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Prologo: Tom Marvollo Riddle


Era próximo das 22 horas e alguém andava de capa preta esvoaçante pelas ruas calmas da pequena aldeia de Godric´s Hollow. A noite estava úmida e ventosa, duas crianças vestidas de abóboras perambulavam pela praça. As lojas estavam cobertas de papeis com aranhas, todas as armadilhas trouxas de um mundo em que eles não acreditavam. E ele deslizava, com a sensação de poder, grandeza que sempre sentia naquelas ocasiões . Em sua alma havia triunfo. Tinha esperado muito tempo para isso.

-Bela fantasia, senhor!

Um menino próximo ao homem sorriu hesitando ,enquanto ele via seu sorriso por debaixo da capa , viu o medo da criança assolar seu rosto e correndo fugiu. Sobre a capa ele segurou com mais força a varinha, um movimento e o menino nunca mais veria sua mãe. Mais era desnecessário.

E agora por uma rua nova ele seguia. Ele parou em frente a uma casa bonita, simples e aconchegante , qualquer pessoa que passasse por ali não notaria que havia alguém ali naquela casa, mas ele os viu claramente , não tinham cortinas, os viu na pequena sala de estar com a criança. O homem com os cabelos castanhos bagunçados e óculos entretendo um bebê de pijama azul de vassouras com a ponta da varinha. A criança ria e tentava agarrar os espirais que saiam da ponta da varinha. Uma porta se abriu e Lily Potter entrou ,falando algo que ele não ouviu. Seu longo cabelo ruivo caiam por seus ombros. E James Potter pegou o filho no colo o entregou a mãe. Deitando-se então no sofá espreguiçou-se bocejando, atirando a varinha para debaixo do sofá. Não notaram que o feitiço havia sido quebrado, e que estavam perto do fim de suas inúteis vidas.

Assim ele fez o menor barulho possível enquanto deslizava pelo pavimento ate chegar a sebe negra e avançou. O portão rangeu , quando ele abriu ,mais James Potter não ouviu. Ele apontou a varinha para a porta e ela se abriu em um estrondo . Ao chegar no hall de entrada James Potter vinha correndo em sua direção gritando:

-Lily, pegue o Harry e vá! É ele! Vá! Corra! Eu seguro-o aqui !

Segura-lo sem uma varinha ! Ele riu antes de lançar o feitiço.

-Avada Kedavra !

Sua voz preencheu toda a sala , juntamente com a luz verde, que iluminou um carrinho de bebe que estava encostado junto a parede. Enquanto James Potter caía ao chão como uma marionete cujo os cordões foram cortados. Ele conseguia ouvir os gritos dela no andar de cima, presa tentando sair, mais enquanto fosse sensata nada tinha a temer. Subindo os degraus , sentiu prazer em ouvir suas tentativas de se defender, esta também não tinha varinha. Estúpidos. Quão confiantes pensavam que repousavam entre amigos. A primeira coisa que falaria para Pettigrew , era como seu amigo caiu como um boneco sem lutar.

Com um movimento da varinha , ele empurrou a porta para o lado e a cadeira e caixas que ali estavam precariamente empilhadas sobre a porta . Ali se encontrava ela, o rosto vermelho e inchado, a face desesperada e com a criança no colo.

Com a sua visão ele colocou o menino no berço e se jogou na frente dele de braços abertos , como se para protege-lo de sua visão, esperando ser escolhida ao invés dele.

-O Harry não, ele não ! Por favor ,o Harry não!- ela gritava desesperada.

-Sai da frente garota tola...sai da frente agora.- sua voz saiu baixa e rouca mais ainda causou desespero a mulher.

-O Harry não, por favor, não ! Leve-me ! Mate-me ao invés ...- tentava ela.

-É meu ultimo aviso...- já estava ficando nervoso com os gritos desesperados da mulher.

-O Harry não! Por favor ... Misericórdia ...Faço qualquer coisa ...

-Sai da frente! Sai da frente , garota!

Tentou ate salvá-la para Severus mais já estava nervoso e achou prudente acabar com todos..

-Avada Kedavra!

A luz verde iluminou todo o quarto , e Lily Potter caiu como marido. A criança não chorou em nenhum momento. Segurava as barras do seu berço e levantou o olhar para o rosto do visitante por debaixo da capa, pensando talvez que era o pai fazendo mais efeitos luminosos e logo sua mãe se levantaria rindo.

Ele apontou a varinha com cuidado para o rosto do menino, querendo ver a destruição daquele perigo inexplicável. Foi quando a criança começou a chorar. Percebeu que não era James. Ele nunca tinha suportado as crianças chorando no orfanato quando mais novo. Mais ali estava ele, Tom Riddle, Lord Voldemort com os olhos vermelhos fixo nos olhos verdes molhados do pequeno Harry Potter. Então ele falou o que ele queria falar a quase um ano.

-Avada Kedavra !

Então algo estranho aconteceu. Ele estava ali esperando os olhos verdes se fecharem e a criança cair. Quando ele se desfez ,não era nada. Nada além de dor e terror e tinha que se esconder. Não ali onde a criança chorava nos escombros da casa em ruinas.

-Não – ele gemeu.

Um vento bateu no rosto de Harry Potter , e o Lorde das Trevas havia sumido. E ali o menino que sobreviveu chorava. Com o corpo da mãe caído no chão em frente ao berço, proporcionando ao garoto a visão dos cabelos ruivos esparramados pelo chão, e o corpo do pai no andar de baixo, a casa em ruinas e uma fatídica cicatriz em forma de raio na testa.