Nunca a ouviam falar. Não que ela tentasse também, era como uma conformidade bilateral: não tinha nada que quisessem ouvir e ninguém queria ouvir alguém que não tinha nada a dizer. Era uma troca de favores que logo teve fim. Bastou ter um ouvinte.
Mas quando abriu os lábios pela primeira vez, suas palavras saíram de forma aparatosa. Causava inveja nas moças mais refinadas e rebuscadas e atraía atenção dos rapazes com ideais exóticos e ainda não compreendidos pela época.
Era a mais bela voz combinada com as mais belas palavras, por isso deram um jeito de a calar novamente.