Vinte Luas — Beautiful Fearless

2ª Temp. — O Pingente de Sarafine


Eu dormia agora na casa de Link. Ele me ofereceu abrigo, e comecei a ser colega de quarto dele. Eu e Lena estávamos namorando, enquanto Ridley namorava outro homem, Terrence Gavins. Prometi me encontrar com Lena na porta da biblioteca. O fiz.

Chegando lá, fitei Lena por alguns segundos. Fui até ela.

— Oi, Lena. É... Seus olhos?

— O que... Tem meus olhos?

— Estão... Estão...

— Fala logo, Ethan!

— Estão bicolor, o estão verdes e amarelos!

— Ai, não! A maldição! — Lena levou a mão ao peito — Ethan, eu estou me transformando! Daqui a alguns meses eu completo vinte anos! Se Sarafine não for derrotada, eu me transformarei no Diabo!

Diabo? Diabo? Sério? Eu sempre achei que Diabos fossem vermelhos com listras pretas e chifres pontudos. Será mesmo que eu estava pensando?

— É outro tipo de Diabo. Maldições que são aplicadas em Conjuradores são totalmente diferente. Os olhos e os cabelos da pessoa começam a mudar de cor, ficam verde e amarelo, e isso é o que chamam de Diabo.

— Clareou minha mente. Então, você quer dizer que se sua mãe não for...

— ELA. NÃO. É. MINHA MÃE, ETHAN!

— Hã... Certo! Se Sarafine não for derrotada, você vira o Diabo Conjurador?

— Aplausos, você merecia nota cinquenta. — disse Lena secamente. — É isso mesmo.

Eu não estava com medo. Se Lena fosse uma sombra monstruosa, eu continuaria a amá-la. Não havia jeito de ela escapar das minhas correntes. Nunca haverá. Pode haver duzentas milhões de Sarafines no mundo, mas nenhuma me impediria de amar Lena.

Lena enfiou a mão no bolso da jaqueta e tirou alguma coisa. O medalhão. O mesmo que eu tinha encontrado há quatro nos atrás. As iniciais eram as mesmas.

— Você ainda guarda isso? — perguntei.

— É claro, pode haver alguma pista aqui.

— Não tenha certeza. Isso aí não faz mais visões, Lena. Que tipo de pistas você fala?

— Algum objeto escondido em Gatlin. Alguma coisa que pertenceu a Sarafine. Está aqui, eu sinto.

— Então, vamos procurá-lo.

— Você não compreende, Ethan. Admita. Quando eu toco esse medalhão eu posso sentir o objeto que pertenceu a Sarafine. Mas está muito longe das nossas coordenadas. Não podemos sair daqui simplesmente com as mãos no bolso, sorrindo e sair dizendo 'estamos procurando um objeto que pertenceu a Sarafine. Nos ajudem'.

— Puxa, você usando termos explicativos é muito fofo.

— Se concentra. — disse Lena, me dando um tapa na cara. — Vamos, mas eu tenho um jeito mais fácil de procurar esse tal objeto. Pegue no meu braço.

Fiquei mais satisfeito ao pegar no braço de Lena, do que no de Ridley. Automaticamente, aparecemos numa rua totalmente deserta, sem música, motor soltando fumaça, absolutamente NADA. Lena detectou alguma coisa. Correu até a porta de um restaurante abandonado, e na frente, tinha um pingente de correntes pretas e um rubi roxo.

— É isso! Isso é o objeto. O pingente de Sarafine. Vamos ver o que acontece se apertarmos juntos. Segure-o.

A caverna estava guardada por raízes gigantescas de árvores. Tara Boldman e outras mulheres estavam mexendo em caldeirões contendo um líquido azulado.

— Vão logo! Quero meu corpo! — disse a voz num caldeirão. Aparentava ser a voz de Sarafine.

— S-sim, já e-estamos i-indo, Srta. S-Sarafine... — disse uma mulher de cabelo magenta e pele negra, tremendo.

Logo depois, esta pegou um pote de seiva e derramou no caldeirão. Uma enorme fumaça saiu. Logo depois, uma mulher loira, de olhos verdes e totalmente nua saiu do caldeirão.

— Muito obrigada, Amma.

Amma curvou-se para a mulher, e seguiu caminho até uma porta com a placa: Serventes Principais.

— Agora, basta saber a localização de Lena Duchannes e de Ethan Wate! Mas isso não quer dizer que a recompensa não esteja de pé.

— Sarafine, Lena e Ethan escapam na hora certa. É como pegar fumaça com as mãos. — disse Tara, cruzando os braços — Vai por mim, é melhor você desis...

— TARA! EU NUNCA DESISTO, NÃO SOU DO SEU TIPO! FUGIU DE ETHAN WATE DEPOIS DE SABER QUE ELE ERA UM CONJURADOR! VOCÊ É A ÚNICA COVARDE AQUI! NUNCA NENHUM DE NÓS NOS DEIXAMOS NO LEVAR PELAS AMEAÇAS DE ETHAN WATE!

— FALOU QUEM FUGIU DA PRÓPRIA FILhA DEPOIS QUE ELA TE ESTRANGULOU E A AMEAÇOU!

Sarafine abriu a boca, mas fechou logo depois. Aquilo era uma pura verdade. Sarafine não podia negar.

Hem, hem — pigarreou Sarafine — Onde está sua mãe, Tara?

— Boa pergunta. Esteve tentando matar Lena, prendeu-a num bueiro. Só isso que sei.

— Ela está morta. — disse uma voz na entrada da caverna.

— Andressa? Como sabe? — perguntou Sarafine correndo até ela.

— Encontrei isso — disse Andressa, levantando os dedos com uma gosma verde — no pescoço dela. Ectoplasma. Beatrice Scotty a matou.

— MALDITA ESPECTRO! Ela tem muita sorte de eu não poder mais possuir corpos como antes.

— Calma, ainda temos jeito de pegar os três, Sarafine. Eu mandei meu primo Hans vigiá-los com calma, assim, ele nos manterá informados.

— ÓTIMO! Esconderei meus objetos por toda parte, assim, eles virão até nós! Será que a esta altura, eles já acharam meu pingente?

— Creio que sim, Sarafine. Eles verão nós aqui por visões e...

— O QUÊ?! VISÕES?! — Sarafine agarrou Andressa e a apertou contra a parede. — Eles descobrirão sobre nossos planos, Andressa! Você o encantou você resolve! Isso não é um medalhão, é um objeto! UM PINGENTE!

— Sarafine, a senhora mesmo que me mandou fazer isso! Ou precisa de um pingente para se lembrar?

— Não me retruque! Peste! — Sarafine largou-a. — Tara, mande Hans atrás de Lena e Ethan, agora mesmo. Mande-o matar os dois! E VOCÊS DOIS AÍ QUE ESTÃO NOS VENDO, PENSEM, ANTES DE NOS DESAFIAR!

Imediatamente, soltei o pingente. Lena continuava segurando assustada.

— Ela vai mandar Hans atrás de nós! Precisamos fugir!

— Vamos logo, Lena! Não vamos perder tempo! Esse cara pode ser maluco!

— É CLARO, ETHAN, ELE É UM CATACLISTA! NÃO SEJA BURRO! Ela tem um corpo próprio, pode nos matar a qualquer momento!

Um vulto apareceu atrás de nós; demos no pé. Aposto que era Hans.