AMANHECEU...

Aquela semana Otávio tinha passado o diabo. Era literalmente a semana mais terrível para ele. Tinha trabalhado para aplacar a loucura de sua solidão e de seu desespero sem Laura. Estava com raiva de si mesmo, tinha bebido, tinha feito queixas sozinho, tinha chorado e gritado como um louco e por mais de doze vezes tinha ido ao apartamento para falar com ela.

Laura não atendia o telefone, não atendia o celular, não aparecia em nenhum lugar, ele tinha tentado de tudo até que se lembrou que ela gostava de ir a missa da manhã e ele parou o carro na porta da igreja esperando ela chegar. Ele estava com dois terços dentro do carro, se vestiu para entrar caso ela o obrigasse a isso ele não ia desistir, estava desesperado e morria por ela, não podia viver sem ela.

Laura passou a semana vendo o celular tocar e a imagem de seu marido aparecer ali na tela e ela não atendeu, o amava e tinha medo de não conseguir perdoar, seguiu sua rotina de sempre mais chorando por não o ter ao seu lado. A barriga crescia e seus quatro meses já apontava de leve em seu ventre, ela amava aquele bebê mais que tudo e a cada chutinho dele, ela queria Otávio ao seu lado, mas não cedeu a tentação do inferno e sempre que sentia um comichão no meio das pernas se colocava de joelho e rezava.

Naquela manhã, Laura despertou de mal humor, mas mesmo assim levantou tomou banho e se vestiu, pegou seu carro e foi para a igreja. Ao estacionar, desceu de seu carro o avistou de longe, tinha um leve vento que bagunçava seus cabelos, ela andou até ele e parou em sua frente.

LAURA - O que está fazendo aqui, pecador? Veio se confessar?

OTÁVIO - Vim falar com minha esposa! - ele respondeu olhando para ela de modo educado e calmo.

LAURA - Não tenho tempo, vou assistir a missa que já vai começar!

OTÁVIO - Eu vou com você e conversamos depois da missa, eu te liguei a semana toda e você estava ocupada. - ele a olhou de cima a baixo estava linda e a pequena a barriguinha já aparecia ali.

Ela não falou nada apenas se dirigiu a entrada da igreja fez sinal da cruz e entrou sentando no em um banco no meio da igreja, ele suspirou e a segui entrando na igreja e sentou no mesmo banco que ela e passou a missa toda entre olhar para ela e olhar as crianças que corriam embaixo do altar, amava crianças e ficou pensando como seria o seu bebê, estava atento a ela que só prestava atenção na missa.

Laura estava concentrada na missa mais viu suas vizinhas fofoqueiras que adoravam falar da vida alheia a olhando e ela não gostou entrelaçou sua mão a dele e segurou até o fim da missa, quando a missa acabou o padre fez um sinal para ela e fez um sinal para Otávio e veio apressado na direção dos dois falando de modo rápido.

PADRE - Irmã Laura, vamos precisar que a senhora seja o símbolo do casal do mês da família em nossa igreja a senhora e o Doutor Otávio! Como esse mês é o mês que comemoramos a família unida a família que permanece em Jesus a família que a glória de Deus e paz na terra, então precisamos de bons exemplos para nosso rebanho e por isso queremos que a senhora e o Doutor Otávio sejam o casal família do nosso mês! - padre Renato ainda não sabia da separação dos dois porque o padre que confessava Laura era Padre Rodolfo.

Laura respirou e olhou Otávio depois olhou o padre de novo e quando ia falar Otávio a interrompeu...

OTÁVIO - Padre, viremos com maior prazer do mundo representar as famílias da nossa comunidade. - apertou a mão de Laura e trouxe a esposa para ele num abraço. - Eu e Laura Queremos ser esse exemplo ainda mais agora que nosso filho está chegando. - o padre abriu um Largo sorriso.

PADRE - Eu fico muito feliz, meu filho, que vocês aceitem esse compromisso com Jesus!

OTÁVIO - Inclusive, Padre, o senhor pode almoçar conosco um dia desses no nosso apartamento, não é mesmo, amor? Ele não pode ir comer conosco domingo desse? - ela o beliscou disfarçadamente e abriu um sorriso para o padre.

LAURA - Sim, claro padre será muito bem vindo!

PADRE- Vão com Deus, meus filhos, que eu tenho confissão agora nos vemos na semana que vem na missa e no terço! - Otávio estendeu a mão para o padre sorriu e agradecer o carinho e deu a mão a Laura para sair da igreja.

Quando estava na porta viu irmã Clotilde olhar para Laura e cochichar, Otávio chegou perto da outra ainda de mãos dadas com sua esposa e sorriu dando bom dia ela.

OTÁVIO - Bom dia, vi seu marido hoje pela manhã quando vinha para cá estava parado em frente ao ao bar do Teco, acho que é isso o nome do lugar. - Otávio fez de propósito porque sabia que Laura com certeza estava sofrendo todo tipo de represália daquelas fofoqueiras. - Ele estava lá com uma moça, acho que deve ser sua sobrinha ou não sei, conhecida, eu até acenei para ele, gente muito boa seu marido! Passar bem. - a mulher ficou branca como uma vela e não teve nada para responder vendo os dois saírem da porta da igreja de mãos dadas.

Otávio parou e olhou para ela de jeito delicado e amoroso.

OTÁVIO - Você vai no seu carro, eu vou no meu ou você quer que eu vá no seu carro com você? - Laura levou as mãos aos lábios e riu sem conseguir controlar.

LAURA - Por que fez isso?

OTÁVIO - Fofoqueiras! Elas vivem se metendo na vida dos outros isso não é de Deus, só quis dar o troco nelas porque não gosto que olhem pra você desse jeito!

LAURA - Elas são enviadas do mal, só vêem na igreja pra cuidar da minha vida.

OTÁVIO - Nossa vida não é problema de ninguém, não gosto de ver você triste por nada nem por ninguém! - tocou rosto dela com carinho.

Ela o olhou, quando ele a tocava assim sentia logo o fogo do pecado percorrer por suas pernas, ela queria beijar ele ali e olhou para o lado e viu as venenosas ainda falando e olhando eles.

LAURA - Elas adoram falar dos outros e agora eu estou na boca delas! - falou triste abaixando os olhos.

OTÁVIO - Então vamos sair da boca delas! - ele levantou a cabeça dela e a tomou para um beijo apaixonado lento enquanto segurava o corpo dela com as mãos de modo delicado.

Ela passou os braços pelo pescoço dele e virou um pouco a cabeça aceitando o beijo e abrindo ainda mais a boca pra saborear aquele beijo. Ele passou com a língua buscando a língua dela e alisava as costas de sua esposa de modo delicado subindo e descendo a mão na extensão da pele dela dando prazer ao beijo e trazendo o corpo mais para perto dele.

Otávio segurava a cintura dela com toda delicadeza do mundo, quando o beijo acabou e os dois se olharam e ele sabia que ela gostava de recostar a cabeça em seu peito e ficou esperando que ela fizesse isso naquele momento. Ela sorriu de leve e deitou a cabeça em seu peito os lábios vermelho e a respiração alta, olhou as fofoqueiras e sorriu pra elas que estavam de boca aperta olhando eles, ele a amparou com os braços e olhando para as beatas ele piscou um gesto de implicância.

OTÁVIO - Vamos embora daqui, meu amor, vamos conversar em algum lugar!

LAURA - Eu estou com fome. - falou e o olhou se afastando. - Vamos tomar café depois te deixo aqui e você pega seu carro! - abriu a bolsa e deu a chave a ele depois de destravar o carro.

Ele abriu a porta para ela, esperou que ela entrasse fechou e foi para o lado do motorista se sentou e deu partida.

OTÁVIO - Como você está? Está enjoando muito? - perguntou dirigindo até a Delicatessen mais próxima.

Sabia que ela gostava de biscoitos de nata e polvilho e também gostava de pães variados, ele ficou aguardando a resposta dela.

LAURA - Estou bem, não sinto mais enjoo não, o bebê se comporta bem! Semana que vem tem consulta. - avisou ele.

OTÁVIO - Que horas vai ser? Eu vou te buscar e te levo, já vamos conseguir ver o sexo na próxima consulta! Você já está aí com seus quatro meses então já vamos conseguir ver com certeza a menos que seja muito recatado. - ela sorriu acariciando a barriga.

LAURA - Vai ser de manhã, você sabe que gosto de fazer as coisas cedo!

OTÁVIO - Sei sim, mas então, eu te busco e vamos juntos e vemos o sexo do nosso filho! - ele parou em frente a Delicatessen e desceu para abrir a porta para ela depois travou e estendeu a mão para ver se ela queria andar de mão dada com ele.

Ela pegou era um gesto normal deles quando saiam de casa, caminharam de mãos dadas ele escolheu a mesa, ela sentou e pegou o cardápio para escolher.

OTÁVIO - Você tem comido direito, Laura? Você precisa ter uma alimentação muito balanceada não pode comer qualquer coisa e nem ficar muito tempo sem comer. - olhou o cardápio e a guardou ela responder.

LAURA - Eu estou comendo de tudo! Você mandou as duas empregadas pra mim, quem parece não estar comendo é você. Você tem dormido direito? - deixou o cardápio na mesa e o olhou.

Ele não ia mentir para ela nunca tinha mentido, sempre diziam umas coisas as verdades todas na cara um do outro.

OTÁVIO - Não tenho dormido, não tenho comido, não tem conseguido descansar, não trabalho direito, a minha vida está um inferno se eu pudesse fazer uma comparação diria que o capeta resolveu me escolher de Judas! - ele segurou a mão dela carinhosamente entre as suas. - Eu quero minha esposa de volta, eu não sei viver sem você, Laura! - era sincero, era honesto era o que ele queria dizer naquele momento.

LAURA - Você não pode ficar assim! - segurou a mão dele. - Tem que comer, vou mandar uma das empregadas voltar pra casa e você vai comer! Você viu o presente que te deixei na caixa? - Ele riu sendo sincero.

OTÁVIO - Eu não quero empregada de volta, Laura quero a sua companhia! Eu olho nosso caderno de foto todos os dias, meu amor, que você deixou na caixa pra mim, tem tanto espaço lá naquele álbum a gente colocar nossas fotos com o nosso filho, nossas fotos em nossa nova casa! - ele não tinha contado a ela ia contar naquele momento que tinha comprado uma casa nova longe dali para os dois.

LAURA - Que casa nova? - ela o olhou e se afastou da mesa quando os pedidos chegaram e ela salivou com suas comidas favoritas, mas sabia que iria ficar com uma bela azia.

Ele tirou do bolso uma chave, um panfleto com endereço e o mapa e uma fotografia da bela casa que ele tinha comprado em Guadalajara.

OTÁVIO - Eu comprei uma casa para nós longe daqui para começarmos a nossa vida de um jeito diferente! - ela pegou e olhou mordendo seu pão.

LAURA - Não é grande como a outra! - sorriu a casa era bem bonita.

OTÁVIO - Eu achei que você ia querer uma casa mais aconchegante, ela tem menos espaço dentro, mas tem mais espaço fora do que nossa casa atual, tem um jardim bonito do lado de fora e tem algumas árvores frutíferas e tem também um pequeno oratório dentro da casa já estava construído nem fui eu que pedi! Fica muitos quilômetros daqui, sempre que você quiser ver a nossa filha, vamos precisar viajar duas horas então precisa me dizer se realmente vai querer morar lá comigo. - ela o olhou e deixou o papel de lado.

LAURA - Eu não sei, Otávio de verdade, eu não sei, estou confusa e... - não sabia como dizer estava com medo de sempre o recriminar por aquele ato tão sem pensar.

OTÁVIO - Eu sei que você está confusa, Laura, mas não podemos viver assim separados. - ele ficou triste e olhou para ela dentro dos olhos. - Você não me ama mais?

LAURA - Eu te amo sim, muito. - não ia mentir sobre o que sentia.

OTÁVIO - Meu amor, se você me ama, então me dá uma chance, não vamos destruir a nossa família, nossa filha já está chegando e nós resolvemos isso. Você passou duas semanas longe de mim naquele retiro e quando chegou você foi embora já é quase um mês de distância, Laura entre você e eu!

LAURA - Eu não quero voltar agora e estragar tudo, não posso, não estou pronta pra estar debaixo do mesmo teto que você não ainda! - Otávio se deixou vencer naquele momento. - Eu preciso confiar em você totalmente porque sem essa base nosso casamento não vai funcionar e vamos terminar pra sempre e não é isso que eu quero!

OTÁVIO - Tudo bem, meu amor, quanto tempo você acha que precisa para ficar bem? Porque eu não sei como agir, Laura não sei se te procuro todos os dias imploro seu perdão ou se deixo você em silêncio nem vou lá nem ligo nem digo nada você.

LAURA - Eu quero que você fique bem primeiro de tudo! - tocou o rosto dele e as pequenas olheiras que estavam se formando debaixo de seus olhos. - Você é lindo, não te quero mais com isso aqui! - falou verdadeira e com a voz cheia de carinho.

Ele segurou a lágrima dentro dos olhos, ele não merecia aquela mulher maravilhosa depois do que tinha feito. Num gesto delicado ele beijou as mãos dela e depois se aproximou para beijar Laura na boca de novo, o beijo começou delicado e foi se intensificando e ele sentia tanto prazer em beijar aquela mulher que ele amava que o beijo durou mais e um pouco mais.

Ela segurou o rosto dele entre suas mãos e o beijou sem pressa amava aquele homem como uma pecadora que ela achou que não poderia ser, ela cessou com calma e sorriu...

LAURA - Vamos comer, nosso filho está com fome! Otávio, eu quero que você escolha o nome do nosso filho. - falou se ajeitando na cadeira.

Ele sorriu todo feliz, escolher o nome do filho era uma honra para ele e estava muito feliz de ter um bebê em casa.

OTÁVIO - Eu já pensei em alguns, meu amor! - ela tomou um pouco de suco. - Eu vou dizer os que eu prefiro e você me disse você gosta. - ela o olhou atenta. - Se for mais uma menina, eu quero que ela se chama Eloisa ou Lia e se for menino eu quero que se chame e Gustavo ou Marcelo! - ela sorriu.

LAURA - Você tem que se decidir, amor, dessa vez não vou interferir em nada! - ela o chamou de amor sem perceber.

OTÁVIO - Meu preferido é Marcelo para homem e Lia para mulher, mas eu tenho quase certeza que vai ser mais uma mulher da minha vida. - ele cortou um pedaço de bolo e deu a ela na boca, estavam agindo sem perceber de modo muito natural.

Ela comeu.

LAURA - Mais uma menina... - ela ficou pensativa. - E depois você vai querer um menino? - a pergunta era tão inocente.

Ele ficou olhando para ela sem saber como esconder sua felicidade com aquela pergunta.

OTÁVIO - Depois, eu vou querer o que você quiser amor se quiser mais uma menina ou mais um menino vai ser o que Deus quiser! - não estava falando aquilo para agradá-la era verdade estava colocando tudo nas mãos de Deus.

Ela sorriu.

LAURA - Agora temos que pousar de casal do ano pra igreja!

OTÁVIO - Foi o que o padre pediu vamos ter que fazer, mas eu entendo ele, você ainda tá grávida aí vira símbolo mesmo de prosperidade.

LAURA - Mais todo mundo vai me olhar!

OTÁVIO - Bonita do jeito que você é, meu amor, vai todo mundo te olhar mesmo! - ele começou a rir dela.

Naquele momento ele não queria, mas acabou pensando em sua esposa nua e como estava desejos da companhia dela como um homem. Sim ele sentia falta dela na cama e não ia dizer essas coisas para ela porque ela era recatada, mas queria dizer isso também estava louco de saudade dela na cama.

OTÁVIO - Eu sinto sua falta todos os dias!

LAURA - Não ria de mim com seus pensamentos pecaminosos! - falou o olhando nos olhos.

OTÁVIO - Eu não estou rindo de você, Laura, e que pensamentos pecaminosos você acha que eu estou pensando?

LAURA - Me recuso a dizer! - ficou corada de imediato.

Ele sorriu e comeu mais um pedaço de bolo e deu mais um pedaço a ela, eles ficaram ali conversando por mais um tempo enquanto comiam. Ele terminou de comer e sorriu depois de pagar, entrou no carro com ela e Laura levava uma pequena sobremesa na mão que ele tirou da mão dela porque queria beijá-la naquele momento e foi o que ele fez começou a beijar Laura na boca e se deixou levar pela intensidade do calor que sentiu quando estava com ela.

Segurou no cabelo dela entre os dedos na nuca já trouxe para ele para beijar mais e num gesto natural ele desceu uma das mãos apertando o seio dela algumas vezes e continuo beijando, sentindo aquela delícia que era estarem juntos. Laura aceitou todos os beijos dele, estava desejosa e cheia de saudades se deixou levar o agarrou a beijos, beijos longos e famintos até sentir a mão no peito dela e o soltou ofegante, o olhou.

LAURA - Assim... Assim não. - falou cansada.

OTÁVIO - Amor... - ele se manteve perto dela e roçou a mão desejoso dela.

Estava mais que desejoso, mas precisava se conter com ela ali em seus braços era quase impossível. Voltou a beijar de modo sedutor sentindo o amor dela, as mãos desceram a cintura e ele a apertou... o perfume dela o enlouquecia. Não podia viver sem ela, mas agora tinha que ter paciência.

OTÁVIO - Eu te amo, Laura... - mas mesmo desejando tocar mais em Laura e cuidar dela e beijar e sentir o prazer da companhia, ele se afastou e suspirou colando a testa na dela. - Laura, eu sinto sua falta todos os dias! - ela acariciou o rosto dele e deu um selinho nele.

LAURA - Eu te amo e vamos ser melhores, você vai ver!

OTÁVIO - Eu te amo muito, muito! - ele suspirou e beijou mais, queria ela mais que tudo. - Eu quero que prometa que vai se cuidar!

LAURA - E você também tem que me prometer isso, não te quero mais assim com essa carinha! Eu te amo de mais pra te ver doente. - Laura tinha as bochecha avermelhadas pelo calor que sentia.

OTÁVIO - Se você sentir alguma coisa promete que você vai me ligar e eu vou lá na mesma hora socorrer você, se sentir mal se acontecer alguma coisa ou você fica com medo ou quer coisa me liga! - ela assentiu confirmando com a cabeça.

LAURA - Não se preocupe! - ele ligou o carro e foi até a igreja onde desceu do carro dela para se dirigir ao seu, mas antes abraço mais uma vez.

Queria levar o abraço dela junto com ele queria levar o perfume dela o gosto dela tudo dela para não sentir mais aquela saudade tão dolorida, ela o abraçou e o cheirou sentia falta dele mais não iria recuar agora, não agora.

OTÁVIO - Eu morro por um pecado com você, meu amor, morro de saudade de ser seu messalino seu enviado do mal... - ele deu um leve sorriso de canto de boca.

LAURA - Somos um par de pecadores!

OTÁVIO - Agora vai amor que não te quero chateada com nada, aí não quero ficar me despedindo de você porque em breve vamos estar juntos. - ele deu mais um selinho nela entrou no carro sorrindo tentando não pensar como era doloroso se separar dela.

Ela o olhou e esperou ele ir embora para depois entrar em seu carro e ir para casa. Otávio sabia que a vida estava toda fora de lugar, mas em breve eles estariam juntos, era só ele fazer tudo certo.

LONGE DALI...

Tereza estava dentro do carro ao lado de Fernando que estava indo com ela levar Ana Lívia a creche pela primeira vez, os dois estavam atentos a ela e no caminho Tereza já foi percebendo como seria, olhou a filha que olhava da janela. Fernando também a olhou pelo retrovisor e percebeu que ela não estava nem um pouco contente de ter deixado Vick e Heriberto, Tereza suspirou e riu, sabia que as coisas seria complicadas agora que iria para a escola.

ANA LÍVIA - Ecola... ecola!

FERNANDO - Ana, que foi filha? - Fernando perguntou a ela.

ANA LÍVIA - Eu num gosta de ecola, quelo ia pa casa de Vick e Helibeto. - cruzou os bracinhos. - Buxa!

FERNANDO - Estamos quase chegando à escola!

ANA LÍVIA - Eu não goto de ecola, não papai, eu goto de caja de Vick e Helibeto, eu quelo i pa La puque tem que ia na ecola? - Tereza ficou olhando o assunto dela com Fernando.

FERNANDO - Mas, minha filha, você nunca foi como não gosta? Olha você já esta com quase dois anos tem que estudar brincar com os amiguinhos. - falava prestando atenção no transito.

ANA LÍVIA - Eu num quelo, ninguém peguntou eu se eu quilia, num quelo! - chutou a lancheira que estava perto dela para o chão do carro e jogou o casaco para frente. - Num quelo!

FERNANDO - Tereza, de um jeito nessa menina mimada, não vai ganhar mais peito nenhum da mamãe. - Tereza olhou para ela séria.

TEREZA - Para com isso, Ana, pode parar! Não gosto de malcriação! - Ana olhou para ela e gritou.

ANA LÍVIA - Sai buxa, sai buxa, vai tansa! - falou sem saber o que dizia.

Tereza sentiu o olhar de Fernando na mesma hora.

FERNANDO - O que ela falou? - parou frente à escola e olhou as duas.

Ana olhou a escola e ficou observando as crianças com os olhos tristes, estava com um tênis rosa que piscava e um lindo uniforme amarelo com banco de short saia. Olhou o pai e disse séria.

ANA LÍVIA - Eu não quelo papai, i la não, não me abandona papai! Não deixa eu aqui. - abaixou a cabeça.

Ele tirou o cinto e desceu indo para o outro lado e a desprendeu do banco e a pegou no colo.

FERNANDO - Papai, não vai te abandonar, princesa!

ANA LÍVIA - Papai, te amo! Aonde você vai sem Ana? Cume futa?

FERNANDO - Papai também te ama, meu amor e não vou comer fruta, papai vai trabalhar e mamãe também. - mentiu sobre Tereza ou ela não iria na escola.

ANA LÍVIA - Mamãe vai tansa papai, ela num vai tabalha. - olhou a mãe.

FERNANDO - Não diga essas coisas, minha filha é feio e papai do céu não gosta, lembra o que papai falou sobre isso?

ANA LÍVIA - Mas Vick falou papai, que mamãe ia tansa! Ana pode ir tansa com mamãe? - ela deitou a cabeça no ombro dele.

Tereza desceu do carro e suspirou olhando olhou os dois.

FERNANDO - Não repita isso, Ana Lívia ou papai vai ficar bravo, de um beijo em sua mãe que vamos entrar!

ANA LÍVIA - Eu quelo mama, mãe, me dá mama! - começou a se debater no colo dele. - Eu quelo mama... mama, eu quelo faze coco e quelo durmi, papai me lava embora daqui da ecola. - Tereza foi até ela.

TEREZA - Calma, filha, você vai gostar da escola!

ANA LÍVIA - Me salva, mamãe, me salva!

TEREZA - Ana Lívia, para com isso! - Tereza falou assustada com ela se debatendo.

ANA LÍVIA - VICK! Rima socolo, vem me salva da ecola, eu quero Vick! Só Vick me chalva dessa ecola me deixa tansa com mamãe... - e gritava nervosa e todos da creche começaram a olhar.

Fernando olhou bravo para Tereza.

FERNANDO - Tereza...

TEREZA - Ana, vem com mamãe! - pegou a filha no colo que colocou a mão no peito dela puxava o vestido da mãe.

ANA LÍVIA - Me deixa viver... chama Vick, mamãe!

FERNANDO - Não temos tempo para isso, Tereza!

ANA LÍVIA - Me deixa vive!

TEREZA - Fernando, calma, ela está nervosa, quer ir embora? - ela o repreendeu. - Você sabe que ela é pequena é só um bebê. - segurou a filha que soluçava.

ANA LÍVIA - Eu quelo Vick, mamãe, Vick, eu quelo minha dinda, eu quelo meu pimpinho! - pimpinho era o urso dela. - Me dá, mamãe, me dá meu pimpinho. Ai papai, tá doendo aqui, tá dodói muito. - apontava o coração.

Fernando sabia que na creche não iria poder entrar o urso dela e estava ficando nervoso com aquela situação se aproximou e beijou a filha com amor.

FERNANDO - Vamos entrar nós três e você só olha e se não gostar papai te leva embora! - ela parou na mesma hora de chorar.

ANA LÍVIA - Mamãe tamem? Mamãe vai? Vai papai?

FERNANDO - Sim, filha, mamãe vai com nos dois!

TEREZA - Eu vou, amor!

ANA LÍVIA - E Vick, papai? - ela limpou os olhos.

FERNANDO - Vick já te disse que te espera pra comer o bolo de chocolate que ela vai fazer junto com Heriberto lembra que ela falou? - Pegou ela do colo de Tereza

ANA LÍVIA - Bolo de chocolate é bom, né pai? - Tereza ficou olhando a filha nos braços de Fernando e juntos entraram na creche para ver como ela ia se comportar.

Assim que colocaram Ana Lívia no chão os dois perceberam que ela começou a olhar os brinquedos e as coisas coloridas que tinham no ambiente, era só uma criança de quase dois anos então tudo interessou ela tudo que era legal.

ANA LÍVIA - Olha papai, tem paquinho. - apontou para o local onde os brinquedos estavam.

FERNANDO - Sim filha, tudo pra você brincar se quiser ficar!

ANA LÍVIA - E quem fica aqui, papai? Você? - ela olhou a mãe. - Ou mamãe?

FERNANDO - Nos não podemos ficar, filha! - logo apareceu uma professora com um uma linda menina de olhos claros.

XX - Olá boa tarde! - falou com Tereza. - Vieram deixar à pequena? - sorriu olhando Ana.

TEREZA - Sim, nossa Ana vai ficar, não é amor? - ela olhou a mulher e correu para as pernas de Tereza.

ANA LÍVIA - Eu num sei quem é ela, mamãe! - Tereza abaixou e sentou a filha em sua perna.

TEREZA - Ela é a professora, amor! - ela sorriu olhando para elas.

XX- Olha que curioso, eu também me chamo Ana.

FERNANDO - Vai filha, olha que linda uma amiguinha pra você!

ANA LÍVIA - E tem futa aqui? - eles sorriram.

Ana se soltou das pernas pegando na mão da colega porque a professora se abaixou.

ANA - Sim, Ana, tem fruta e sopinha pra você comer aqui, você vai ficar e brinca com a gente? - sorriu admirando aquele grandes olhos que ela tinha.

ANA LÍVIA - Eu quelo binca e durmi e come futa e quelo pimpinho!

FERNANDO - Filha, o pimpinho ficou com a Vick. - ela olhou.

ANA LÍVIA - Papai, vai deixa Ana aqui até ontem?

FERNANDO - Não, amor, são só três horinhas e mamãe vem buscar Ana!

ANA LÍVIA - Vem, mãe? - Tereza beijou a filha com carinho e tocando seu nariz disse.

TEREZA - Mamãe vem te buscar daqui a pouco, meu amor, é só um pouquinho que você vai ficar aqui. - dela beijou a mãe depois o peito.

ANA LÍVIA - Gada pa mim o mama, mãe? - Tereza sorriu para ela.

TEREZA - Sim, meu amor, eu faço isso ta, eu guardo o seu peitinho o seu leitinho você toma quando chegar. - Fernando sorriu olhando as duas.

A professora levou Ana e sua mochila para dentro e Fernando olhou a esposa, Tereza sorriu feliz de ver a filha entrar. Fernando estendeu a mão para ela, para irem embora, ela deu a mão a ele saíram juntos, estava com coração partido, mas saiu sem olhar para trás.

FERNANDO - Você vai pra casa, amor? - falou perto do carro segurando ela pela cintura. - Onde quer que te deixei minha gostosa? - ela alisou ele rindo.

TEREZA - Vou ver minha comadre, estou com saudade dela!

FERNANDO - Hum... Muito bom se distrair não te quero só trancada naquela casa. - deu um beijo nela.

TEREZA - Estou com muita saudade de conversar com ela tem tempo que eu não vou, me deixar lá que eu quero conversar com ela e rir das bobagens que ela diz toda vez que eu vou lá. - ele sorriu.

Tereza e Fernando foram juntos conversando e os dois pararam em frente à casa de Beth, Tereza o beijou e se despedindo dele que foi trabalhar enquanto ela entrou alegre pela casa procurando à amiga. Beth ainda estava dormindo e quando acordasse sentiria o efeito da noite anterior, Tereza sorriu e se aproximou da cama.

TEREZA - Pois bem a farra foi boa porque a velha safada não acorda! - foi até a cama balançando o pé da amiga para que ela acordasse.

Beth só resmungou tirando o pé, Tereza mexeu de novo na amiga para que ela despertasse.

TEREZA - Acorda dorminhoca, por favor, acorda!

BETH - Tereza... - falou quase sem conseguir. - O que está fazendo aqui? - bem abriu os olhos só virou para o outro lado deixando a perna exposta.

TEREZA - Eu vim conversar com você, que eu estava com saudade levei sua afilhada para creche nem teve sua ajuda porque você não atende o celular, deu tanto assim que ta arrasada na cama?

BETH - Eu acho que hoje é meu último dia de vida... - falou sofrida sem conseguir se mexer mais.

Tereza ficou olhando para ela assustada.

BETH - Tereza, eu acho que eu apanhei ontem... - sentiu o nariz entupido e um gosto horrível na boca. - Eu bebi muito, muito mesmo e só isso que me lembro. - levou a mão a cabeça sentindo dor. - Eu vou morrer!

TEREZA - Meu deus, amiga!

BETH - Aí Tetê, chama um padre! - Tereza olhou para e teve certeza que ela estava mal.

TEREZA - Vamos tomar um banho meu amor?

BETH - Eu não consigo, tudo dói, perna, braço, eu fui atacada é isso? Por isso está aqui? - falou quase sem voz e bem sofrida.

Tereza soltou uma gargalhada alta enquanto olhava para amiga naquele estado.

TEREZA - Eu tenho certeza que você foi atacada, mas por quem eu não faço a menor ideia, eu só acho que tenha sido grandão responsável por esse seu ataque. - ela virou com todo cuidado e olhou Tereza a cara deveria estar horrível.

BETH - Eu preciso de um médico de verdade, chama Heriberto pra me dar uma glicose sei lá algo pra dor Tereza... Não ria de mim... - falou manhosa.

TEREZA - Espera aí que meu amor que eu vou falar com seu filho, eu ia cuidar de você!

BETH - Você pode cuidar de mim sim amiga fica aqui e nos conversamos um pouco não fazemos isso há tempos. - Tereza ligou para Heriberto para que ele fosse até lá ver a mãe.

TEREZA - Ele disse que estava a caminho daqui para te ver e aproveitaria para comer um pouco, pois estava com fome. - Tereza voltou até próxima dela e se sentou na cama olhando o rosto da amiga todo abatido. - Me diz meu amor o que ouve com você, Luciano te deu uma coça, porque se foi isso que aconteceu pode me contar tudo com riqueza de detalhes.

BETH - Eu não me lembro de muita coisa não, Tetê! - Tereza riu.

TEREZA - Amiga, por que bebeu tanto assim? Você não é disso, você não é de beber.

BETH - Eu não sei o que está acontecendo com Luciano, ele não me come há dez dias! Quer dizer o que eu sinto aqui no meio das pernas, sei bem que fomos bem selvagens ontem. Eu bebi muito ontem, Tereza, de ódio. - levou a mão a testa.

TEREZA - Mas ele se queixou de alguma coisa? Ele fez alguma coisa além disso? Comportamento diferente, você notou ele distante? Além do sexo o que mais ele fez que deixou você tensa? - Tereza era experiente com traições e sabia muito bem que se Luciano estivesse traindo Beth ela saberia.

BETH - Tereza eu me esfreguei nesse homem todos os dias e nem duro pra mim ele ficou!

TEREZA - Amiga calma de repente foi uma semana ruim ele estava estressado, preocupado com alguma coisa sei lá, Luciano não é homem dessas coisas não, você não tem ficar preocupada desse jeito! Eu to para te dizer que esse homem não olha para ninguém e ontem à noite vocês tiveram o encontro foi isso? - ficou olhando rosto da amiga que demonstrava toda tenção dela.

BETH - Sim, mais não foi aqui... Foi em outro lugar, eu só tenho flash de memória! - ela sentou na cama com um pouco de dificuldade e se olhou os seios estavam marcados e as pernas doíam muito.

TEREZA - E onde o garanhão selvagem está agora? Se ele te comeu assim por que está preocupada? Não tem que ficar se preocupando com isso, então foram apenas os dez dias, eu sei que vocês têm uma frequência diária, mas foram apenas dez dias.

BETH - Tereza, eu não lembro, eu não fiz! Eu não sei o porquê dele estar me evitando, dez dias sabe o que é isso? Dez dias pra quem me come toda hora? Eu vou mesmo pegar minhas coisas e ir embora! - voltou a deitar sentindo dor.

TEREZA - Que isso, minha irmã, não fica assim, não fala uma besteira dessas olha vou te contar uma coisa e você vai entender, eu levava às vezes um mês esperando Fernando e ele não estava fazendo nada com ninguém nem estava me traindo os homens são diferentes. Você sabe muito bem que Luciano tem andado estressado com um monte de coisa na empresa deve ter sido por isso!

BETH - Não vem defender ele não, você ama mais ele do que eu é isso? Não me faça ter ciúmes de você! - falou brincando e sentiu vontade de vomitar.

Tereza soltou uma gargalhada

TEREZA — Deixa de ser gaiateira. - ela sorriu e tentou ajudar a amiga vendo que ela não estava bem. - Seu filho já está chegando vai te dar um remédio, você melhorar rapidinho, mas você não me disse onde Luciano está?

BETH - Eu sei tanto quanto você minha amiga não faço ideia!

TEREZA - Ele deve estar trabalhando, afinal hoje plena segunda-feira! - Beth chorou sentindo tudo doer naquele momento.

Heriberto entrou no quarto da mãe, beijou a sogra e foi logo olhando para Beth.

HERIBERTO - O que foi, mamãe? O que a minha maravilhosa tem?

BETH - Eu vou morrer... - falou sofrida.

Ele sorriu e começou a examinar a mulher jogada na cama. A mãe estava no estado de calamidade, mas era só um porre mesmo, nada demais.

HERIBERTO - Mamãe, por que você bebeu desse jeito? O que foi que você tomou? Está dando para ver as olheiras. - ele se sentou na cama examinando sendo carinhoso com ela. - Por que te aborreceu em minha rainha?

BETH - Tomei uma garrafa de tequila o que veio depois não me lembro mais...

HERIBERTO - Mãe, você podia ter entrado em coma alcoólico, eu digo para ela sempre, Tetê e não têm fazer essas coisas. - Tereza olhou para o genro e não disse nada porque naquele momento não ia conversar sobre a intimidade da mãe dele a menos que ela falasse. - Mãe mas porque você bebeu desse jeito?

BETH - Uma vez na vida não vou morrer ou vou?

HERIBERTO - Não, mas você não vai morrer!

BETH - Porque seu pai não me ama mais, eu quero ir embora dessa casa! Abusou de mim ontem só porque estava bêbada. Me dê logo o meu remédio!

HERIBERTO - Eu vou te dar um remédio e você vai melhorar vai ficar boa, novinha em folha em duas horas, mas não fala essas coisas do meu pai não que isso não é legal! Você sabe muito bem que a gente te ama por que ta falando isso?

BETH - Eu não vou falar mais nada!

HERIBERTO - Mãe, não faz assim conversar com seu filho. - Tereza olhou para Beth e começou a rir.

TEREZA - Você está ficando igualzinho a minha filha, se não fazem o que você quer você enfiar a cara na cachaça é? Quando seu filho sair daqui, eu vou dizer o que que você ta precisando!

BETH - Cala a boca, velha safada!

TEREZA - Melhor ser safada do que você, cachaceira!

BETH - Você só quer ficar ao lado dele também!

TEREZA - Deixa de besteira que se eu fosse ficar do lado dele não tava aqui perdendo tempo com uma cachaceira que quase morreu! - Ana Júlia entrou e foi falar com sua madrinha.

BETH - Eu bebo pra esquecer que eu tenho fogo aqui! - apontou pro meio das pernas.

ANAJU - Bença madrinha! - Anaju falou com Tetê.

TEREZA - Deus te abençoe, meu amor, como você está linda a minha menininha, cada vez que eu vejo você meu amor eu te acho mais bonita! Isso porque você é a cara do seu pai, não da sua mãe, porque a sua mãe é feia. - abraçou sua afilhada beijando muito.

Anaju sorriu abraçando ela.

BETH - Feia é você pelada, Tereza! - Beth retrucou.

ANAJU - Madrinha, vou começar a ficar com ciúmes, depois daquela neném você não liga mais pra mim!

TEREZA - Ah, meu Deus, eu não posso com isso duas não na minha vida! - beijou mais a afilhada. - Você, Victória, eu não aguento com ciúmes de uma criança, madrinha trouxe até um presente para você! - Tereza entregou uma caixinha fechada para Ana Júlia que tinha dois livros e um conjunto de Pincéis e tintas em pequenas miniatura e piscou para Beth como se implicasse com ela.

HERIBERTO - O genro não ganha nada, só afilhada!

TEREZA - Deixe de besteira, Heriberto, que você não é um ciumento! Vai cuidar dessa velha aí que ela ta caindo os pedaços nem lembra o que fez ontem à noite.

Anaju pegou os presentes e sentou na cama abrindo sorriu feliz.

ANAJU - Obrigada, madrinha! - Beth não disse nada e fechou os olhos sofrendo de dor de cabeça, levou a mão a testa e reclamou.

Heriberto saiu, pegou o remédio dela e voltou entregando e ela bebeu fazendo cara feia.

HERIBERTO - Mamãe você tem que beber muita água, esperar o efeito passar não tem outra coisa que possa fazer. - ele foi até a mãe, beijou a testa dela depois o rosto ficou olhando nos olhos dela com amor. - Você é a mulher mais linda do mundo, meu pai te ama e você ama ele não fica pensando besteira, olha o que aconteceu comigo porque não confiei em minha mulher!

BETH - Meu filho, por que não trouxe uma glicose? Eu com esse remedinho vou morrer de verdade! - falou mais tomou.

HERIBERTO - Eu vou aplicar a glicose em você também, mãe, você sabe que eu vou aplicar porque não quero você desse jeito aí que você está. Já estou preparando, mas antes quero que você me escute. - ele estava mesmo com a injeção preparada do lado da cama e ela de olhos fechados não tinha visto.

Tereza e Ana Júlia estavam conversando sobre o presente ignorando os dois, Heriberto pegou a seringa e aplicou a glicose na mãe.

BETH - Aí desgraça! - falou ao sentir.

Ele ficou rindo dela e foi o momento em que Tereza também riu de novo. Heriberto colocou a seringa no criado mudo e se sentou conversando baixinho com a mãe de modo que só os dois estivessem falando.

HERIBERTO - Se você não está feliz com meu pai está acontecendo alguma coisa e vocês dois precisam conversar, você disse que vocês estiveram juntos ontem à noite, você não se lembra?

BETH - Eu não lembro muito, filho, só tenho algumas memórias! Um lugar que eu não me recordo onde, nos brigamos muito mesmo comigo bêbada e depois eu só lembro dele em cima de mim. - falava com calma do que lembrava.

Ele não gostou, mas não ia detalhar aquilo se ela não estava lembrando depois conversaria com pai e foi só pensar nisso que viu o telefone tocar e era Victória, ele foi atender enquanto Ana Júlia virou para mãe.

ANAJU- Mamãe, estava bonita a estufa que papai fez para você? - Beth a olhou.

BETH - Que estufa?

ANAJU - Mãe, meu pai passou a semana toda, toda, preparando para você que ele queria fazer uma surpresa! Ele preparou um local especial para fazer sua estufa com as rosas de todo o mundo, comprou um terreno só para isso, ele ia te dar ontem, mas você ficou fazendo cena fugiu, sumiu começou a beber e quando ele chegou em casa você não estava, então foi isso, ele fez uma surpresa ontem e quando você chegou em casa bêbada vocês dois... - Beth sentiu um no na garganta. - Saíram no carro dele. - ela levantou de imediato se sentindo tonta e o nó de sua garganta se transformou em vômito, estava fraca e foi ali mesmo que ela deixou sair o que tinha em seu estômago.

As pernas bambearam e ela sentou com as mãos tremendo, Tereza correu até ela e levou a amiga para o banheiro, sem dizer nada Tereza tirou a roupa dela, deu um banho nela e depois a enxugou vestindo uma camisola nova enquanto a empregada limpava o quarto trocava os lençóis e com o Ana Júlia atrás. Depois que colocou Beth na cama de novo Heriberto esperava para ver a pressão da mãe, mediu estava normal.

BETH - Onde ele está? - falou quase sem voz.

Tereza a olhou sem saber responder e Ana Julia a olhou.

ANAJU - Ele saiu hoje de manhã, mãe e não sei pra onde foi. - Beth suspirou precisava descansar pelo menos mais duas horas pra poder ir atrás dele ou ir à estufa que ele tinha feito a ela.

TEREZA - Meu amor, descansa não pensa em Luciano agora daqui a pouco ele aparece aí, ele deve estar trabalhando, seja lá o que for que tenha acontecido com vocês dois ontem vai ficar tudo bem e você precisa descansar nós vamos descer e você vai dormir! Não se preocupe que eu não vou embora até você acordar e está melhor, o máximo que vai acontecer é eu sair daqui e ir buscar a sua afilhada que está na creche e fez a maior pirraça do mundo! - Tereza beijou Beth e saiu com Ana Júlia abraçada deixando apenas Heriberto no quarto.

HERIBERTO - Mãe, você precisa descansar, eu vou estar lá embaixo até você melhorar, tá bom? Dorme um pouco e daqui a pouco você vai estar bem, não fica preocupada com meu pai, eu vou achar ele e vou pedir para ele vir para casa!

BETH - Fica aqui comigo... - pediu manhosa. - Agarradinho em mamãe, eu prometo não vomitar mais! - Heriberto tirou o seu casaco se ajeitou na cama depois de tirar o sapato e abraçou a mãe com o maior amor do mundo aconchegando ela em seu corpo.

HERIBERTO - Eu te amo, Elizabeth Rios Bernal! Você é a mulher mais maravilhosa do mundo e a mulher mais amada do mundo!

BETH - Eu também te amo, meu filho, vocês são tudo que eu tenho!

HERIBERTO - Eu tenho certeza, mãe que ele não fez nada com você para te machucar, para te magoar, meu pai não faria nada disso! - Ela se agarrou a ele e chorou baixinho, odiava quando o marido fazia das suas e a deixava assim doida sem saber o que fazer e quando fazia tudo errado a culpa era dela ainda.

Beth não demorou nada a dormir, estar ali nos braços do filho era o maior consolo do mundo naquele momento...