Heriberto chegou e foi logo falar com Victória que estava comendo na cozinha com o filho e a nora e Beth e Luciano chegaram depois Heriberto se sentou ao lado de Victória e sorriu.

HERIBERTO — Bom dia, quase boa tarde, meu amor!– ele deu um selinho nela e esperou que ela dissesse algo.

VICTÓRIA – Vocês estão tramando algo contra mim! – falou olhando cada um. – Nunca veem em bando assim! Quem morreu? Aconteceu alguma coisa com a minha mãe? – se preocupou de imediato.

Tereza entrou sorrindo e catando com Ana Lívia no colo.

TEREZA — Bom dia, bom dia, bom dia!Eu vim o mais rápido que eu pude, Heriberto! – ela abraçou os amigos Beth e Luciano.

ANA — Vick... – Ana comemorou em ver a irmã e se jogou do colo pra ir até ela.

Fernando entrou logo atrás dando um bom dia mais leve.

TEREZA — Olha quem quer você, minha filha!– Tereza sorriu vendo Ana no colo de Vick.

Victoria a beijou e a encheu de cheiro sendo abraçada pelos pequenos braços de Ana. Teresa beijou Vick com carinho.

VICTÓRIA – Oi, cheirosa.

TEREZA – Bom dia, minha filha, como você está hoje? – Sorriu pegando uma xícara de café, ela olhou a mãe e sorriu. – Quer café, meu amor? Eu acho que você devia tomar uma xícara de café por que o café desta casa é maravilhoso! E você também, Beth por que não quer café?

VICTÓRIA – Estou bem, mamãe em saber que você está bem! Por que estão todos me enrolando? E cadê minha filha? É ela que esta mal e vocês não querem me contar? – estava ficando desesperada.

Virgínia chegou correndo e ajeitando os cabelos.

VIRGÍNIA – Bom dia, amor, bom dia amor, tá todo mundo nessa casa!– Entrou falando sorridente e beijou o irmão. - Aí safado finalmente você fez um nenênzinho. Aí uma criancinha nessa casa, mais uma criancinha nessa casa! – Estava dando notícia que ainda não tinha sido dada sem perceber porque era desatenta demais essas coisas. E tal como irmão tinha feito com ela ao dar a notícia do bebê de Vick dava notícia do bebê do irmão.

Victória olhou o filho e perdeu a cor na mesma hora. Paula ficou nervosa, parado esperando alguma reação de sua sogra e as mãos tremiam segurando as mãos de Rafael.

VICTÓRIA – Vocês...– ela ficou de pé.– Eu não acredito que vocês fizeram isso!

Paula ficou apavorada e encheu os olhos d'água como se fosse chorar.

Heriberto ficou atento a ela porque não deixaria nada de ruim acontecer naquele momento.

HERIBERTO — Amor!

VICTÓRIA – Amor nada, Heriberto, todos vocês sabiam menos a idiota aqui, irresponsáveis, é isso que vocês dois são irresponsáveis! Laura sabe disso?

Tereza a olhou.

VICTÓRIA — Ah, claro que sabe, por isso estão todos aqui!

TEREZA – Todos uma uma ova!

Heriberto olhou sério para ela e esperou que ela terminasse.

VICTÓRIA — Ah, sim, você não recebeu um telefonema, então! – foi sarcástica

TEREZA – Não, Victória e não tem porque mentir, eu não sabia o que estava acontecendo, o meu genro me disse que eu deveria vir aqui e eu estou aqui! Mas do que se tratava, eu não sabia!

Teresa ficou olhando para ela com desapontamento.

TEREZA – E eu quero saber por que você não está feliz pelo seu filho! Você não tem educação, nem amor?

Teresa retirou Ana Lívia dos braços dela.

TEREZA – Pois eu estou muito feliz, meu neto, desejo que essa criança tenha muita saúde e que vocês dois sejam muito felizes!

Victória ficou mais brava ainda por ela ter pegado Ana e saiu dali feito raio. Rafael agradeceu e saiu atras de sua mãe. Rafael entrou no quarto atrás da mãe e viu o estado em que ela estava.

RAFAEL — Mãe! – A voz dele estava embargada e ele não queria magoar a mãe e nem fazer com que ela chorasse.

VICTÓRIA – Porque não me contou? Por que? Você sempre me conta tudo!

RAFAEL — Nós brigamos e ela me contou pelo telefone e depois disso, eu quis contar, mas a mãe dela pediu para esperar porque queria vir aqui falar com você! Mas ela está no hospital ela passou mal no dia em que Paula falou comigo na porta que estava grávida. E como ela também está grávida ficamos esperando porque ela queria vir aqui mas ela não melhorou mãe! A gente não fez para te magoar, eu vou entender se você ficar muito chateada, mas não quero que você chore! – Ele foi chegando mais perto da mãe.

VICTÓRIA – Todo mundo lá embaixo sabia menos eu, eu que sou a sua mãe! – ela começou a chorar, não estava brava pelo bebê e sim por ser a última a saber.

RAFAEL – Mãe, me perdoa, você é a pessoa que eu mais amo no mundo!– ele abraçou a mãe e beijou seus cabelos.

VICTÓRIA – Eu contei primeiro pra você dos seus irmão...– ela soluçou.

RAFAEL – Mãe, por favor, não faz assim, eu não contei para o meu pai e ele descobriu porque Otávio chamou ele no hospital no dia que a mulher dele passou mal!Eu e Paula não contamos a ninguém! Na verdade todo mundo que sabe ficou sabendo porque ouviu a gente falar! A mãe dela escutou a gente falar o pai dela falou de certa forma com meu pai e aí depois eu falei! Eu só não te contei porque Laura queria muito que ela estivesse presente quando falar ciúmes com você ela tem medo que eu não case com Paula!– Ele virou a mãe para ele.– Não fica chateada eu te amo! Eu não planejei ter um filho, mas eu tô feliz!

VICTÓRIA — Eu deveria te dar uma surra! – abraçou ele. – Nunca vou te perdoar por não contar pra mim primeiro!

RAFAEL — Mãe e nem eu vou me perdoar por não ter contado a Gatona Sandoval! – agarrou a mãe e a encheu de beijos. Ele riu e a olhou.– Diz que me perdoou, diz que me ama muito e que vai cuidar do seu netinho ou netinha! – suspendeu a mãe do chão. – Minha namorada está quase chorando achando que você está com raiva dela!

VICTÓRIA — Me larga, Rafael, eu estou gravida e você vai me machucar! Eu não te perdoo e diz a Paula pra vir aqui!

Ele sorriu e a girou, depois colocou no chão.

VICTÓRIA – Só ela, não quero ninguém alem dela! O resto pode mandar embora! – falou séria. – Ou melhor, vocês vão comemorar, né?

RAFAEL – Te amo, mãe, a gente queria comemorar, mas se for te chatear deixa para lá!

VICTÓRIA – Pode comemorar, meu filho, eles estão ai por você!

RAFAEL – E você não vai conosco? Vai deixar seu filho sozinho no momento mais importante?Vai?

VICTÓRIA – Não! Não vou! Você não vai estar sozinho!

RAFAEL — Então, não vou fazer hoje, mãe, só quando você estiver feliz! – ele falou sério com ela.– Eu não quero saber de nada tá!

VICTÓRIA – Meu filho, eu estou feliz por você e por Paula, mas eu não quero festa e não quero que deixe de fazer a sua por minha causa, pode fazer depois eu desço um pouco, trás a Paula pra mim dar um beijo nela.

RAFAEL – Eu não vou fazer mais festa! Mãe e eu não queria que você ficasse magoada! Eu sinto muito, muito de verdade!

VICTÓRIA – Eu vou ficar magoada de verdade se você não fizer a sua festa! – sentou na cama. – Você vai ser pai e tem que estar feliz, ela te ama, você a ama e isso é o que importa! – secou o rosto das lágrimas que haviam caído.

RAFAEL – Mãe, você é maravilhosa e eu te amo! A pessoa mais importante do mundo para mim é você! Eu quero que você fique feliz e que as coisas sejam maravilhosas para todos nós e só vou fazer se minha coroa descer um pouquinho. – ele riu olhando para ela com carinho, beijou e e beijou. – Vou chamar minha namorada. – ele riu

VICTÓRIA – Eu vou um pouquinho sim. – sorriu e viu ele ir buscar a namorada.

Paula subiu e parou na porta.

PAULA – Victória!– ela falou educada na porta antes de entrar, estava triste pela reação dela.

Victória a olhou e estendeu a mão para ela. Ela foi até ela e se sentou ao seu lado.

VICTÓRIA — Me desculpe pela minha reação, não queria te magoar! – acariciou o rosto dela.

Paula deixou uma lágrima cair.

VICTÓRIA – Eu não sou má só não concordo como as coisas acontecem!

PAULA – Eu sempre tive da minha mãe reações assim, de proibição, de me criticar, sempre foi assim. Quando olho para Rafa, ele é feliz, ele é amado, ele é especial porque ele tem com quem contar! Sabe, Vick, eu não planejei isso, mas seu filho me apaixonou, me seduziu e eu quis ser dele, e estamos aqui porque eu gostei demais disso! Mas a notícia quase matou minha mãe e agora você está triste também! Eu só queria que alguém estivesse feliz por meu bebê!

VICTÓRIA – Eu não estou triste, Paula! Um bebê não é motivo de triste e sim de alegria, agora meus filhos terão um bebê pra brinca e crescer juntos. – ela sorriu e a trouxe para seus braços, beijou ela e tocou a barriga. – Meu amor, você sabe que as coisas não vão ser fáceis né?

PAULA — Eu sei e sei que minha mãe está magoada e que não vai me ajudar.

VICTÓRIA — Você ainda é um bebê está na faculdade e com um bebê muitas coisas vão ser adiadas, mas não desista!Meu amor, sua mãe é mãe e pelo que entendi ela esta grávida de novo, ela vai te entender e aceitar, mas também vai brigar porque eu conheço ela!– riu.

PAULA — Eu já não era o que ela queria, quem sabe o bebê seja! Um bebê não vai dar a ela as tristezas que eu dei de ser impura, de fazer um bebê antes de casar!

Victória riu.

VICTÓRIA – Posso te contar um segredo? – fez Paula a olhar.

PAULA — Pode sim!

VICTÓRIA – Quando eu me casei com Heriberto, eu também não era mais virgem e como sua mãe diz, eu era impura!

Paula olhou atenta.

PAULA – Sério, Vick? Você se entregou a ele antes de casar?– ela segurou a mão e de Vick em carinho.

VICTÓRIA — Sim, me entreguei um pouco antes do casamento porque não aguentava mais! Você e Rafa já estão juntos a um bom tempo, vamos dizer assim e ele te respeitou muito só não achei que iam me dar um neto tão cedo! Mas eu estou feliz essa casa vai estar cheia de gritos!– sorriu.

PAULA – Rafael é muito carinhoso, Vick, mas tem hora que ele faz umas coisas que me deixam na lua... – falou envergonhada. – Eu o amo e a gente brigou mas ele pediu desculpas! Sabe, ele está quase totalmente feliz.– ela abaixou os olhos. – Ele só vai ser feliz quando vocês estiverem juntos!

VICTÓRIA – E por que não esta totalmente feliz?

PAULA – Por que ele tem medo que você sofra sem tio Heriberto aqui!

Ela fez Paula a olhar.

VICTÓRIA – Meu amor, vocês tem que entender que a felicidade de vocês não depende da nossa. Vocês tem que lutar dia a dia por vocês dois, Rafa é uma mistura minha e de Heriberto quase que perfeita porque ele vai ter ciúmes igual a mim e o pai, tem um do outro! As vezes você não vai entender, mas se gritar é pior, ele só vai ficar mais bravo! – falou verdadeira.

PAULA — Ele foi agressivo, Vick e eu fiquei com medo!

Ana Lívia entrou correndo no quarto gritando e rindo.

ANA — Vick! Vick! Vick!

Tereza veio atrás com a cara séria para ver Victória. Entrou e nem se importou com o que estavam falando e beijou Paula e depois ficou parada olhando as duas e esperando a reação de Victória. Ana olhou a irmã e riu.

ANA – Vick, Ana quele doce de leite! Tem, Vick? Eu quelo agola!

Vick olhou a irmã e sorriu.

ANA – Papai Nando dixe que num pode, maigi eu quelo!

VICTÓRIA – Se não tiver a irmã compra pra você!

Ana levantou os braços para Vick pegar ela e antes que ela pegasse olhou a mãe e falou.

VICTÓRIA — Posso pegar ou vai tirar ela do meu colo de novo?

TEREZA – A estúpida aqui não sou eu! – respondeu baixinho piscando para ela.

VICTÓRIA – A não? Sou eu, né! Claro, como sempre...

TEREZA – Paula, meu amor, me deixa sozinha com minha filha!

PAULA – Claro que sim!

VICTÓRIA – Não precisa, Paula eu já estou descendo com você!

Ela olhou Tereza, beijou Vick e saiu em silêncio com a mão na barriga pegou Ana no colo.

TEREZA — Não! Eu quero falar com você!

VICTÓRIA – Mais eu não quero falar com você!

TEREZA – Mas eu quero!

VICTÓRIA – Problema é seu! – foi mal educada com a mãe.

Tereza olhou séria para ela e e não estava brincando.

TEREZA – Vick, por favor, minha filha preciso falar com você!– a voz de Tereza estava embargada.

VICTÓRIA – Fala logo que eu tenho que sair!– levantou com Ana que mexia em seu colar.

TEREZA – Não, eu não vou falar logo e você vai me ouvir porque não sou a cachorra da esquina, sou a sua mãe e você ainda tem amor a vida, porque o Sandoval que você tem, você herdou de mim! Então, me ouve porque eu não vou correr.

Victória levantou uma sobrancelha pra ela

TEREZA – Minha filha o que foi aquilo? O momento mais feliz do seu filho e você estragou! Minha filha tem tempo que estou adiando essa conversa mais hoje não vou adiar.

VICTÓRIA – Eu não estraguei nada!

TEREZA – Você sabe o que é ser boa companhia, minha filha? Você é bonita, inteligente, educada e você não percebe que sempre que alguém esta feliz ou vai te contar algo! Você cria um show, Victória! Você é mimada! Mas não tem mais cinco anos.– falava bem baixo e carinhosa, amava a filha mais que tudo!– Nós amamos você, e entendemos seu temperamento, mas queremos receber beijos e abraços! Primeiro você dá o show, filha ai depois você ama, recebe, fala, ajuda!– se aproximou dela e a olhou. – Filha, por Deus, como eu te amo, pense antes de agir!

Victória se afastou dela.

TEREZA – Respire e pense!

VICTÓRIA – Está me chamando de amargurada? Você gosta de ser a última a saber das coisas? Se você gosta, eu não gosto, ainda mais sendo da vida dos MEUS filhos!

TEREZA – Eu não estou tirando sua razão, mas por que tudo aquilo, poderia ter demonstrado sua mágoa mas ter sorrido e beijado eles lá embaixo e depois quando Heriberto vai embora como ele foi hoje! Ninguém entende ele também, mas eu fico me...

VICTÓRIA – Não sou obrigada a demonstrar o que não sinto!

Tereza falou sem querer que Heriberto tinha ido embora... Ninguém além dela tinha visto ele sair sem dizer nada.

VICTÓRIA — Se ele foi embora é sinal que não se importa com o filho! O que eu fiz ou deixei de fazer hoje só diz respeito a mim e se ele não ficou nem pelo filho pra que, que ele quer voltar pra casa? – falou cuspindo as palavras sem se ater ou pensar no que poderia causar.

TEREZA – Você não era assim egoísta, Vick! Você nem dá a esse homem o direito de se magoar, ele tem que estar aqui se arrastando para você, sendo o seu capacho com qualquer coisa que você faz?

VICTÓRIA – E você esta me dando o direito de ficar magoada por ser a ultima a saber que o meu filho vai ser pai?

TEREZA – Reflete, Vick, isso que estou te pedindo como sua mãe e como sua amiga!

VICTÓRIA – Não me culpe pelo erro dele! Foi ele quem quase me agrediu e quis... –parou de falar e deixou Ana na cama.

TEREZA – Você tem direito, mas se tivesse se controlado teria roubado a cena amor pelo motivo certo!

VICTÓRIA – Não quero roubar porcaria de cena nenhuma!

TEREZA – Victória, ele quis sim fazer coisas horríveis, mas se não esta passando a sua raiva deixe esse homem e escolha outro! – foi direta.

VICTÓRIA – É isso que vocês querem não é? – tocou a barriga.

TEREZA – Vocês? Eu não estou vendo mais ninguém aqui, só a sua mãe que esta do seu lado sempre. – se aproximou. – Eu não te quero assim dormindo sobressaltada, acordando triste sem ele e quando o desejo aperta vocês estão juntos, minha filha chame seu marido de volta, vá morar com ele, fuja com ele, viagem, mas não fiquem assim lá se vão meses e quando você acordar serão anos...

VICTÓRIA – Vocês só sabem falar, enchem o saco toda hora um falando que ele é meu capacho que ele é isso que ele é aquilo eu to cansada de vocês falando na minha cabeça, tentando decidir o que é melhor pra mim, melhor pra minha vida! Vocês não estão aqui, vocês não sabem como as coisas acontecem e me desculpe mamãe mais eu não vou fazer o que vocês todos querem, só porque querem! – Tereza suspirou e a olhou nos olhos.

TEREZA – Filha... Eu quero você feliz! Me diga, está feliz agora? – a voz estava doce e terna.

VICTÓRIA – Eu estou feliz sim!

TEREZA – Ótimo! Ele está feliz?

VICTÓRIA – Ele tem tudo que quer, tudo e não vejo motivo pra estar triste! Nos só estamos em casa separadas de resto nada mudou!

TEREZA – Eu sou mais velha que você e estou te dizendo, as coisas mudam quando estamos separados, mas eu não vou mais falar disso, você não é uma menina. – Ela suspirou e olhou as duas e Ana acariciava a irmã. – Eu quero que me prometa que vai cuidar de sua irmã se algo me acontecer Victória, ela sempre terá Fernando, mas me prometa isso. – ela estava com os olhos fixos na filha.

VICTÓRIA – Sabe, às vezes eu me pergunto, você amou João durante vinte e cinco anos e depois que o encontrou transou num dia com ele e no outro dia estava com Fernando o que mudou?

TEREZA – Eu vi quem o seu pai é, eu o amei a vida toda e quando me separei eu ainda o amava passei anos imaginando que quando estivéssemos juntos de novo eu o amaria como sempre, mas não foi assim! Seu pai me tomou e ele sabe como fazer uma mulher ter prazer, mas quando acabou eu o olhei e vi que eu tinha conhecido um homem de verdade, que era bom gentil e que tinha curado minhas feridas e essa homem era Fernando, Victória, seu pai é um passado de feridas e ele não me terá nunca mais isso você pode ter certeza, minha filha, não por minha vontade!

VICTÓRIA – E precisava se deitar com ele pra ter certeza disso? Eu também devo me deitar com outro homem pra entender que eu amo Heriberto de verdade? – não era uma acusação e sim uma pergunta.

TEREZA – Heriberto te bateu? Te agrediu ate tirar sangue? Bateu em seus filhos? A resposta para todas essas perguntas é NÃO!

VICTÓRIA – Então, por que se deitou com um agressor? Depois de tudo...

TEREZA – Eu não tinha que me deitar, mas eu fui livre para escolher e escolhi!

VICTÓRIA – Eu de verdade não entendo...

TEREZA – Eu era livre e escolhi e depois eu tive paz para seguir em frente porque seu pai não é realmente alguém que eu queira em minha vida mais, nunca mais! – Victória tinha lagrimas nos olhos.

VICTÓRIA – Você sabe que isso não vai acabar só naquele dia e se ele teve coragem de ir ao seu casamento ele vai ter coragem de muito mais! – sentiu um frio na espinha. – Pra ele não tem A e nem B é matar ou morrer!

TEREZA – Eu não tenho medo dele e vou lutar até o fim, mas seu pai não vai tocar mais em mim não por meu consentimento. – Tereza foi firme com a filha. – Ele não mudou Vick, ele está com o demônio dele adormecido dentro dele.

VICTÓRIA – E ele vai liberar em você! – Victoria não sentia boa coisa naquele momento algo nela estava alertando que o mal estava por vir.

TEREZA – Minha filha, apenas me prometa que cuidará de sua irmã se algo me acontecer. – ela tocou o rosto das duas e Ana chorou e pediu o colo dela. – Prometa, Victória.

VICTÓRIA – Eu prometo... – falou num sussurro sentindo a voz rasgar a garganta.

Tereza pegou Ana.

TEREZA – O que foi, amor?

ANA – Mamãe Teleza pala de faze assim puque ta fazendo isso? Oh... – e bateu na mãe no ombro.

TEREZA – Minha filha, não bate em mamãe!

ANA – Puque ta falano isso de mim deixa? Eu quelo seu mama, mamãe, eu quelo. – e chorou deitando no ombro da mãe.

TEREZA – Calma amor, mamãe te dá mamar. – Victória olhou as duas e levantou, foi ao banheiro e sentindo o ar faltar, tirou suas roupas e foi para o banho.

Tereza tentou controlar a filha, mas ela gritava foi até o banheiro.

TEREZA – Filha podemos tomar banho com você? Sua irmã não se acalma.

VICTÓRIA – Por que não enche a banheira e toma banho com ela lá?

HERIBERTO – Porque ela gosta do chuveiro, minha filha e gosta da sua companhia. – falou com paciência com ela como sempre tinha.

VICTÓRIA – Tudo bem me dá ela aqui... – a mãe sorriu e entregou a filha depois de tirar a roupa dela.

Victoria a pegou e molhou ela com cuidado a barriga já atrapalhava um pouco, Tereza veio em seguida e entrou no chuveiro já rindo para a filha.

TEREZA – Não fique me olhando, você não toma banho comigo a anos. – ela riu. – Sim, tiro tudo porque não vou deixar Fernando olhando aquele monte de pelo branco que dá lá. – brincou com a filha entrando no boxe.

Ana Lívia ria e passava o sabonete nos cabelos de Vick, Tereza sorriu e jogou água em Ana que olhou para ela com cara de brava. Tereza riu dela.

TEREZA – Oh, meu Deus, eu nem pari e já tenho outra mini Sandoval!

VICTÓRIA – Não, Ana, sabão não pode nos cabelos de Vick!

ANA – Fica munita vick! – Ana foi no ouvido da irmã e falou. – Pa beza e namola Eliberto. – Riu e olhou a mãe.

TEREZA – Minha filha, mamãe, já falou que você não pode ficar paquerando o seu cunhado! Heriberto é seu cunhado.

ANA – Helibeto é lindo, mamãe...– E riu olhando a irmã.

VICTÓRIA – Deixa ela, Ana só tem um ano e três meses ela eu deixo sem ciumes. Todo nosso Ana. – Riu.

ANA – Mamãe beizo papai aqui. – Apontou a boca de Vick. – Faze assim. – Fez um gesto com a boca.

Tereza riu.

TEREZA– Ahhhh fofoqueira.

VICTÓRIA – Não podem ficar fazendo as coisas na frente dela, Tereza!

TEREZA – Não faço apenas dei um beijo no pai dela, um selinho quando ele chegou. Não sou descuidar, Vick.

VICTÓRIA – Eu sei, toma ela pra mim terminar o banho preciso sair. – Tereza a pegou e beijou.

TEREZA– Mini Sandoval. – Tereza riu e a filha também.

VICTÓRIA – Se ela for como eu você está ferrada. – Falou rindo e terminou o banho dando espaço a elas pra terminar.

TEREZA – Ninguém é como você, estrelinha. – sorriu e terminou o banho da filha.

Victória vestiu um vestido solto e sandálias baixas, pegou a chave do carro e seu celular e saiu depois de avisar o filho, dirigiu até que chegou ao seu destino, estacionou e subiu. Tocou a campainha por três vezes esperando que fosse abrir, sabia que ele estava em casa seu GPS tinha dado às coordenadas pra ela. Ela o olhou assim que a porta se abriu.

HERIBERTO – Victória? – ele a olhou com os olhos preocupados. – Aconteceu alguma coisa? Entra. – saiu da porta deu passagem a ela.

VICTÓRIA – Só me responde o porquê? – falou da porta mesmo.

HERIBERTO – O que, Victória? Por que do que? O que está falando? – quando Victória ia falar uma voz de mulher soou atrás dele.

XX – Quem é Heriberto?

HERIBERTO – Pode entrar, amor. – ele saiu da porta e estava nervoso. – Entra que estou com pressa e a enfermeira também. – a mulher estava de branco era uma senhora de sessenta anos e estava aflita. Ela negou com a cabeça. – Entra Vick, é grave, estamos procurando uma medicação para Laura, Otávio me ligou desesperado e eu tenho aqui em casa uma amostra pra levar para ele.

VICTÓRIA – Termina seu trabalho vai procurar eu vou embora!

HERIBERTO – Ela esta perdendo o bebê, Victória. – ele a olhou tenso. – Vamos comigo ao hospital, Laura precisa de amigas e ela gosta de você! Precisamos que ela segure o bebê por pelo menos mais vinte e quatro horas. – Ela tocou a barriga. E só assentiu.

Ele continuou procurando e achou feliz. Saiu e deu a mão a ela indo para o carro com a enfermeira.

HERIBERTO – amor, ele me ligou desesperado, meu amigo esta em choque que ela acordou gritando muito de dor no ventre, eu sai igual bala porque ele tinha mandado a Janete. – apontou para a enfermeira. – Para pegar a medicação, eu trouxe nova York quando vim. – Victória só ficou em silêncio preocupada. – Me desculpa, não deu para avisar. – ele falou assustado. – Eu transferia Laura para nossa clínica lá ela terá mais atenção. – Victória somente o olhou e assentiu movendo as mãos. – Meu amor, como você soube eu estava em casa? Você não me viu sair, mas sabe exatamente local onde eu estava? – ele dirigia apressado preocupado com esposa do amigo. – Aconteceu alguma coisa você veio falar comigo por quê?

VICTÓRIA – Por que eu queria saber o porque de ter ido embora!

HERIBERTO – Meu filho deve estar magoado comigo, mas depois eu explico a ele não tinha como não atender Otávio. – A enfermeira ficava em silêncio. Ela só assentiu.

Foram poucos minutos e ele já tinham chegado a clínica e Heriberto foi ao banheiro lavou as mãos vestiu sua roupa e foi medicar Laura.

HERIBERTO – Amor eu vou medicar Laura e volto para pegar você para vê-la, eu não sei como está o quadro dela e por isso apenas Otávio está lá. – Ele deu um beijinho nela.

Victória se sentou numa cadeira tinha as pernas bandas, Heriberto foi até Otávio e depois de minutos tinha medicado Laura que já não sentia mais dor e podia receber a visita de Vick. Ele veio até recepção e levou a esposa até o quarto.

HERIBERTO – Eu vou deixar vocês duas a sós. – Vick se aproximou da cama e sorriu de leve segurando a mão dela.

VICTÓRIA – Filhos nos dando trabalho até na barriga em Laura. Quando achamos que já passamos dessa face aí que quebramos a cara. – Falou rindo de leve.

LAURA – Onde estão aqueles pecadores que não vieram aqui me ver depois do que ouvi? Eles acham que vou ficar aqui pra sempre mais quando eu sair você se prepara que o chinelo vai comer o coro deles. – Victória riu.

VICTÓRIA – Não se altere seu bebê que precisa de você e não eles! Não me deram muito tempo aqui e eu só vim pra te desejar boa sorte e que tudo vai ficar bem.

LAURA – Obrigada por vir, eu vou tentar segurar, mas quando não é pra ser a gente sabe a gente sente. – falou verdadeira.

VICTÓRIA – Não diga isso você vai passar essa fase e vamos criar nossos filhos juntas de novo!

LAURA – Assim espero, Victória. – As duas conversaram por mais alguns minutos e Victória a deixou descansar e saiu.

Heriberto a encontrou.

HERIBERTO – Vamos? Vou levar você pra casa.

VICTÓRIA – Me leva pro seu apartamento pra mim pegar meu carro. – falou sem emoção.

HERIBERTO – Sim, Vick, eu quero falar uma coisa pra você! – Disse sério.

Os dois caminhavam em direção ao carro e depois entraram nele enquanto dirigia ele falava com ela.

VICTÓRIA – Pode dizer!

HERIBERTO – Durante o dia de ontem de hoje eu vi o Otávio sofrer como uma criança por Laura e pelo tempo perdido que os dois não se cuidarão e foi pensando nisso no que eu vi que eu quero te dizer uma coisa, eu não me importo com nada nem com a opinião dos outros e nem com fofoca alheia. – ela o olhou.

VICTÓRIA – Onde quer chegar?

HERIBERTO – Eu não vou morar longe de você, eu não quero! – ela esperou ele concluir. – Eu não aguento mais estar longe, não quero fazer como meu amigo que depois vai se arrepender e precisar correr atrás do tempo perdido. Eu quero voltar para nossa casa e vamos resolver os problemas no nosso casamentos juntos! Eu e você, você e eu e nossos filhos.

VICTÓRIA – Vai voltar pra casa?

HERIBERTO – Não posso voltar para casa se você me aceitar Victória! Eu quero que você me aceite em casa não é só voltar para casa, é voltar para nossa vida para o nosso casamento para nossa relação, você está grávida de dois filhos meus, eu quero cuidar de você todo dia se acordar com enjoo se deitar sentindo dor. – Ela suspirou e pensou se de verdade estava pronta pra isso. – Eu preciso da minha família e minha família precisa de mim se você quiser se mudar para o meu apartamento está tudo bem também você já tinha até pensado nessa possibilidade, mas se preferir me deixar longe eu vou respeitar!

VICTÓRIA – Longe aonde, Heriberto? Você acha que a distância vai resolver as coisas?

HERIBERTO – Até agora a distância não resolveu nada! O que resolveu foi entendermos onde estamos falhando e começarmos a corrigir e isso mudou nosso comportamento, mas não foi a distância foi nossa compreensão do problema!

VICTÓRIA – Você acha que estamos prontos pra estar na mesma casa?

HERIBERTO – Eu acho que só tem um jeito de saber. Estando na mesma casa! Já se passaram vários meses se não me engano três meses, eu não tenho dúvida de querer ficar com a minha família.

VICTÓRIA – Tudo bem Heriberto faça suas malas e volte pra casa. – ele a olhou e sorriu.

HERIBERTO – Amor, você... – ele parou de falar.

VICTÓRIA – Sim, volte pra casa. – ele estendeu a mão para ela. Ela pegou.

HERIBERTO – Eu quero que sejamos um e quero que você esteja feliz e sorrindo porque nós temos dois bebês chegando na verdade. – ele riu e a dirigir até o apartamento dele.

Ela sorriu de leve e quando ele parou em frente ao apartamento dele, Victória desceu deu um pequeno beijo nele e foi para o seu carro e saiu dirigindo. Ele simplesmente não sabia definir o que estava sentindo de tanta felicidade era maravilhoso imaginar que estaria de volta a casa junto a Vick e junto a seus filhos.

Ele iria preparar uma pequena maleta e chegaria pronto para ser de novo senhor em Rios Bernal, ele preparou sua mala com coisas essenciais e foi para o carro colocou tudo e foi para casa. Quando chegou em casa a família ainda comemorava na piscina com Rafael, Paula, Virgínia, Luciano, Beth, Fernando, Ana Lívia e Tereza, mas Vitória não estava em casa e depois de procurar em todos os lugares ele ligou para ela pelo celular.

HERIBERTO – Meu amor onde você está?

VICTÓRIA – Daqui a pouco eu chego em casa, depois de te ligo. – desligou.

Ele ficou com o celular na mão sem entender muito bem, mas foi para piscina comemorar com filho e se desculpou explicando as circunstâncias somente para ele e já que ia ficar ali ele colocou uma sunga azul e fui tomar banho de piscina. A festa terminou e já era tarde, mas Victória ainda não havia chegado. Muitas horas haviam se passado e ela não tinha dito onde estava, Heriberto ficou tenso mais não disse nada a ninguém apenas aguardou a chegada dela.

Já era noite a família já tinha jantado e ele estava colocando suas coisas no guarda-roupa, colocou uma canção que o fazia lembrar de sua Juventude e depois foi tomar um bom banho, voltou comeu com os filhos e ficou no quarto esperando a chegada dela e assim ele adormeceu diante da TV. Era meia noite e meia quando ela entrou em casa exausta e sentindo uma fome horrível foi até a cozinha e comeu de tudo um pouco e subiu para o quarto, entrou tirando os sapatos e quando ascendeu a luz se assustou. Tinha esquecido que Heriberto estaria ali.

Deixou as coisas de lado e foi direto para o banho se sentia estranha, se banhou e logo estava pronta para descansar, vestiu sua camisola e deitou do seu lado da cama e desligou a TV ficando de costas para Heriberto. Suspirou fechando os olhos depois de se cobrir.

HERIBERTO – Victória. – ele falou sem abrir os olhos. Ela não respondeu na esperança dele dormir. – Onde você estava? Nos passamos a tarde toda sua espera!

VICTÓRIA – Eu tive uma emergência. – foi o único que disse se cobrindo melhor.

HERIBERTO – Que emergência? – ele se sentou na cama.

VICTÓRIA – Heriberto vamos dormi...

HERIBERTO – Diz... Foi ver ele? O tumulo dele? – Victória apertou os olhos e suspirou, não disse nada. – Porque fez isso sozinha? Hum? Por que?

VICTÓRIA – Porque eu não tenho ninguém pra fazer isso comigo! – Heriberto segurou a mão dela e a olhou.

HERIBERTO – Pois a próxima vez eu vou com você Victória! – ele a abraçou com amor. – Não quero que chore mais eu te amo! – ela continuava de costas pra ele não queria conversar só queria dormir.

VICTÓRIA – Vamos dormi, por favor. – ele a enlaçou mais.

Sempre que ia lá ficava sem chão, nenhuma mãe merece enterrar o filho ainda tão bebê dói e dói muito, ela suspirou não tinha chorado o dia todo não ia fazer isso agora. Heriberto abraçou seu amor com toda ternura, estava na hora de resolver aquilo, de fazer as coisas com ela do jeito bonito e delicado que podia ser.

Ele tinha sido forte para tantas coisas, mas ali, com aquela questão ele estava sempre muito mal, era como se por mais que ele soubesse da morte de Renan Guilherme, não ir vê-lo era não comprovar o óbvio. Beijou os cabelos dela e deixou que o sono chegasse...