Você Pertence a Mim.

Capítulo 18- Nightmare.


Agora seu pesadelo ganha vida

Arrastado para baixo até o show do diabo,

Para ser seu convidado para sempre,

A paz de espírito é menor do que nunca

Odeio distorcer sua mente, mas Deus não está ao seu lado

Uma velha crença dilacerada,

Grave no mundo seu último esforço.

[..]

Carne queimando, você pode sentir o cheiro no ar,

Porque homens como você tem uma alma tão fácil roubar.

Então fique na linha enquanto eles escrevem os números em sua cabeça,

Você é agora um escravo até o fim dos tempos

E nada impede a loucura voltando,

assombrando, anseiando, puxe o gatilho!”

Eu subia a rua da casa de Dave pensando o motivo dele estar tão estranho no telefone, o que será que aconteceu? Mordi meu lábio inferior em sinal de ansiedade, estava preocupada com aqueles dois...Era isso que queria saber. Olhei para os lados atravessando a rua quando senti um vento forte batendo em minhas costas arrepiando meu último fio de cabelo.

Girei o corpo para observar quem ou o quê tinha feito aquela ventania repentina, a resposta veio por um som de sirene e o vulto de uma viatura policial seguindo em direção a casa de Kurt. Será que Kurt havia sido assaltado? Era por isso que Dave estava tão estranho? O único jeito de descobrir era indo para lá o mais rápido possível.

Comecei a correr entrando na rua de Kurt. Com a respiração ofegante apoiei as mãos em meus joelhos tentando me recompor. Voltei a olhar para cima e a visão que eu tive foi ainda mais surpreendente. Em vez de uma viatura policial haviam várias acompanhadas por uma ambulância. Um tremor intenso percorreu meu corpo, fazendo minhas mãos suarem e após despertar do transe voltei a correr.

Quando cheguei ao portão da casa, tive de passar por um marde pessoas que se aglomeravam tentando espiar alguma coisa que acontecia na casa, talvez a prisão do bandido mal-feitor. Avistei Dave encostado a uma pilastra da casa com um ar de preocupação e fui até ele, feliz por rencontrá-lo.

- Dave!

Abracei-o.

- Onde está Kurt?

Perguntei e a resposta que tive foi o silêncio desconfortável de Dave, dei de ombros e fui até a porta querendo abri-la mas o moreno me impediu inúmeras vezes até que o empurrei e consegui finalmente entrar na casa.

Adentrei na residencia escura e fria subindo os lances de escada até chegar no segundo andar onde provavelmente Kurt estaria. Passei por alguns quartos que estavam vazios e por fim parei numa porta grande feita de madeira, o quarto do loiro.

Tentei abrir a porta centenas de vezes até que consegui arrombar a mesma e entrar no quarto. O quarto era escuro e muito mais frio que a casa em si, o clima daquele local estava pesado e respirar havia ficado muito mais difícil. Com ligeira falta de ar, demorei alguns segundos para acender a luz e quando o fiz... Bem, não tive reação.

As paredes, pisos e azulejos estavam cobertos por um líquido estranho, entrei no banheiro encontrando remédios espalhados por todos os cantos e uma faca também coberta pelo mesmo líquido que se via pelas paredes do quarto e do banheiro. Sai do banheiro me aproximando vagarosamente da cama que se envolvia por um tipo de véu branco com as mesmas características descritas acima.

Minhas mãos trêmulas agarraram o tecido e o puxaram com força revelando uma coisa que nunca sairá de minha memória, uma arma ao lado do corpo desfalecido e ensanguentado de Kurt. A cabeça do loiro estava perfurada por uma coisa que achava eu que era uma bala, seu corpo com muitos hematomas e cortes profundos faziam daquela cena um filme de terror.

Minhas pernas amoleceram fazendo-me ajoelhar ao lado do corpo. Acariciei o rosto gelado de Kurt, o brilho angelical havia sumido com seu sorriso doce. Lágrimas desciam ssem parar mesmo tentando contê-las, esconder meus sentimentos era uma coisa que não conseguia fazer. Abracei aquele corpo encharcado por sangue e a única coisa que conseguia fazer naquele momento era acariciar os cabelos de Kurt , numa tentativa de acalmar meu coração.

Aos poucos policiais e enfermeiros chegaram, retirando o corpo do loiro de minhas mãos me deixando em total agonia. Dave aproximou-se tocando em meu ombro tentando me confortar a qualquer custo.

- Hey, nós precisamos ir...

Ele suspirou.

- Não, eu não quero!

Fazia birra.

- Lilly...

Dave passou a mão em meus cabelos me puxando para seu colo. Encolhi-me nos braços dele como se fosse uma criança que necessitava de proteção, aqueles acontecimentos deixou minha cabeça confusa, eu não entendia mais nada. Ele me embalava, me aconchegando para mais perto dele. Fechei os olhos lentamente deixando o resto das lágrimas molharem meu rosto alvo. O resto do dia foi uma página em branco para mim. Ainda não acreditava que uma das pessoas que acreditavam em mim e me amavam de verdade tinha sido levada para longe. Aquilo só podia ser mais um dos meus pesadelos com Kurt...