Você Pertence a Mim.

Captulo 34- Who Am I Living For?


Narração feita por Rachel Bolan.

Acelerava meu Mustang o máximo que podia, eu iria para a cidade atrás de pistas sobre Lilly. Estava ficando louco... Não, mais do que louco, estava perdidamente apaixonado e não deixaria Alice escapar de minhas mãos, por ela eu iria até o inferno se fosse preciso. Estacionei o carro e olhei para frente, ali estava o maior banco de Los Angeles e era óbvio que se Lilly fosse para algum lugar precisaria de uma boa e gorda quantia em dinheiro, coisa que aquele banco enorme tinha de sobra.

Caminhei com passos frenéticos até a entrada do banco, aguardei ser chamado e fui até a sala do gerente, a quem fiz as perguntas referentes ao dinheiro. Como Alice ainda não atingiu a maioridade, os pais dela depositavam certa quantia todo mês na conta de Rosalie para que ela pudesse manter sua casa em Los Angeles, pagar contas e afins, então perguntei ao gerente se a conta havia sido movimentada (com saques, depósitos) ou alguém viera ao banco em busca de um empréstimo.

Após toda aquela embolação, checagem da minha identidade, telefonemas para Rosalie entre milhares de coisas, consegui a informação que recentemente foram sacados dez mil dólares da conta de Rosie, possivelmente para a viagem de Lilly. Sai do banco com um sorriso no rosto. Uma parte do mistério havia sido resolvido, mas eis minha pergunta: Onde está Alice? Balancei a cabeça apoiando-a no volante do carro pensando em alguma forma de encontrar mais pistas sobre o paradeiro de Lilly. De repente uma forte luz iluminou minhas idéias, talvez no quarto de Alice estivessem os papeis com o suposto destino da viagem.

Rachel Bolan, finalmente você começou a pensar como um detetive de verdade!”- Pensei, enquanto ligava o carro e me dirigia à casa de Rosie e Lilly. Quando cheguei a casa me deparei com mais uma pedra no meu sapato, Rosalie não estava em casa e a mesma estava trancada, rangi os dentes em desaprovação. Felizmente essa vida de andarilho em busca de algum bar para tocar com o Skid Row me fez ter experiências com arrombamentos, escalar em locais altos e difícil acesso e muitas outras coisas que não são lá muito aprovadas pela lei.

Por esse motivo escalei e arrombei a porta da sacado do quarto de Rosie com facilidade, entrando sorrateiro nos cômodos até chegar ao quarto de Alice. Entrei no quarto devagar observando a decoração do lugar, exatamente como imaginara. As cores do quarto resumiam-se no clássico conjunto preto e branco, com grandes armários de madeira e uma cômoda ao lado da cama de finos e elegantes cobertores brancos. Fechei meus olhos tentando focar novamente a atenção em meu objetivo. Procurei em todos os lugares possíveis, entre os vastos livros da prateleira, perto dos CD’s que a loira colecionava e dentro dos armários e também da cômoda. Nada.

Respirei fundo, achava melhor dar um tempo nas investigações e descansar um tempo, pensando nisso deitei-me na cama de Lilly fechando os olhos lentamente deixando que meu corpo amolecesse e minha cabeça afundasse no travesseiro macio e fofinho. Aspirei com força aquele aroma tão suave e adocicado que estava preso ao travesseiro, o inconfundível perfume de Alice. Novamente, flashes de memória daquele dia em que a beijei me vieram à mente, os lábios macios e delicados chocando-se contra os meus, as mãos pequeninas que ora passeavam por meus cabelos, ora apertavam minha camiseta, talvez por medo e o seu rosto de anjo com uma coloração avermelhada e os lábios entreabertos, seus lindos olhos azul safira encaravam- me com um brilho indescritível no olhar e eu quase podia sentir seus batimentos tão acelerados quanto os meus.

Passei as mãos pelo meu rosto afastando os devaneios que rondavam minha cabeça por um breve momento e foquei a atenção para a cômoda onde havia um despertador e abaixo do mesmo, um papel cautelosamente dobrado, o que seria aquilo? Tirei o despertador do lugar e peguei o papel que estava abaixo dele, abri-o com cuidado, era o telefone de uma agencia de viagens. Meu rosto que continha uma expressão de preocupação deu-se lugar a um sorriso que cintilava a tamanha felicidade que eu sentia, busquei um telefone pela casa e quando eu o achei disquei rapidamente o número da tal agencia e assim que a atendente começou a falar tratei de perguntar sobre Lilly.

Depois de uma tonelada de perguntas por parte da atendente, ela informara-me o verdadeiro paradeiro de Alice. O sorriso estendeu-se ainda mais por meus lábios, parece que eu tinha uma longa viagem para Verona, Itália. Há certo tempo eu me perguntava para quem ou o que eu estava vivendo, mas acho que finalmente eu consegui encontrar a resposta. Alice era o único motivo para eu estar vivo, era a única razão para eu querer continuar, com certeza o que sentia por ela não era nada passageiro e nem um pouco falso, era uma coisa que há tempos não sentia por uma mulher, amor. E eu correria atrás desse amor até meu último dia da minha vida, porque era com ela que eu queria estar, ao lado da minha doce criança, da minha Alice.