Você Pertence a Mim.

Capítulo 35- Coma.



“ Ei,você me pegou em coma
E eu acho que não quero
Voltar para esse... mundo de novo
Até que é legal ficar em coma
Porque ninguém vai me fazer
Voltar para esse... mundo de novo
Agora sinto como se estivesse flutuando
Não gosto de sentir toda a pressão
E gosto disso assim
Você não vai voltar para esse... mundo de novo?”

Narração feita por Axl Rose.

Os gritos de agonia e dor de Erin ecoavam no interior do meu Cadillac, fazia dias ou até semanas que a mesma não se encontrava bem e não tinha o mesmo brilho e vivacidade em seus olhos azuis. Eu acordara hoje de manhã com a loira vomitando sem parar, com o rosto pálido e boca arroxeada. Aumentava a velocidade do carro ao máximo que conseguia, apertando o volante entre meus dedos com o coração a mil por hora.
Sabia que se não chegasse a tempo no hospital, o meu filho estaria morto e isso era o que eu menos queria, meu filho merecia viver uma vida normal e saudável, com muitos amigos e amor dos pais, coisa que eu nunca tive lá em Indiana. Talvez aquela criança pudesse me ajudar... Com certeza me faria um homem muito melhor.
Eu sei que por muitas vezes fui um cara metido e grosseiro, julguei sem ao menos conhecer e machuquei os sentimentos das outras pessoas. Eu tinha tudo, mas ao mesmo tempo não tinha NADA... Acabei perdendo tudo por essa minha atitude infantil e imprudente, até hoje queria voltar no tempo e poder refazer minha história novamente a minha vida seria bem diferente do que este inferno que estou vivendo.
Mas isso não vinha ao caso agora, uma vida estava em jogo, meu filho estava morrendo. Um urro de dor e uma síplica foram as únicas coisas que ouvi naquele momento, o mundo havia parado.
- Axl, por favor, salve o nosso filho!
Após Erin proclamar essas palavras sesus olhos se cerraram e seu corpo tenso desfaleceu-se por completo.
Merda. Passei a mão esquerda no rosto suado e febril de Erin. “ Aguente firme Erin, estamos quase lá!” – pensei, dando um leve beijo na testa de em sua testa e por fim, voltei a atenção ao transito. O hospital encontrava-se perto e um sorriso de alívo formou-se em minha face cansada. Virei a esquina da rua do hospital e o que eu vi me surpreendeu, uma forte luz branca e mais nada.
Ouvi o barulho de sapatos de salto estalarem contra o chão, havia alguém por perto, abri os olhos devagar e observei o teto branco que estava acima da minha cabeça. Que porra era aquela? Onde eu estava? O baque da porta interrompe os meus devaneios, olho para o lado e eis que surge uma infermeira morena e alta, com os olhos pretos como a noite, me encarava com espanto e no lugar desse espanto, um sorriso se formou na rosto jovem da garota.
- Senhor Bailey, graças a deus você acordou! Espere um segundo que eu irei chamar o doutor McAdams para falar com o senhor.
Dito isso, a garota se retirou do quarto, me deixando perdido novamente. Um tempo depois o tal doutor McAdams aparece.
- Olá senhor Bailey, como você está se sentindo?
O homem de um sorriso fraco.
- Bem, exceto pelas fortes dores na costela e nas costas.
Disse retribuindo o sorriso.
- Creio que foi por conta do acidente. O senhor passou uma semana desacordado...
O doutor pegou sua prancheta para preencher algo.
- Acidente? Que acidente?
Olhei-o espantado.
- Um caminhão bateu em seu carro numa rua. O motorista estava alcolizado e perdera a noção de direção.
McAdams deu um breve suspiro.
- Mas e Erin e meu filho? Eles estão bem?
Estava assustado e com medo.
- É sobre isso que vim falar.
O médico dos olhos verdes olhou para baixo, parecia entristecido.
- Então diga-me doutor! Como eles estão?
Olhava para o loiro que estava a minha frente que deu um longo suspiro e uma longa pausa para continuar o que havia começado.
- Bem... Assim que chegamos com o resgate, nos apressamos para salvá-los, mas infelizmente a senhorita Erin Everly e seu bebê perdera muito sangue no acidente e não resistiu aos ferimentos...
O doutor olhou para baixo entristecido. Não... Não podia ser... Minha vida estava desmorando-se de pouco em pouco. A mãe do meu precioso filho estava morta?
- Mas, felizmente senhor Bailey, nós conseguimos salvar seu filho.
Passei a mão pelos meus cabelos e olhei esparançoso para o homem alto e sorridente que estava ao meu lado agora. Milagre. Meu filho estava onde eu mais queria que estivesse, ao meu lado.
- E eu posso vê-lo?
Sorri. Um dos meus momentos mais tristes desde a partida de Lilly, virou um dos mais felizes da minha vida em um estalar de dedos.
- Claro senhor. Por aqui...
O doutor ajudou a me levantar e guiou-me até a maternidade do hospital, que ficava do outro lado da rua. Chegamos e subimos até o berçário andando vagarosamente, conversando sobre um assunto qualquer quando chegamos ao local exato. Olhei todos os bebês por aquele vidro quando o doutor indicou quem era o meu tão esperado filho. Um lindo bebê ruivo, com os olhos cerrados descansava tranquilamente. Era um menino, um lindo garotinho. Deixei uma lágrima escapar por meus olhos verdes, finalmente eu era pai.
- Seu filho é muito bonito senhor, mas ele ainda não tem nome... Já se decidiu com o nome senhor?
McAdams sorriu novamente, colocando a mão em meu ombro como formo de me parabenizar.
- Jared. Jared Everly Bailey. O meu pequeno Jad.
Sorri, colocando a mão no vidro que dividia o espaço entre eu e meu querido filho. Agora mais do que nunca, eu tinha um motivo para viver... Viver apenas para Jared e mais ninguém.