LONGE DALI...

Fernando ficou com Ana Lívia nos braços até ela pegar no sono a convenceu a pegar a mamadeira e depois de muito custo ele subiu e a colocou no quarto de Rafa a arrumou na cama e saiu indo ao de Victória, foi até Tereza e sorriu ao ver como Victória estava agarrada a ela, ficou com dó mais a acordou, tocou o rosto dela e lhe deu um selinho.

Tereza o olhou depois olhou a filha agarrada a ela e se soltou com cuidado, pegou uma coberta e cobriu Vick enquanto saia do quarto dela com Fernando. Tereza estava séria e sentia o estômago doer.

FERNANDO ‒ Tudo bem? ‒ ele perguntou assim que entraram no quarto.

TEREZA ‒ Por que não me disse que ele alvejou seu carro de tiros? ‒ olhou para ele de modo sério, estava sentindo mais que medo, era pavor.

Fernando suspirou e sentou na ponta da cama.

FERNANDO ‒ Porque eu não te queria assim, já basta o que estamos passando, meu amor! ‒ ela passou as mãos nervosamente pelo cabelo e andou pelo quarto, suspirou e virou para ele de novo.

TEREZA ‒ Não me esconda nada, ele podia ter te matado. ‒ ela foi a cama e se sentou com ele.

FERNANDO ‒ Amor, me desculpa, eu ia contar só não ontem. ‒ ela tocou o rosto dele, sentada ao lado dele e com o coração na boca.

TEREZA ‒ Eu nem posso imaginar perder você, não me deixa fora de nada! ‒ ela suspirou.

Ele beijou as mãos dela e acarinhou seu rosto.

FERNANDO ‒ Não vou e por isso mesmo precisamos conversar!

TEREZA ‒ Eu estou aqui, pode conversar! ‒ ela o beijou de novo com carinho e depois se afastou. ‒ Você comeu? Está com fome?

FERNANDO ‒ Lena quer Ana de volta! ‒ soltou de uma vez não tinha modo fácil de dizer aquilo.

Tereza perdeu a cor e sentiu o mundo ficar escuro, quase desmaiou.

TEREZA ‒ Aquela vagabunda quer minha filha? E isso mesmo que estou ouvindo, Fernando? ‒ ela ficou de pé e o olhou com pavor. ‒ Eu não vou entregar minha filha para ela, o processo de guarda definitiva esta quase no fim!

FERNANDO ‒ Por favor, não acorda ela! Sim, está e por isso fica calma. ‒ ela olhou a bebê e seus olhos encheram-se de lágrimas.

TEREZA ‒ Nando, por favor, não a deixe levar minha filha, eu não permito, eu posso provar que ela sempre maltratou a minha menina, não quero!

FERNANDO ‒ Nos temos tudo que precisamos! ‒ a puxou pela cintura pra ela sentar em seu colo. ‒ Ela é nossa e sempre vai ser! ‒ cheirou ela.

Tereza o enlaçou no pescoço e lhe deu alguns beijinhos.

TEREZA ‒ Eu não posso viver sem minha filha! ‒ deitou no ombro dele com amor. ‒ Você me deu ela, não pode me tirar ela assim, não pode, não pode!

FERNANDO ‒ Eu não vou te tirar ela meu amor, ela é nossa só nossa! ‒ acariciou as costas dela.

TEREZA ‒ Eu não posso viver sem nossa menina!

FERNANDO ‒ E não vai meu amor! ‒ beijou o rosto dela. ‒ Não vai!

TEREZA ‒ Eu tenho medo muito medo! ‒ Tereza sentia seu coração ficar sem rumo e sem direção.

FERNANDO ‒ Amor, calma já temos problemas de mais pra se preocupar, Lena não vai nem chegar perto de nossa menina temos muitas provas contra ela! ‒ deu muitos beijinhos nela e sorriu de leve.

TEREZA ‒ Amor, eu quero ter essa certeza! Nando, você sabe que eu não posso permitir que ela maltrate nossa filha.

FERNANDO ‒ Vamos ficar aqui com nossa neném e esquecer um pouco o mundo lá fora, só um pouquinho! Ela não vai, nunca mais. ‒ ela abraçou ele e sorriu tocando o rosto do homem que ela amava mais que tudo e que tinha dado a ela uma família e alisando o rosto dele ela disse.

TEREZA ‒ Amor, se pudesse me pedir uma coisa agora, o que seria? ‒ os olhos cheios de amor por ele.

Ele a olhou e sorriu malicioso.

FERNANDO ‒ Eu te pediria pra se casar comigo de novo! ‒ falou rindo.

Ela riu alto queria mesmo que ele brincasse, o clima estava tenso.

TEREZA ‒ Eu não me caso, não caso de jeito nenhum, você não me deu meus presentes que eu pedi! ‒ riu e olhou a filha.

FERNANDO ‒ Você casou comigo por interesse? ‒ fez cara de indignado.

TEREZA ‒ Já que você perguntou, eu vou dizer a verdade. Você é muito rico, quando nos separamos você deixou muito dinheiro para mim, mas eu queria mesmo assim mais dinheiro.

FERNANDO ‒ Você me roubou? ‒ falou brincando.

TEREZA ‒ Agora que você descobriu? ‒ ela riu e o beijou.

FERNANDO ‒ Vigarista e eu ainda te dei uma filha como prêmio! ‒ deu muitos beijos nela.

TEREZA ‒ E deu mais umas coisas! ‒ ela riu e olhou a filha. ‒ Ela hoje aprontou amor, você não faz ideia!

FERNANDO ‒ Ela me contou, contou do jeito dela, disse que você bateu nela e que não quer dar o peito que é de mim... ‒ A imitou nas últimas palavras.

Tereza riu alto.

TEREZA ‒ Ela disse isso, amor, não bati, mas ela mereceu, beliscou a irmã porque estava com ciúmes, ela ama Vick, mas hoje azedou.

FERNANDO ‒ Se ela fosse sua filha não pareceria tanto, temos uma miniSandoval em casa!

TEREZA ‒ Temos sim, você precisava ver, Fernando, ela estava tão enciumada e o peito é sempre desculpa, ela quer e quer sempre!

FERNANDO ‒ E apaixonada por Heriberto ainda por cima, acho que eu vou carregar a minha arma, esse homem não pode levar as minhas duas filhas!

TEREZA ‒ Meus peitos são a atração da nossa filha! ‒ Tereza saiu do colo dele e ajeitou a cama para deitar. ‒ Ela é, ama Helibeto dela.

FERNANDO ‒ Só enquanto estávamos na sala, ela pediu três vezes pra ele cheira ela. Hilibeto chera aqui... apontava pro pescoço. - Fernando levantou tirando o palito dele. ‒ Engraçado é que Vick não sente ciúmes dela com ele.

TEREZA ‒ Nenhum, amor, ela só sente ciúmes de mim e até de você! Reparei que quando você chega, ela fica esperando para você beijar e se você beija a Ana e não ela...

FERNANDO ‒ Sobre você e ela o caso é mais difícil! Eu sei ela fecha a cara e não fala mais comigo até o outro dia. ‒ falou rindo e indo ate ela a virou e a beijou na boca. ‒ Te amo! ‒ ela o segurou com ela e retribuiu intensificando o beijo depois o soltou e viu os olhos dele nos seus.

TEREZA ‒ Eu te amo muito mais! Vai tomar banho? Quer companhia?

FERNANDO ‒ Você quer me acompanhar? Já aviso que eu vou te abusar se for... ‒ deu beijinhos nela.

TEREZA ‒ Já estou até queimando por dentro só de pensar. ‒ ela o beijou e com amor.

Ana Lívia acordou e se sentou na cama.

ANA ‒ Mim também vai toma banho com papai, com mamãe Teleza... ‒ coçou os olhos com as mãozinhas.

Fernando deitou a cabeça no pescoço de Tereza e sorriu.

ANA ‒ Eu quelo banho, papai e quelo mamá que eu to tiste. ‒ e fez cara de choro.

FERNANDO ‒ Papai vai colocar a banheira pra encher então e vamos tomar banho nos três juntos! ‒ falou rindo e indo ate a cama e a pegando no colo. ‒ Tá tisti porque princesa?

ANA ‒ Por que eu quelia mama e mamãe não deu a eu e eu dumi quelendo um mama ai sonhei que vick mamava em mamãe e o leite acabou papai, acabou tudo e mim ficou com fome. ‒ Fernando riu e deu Ana para Tereza e foi ao banheiro falando.

FERNANDO ‒ Vou encher a banheira enquanto você dá o meu peito a ela! ‒ provocou.

Tereza a pegou sorrindo e ela olhou o pai na hora.

ANA ‒ Sua peito, papai? ‒ ela olhou para mãe. ‒ Mamãe, essa peito não é minha? ‒ Fernando riu ouvindo ela do banheiro ligou a água e deixou encher. ‒ Papai, Nando, papai.

TEREZA ‒ Filha, o peito é de mamãe! ‒ ela riu e se sentou retirando a alça exibindo o seio que Ana agarrou com força.

Fernando voltou e ficou ali admirando suas duas mulheres. Tereza o olhou e implicou.

TEREZA ‒ Quer o outro? ‒ riu para ele, mas Ana na mesma hora colocou a mão tapando o seio que não estava mamando e olhando para mãe informando que era dela.

Tereza e Fernando ficaram ali por algum tempo e depois os três entraram na banheira rindo e brincando com a travessa...

DIAS DEPOIS...

Os dias que seguiram foram complicados, Victória mudou de casa e foi para o apartamento fazendo assim com que a casa ficasse toda para o filho e a mulher quando voltasse de sua lua de mel, Virgínia os enrolou e nada de fazer o jantar com o namorado e sendo assim Vick não a deixou morar com ele.

João tomou um chá de sumiço e nada mais fez, nem ligou e nem apareceu para provocar Tereza, estava calmo e isso não era um bom sinal para ela. Beth e Ana Júlia estavam acertando seus ponteiros e a paz parecia reinar ali no meio daquela família.

Heriberto estava feliz e mimava Vick de todas as formas e quando conversou com seu pai teve certeza que estava tomando atitude correta, Tereza seguia apaixonada, sorrindo, feliz com Nando e sendo amada por ele pelas filhas. Ela não pensava em nada além da felicidade que via estampada no rosto de suas meninas e ver Victória feliz com a irmã mesmo que Ana vez ou outra a provocasse com os ciúmes, fez os dias dela os mais felizes de todos.

Paula só pensava e cada dia namorar mais e mais e nem se dava conta de que os pais estavam com problemas, ligava e falava com eles e sempre diziam que estava tudo bem. Otávio estava sentando no bar com um copo de bebida na mão, não era de beber por isso o corpo continuava cheio, estava amargurado e sofrendo horrores desde o dia em que Laura tinha saído para ir ao retiro.

Comprou presentes para o bebê e colocou tudo no quarto dele em várias sacolas, comprou joias, comprou objetos, mas a única coisa que tinha na mão naquele momento era um presentes especial que estava em seu bolso em uma caixinha aguardando sua esposa entrar por aquela porta. Laura desceu do táxi e suspirou, era quase hora do almoço quando ela pagou a corrida e pegou sua mala pra entrar em casa, estava mais calma mais havia tomado uma decisão que mudaria todo o rumo de sua vida, tocou a barriga e entrou em casa.

Otávio a olhou e sorriu quando a imagem dela se projetou. Tinha pedido à empregada que preparasse o almoço deles e só estava aguardando ela, Laura deixou as chaves sob a mesinha e caminhou deixando a mala perto do sofá e o olhou, ele foi até ela com os olhos fixos e de modo educado ele se aproximou mais, estava sem saber como reagir.

OTÁVIO ‒ Oi, meu amor, que bom que finalmente chegou! ‒ ela somente o olhou. ‒ Foram dias terríveis. ‒ ele foi beijá-la.

Ela virou o rosto.

LAURA ‒ Precisamos conversar! ‒ ele parou e a olhou.

No seu coração sabia o que ela ia dizer, sabia tudo, mas mesmo assim, ouviria dela.

OTÁVIO ‒ Tudo bem, amor, o que você quer dizer? Vamos nos sentar...

LAURA ‒ Eu vou me mudar dessa casa!

OTÁVIO ‒ Vai me deixar? ‒ ele perguntou direto. ‒ Você quer ir embora daqui ou quer deixar a mim?

LAURA ‒ Eu preciso de um tempo e não quero ficar te atacando sempre que te olhar!

OTÁVIO ‒ Por Deus, Laura, não faz isso, por Deus, não se separa de mim! ‒ ele estava nervoso e sentiu o coração partir.

LAURA ‒ Eu vou para o apartamento que você me deu, já está limpo e eu vou hoje mesmo. ‒ estava seria.

Otávio sentiu o peito arder.

OTÁVIO ‒ Então, é isso, você decide e meu casamento acaba? Você vai com meu filho para longe de mim? ‒ estava nervoso, mas falava baixo.

LAURA ‒ Foi você quem decidiu isso quando me traiu!

OTÁVIO ‒ Eu não sei mais o que fazer para implorar seu perdão, Laura, não sei, o que preciso fazer ainda? Ou você voltou de lá do seu retiro sabendo que não me quer nunca mais e por isso está indo embora. ‒ ele estava furioso, mas a dor foi maior e ele a olhou nos olhos.

LAURA ‒ A gente não deixa de amar a pessoa assim da noite pro dia, se estou aqui na sua frente hoje é em consideração ao nosso bebê que está crescendo aqui ou do contrário eu só pegaria as minhas coisas e sumia nesse mundo! Eu não sou santa e sei que errei e que a culpada por você ter procurado outra cama foi minha, minha por não ter cuidado do meu casamento como fui criada pra cuidar, eu errei sim e não estou tirando minha culpa mais saber que a sua amante está tão perto não me deixa mais respirar. Não sei se é por um dia que eu vou ou por uma semana mais eu preciso ir, quero curar minha dor e se for pra te ter de novo que seja pra sempre. ‒ Otávio deixou que sua lágrimas caísse e a olhou nos olhos.

OTÁVIO ‒ Eu fui um canalha com você... um canalha dos piores... você errou, mas eu também errei e o maior dos erros porque fui desleal ao amor que você sempre me sentiu, mas eu não quero e não posso mais me sentir assim, sem você, perdendo a mulher que eu amo! Eu entendo e respeito que estamos perto demais de Tereza, mas eu mudo até para o exterior se você quiser, mas juntos, nós dois e nosso filho. ‒ ele foi até ela e segurou sua mão com carinho, era um homem grande e quando chegava perto dela sentia como ela era frágil.

Ela sentiu o sangue ferver ao ouvir o nome daquela mulher saindo dos lábios dele e se soltou.

LAURA ‒ Não mencione essa mulher perto de mim, Otávio!

OTÁVIO ‒ Desculpa, Laura, mas não posso te ver partindo e não dizer nada, pronto, quer mudar, mudamos para onde você quiser, mas eu vou com você, eu não quero deixar meu casamento se acabar e como sei que Deus existe, nosso filho é a nossa chance.

LAURA ‒ Você não vai comigo, Otávio!

OTÁVIO ‒ Eu não vou ficar, eu não vou mesmo ver você partir por aquela porta e me deixar aqui! Eu posso entender se disser que não quer que te toque, que não quer meu amor, que não me quer perto, que não deseja dividir a cama comigo, embora depois de todos esses dias tudo que eu mais queira era fazer amor. Tudo isso eu posso relevar e respeitar e entender, mas não vou permitir que fique longe de mim naquele apartamento, se você vai, eu também vou nem que seja para dormir no chão, na porta.

Ela suspirou e deu as costas a ele e subiu para o quarto para fazer suas malas não iria discutir mais, ele não queria entender, ele sentiu o coração acelerar e se controlou, ela queria ir e por mais que ele tentasse não daria certo forçar, mas Otávio a conhecia e a si mesmo, aquela separação não era boa, ele sabia, e talvez quando eles vissem fosse tarde demais. Ele foi atrás dela e entrou no quarto.

OTÁVIO ‒ Você quer que eu te respeite e deixe você ir sem lutar? ‒ ela o olhou.

LAURA ‒ Eu só quero que você seja diferente, que me respeite que me ame e que cuide de mim, não grite como gritou a vida toda! Eu queria esquecer que você comeu aquela desgraçada, piranha que agora ta lá gozando do marido dela e feliz enquanto nosso casamento está vindo a baixo porque vocês dois foram safados e não pensaram em mim só no prazer de vocês. ‒ ele passou a mão pelos cabelos.

OTÁVIO ‒ Eu serei do jeito que você quiser, desde que reiniciamos esse casamento!

LAURA ‒ Eu só queria esquecer mais eu não posso porque simplesmente eu terei que conviver com aquela senhora!

OTÁVIO ‒ Não teremos, se você não quiser porque nossa filha e ela nem tem tanto contato assim, vamos conviver com Vick e com Heriberto. ‒ ele se aproximou e falava baixo.

LAURA ‒ Deixa de ser idiota! Aquela mulher está lá todos os dias é avó dele, não seja cínico em achar que ela não vai estar presente com um bisneto a caminho. - suspirou. ‒ Você acha o que quando tiver uma festa Rafa ou nossa filha vão ter que escolher se vai à avó ou a bisa? Ou vai as duas e fica como, ah sim, eu a corna sem marido e ela gozando da felicidade plena.

OTÁVIO ‒ Você está sem marido? Já me deixou? Eu estou aqui implorando para você não me expulsar de sua vida. As pessoas vão olhar para você do mesmo jeito de sempre, com respeito pela mulher honrada e decente que você sempre foi, é para mim que apontam e dizer, aquele é o maldito traidor, o corneador. Eu te machuquei e te feri e não tem como volta atrás, mas o que vem agora depende de nós dois, eu sei o quanto você me ama e você sabe que te amo, Laura, estarmos separados não é bom!

LAURA ‒ Eu não quero mais olhar pra você! ‒ quase gritou.

Ele a olhou.

OTÁVIO ‒ Tudo bem, Laura, vou mandar que a empregada venha te ajudar, você já fez suas escolhas e última coisa que eu quero é que você passe mal ou sofra mais! Estou lá embaixo te esperando para te levar para o apartamento, eu só espero que depois não seja tarde demais...para nós dois.

LAURA ‒ Será tarde se você achar que assim é! Foram vinte anos de pouca coisa, Otávio, vinte anos e eu fiquei aqui mesmo não sendo grande coisa em sua cama mais eu fui a mãe de sua filha a mulher que esteve ao seu lado para tudo mesmo sendo do jeito que eu sou me dei a você muitas vezes sem querer só pra não ouvir você gritar comigo então eu acho que eu mereço um tempo!

OTÁVIO ‒ Você merece mais que um tempo, Laura, porque te amo, te quero, te desejo, e você é tudo para mim, mas quem em garante que nesse tempo que vocês estiver longe, você não descubra um futuro melhor, alguém para você amar! Você é linda, Laura, perfeita miss, sempre foi.

LAURA ‒ Não me julgue como se eu fosse você!Eu não estou saindo da minha casa pra ir deitar na cama de outro, se estou indo é pra ver se nós temos concerto e se depois disso não houver acho que temos o direito de ser feliz com que quisermos e acharmos que é a pessoa certa.

OTÁVIO ‒ Eu não vou conseguir imaginar você com outro Laura, você é minha mulher e sim isso é egoísta, mas eu te amo, sempre fui e sempre serei louco por você! Não te quero nos braços de nenhum homem, aqui, comigo e com você é até que a morte nos separe. ‒ ele estava sendo honesto.

Ele pegou a caixinha e retirou do bolso.

OTÁVIO ‒ Eu comprei isso para você, espero que goste! ‒ ele estendeu , era um cordão com um delicado e lindo crucifixo de ouro.

Ele virou-se para sair depois de entregar a caixinha para ela. Laura pegou da mão dele e abriu olhando o pequeno cordão era lindo e delicado do jeito que ela gostava, sorriu de leve e deixou sobre o divã e continuou fazendo suas malas apenas com o que usaria nada mais que isso.

Otávio desceu e esperou Laura da sala, levaria ela onde quisesse ir embora estivesse sofrendo e se sentindo partir, nunca tinham se separado ele já tinha esperado duas semanas para estar de novo com ela e agora ela estava partindo. Quase uma hora depois ela desceu com uma mala e a outra a empregada veio logo trás, ela parou na sala e o olhou.

Otávio foi até ela com a chave do carro na mão, pegou a mala dela e a outra mão estendeu a ela sendo amoroso, queria pelo menos ter um momento de mãos dadas já que tudo ia acabar como ele pensava em seu coração.

OTÁVIO ‒ Vamos, eu te levo...

LAURA ‒ Eu esqueci uma coisa no quarto! ‒ ela voltou para o quarto pegou e olhou a cama onde havia deixado uma caixa para ele suspirou e saiu, desceu e foi para o carro.

Ele dirigiu sem dizer nada, apenas sentindo a garganta seca, quando chegou, ajudou ela a descer, carregou as malas dela e foi até o apartamento, entrou e colocou as malas, parou e esperou que ela o olhasse e foi até ela e abraçou sem dizer nada, apenas um abraço de medo e amor. Sussurrou no ouvido dela baixinho.

OTÁVIO ‒ Deus me deu você e eu perdi, mas não vou perder de novo! Se precisar, me ligue. ‒ ele se afastou um pouco e a olhou nos olhos. ‒ Eu te amo. ‒ ela somente o olhou e deixou que ele fosse embora.

Otávio sentia seu corpo todo tremer estava com a mão gelada e sentia medo, medo de tudo. Laura suspirou e ele parou antes de sair em definitivo e virou-se para olhá-la.

OTÁVIO ‒ Laura, me diga apenas uma coisa, de verdade eu tenho chance ainda com você?

LAURA ‒ Só Deus sabe, eu te deixei uma caixa em cima da nossa cama! ‒ ele suspirou.

OTÁVIO ‒ O que tem lá, amor? O que tem naquela caixa?

LAURA ‒ Quando você chegar em casa vai ver!

OTÁVIO ‒ Eu te amo, não esquece isso! ‒ e sem dizer mais nada, ele saiu em direção a saída e foi embora.

Estava destruído, pegou o celular e ligou para a filha e esperou que ela atendesse.

PAULA ‒ Oi pai! ‒ falou ao atender.

OTÁVIO ‒ Oi filha, está em casa?

PAULA ‒ Não pai estou em lua de mel ainda... ‒ falou sorrindo.

OTÁVIO ‒ Amor, você volta quando? Papai está com saudades de você. ‒ ele queria segurar o choro, mas era impossível.

PAULA ‒ Você está bem, pai? A voz não ta boa que foi? Brigou com a mamãe é isso?

OTÁVIO ‒ Brigamos sempre, amor, você sabe como somos. ‒ ele disfarçou.

PAULA ‒ Sei sim, mas logo vocês se acertam não é mesmo? Eu volto daqui a alguns dias.

OTÁVIO ‒ Está feliz, meu amor? Rafael está cuidando de você? Como estão se ajeitando?

PAULA ‒ Eu estou super feliz pai, ele me ama e faz tudo por mim, me mima, compra presente e diz que me ama toda hora! ‒ falava sorrindo.

OTÁVIO ‒ Que bom, amor, que bom, aproveite que você merecer ser feliz, minha florzinha. Fica com Deus, da um abraço no seu marido. ‒ ele sorriu esperou ela se despedir e desligou.

Otávio dirigiu ate a casa de Heriberto queria conversar com ele, quando chegou foi direto para o escritório junto ao amigo.

HERIBERTO ‒ O que aconteceu? ‒ Heriberto falou assim que fechou a porta do escritório.

Otávio sentou e chorou.

OTÁVIO ‒ Me dá uma bebida, Heriberto. ‒ ele estava chorando, mas a expressão era firme não era um banana, apenas estava com dor na alma.

Heriberto procurou algo para ele beber e não achou.

OTÁVIO ‒ Amigo, me desculpa! ‒ ele sorriu. ‒ Você não bebe mais esquece a bebida e senta aqui. ‒ ele olhou Heriberto, senti a alma triste.

Heriberto sentou ao lado dele e tocou em seu ombro.

HERIBERTO ‒ O que aconteceu?

OTÁVIO ‒ Laura foi embora, esta no nosso apartamento, disse que precisa de um tempo! Estávamos brigados por causa daquele dia que viemos aqui e vimos sua sogra. ‒ Heriberto suspirou.

HERIBERTO ‒ Ela não conseguiu te perdoar? Mas vocês estavam tão bem.

OTÁVIO ‒ Estávamos como nunca estivemos, Heriberto, como nunca!

HERIBERTO ‒ E por que acabou? Só porque viu a minha sogra?

OTÁVIO ‒ Ela não supera o fato daquela noite ter acontecido, ela não consegue me perdoar! Ela não entende que eu fui um imbecil e que nunca devia ter feito aquilo, que me arrependo, ela não vai me perdoar, Heriberto, não vai e não sei o que fazer.

HERIBERTO ‒ De tempo a ela, está doendo à ferida da traição Otávio, acho que não é fácil pra ela ver minha sogra e saber que ela está tão perto!

OTÁVIO ‒ Heriberto, posso ser honesto com você?

HERIBERTO ‒ Sim, sempre fomos honesto um com o outro.

OTÁVIO ‒ Você é homem, sabe como as coisas são, eu tenho a mulher mais gostosa, Laura é um tesão, Heriberto, a mulher é perfeita, ela não tem nada fora do lugar!

HERIBERTO ‒ Então, se ela é tudo isso porque chegou a trair sua mulher tesuda e gostosa? Com todo respeito, é claro!

OTÁVIO ‒ Vou chegar a esse ponto. - olhou o amigo. ‒ E tudo isso me era quase proibido, quando eu transei com Tereza estava quase três meses sem transar com Laura, ela estava como sempre na beatificação dela e eu estava carente, bêbado e fui idiota!

HERIBERTO ‒ Isso não justifica... se estava tão ruim por que não pediu a ela o divórcio?

OTÁVIO ‒ Eu pensei em pedir muitas vezes, mas chegava em casa e olhava para ela... sou louco por ela, Heriberto, louco! ‒ Heriberto passou as mãos no cabelo e levantou.

HERIBERTO ‒ Eu não sei como te responder da melhor maneira, meu amigo, eu nunca trai a minha mulher e não tenho coragem, a Laura deve estar confusa a cabeça dela deve estar uma bagunça, Otávio!

OTÁVIO ‒ Eu quero dar a ela o que me pediu, Heriberto, mas aumenta meu medo de perdê-lá. ‒ ele suspirou. ‒ E se ela decidir sair? Sair de minha vida para sempre?

HERIBERTO ‒ Foi você quem buscou isso quando a traiu, Otávio! Essa é a verdade, tudo que acontecer agora é consequência do que você fez naquela única noite.

OTÁVIO ‒ Heriberto, não preciso ouvir sermão de como fui um idiota, eu preciso de ajuda! Você é eu amigo e precisa me ajudar a não perder a mulher que eu amo.

HERIBERTO ‒ Não é sermão meu amigo, estou te dizendo como as coisas são! Eu sou seu amigo mais não vou passar a mão na sua cabeça.

OTÁVIO ‒ Nem eu quero...

HERIBERTO ‒ Se você a quer de volta faça por merecer!

OTÁVIO ‒ Mas quero saber o que faço agora a merda ta feita não tem como voltar atrás!

HERIBERTO ‒ Prove a ela que você só tem olhos pra ela e que nunca mais vai ousar por esse pau em outra!

OTÁVIO ‒ Mas é a verdade, Heriberto eu só quero ela, eu não olho para ninguém você convive comigo há muitos anos, eu nunca trai ela ate aquele maldito dia!

HERIBERTO ‒ Ela não deve estar pensando assim meu amigo, então vamos fazer por merecer que ela te queira ao lado dela, vocês vão ter um bebê e isso conta a seu favor!

OTÁVIO ‒ Heriberto, ela é a minha vida, eu a amo, eu sempre fiz tudo por ela, mas não sabia como conversar com minha esposa, eu gritava, ela se queixou, eu era groso.

HERIBERTO ‒ Comece a mudar o que estava errado, faça direito, eu e Victória voltamos e isso pode acontecer com você e Laura. Vocês têm quase os mesmos anos de casado que eu e Vick!

OTÁVIO ‒ Mas você não traiu ela, Heriberto! Eu trai, eu trai. ‒ ele estava nervoso e cheio de tristeza. ‒ Eu vou fazer o que precisar para que ela volte pra mim, mas você nos conhece, acha que mesmo depois de tudo Laura me ama?

HERIBERTO ‒ Espera que eu vou buscar uma água pra você, não te quero passando mal! ‒ Heriberto saiu do escritório e foi até a cozinha pegou uma garrafa com água e voltou para o escritório entregando a ele. ‒ É o mais forte que tenho! ‒ falou brincando.

Ele sorriu e bebeu olhando o amigo.

OTÁVIO ‒ Me diz, acha que ela ainda me ama? Não quero viver sem minha mulher, Heriberto, ela é tudo para mim!

HERIBERTO ‒ Laura só amou um homem a vida toda e foi você!

OTÁVIO ‒ É isso que me assusta, amigo, e se ela quiser amar outro? Ela tem direito.

HERIBERTO ‒ Se ela amar outro é sinal que a merda que você fez foi maior que o amor que ela um dia sentiu por você! ‒ ele suspirou.

OTÁVIO ‒ Sim, meu amigo, sim, você sabe que quero ir lá todos os dias e levar presentes e fazer tudo que uma namorado faz, mas ao mesmo tempo penso, quero deixar ela em paz, sossegada.

HERIBERTO ‒ Seu caso não é fácil mais porque não tentam uma terapia de casal?

OTÁVIO ‒ Posso tentar, posso fazer qualquer coisa por ela! Eu faço qualquer coisa para ter minha esposa de volta, qualquer coisa.

HERIBERTO ‒ Primeiro você vai dar o espaço que ela quer, depois vai indo com calma!

OTÁVIO ‒ Duas semanas esperando minha esposa voltar, duas semanas esperando por ela e quando chega, ela vai embora!

HERIBERTO ‒ Você também foi bem otário, Otávio!

OTÁVIO ‒ Eu sei disso, Heriberto e como sei, eu sei e me arrependo disso, mas nada que fizer muda o que eu fiz antes! Vou seguir e ver no que dá, preciso esperar minha filha.

HERIBERTO ‒ Paula vai ficar louca.

OTÁVIO ‒ Vai sim, e vai ficar a favor da mãe, eu sei, serei queimado na fogueira!

HERIBERTO ‒ Coitado, não se faz de vítima não, Otávio! Levanta essa bunda gorda do meu sofá e vai fazer alguma coisa pra recuperar sua família antes que seja tarde. ‒ Otávio sorriu e se levantou sentindo a cabeça doer. ‒ Ta tudo bem?

OTÁVIO ‒ Está sim!

HERIBERTO ‒ Quer almoçar? Comer ou tomar um suco?

OTÁVIO ‒ Eu preciso ir embora, não quero nada!

HERIBERTO ‒ Tem certeza?

OTÁVIO ‒ Tenho, prefiro ir embora, as vezes é melhor ficar sozinho, preciso de um pouco de solidão de verdade porque essas duas semanas eu tinha esperança...

HERIBERTO ‒ Você sabe que eu estou aqui para o que precisar mais se de verdade quer sua mulher de volta não venha aqui sem avisar minha sogra está ficando conosco por um tempo e eu quero o seu bem meu amigo e que seu casamento volte aos estribos!

OTÁVIO ‒ Ela está ai? Já estou indo embora!

HERIBERTO ‒ Sim está, esta no quarto com Ana. ‒ Otávio agradeceu e foi embora.

A última coisa que ele precisava era ter mais problemas com sua esposa e se Tereza estava ali ele não devia nem comparecer aquela casa. Entrou no carro com a certeza de que não voltaria de nem tão cedo. Heriberto depois de deixar o amigo na porta sentou no sofá da sala pensando em que bagunça a vida de seu amigo estava.

MAIS TARDE...

Victoria saiu da casa de modas e entrou no seu carro estava com desejo de comer uma banana split e como não consegui falar com Heriberto ela pediu que o motorista a levasse para o shopping. Miguel estava andando pelo shopping com uma pequena sacola em sua mão de algo que ele tinha comprado em uma loja. Na mesma mão carregava seu celular e andava de modo displicente.

Quando entrou na praça de alimentação ele viu Victória Sandoval sentada comendo e foi até ela, como sempre Victória estava linda arrumada e com semblante que brilhava. Ela desfrutava de seu segundo sorvete e sabia que depois iria ficar passando mal, ela não o viu chegar.

MIGUEL ‒ Isso que eu chamo de desrespeitar uma dieta perfeita! ‒ com sorriso largo ele analisou o rosto dela.

Ela o olhou e tirou a colher lentamente de sua boca, depois pegou um guardanapo.

MIGUEL ‒ Tudo bem, Victória? ‒ estava vestido com uma bermuda cáqui uma blusa verde e um mocassim marrom.

VICTÓRIA ‒ Miguel, que surpresa! Eu estou bem e você?

MIGUEL ‒ Eu estou bem também Victória hoje aproveitando a minha folga que há muito tempo eu não consigo tirar, aproveitei para comprar um relógio que eu queria e agora estava indo embora quando te vi.

VICTÓRIA ‒ Eu só vim comer um sorvete, meu marido, não achei ele por telefone e tive que vir se não estava em casa comendo.

MIGUEL ‒ Sabe que não pode abusar de sorvetes não sabe? ‒ ele se sentou mesmo sem ela convidar. ‒ Não faz bem para uma mulher na sua condição comer doces em excesso.

VICTÓRIA ‒ Não tem nem chocolate esse. ‒ se incomodou com ele ali sentado.

MIGUEL ‒ Você está muito bonita! ‒ ele sorriu sendo galante com ela.

VICTÓRIA ‒ Obrigada! ‒ continuou comendo.

Miguel sentia uma coisa diferente enquanto olhava aquela bela mulher em sua frente e não era a primeira vez que ele sentia algo de especial por Victória e sem dizer mais nada ele se aproximou e tentou beijar os lábios dela. Foi um gesto involuntário de interesse e de desejo.

Victoria se afastou de imediato dele sem deixar que ele se quer encostasse nela, levantou.

VICTÓRIA ‒ Você ficou maluco?

MIGUEL ‒ Desculpa, Victória eu não sei o que deu em mim eu me sinto... ‒ ele não sabia como dizer aquilo, mas a verdade ela que tinha interesse por ela. ‒ Victória, eu tenho interesse em você e não vou mentir para você, eu te acho uma mulher maravilhosa e gosto de você desde o primeiro dia te vi! ‒ ela pegou a bolsa pra sair dali.

Miguel segurou no braço dela.

MIGUEL ‒ Calma, Victória, vamos conversar!

VICTÓRIA ‒ Me solta! ‒ tirou o braço dele. ‒ Não tenho nada pra falar com você! Quem pensa que sou pra tentar me beijar assim? Eu sou casada e muito bem casada.

MIGUEL ‒ Eu não pensei nada, mas você é uma mulher maravilhosa eu só reagir, eu sei que as coisas entre você e seu marido não vão bem e sei também que vocês não estão juntos de verdade! Você pode ser feliz com outra pessoa Victória se você quiser ‒ ela deu um tapa na cara dele.

Miguel ficou fora de si e olhou de volta para ela com raiva.

MIGUEL ‒ Está louca? Por que fez isso?

VICTÓRIA ‒ Pra você aprende que com Victória Sandoval não se chega perto sem que eu queira e pro seu governo eu e meu marido estamos melhor que nunca! ‒ Miguel ficou em silêncio não tinha mais nada que ele pudesse dizer diante daquilo.

Sentiu arder o local onde o tapa tinha acontecido. Heriberto fez uma ligação para Victória, pois queria falar com ela.

HERIBERTO ‒ Amor? Onde você está? Eu comprei umas coisas para os nossos bebês e acabou de chegar.

VICTÓRIA ‒ Oi, amor, estou no shopping! ‒ Olhava Miguel a sua frente.

HERIBERTO ‒ Amor, vem para casa porque é tão lindo que eu comprei vem logo para você ver! Eu estava dormindo, mas nossa tudo tão perfeito vem logo pra casa que eu estou esperando você. Eu tenho certeza que você vai gostar.

VICTÓRIA ‒ Estava dormindo por isso não me atendeu? ‒ brincou. ‒ E se fosse nossos neném nascendo? ‒ virou pra ir embora não queria mais ver aquele homem em sua frente.

HERIBERTO ‒ Desculpa, amor acabei pegando no sono aqui sentado vendo TV, você está bem por que me ligou? Eu acordei agora quando vieram entregar encomenda.

VICTÓRIA ‒ Estou indo, eu vim compra sorvete e precisamos conversar!

HERIBERTO ‒ Ta bom, meu amor, estou te esperando, vou fazer pipoca e você não faz ideia do que eu estou com vontade de cozinhar para você. - sorriu. ‒ Uma torta de maçã, Victória com aquela receita da minha avó,tem tempo que eu não faço, mas vou acertar porque vou fazer para você. Vem logo, minha vida, to te esperando, te amo! ‒ ela sorriu.

VICTÓRIA ‒ Te amo também! ‒ ela desligou e seguiu para seu carro mais antes passou em uma loja de doces e compro um monte de doces, menos seu chocolate.

Meia hora depois ela chegou em casa, abriu a porta do apartamento e entrou comendo um caramelo e já ouviu a voz de Ana vindo até ela.

ANA ‒ Vick, quelo doce, cadê o meu? ‒ colocou a mão na cintura e olhou para ela desafiando.

Victoria riu.

VICTÓRIA ‒ Abusada!

ANA ‒ Abujada você! ‒ devolveu a resposta.

Victoria foi até a mesa e colocou a sacola sobre ela.

ANA ‒ Mim é bonita!

VICTÓRIA ‒ Mamãe, você está vendo o monstrinho que você criou? Mim é bonita... tá bom, Índia! ‒ tirou outro caramelo da sacola e fez que ia dar a ela, mas comeu.

ANA ‒ Pala com isso, buxa, eu quelo, me dá um chafada, senão eu te dou um tapa! ‒ ergueu o dedo séria.

VICTÓRIA ‒ Então fala, por favor, Vick linda! ‒ Ana ficou olhando para ela por segundos e depois disse.

ANA ‒ Por favor, Vick... linda! ‒ bem baixinho ela falou. ‒ Buxa. ‒ Victoria não aguentou e caiu na risada.

VICTÓRIA ‒ Buxa é a sua mãe! ‒ deu uma bala bem pequenininha pra ela e esperou sua reação.

ANA ‒ Só isso? Quelo teiz, me dá mais!

VICTÓRIA ‒ Não!

ANA ‒ Então vo fala com mamãe que Vick não ama mais Ana! Por que, Vick? ‒ fez cara de sofrida.

VICTÓRIA ‒ Sabia que você era mais linda quando só falava Vick linda? ‒ pegou outra e deu a ela.

ANA ‒ Maizi Vick é linda, Ana ama Vick, mas to tiste! Vick não dá colo eu.

VICTÓRIA ‒ A Vick só pode pegar se for sentada quer? Em pé não aguento mais tanto tempo. ‒ deu os braços a ela pra que ela se aproximasse e ela a sentasse um pouquinho em cima de sua barriga.

Ela foi correndo.

ANA ‒ Vick não gosta mais de eu? ‒ ela estava sentindo falta porque no começo quando tinha chegado Victória sempre a pegava no colo, mas o cansaço estava vencendo.

Além do fato de Ana pesada para Victória pegar no colo com aquela barriga toda. Vick a segurou e beijou ela cheirando.

VICTÓRIA ‒ Vick ama Ana, mas a irmã ta gorda olha, não aguenta mais. ‒ pegou a sacola e foi pro sofá com ela.

Sentou e a colocou em suas pernas.

ANA ‒ Vick num tá gorda não, Vick ta com neném ai que mamãe Teleza falou. ‒ ela sorriu. ‒ Tem neném, né Vick? ‒ olhou a sacola de doces e lambeu os lábios. ‒ Tudo icho é nosso Vick? ‒ Vick abriu as que estavam na mão dela.

Victoria era só sorrisos com Ana mais tinha que falar com Heriberto que não estava ali e nem sua mãe por mais que tivesse tocado no nome dela, Tereza não estava ali na sala.

VICTÓRIA ‒ É mercenária, tudo nosso! Ana, cadê a mamãe? Por que você está aqui sozinha?

ANA ‒ Ela tá no carto solando, Helibeto ta tomando banho e mamãe ta solando porque o homi ligou. Ligou, Vick... você aquedita? ‒ olhou seria pra irmã. ‒ Ligou pa faze mamãe Teleza chola.

VICTÓRIA ‒ Você fica aqui que a irmã já volta! ‒ sentou ela no sofá e abriu dois pacotes um de bala e outra de caramelo.

ANA ‒ Pode come tudo? Ou só metade?

VICTÓRIA ‒ Não, Ana só um pouquinho, Heriberto vai fazer torta pra gente, então come pouco.

ANA ‒ Torta de que? Cadê meu pai?

VICTÓRIA ‒ De maçã! ‒ sorriu pra ela.

ANA ‒ Eba... eu adolo maçã. Vai Vick, vê mamãe.

Vick levantou depois de tirar os sapatos beijou a irmã e foi até o quarto de sua mãe. Entrou e encontrou Tereza deitada na cama.

VICTÓRIA ‒ Mãe? ‒ a olhou da porta. ‒ Sabe que você deixou uma menina de quase dois anos solta nesse apartamento sozinha? Ela pode colocar fogo na casa. ‒ Tereza suspirou.

TEREZA ‒ Ela estava aqui penteando meu cabelo. ‒ ela sorriu mentirosa para Vick. ‒ Foi para lá quando ouviu você.

VICTÓRIA ‒ Não minta mãe, sabe que ela já fala tudo? ‒ Tereza olhou.

TEREZA ‒ O que ela disse? ‒ se sentou na cama.

VICTÓRIA ‒ Que eu não a amo mais! ‒ foi até na cama e sentou como pode. ‒ Porque fica chorando mãe? Acho melhor a senhora não ter mais telefone celular!

TEREZA ‒ Vick ele me diz coisas, é tudo horrível!

VICTÓRIA ‒ Mãe vamos, me de esse celular!

TEREZA ‒ Não quero que você leia as mensagens! ‒ falou triste. ‒ Não, são doentias filha.

VICTÓRIA ‒ Eu não vou ler nada, só me da! ‒ estendeu a mão. ‒ E vamos pra sala que Ana vai comer todos meus doces! ‒ ela estendeu telefone para filha.

TEREZA ‒ Victória que duas se você está de repouso? Você sabe muito bem que não pode comer e seu médico proibiu.

VICTÓRIA ‒ Mãe, eu não comi nada ainda, meu médico... ‒ se lembrou do idiota.

TEREZA ‒ Então, vou fazer alguma coisa que não seja doce você! Você está com desejo?

VICTÓRIA ‒ Comi dois sorvetes hoje, que eu estava com desejo! ‒ falou sorrindo. ‒ Aí mãe esses neném tem que sair logo, Heriberto já tem uma caixa de chocolate guardada e só me da um pedaço de dois em dois dias eu vou morrer. ‒ deitou na cama fazendo charme.

Tereza soltou uma gargalhada, às vezes a filha era muito engraçada e mais dengosa do que nunca.

TEREZA ‒ Deixe disso, Victória que você nem devia comer de dois em dois dias, ele tá sendo generoso.

VICTÓRIA ‒ Mas é sem açúcar!

TEREZA ‒ Estão transando? ‒ foi direta. ‒ Você está sentindo dor? ‒ ela sentou na cama com a ajuda da mãe.

VICTÓRIA ‒ Desse tamanho? Só de vez em quando... ‒ levantou com o celular dela na mão. ‒ Vamos ou a Ana vai ter caganeira. ‒ falou rindo e imaginando que a menina iria manchar todo o sofá e Heriberto iria ficar louco de bravo.

Tereza levantou e foi junto a ela, Herberto estava sentado no sofá com Ana, Vick sorriu, Ana conversava com Heriberto.... Os dois riam e ela tinha aberto vários doces e lambido, quando viu a mãe e irmã chegando ela sentou em cima da sacola porque sabia bem que Tereza brigaria com ela. Victoria olhou os dois e depois olhou direto para Ana.

VICTÓRIA ‒ Você comeu tudo, sua gulosa? ‒ se aproximou. ‒ Olha isso mãe, comeu um pacote todo.

Heriberto ficou de pé e olhou a esposa.

HERIBERTO ‒ Meu amor, vamos ver os presentes de nossos filhos! ‒ ele a puxou para um beijo demorado na boca.

Ana ficou olhando e depois que Heriberto soltou Vick, a menina disse.

ANA ‒ Agola mim, Helibeto, agola é beijo em eu. ‒ e sorriu para ele.

Heriberto soltou uma gargalhada enquanto olhava para Victória com aquela declaração da irmã dela.

HERIBERTO ‒ Ta vendo amor você ta competindo com uma concorrente encantadora e que definitivamente está apaixonada pelo seu marido. ‒ ele sorriu ficou esperando a reação de Victória.

VICTÓRIA ‒ Não tem nem tamanho e quer beijo? Vai ganhar é chinelada, isso que vai ganhar! ‒ Acariciou Heriberto com a mão que estava em suas costas.

Heriberto riu.

HERIBERTO ‒ Nada de beijos agora é só Vick, tá. ‒ ele riu e saiu com Victoria.

VICTÓRIA ‒ O que comprou, amor?

HERIBERTO ‒ Comprei os dois carrinhos, meu amor, um rosa e um verde para acoplar e ainda comprei a banheira bem grande com aquele suporte que faz com que você possa dar banho neles de pé. ‒ ele estava tão feliz e tão empolgado.

Ela o parou no meio do corredor e o beijou com gosto queria abraçar ele mais a barriga estava enorme e atrapalhava.

HERIBERTO ‒ Eu te amo, meu amor, quero que você fique feliz porque daqui a pouco os nossos filhos estão chegando e vamos ser o casal mais feliz do mundo! Victória estou com tanta saudade de você, saudade do seu cheiro do seu gosto do seu corpo. ‒ ele a beijou com amor com desejo e com muito tesão. ‒ Eu quero você amor quero você só para mim.

VICTÓRIA ‒ Amor, primeiro eu tenho que te contar uma coisa antes de qualquer coisa, até mesmo antes de ver os presentes do bebê. ‒ ela o olhou estava com certo medo de como ele iria reagir ao que ela iria contar.

HERIBERTO ‒ O que é, amor? ‒ ele olhou nos olhos e sorriu um sorriso mais lindo que ele tinha. ‒ Você não quer entrar no quarto e a gente se senta para conversar? Assim posso te dar atenção sem a gente ser interrompido pela Ana ou pela sua mãe!

VICTÓRIA ‒ Sim, vamos amor! ‒ ele a conduziu até o quarto sorrindo e falando coisas normais com ela.

Vick sentou na cama e o olhou não tinha jeito fácil de falar.

VICTÓRIA ‒ Amor, eu estava no shopping comendo meu sorvete quando Miguel chegou, sentou e logo depois ele tentou me beijar! ‒ falou de uma vez só e esperou a reação dele.

Heriberto estava de pé e a olhou era como se ele não tivesse ouvido aquilo ou seu cérebro não estivesse processando aquilo que ela tinha declarado naquele momento. Não podia ser verdade e nem era possível que a sua esposa tivesse sido beijada por alguém que não fosse ele.

HERIBERTO ‒ Como é a Victória, que você disse? ‒ ele perguntou como se não tivesse ouvido o que ela falou ou como se não tivesse entendido.

VICTÓRIA ‒ Amor, olha eu não deixei ele me beijar, ele tentou mais eu o empurrei. ‒ ela levantou e o olhou nos olhos. ‒ Ele chegou do nada e tentou mais eu o impedi.

HERIBERTO ‒ Aquele maldito um homem tentou te beijar?