Você Pertence a Mim.

Capítulo 16- Before The Storm.


“Parados na chuva, sabendo que está realmente acabado, Por favor não me deixe sozinho.
Estou inundado com toda essa dor, sabendo que nunca vou abraçá-la, como eu abracei, antes da tempestade.

Como fiz antes da tempestade”

Um ano se passou, Rose e eu vivíamos em Los Angeles numa casa na Melrose. Já fazia um tempo que não falávamos com o pessoal de Lafayette e principalmente com Kurt, tínhamos que seguir em frente, já não éramos mais as mesmas criançinhas bobas que passavam a tarde andando de bicicleta, subindo em árvores e observando o céu puro e azul da nossa doce Indiana.
Aqueles eram outros tempos, estava na hora de crescer. Rose fazia um curso de enfermagem perto dali e à noite trabalhava como caixa no cinema de Fairfax para pagar algumas despesas da casa. Izzy também a ajudava (e muito) já que eles estavam juntos já havia seis meses demorou, mas aconteceu graças a um empurrãozinho meu e de Axl.
Duff continuava o mesmo bêbado de sempre junto com Slash era a dupla mais conhecida em termos de parceiros de copo. Mas como tudo muda nessa vida eles continuavam os mesmos embriagados de sempre, mas o amor fez os dois trocarem o Jack Danniel’s por suas namoradas, Mary Ann e Abbigail por este motivo eu os via poucas vezes na semana.
Steven também foi um dos que se deram bem e conseguiu uma namorada, uma linda loira dos olhos verdes profundos e um sorriso perfeito chamada Taylor. Acho que o sentimento de Stu se fortaleceu por conta da bondade dela, ele sofreu uma baita overdose há quatro meses e se não fosse Taylor acho que Stu não estaria mais conosco.
Axl e eu éramos os únicos mal-resolvidos da turma. Ele trabalhava muito, passava o tempo todo compondo e de vez em quando me visitando no trabalho e quanto a mim, eu agora trabalhava na Geffen Records fazendo todo o tipo de coisa, afinando guitarras, ajeitando os microfones e amplificadores, limpando os banheiros e nas horas vagas cantando e compondo. Era isso que eu queria trabalhar com música.
Eu também acompanhava as turnês do Guns, que eram sempre marcadas por destruição e muita sacanagem. Quase sempre os garotos destroçavam alguma coisa durante a turnê e quem sempre pagava o pato era eu e o Izzy. A vida tinha ganhado sentido novamente, tudo estava às mil maravilhas exceto por quatro letras: Kurt. Tanto tempo longe dele me fez ficar perdida, como disse há um tempo eu precisava dele assim como precisava de Axl, os dois tinham um espaço enorme no meu coração e com a ausência de Kurt, uma cratera se formou em meu peito, deixando um vazio que quase me matava.
Eu já não agüentava mais acordar molhada pelo suor e pelas lágrimas que encharcavam meu rosto, os pesadelos em que Kurt aparecia, as memórias dolorosas que se manifestavam durante o dia e a dor contínua no meu peito.
Provavelmente Kurt não queria me ver, sabia que ele sofria muito por dentro, pois eu sentia o mesmo. Saí da Geffen com um sorriso determinado e sigo a pé para casa, chagando na mesma fui para a cozinha devorar o yakissoba que comprei na volta para casa, peguei um papel qualquer e escrevi o seguinte recado para Rosalie: “Fui a Seattle em busca de informações de Kurt. Eu sei que é loucura, mas é mais torturante ficar aqui em Los Angeles fingindo que nada aconteceu... Cuide-se Ass. Lilly”
Arrumei as coisas das quais precisava numa mochila, ajeitei o relógio para tocar às cinco da manhã e adormeci.
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Na manhã seguinte, tocou com um som bem irritante me fazendo chocá-lo contra o chão e por fim fui ao banheiro tomar uma ducha rápida. Liguei o chuveiro e deixei a água respingar por todo meu corpo, uma breve sensação de torpor tomou conta de meu corpo fazendo meu corpo relaxar e amolecer.
Desliguei o chuveiro saindo depressa dele. Após vestir minhas roupas, peguei minha mochila e segui a pé para a rodoviária mais próxima dali. Caminhava com passos firmes, queria chegar logo naquela rodoviária e embarcar o mais rápido possível. Aquele ritmo elétrico me envenenava, tirava minha consciência e o resto da minha sanidade, era a mesma sensação que senti quando andei com a moto de Dave. Simplesmente deliciosa.
Cheguei a rodoviária ofegante e ao mesmo tempo quase explodindo de felicidade. Queria sair gritando e pulando por toda extensão daquele local fui impedida por olhares curiosos que me examinavam de cima a baixo.
Sorri amarelo e dirigi-me a fila para comprar a passagem, olhei para o telão o próximo ônibus para Seattle chegava às sete horas da manhã. Comprei a passagem e fui comer alguma coisa porque a viajem seria longa.