova.

— Muitos colonos e suas famílias vieram para cá, entre eles encontravam-se os Danvers, — Amelie abaixa um dos dedos da mão da menina. — os Parry, — Outro dedo abaixado. — os Garwin, — Novamente a mulher repete o gesto, direcionando o terceiro da garota para baixo. — os Simms, os Green, — Amelie segue com seu gesto, pegando a outra mão da jovem após todos os cinco dedos da primeira mão estarem abaixados. — E por fim, os Pope.

A mais velha abaixa a mão da menina, a soltando depois. Violet permanecia calada, apenas ouvindo o que sua vó dizia.

— Essas seis famílias ajudaram nossa cidade a prosperar e a fazê-la ser o que é hoje. Temos sorte de fazermos parte disso tudo.

Comenta a senhora Green, seu olhar ainda sobre a garota.

— Por que está me contando a história da colonização de Ipswich, vó?

Violet já conhecia aquela história desde pequena. Ela ainda lembrava-se vagamente quando sua vó relatava os acontecimentos passados de sua cidade natal todas as vezes que ela a visitava.

— Tem algo haver com a festa dos fundadores?

— Quem lhe contou sobre a festa dos fundadores? — Questiona Amelie querendo saber quem havia feito tal coisa antes dela.

— O Caleb. Ele mencionou isso hoje enquanto eu, ele e Pogue conversávamos.

A senhora Green dá um sorrisinho breve após a fala da neta.

— Bom, para ser sincera, esse era um dos pontos que eu queria chegar contando essa história. Você era tão pequena quando ia a festas como essa, achei importante reforçar a importância desse evento. — Diz a mais velha, tirando uma mecha de cabelo da frente do rosto de Violet.

— E qual seria o outro ponto? — Indaga a menina, seus olhos cor de avelã encarando a vó.

Amelie permanece com o olhar sobre a garota durante um tempo antes de virar o rosto para a janela.

— Violet, eu quero que você entenda nossa ligação com essa cidade. — Ela volta-se para a neta. — Quero que compreenda nossa importância aqui.

A mais nova podia ver o quanto tudo aquilo significava muito para sua avó. Ela podia sentir isso quando olhava nos olhos da mais velha. A menina estende a mão para tocar o rosto da senhora Green.

— Tudo bem vó. Eu vou me esforçar para fazer isso.

Violet abre um sorriso sincero para sua amada avó, a mesma a retribuindo. A menina podia não ter passado a vida toda ali, como Amelie passou. Porém, a garota não podia negar que aquela cidade também fazia parte de um pequeno pedaço de sua história. E como ela disse a sua vó, a menina se esforçaria para fazer com que Ipswich torna-se sua cidade novamente.

~ ♢ ~

Já era noite quando Caleb saía de seu carro e caminhava até a entrada de umas das casas presentes na rua em que ele se encontrava. O jovem Danvers toca a campainha assim que para em frente à porta principal. Não demorou muito para que uma mulher atendesse a porta.

— Caleb, mas que surpresa. Ao que devo as honras?

— Oi Agatha. Eu queria falar com o Chase, ele está? — Pergunta ele, sendo educado.

— Estou aqui. — Diz o outro rapaz enquanto descia as escadas, fazendo Agatha virar o rosto para trás ao ouvi-lo. Collins se dirige até a porta. — Pode deixar Agatha. Obrigado.

Após a fala do garoto, Agatha lança um último olhar para Caleb e sorri de canto.

— Até mais meu bem. Vou um prazer revê-lo.

— Até mais Agatha, digo o mesmo.

A mulher sorri mais uma vez e leve seu olhar para Chase antes de se retirar dali de vez.

Collins cruza os braços e encosta-se no batente da porta, encarando o garoto a sua frente. Com um gesto de cabeça, Caleb pede que o outro saia de onde estava e se aproxime. Um pouco contra gosto, o rapaz assim o faz.

— Por que fez aquilo no laboratório hoje? — Pergunta Danvers após Chase fechar a porta atrás de si e dá dois passos para frente.

Collins apenas cruza os braços mais uma vez, soltando um suspiro logo depois.

— Você sabe por que fiz aquilo.

— Foi imprudente Chase. Você podia ser exposto.

O rapaz revira os olhos após aquelas afirmações.

— Eu não sou o Reid, Caleb.

Chase dá mais alguns passos para frente, se direcionando até uma das colunas da varanda. Ele apóia-se na mesma.

— Eu não saio por ai brincando de abracadabra como o Garwin faz desde os treze anos. — Diz ele, voltando seu olhar para o outro. — Além do mais, eu estava confirmando uma teoria.

— Uma teoria? Ah por favor, Chase! A Violet poderia ter se machucado, você também, o Tyler ou outra pessoa. — Diz Danvers, a expressão um pouco mais séria que antes. — Sorte nossa o Pogue ter ajudado o professor mais cedo e ter assumido a culpa. Ele disse que misturou os químicos e calculou o cloreto errado.

— E o professor Issac acreditou? — Chase levanta uma sobrancelha e sorri de canto após sua pergunta.

— Não tínhamos outra explicação, Chase.

Collins sorrir de canto mais uma vez, vendo que Danvers não gostava nada da sua atitude.

— Caleb, eu não queria provocar a explosão. Eu não causei aquilo, não sozinho.

O outro rapaz franze o cenho, o encarando com mais atenção.

— Isso tem haver com sua teoria?

— Sim. Eu queria confirmar o que todos os outros sempre falam sobre a união do círculo. — Diz ele, seus olhos azuis encarando o rosto do outro rapaz. — Quando fiz a solução ferver, de alguma forma minha magia se uniu a dela durante aquele momento. — Chase parecia um tanto empolgado com aquela declaração. — Mas confesso que não esperava pelo acidente. — Fala ele, dando de ombros.

— Não esperava? Demos sorte por ninguém ter se machucado, Chase! — Danvers permanecia sério enquanto pronunciava tais palavras.

— Caleb, com Violet aqui finalmente teremos poder de verdade. — Collins desencosta-se da coluna após dizer tal coisa. Sua expressão indicava um pouco de entusiasmo sobre o fato.

— E é exatamente por isso que devemos ter cuidado.

— Temos que contar para ela, é isso que devemos fazer.

Caleb coloca suas mãos sobre a cintura, levando o olhar para o chão, fazendo uma breve pausa antes de prosseguir.

— Todos nós sabemos que Violet precisa saber a verdade, mas também precisamos levar em conta o fato dela ter perdido a mãe recentemente. Ela precisa de tempo.

O rapaz fala tudo aquilo encarando Collins, mantendo sua postura séria. O outro adolescente apenas solta um riso rápido perante as palavras dele.

— Nossa já está falando como um futuro líder. Muito bem Caleb.

O sarcasmo presente na voz de Chase faz Caleb revirar os olhos.

— Chase, por favor, não comece.

— Você sabe que quanto mais tempo isso se prolongar, será pior para ela. Aposto que os outros também concordam comigo, só falam por que não querem confrontar nosso futuro líder. — Diz ele provocativo.

— Nós vamos ter calma para resolver isso. Eu preciso conversar com a senhora Green. — Diz Danvers, ignorando o último comentário do outro.

— Claro. Você que manda. — Novamente a voz de Collins estava carregada de sarcasmo, um pouco de cinismo também presente.

— Não brinque comigo, Chase. Estou falando sério.

Collins fica sério por um momento, encarando o adolescente a sua frente. Um sorriso fechado surge nos lábios de Chase segundos depois. Lá estava ele novamente provocando o outro. Ele dá mais alguns passos até ficar de frente para o outro jovem.

— Claro que está. Nunca duvidei disso, Danvers.

Os dois encaram-se por algum tempo até Collins falar mais uma vez.

— Boa noite, Caleb.

O rapaz se afasta, andando até a porta de sua casa, entrando logo depois, deixando Danvers sozinho na varanda.

~ ♢ ~

— Violet, vamos querida. Não queremos chegar atrasadas.

— Já to indo vó.

A garota desce as escadas o mais rápido que podia usando os saltos altos que Elizabeth havia emprestado, os únicos que ficavam bem com seu vestido preto social, segundo sua vó havia dito.

— Pronto. Estou pronta. — Diz a menina, chegando ao final das escadas, encarando a governanta e a senhora Green já próximas a porta principal aberta.

Amelie dá dois passos para frente, fazendo mais uma de suas análises sobre a roupa da neta. A mais velha permanece com seus olhos sobre a menina durante alguns segundos, levando suas mãos até os fios dourados de Violet, os trazendo para frente. A vó da garota segura a ponta do queixo da mesma em seguida, ainda a encarando.

— Está linda.

Violet sorri abertamente.

— A senhora está ainda mais.

Amelie sorri com as palavras da neta, dando um beijo rápido na testa dela.

— Você também está linda Elizabeth. — Diz a garota, levando os olhos para a loira alta perto da porta.

— Obrigada senhorita Green. — A governanta trajava um lindo vestido vermelho que realçava sua pele e cabelo. Amelie olha para Elizabeth, comprovando a afirmação da neta.

— Elizabeth sempre teve bom gosto. Agora vamos, está na hora.

A mais velha gesticula para que as duas a seguissem para fora da casa. Assim elas fazem. Passando pela porta, a fechando e seguindo até o carro de Amelie.

A senhora Green abre a porta do lado motorista e se senta, ligando o carro. Elizabeth se acomoda ao lado da mais velha e Violet faz o mesmo no banco de trás. Amelie segue com o veículo.

Alguns minutos se passam. Violet observava a paisagem pelo trajeto, podendo ver as típicas casas presentes nas ruas de Ipswich. A garota olha para frente após mais alguns momentos de observação.

A menina se desencosta do afofado do banco traseiro e leva o corpo para um pouco mais perto dos bancos dianteiros, inclinando a cabeça para frente até poder encarar a sua vó e Elizabeth.

— Onde será a festa? — Pergunta a garota, virando o rosto para a vó. Quando Amelie havia mencionado sobre a festa dos fundadores, ela não tinha contado sua localização e Violet não contava que o evento seria na noite seguinte. Ela estava meio por fora daquilo.

— Na casa do prefeito. E por favor, querida, volte para trás.

— Ah. — A palavra sai de modo involuntário da boca da garota. A imagem de Madison surge na mente de Violet após a resposta, causando um pequeno desconforto. Ela volta seu corpo para trás, tentando ignorar tal sentimento, esperando chegar ao local.

A residência do prefeito se localizava mais ao centro da cidade, não muito longe da prefeitura. Mais alguns minutos se passam até Violet poder notar a enorme casa um pouco mais ao longe. A mesma estava iluminada e decorada adequadamente para a ocasião. Á medida que o carro se aproximava mais bonita e maior ela se tornava.

Amelie para o carro no estacionamento presente perto da mansão. A garota podia ver mais alguns carros fazendo o mesmo.

— Vamos senhorita Green. — Elizabeth vira o rosto para a menina e sorri antes de sair do carro.

Amelie faz o mesmo e a garota repete o gesto.

A garota fecha a porta do carro e observa enquanto algumas pessoas se direcionam até a mansão. Elas estavam bem vestidas.

— Vamos querida.

A senhora Green, Elizabeth e a neta seguem até a porta principal da grande casa, passando por ela momentos depois. O interior da mansão era ainda mais bonito, estava decorado com flores distribuídas em pontos estratégicos e velas ajudavam na iluminação do local.

Assim que a presença de Amelie foi notada pelas pessoas ali presentes, a mulher começava a ser requisitada. Muitas pessoas cumprimentavam a senhora Green e juntamente com ela, Violet. Aquilo fazia a garota lembrar-se de certos momentos de quando era criança. Tal coisa não tinha mudado muito, afinal.

— Não se preocupe você vai se acostumar. — Diz Elizabeth ao lado dela.

— Espero que sim. — Diz a menina, olhando para a mulher ao seu lado. – O Vincent vem para a festa?

— Claro que vem, ele não pede uma oportunidade dessas. — A loira sorri após seu comentário e a menina acaba fazendo o mesmo.

— Amelie. — Uma voz feminina faz as duas olharem para frente novamente. Uma mulher e um homem se aproximavam com Caleb ao lado deles.

Evelyn, William. — Fala a senhora Green, depositando sua atenção neles.

— São os pais de Caleb. — Diz a governanta, um pouco mais baixo apenas para a garota escutar após notar a expressão um tanto confusa no rosto da menina.

A família Danvers estava ali bem de frente para Violet, a jovem tentava lembrar-se daqueles rostos, mas não conseguiu tal coisa. A senhora Green volta seu olhar para a neta, pedindo que ela se aproximasse mais um pouco. A menina assim faz.

— Ora mais veja só se não é a pequena Violet. Vejo que não está mais tão pequena assim. — Diz a senhora Danvers, olhando para a garota que apenas sorrir.

— E está bonita também. — Foi a vez de William falar.

— Sim, está sim. — Confirma a esposa, em uma de suas mãos ela segurava uma taça de champanhe.

— Obrigada. — Diz a menina, olhando de soslaio para Caleb por um momento.

— Lembra-se de nós Violet? — Indaga a mulher. A expressão pensativa da menina fez com que a resposta não precisasse ser dita.

— Pelo visto não. — Diz Evelyn, abrindo um sorriso depois.

— Você era muito nova quando se mudou. É totalmente normal que não se lembre. — Fala William, seu jeito lembrava muito Caleb falando.

— Tem razão, Olívia e Richard levaram você quando ainda era tão pequena. — Comenta a mãe do adolescente.

Violet apenas confirma com a cabeça, disfarçando o incômodo que brotava em seu peito. Por que ela tinha que falar deles agora?

A senhora Danvers, notando o que tinha acabado de falar, lança um olhar complacente para Amelie e para a garota.

— Eu lamento muito a perda de vocês. Olívia e Richard era um casal maravilhoso.

— Realmente, foi uma grande perda.

— Obrigada. — Diz Amelie, esboçando um sorriso fechado como retribuição pelas palavras dos dois.

Violet repete gesto da vó, um tanto desconfortável com aquilo. Como sua vó conseguia driblar aquilo tudo e se sair tão bem?

— Vocês podem nos dá licença? — Violet vira o rosto na direção de Caleb. — Acho que vi o Tyler chegando. Violet e eu precisamos falar com ele. — o jovem Danvers olha para a menina que confirma com a cabeça em seguida.

— Claro querido, pode ir. — Fala Evelyn, tomando um gole de sua bebida depois.

— Pode ir filho, ficaremos aqui com a Amelie.

A senhora Green confirma e olha para a neta, permitindo que ela fosse com Caleb.

— Como William disse, ficarei aqui, conversando com eles. Pode ir querida.

Violet abre um sorriso simples para a vó e depois para os pais de Caleb. O jovem Danvers faz o mesmo e logo começa a andar, a garota o acompanhando. Os dois passam por Elizabeth, a mesma já estava com uma taça na mão e lança um sorriso para os dois antes deles se afastarem.

— Valeu. — Diz a menina quando os dois já se encontravam um tanto mais afastados dos mais velhos.

— Sem problemas, sei como algumas situações podem incomodar.

Violet olha para o adolescente ao seu lado e sorri, mais uma vez agradecendo por ele ter a tirado daquela conversa.

— E além do mais, o Tyler realmente chegou.

Caleb leva seu olhar para onde os dois estavam seguindo, a porta de entrada. Tyler falava com os pais enquanto entrava na residência quando avista os outros dois. Ele lança seu sorriso característico para eles, dizendo algumas palavras para os pais para logo se aproximar de Violet e Caleb.

Danvers vê quando os pais de Simms acenam para ele e para a garota assim que passam, o rapaz retribui. Violet por educação faz o mesmo.

— Oi e aí? — Fala Tyler quando finalmente se aproxima. — Uou Violet, como você está bonita! — Fala o garoto, sendo espontâneo, provocando um riso anasalado de Caleb e um sorriso um tanto tímido de Violet.

Realmente a garota estava bonita. Seus cabelos castanhos claros, praticamente dourados eram realçados devido ao preto de seu vestido. Os saltos ajudavam no visual e embora Violet não curtisse aquele tipo de calçado, os mesmos ficavam bem nela.

— Obrigada Tyler. Você também está bonito. — Diz a Green em retribuição. – Os dois estão.

Aquilo era verdade. Apesar de não dizer isso pelos quatro cantos, Violet achava os garotos muito bonitos. Na verdade, ela havia notado tal coisa desde a primeira vez que os tinha visto. E agora, com Caleb e Tyler vestindo terno e gravata, esse fato estava bem evidente.

Simms abre um sorriso largo ao ouvir o elogio e Danvers sorri ao ver a atitude do amigo.

— Tyler bonito? Violet, você está sendo muito educada com ele. — Pogue aproxima-se dos três. O rapaz tinha um sorriso discreto no rosto após sua piada.

— Muito engraçado Pogue. Muito engraçado. — Uma expressão semelhante à de uma criança aborrecida surge na face de Simms.

Vendo a reação do amigo, Parry sorri fechado, passando o braço direito em volta dos ombros do amigo, o abraçando de lado. Pogue podia ser o mais reservado do grupo, mas quando queria ele soltava suas piadas.

Tyler o empurra, fingindo chateação. No entanto, ele não segura e abre um sorriso depois.

Violet sorri observando os dois ali.

— É melhor se acostumar, sempre é assim. — Fala Danvers a ela, referindo-se aos dois amigos.

— Eu não duvido. — Diz a garota, alternando o olhar entre Caleb, Tyler e Pogue.

Momentos depois, o rapaz vira o rosto para trás, alguém o tinha chamando.

— Eu já volto. Minha mãe está chamando. — O rapaz se retira indo mais para o fundo da mansão.

— É sempre assim. — Começa Tyler. — Todas as vezes em que estamos em festas como essa, os pais de Caleb sempre o “exibem” para os outros.

— É bem isso. — Diz Pogue com o olhar na direção do amigo, alternando seu olhar entre os dois depois.

— Vamos sair daqui. — Sugere Tyler, já começando andar para mais ao fundo da casa, gesticulando para que eles os seguissem.

Os três passam por entre as pessoas que conversavam, sorriam e bebiam durante a festa. Os jovens dão mais alguns passos até chegar ao pátio posterior da enorme casa. Uma área bastante ampla com um jardim extenso e mesas postas ao lado direito para a ocasião podiam ser vistos ali.

— Vem Violet.

Tyler já caminhava até uma das mesas, Pogue indo na mesma direção. A menina faz mesmo. Os adolescentes se acomodam. Tyler sentado lado direito de Violet e Pogue de frente para eles.

A mesa estava bem decorada, um pequeno arranjo de flores presente sobre ela e uma pequena vela redonda se encontrava acessa ao lado do mesmo. O clima ameno e o céu limpo e estrelado ajudava a decoração ficar ainda mais bonita.

— O que vocês fazem em festas assim? — Pergunta a menina, olhando para os dois.

— Sinceramente, nada. — Diz Pogue, apoiando seu braço na cadeira ao lado, olhando para Violet.

— É. geralmente a gente não costuma fazer nada. Não tem nada de interessante nessas festas. — Fala Simms, alternando o olhar entre ela e o amigo.

— Só tem uma coisa que podemos fazer aqui. — Garwin diz, se fazendo presente ali segundo depois. Com seu jeito desleixado, ele senta ao lado esquerdo de Violet, bebendo um líquido marrom presente em seu copo.

— Já está bebendo Reid? — Pergunta Parry, olhando para o amigo.

O loiro dá de ombros, ainda bebendo os últimos goles de sua bebida.

— E tem jeito melhor de passar o tempo nessa droga de festa? — Argumenta ele, apoiando o copo vazio sobre a mesa, olhando para a garota em seguida. O loiro abre um sorriso para a menina.

— Tia Emily sabe que você está bebendo? — Questiona ela o encarando também.

— Ela não vai saber. — Fala ele, colocando o braço em volta dos ombros da garota, ainda com o olhar sobre ela.

Assim como os outros, Reid também vestia camisa e calça social, com um terno por cima. No entanto, o rapaz não usava uma gravata e tinha em suas mãos as mesmas luvas sem dedos pretas que Violet tinha visto na festa da fogueira.

— Só se você não chegar perto dela com esse seu bafo. — Brinca Tyler, sorrindo para ele.

— Cala a boca. — Simms abriu ainda mais seu sorriso ao ouvir aquilo.

Violet não deixa de sorrir um pouco também, olhando para a cara de criança mal encarada de Reid. Segundos depois Pogue se levanta, virando seu corpo para o lado da entrada do pátio. Ele parecia está vendo alguém se aproximar. A Green logo descobriu quem era quando Kate se fez presente na visão de todos ali.

A morena dá um beijo no namorado e sorri para ele, virando-se para os outros depois.

— Oi gente! — Kate tinha um sorriso animado em seus lábios, ela parecia está sempre assim. Como Violet ela também usava um vestido preto, um tanto mais justo ao corpo e seus cabelos estavam livres, balançando ao sabor do vento.

— Oi! — Diz a menina, ela gostava da alegria presente na Tunney.

— E aí Kate. — Fala Tyler, Reid faz um gesto de cabeça, cumprimentando a garota.

— A gente vai dá uma volta, nos vemos depois. — Pogue se pronuncia, abraçando a namorada de lado.

— A gente conversa depois. — Kate diz, dando um aceno animado para os três ali. Violet procura repetir o aceno dela, os três vendo o casal se afastar.

— Pelo menos o Pogue vai ter o que fazer. — Resmunga Tyler, olhando para frente, observando as outras pessoas presentes ali.

— Podemos inventar alguma coisa para fazer. — Sugere a Green, olhando para os dois.

— Tipo o quê? — Pergunta Reid, voltando a segurar seu copo de vidro.

— Não sei, mas beber não vai estar presente. — Diz ela, olhando para o garoto. Reid leva os olhos para a menina ao seu lado.

— Para de ser certinha, Vy. — Violet escuta Tyler ri um pouco com a conversa deles enquanto a garota dá um sorriso fechado para Garwin. Ele dizia a mesma coisa quando os dois eram pequenos. A jovem meio que gostou de ter escutado aquilo de novo.

— A gente pode pensar em algo. — Diz Simms fazendo Violet vira-se para ele, concordando com o menino.

— É, podemos pensar em algo. — Diz ela, agora alternando o olhar entre os dois.

~ ♢ ~

Os planos dos três foram por água abaixo quando os pais de Tyler o chamaram e a senhora Garwin fez o mesmo com Reid, dando leve bronca nele por usar aquelas luvas naquela ocasião e por ele ter bebido. Violet até recebeu um beijo na bochecha de sua tia Emily antes dela se afastar e levar o filho junto.

A garota agora se via sozinha sentada á mesa. Os meninos tinham dito um “A gente já volta” e ela contava com isso enquanto apoiava o cotovelo na mesa, depositando o rosto sobre a palma da mão. Com seu olhar sobre a vista a sua frente, Violet observava as outras pessoas ali.

Uma leve brisa balança alguns fios de cabelo da garota, indo também encontro ao rosto dela e dos outros convidados. E apesar de ser leve, foi o suficiente para apagar a chama da vela presente na mesa. Violet leva seus olhos para a fumaça, que agora subia e era levada pelo vento, mantendo seu olhar ali por um tempo.

A menina inclina seu rosto um pouco para o lado, ainda com os olhos focados na vela. Mais alguns instantes se passam até que a vela se acende, uma chama pequena fazendo-se presente. A adolescente leva o corpo um pouco para trás, franzindo o cenho, confusa, olhando para a chama. Foi ela que tinha feito aquilo?

Violet acaba apagando a vela, encarando o objeto. Balançando a cabeça negativamente, a jovem levanta-se dali em seguida. Nada de estranho tinha acontecido durante o dia todo, poderia continuar assim, não poderia?

Voltando-se para o interior da mansão, passando por entre os convidados, a Green procurava um lugar onde pudesse se distrair. Continuando com esse pensamento, ela acaba se dirigindo ao primeiro andar da casa. Olhando para lado direito, Violet avista uma grande varanda próxima de onde ela estava. Sem pensar duas vezes, a menina se dirige para lá.

O local era amplo e até algumas pessoas conversavam ali. A Green caminha para frente, parando na sacada da varanda, cruzando os braços sobre a superfície que formava a mesma. Ela podia ter uma visão bem geral dali de cima. Era possível observar o local onde a mesma se encontrava anteriormente, o jardim mais a frente e até o estacionamento.

Violet até vê quando Caleb abraça uma garota quando a mesma se aproxima dele. Espera ai, aquela era a Sarah. Os dois sorriam um para o outro enquanto caminhavam e entravam na mansão. É, parecia que os dois se davam bem juntos, bem até demais.

Não demorou muito para que a mais nova visse sua vó, Elizabeth e Vincent se direcionando para uma das mesas. Um sorriso brota nos lábios da garota, fazia um tempo que ela não via Vincent. Talvez ela devesse ir lá falar com ele.

— Aproveitando a vista?

Violet olha para o lado, vendo Chase dando seus últimos passos para aproximar-se dela. O sorriso presente na face da menina some. As memórias do acidente na aula de química e o modo como ele a estava provocando desde o Nick’s vem a sua mente.

— É, digamos que sim. — Fala ela, voltando a encarar sua frente. Provavelmente seu próximo passo seria sair dali e evitar mais uma conversa com ele. A Green podia sentir o olhar do rapaz sobre ela e isso já estava a incomodando.

— Sei que não está muito a fim de conversar comigo, o que é uma pena já que sou a companhia mais interessante por aqui. — Fala ele dando de ombros, como se aquilo fosse o óbvio.

A garota olha para ele, levantando uma sobrancelha após seu comentário. Collins por sua vez apenas sorrir cínico. Violet volta para sua posição anterior.

— Eu só quero me desculpar pelo acidente de ontem, não queria causa aquilo. Se bem que não fiz tudo sozinho.

A Green volta a encarar Chase, o cenho franzido em sua face. E mais uma vez lá estava ele de novo, seu eu curioso, a Violet que queria uma confirmação sobre tudo aquilo brotando após as últimas frases de Chase. Ela realmente tinha provocado aquela chama que quebrou o béquer e causou aquela bagunça? E sobre a vela, foi ela que a acendeu? A expressão que a jovem tinha em seu rosto parecia agradar Collins, ele se põe de lado, seu olhar ainda sobre ela.

— Não fez sozinho? Você não fez nada, Chase. — Diz ela, desviando o olhar, sabendo que estava mentindo para si mesma ao dizer aquilo. De certa forma, ela sabia que ele tinha algo haver com tudo que ocorreu.

Violet escuta o riso anasalado e breve vindo do rapaz.

— Ainda negando tudo o que está acontecendo, Violet?

A menina suspira, fechando um pouco os olhos. Chase estava conseguindo mexer com a Violet curiosa. Ela vira-se de lado depois, imitando o garoto.

— O que você quer Chase?

— O que eu quero? — O rapaz levanta uma sobrancelha, olhando para a menina enquanto ele apontava para si mesmo. — Digamos que eu só quero que você saiba a verdade, e parece que sou o único a querer te ajudar por aqui. – Diz ele de forma simples e direta, novamente querendo provocar a garota.

Verdade? Mas que verdade? Os dois jovens se encaram por alguns segundos até Violet dá dois passos para trás, afastando-se dele. Collins ainda mantinha seus olhos azuis sobre a Green.

— Eu preciso falar com o Vincent.

A garota inventa uma desculpa qualquer com a intenção de sair dali e parar com aquelas questões que Chase provocava nela. Ela o olha por mais um momento, o rapaz não desviando o olhar de seu rosto. A jovem se vira e segue em frente, saindo da varanda.

Dando passos um tanto mais apressados, a menina desce as escadas, parando no térreo novamente. Talvez se tivesse uma conversa que não envolvesse as supostas verdades que o Collins queria que ela descobrisse, Violet pudesse esquecer aquilo tudo.

Com esse pensamento, ela segue andando com a intenção de sair e se encontrar com Vincent, sua vó e Elizabeth. No entanto, ela para, virando seu rosto para uma sala de jantar que estava em uma área aberta ao seu lado direito.

— Olhe em volta, o que está faltando? — A menina escuta uma voz feminina. Ela se aproxima mais, entrando na sala. Violet avista uma senhora bem vestida, ao lado de uma garota que a Green conhecia. Madison. As duas cercavam um dos empregados da festa enquanto o mesmo fazia o que a mulher pedia, olhando em volta da sala decorada.

— O fogo, as velas. Por que não estão acesas? — Pergunta a senhora, ainda encarando o pobre rapaz.

A menina assistia a cena calada.

— Os palitos de fósforo estão na cozinha. — Diz a mulher quando o rapaz volta a encará-la.

O empregado se põe a andar e sair da sala, a mais velha faz o mesmo, provavelmente indo ficar de olho no rapaz enquanto o mesmo iria fazer seu trabalho. Madison segue logos depois.

— Eu disse que a você mãe, a senhora vai ter o trabalho de supervisionar esses empregados a festa toda, eles nunca fazem nada direito. — Diz a garota que vestia um vestido azul marinho justo e um pouco decotado com os sapatos da mesma cor. A mais velha apenas solta um suspiro de desapontamento como se concordasse com a filha.

As duas passam por Violet, a mulher dando um sorriso simples para a menina enquanto que Madison a ignorava. Violet sorrir fraco, apenas por educação, acompanhando as duas com o olhar por um tempo.

Então a mãe de Madison era igual a ela?

A menina revira os olhos, balançando a cabeça negativamente perante a situação. Voltando-se para a sala, Violet dá mais dois passos em direção a mesa. A mesma estava cheia de velas que precisavam ser acesas.

“Digamos que eu só quero que você saiba a verdade, e parece que sou o único a querer te ajudar por aqui.”

“Eu só quero me desculpar pelo acidente de ontem, não queria causa aquilo. Se bem que não fiz tudo sozinho.”

As palavras de Collins martelavam na cabeça da garota. Ela inclina-se para frente, os olhos fixos em uma das velas que estavam distribuídas na mesa. E se Chase estivesse certo? E se existisse uma verdade que ela precisava saber? E se ela pudesse acender aquela vela como supostamente havia feito antes?

Violet estreita um pouco seus olhos, o olhar preso no pavio da vela branca. Se ela fez aquilo uma vez, poderia fazer outra, certo?

A garota continua na mesma posição por alguns momentos. A vela ainda apagada. O que ela estava fazendo? Por que dar ouvidos ao Chase? Ela suspira, ficando ereta novamente.

— Isso é uma bobagem.

Violet vira-se para sair da sala, dando apenas um passo antes de parar e levar seu olhar para um suporte para vela preso na parede ao seu lado esquerdo. A pequena chama presente ali. Com a testa um pouco franzida, um tanto desacreditada, a menina em um movimento um tanto rápido, vira o corpo para trás, observando a mesa.

Todas as velas presentes na sala estavam acesas, iluminando e embelezando o local. A jovem encara aquilo surpresa, seu corpo parado, sem nenhuma reação, observando cada chama ali.