Vinte Luas — Beautiful Fearless

2ª Temp. — O Cataclista do Bem


Começamos a correr sem parar, nem para sequer olhar pra trás. Lena me disse o que ele era, castaclisa, casaclista... Alguma coisa assim.

De repente, Lena virou à direita numa rua e eu a acompanhei - aos tropeços. Percebi que Hans tinha virado também. Então naquele instante, ele nos congelou. Só podíamos mexer os olhos e a boca.

— Ethan — sussurrou Lena para mim —, faz alguma coisa!

— O quê? — sussurrei de volta.

— Quebre o gelo com o seu poder!

— Calem suas malditas bocas de merda. Sarafine ficará feliz em vê-los.

Naquele momento, apertei minhas duas mãos com força e o gelo desapareceu. Minhas mãos estavam brilhando e latejando. Levantei o punho contra Hans, mas Lena me intercedeu.

— Ele é do bem, Ethan. Está sob o efeito de Tara.

— Como você sabe?

— Simples. Note os olhos dele.

Fitei os olhos de Hans por alguns segundos. Estava sem pupilas, inteiramente liso. Branco. Incolor. Dei um soco no gelo onde estava Lena. Ela foi até meu lado e disse palavras estranhas, parecia grego.

Θεραπεία της καρδιάς μου, να θεραπεύσει
Ότι τίποτα κακό θα επηρεάσει
Τα πάντα είναι πάντα να επιλυθεί
Πατώντας το φυσικό φως του φεγγαριού

Logo depois, os olhos de Hans reviraram loucamente. A pupila se posicionou no lugar certo.

— O que houve comigo?

— Tara. — respondeu Lena secamente.

— Tara?

— Tara Boldman.

— Ah, a minha prima Sirena. Ela me hipnotizou, então?

— Você sabe mesmo ser idiota.

Hans deu um sorriso constrangedor.

— Ela te hipnotizou mesmo pra você levar a gente para Sarafine.

— Ela me prometeu nunca usar os poderes nela em mim, não para algo irrelevante.

Hans calou-se por dois segundos.

— Onde está Ridley? — perguntei.

— Com Gavins.

— Gavins? — perguntou Lena. — Quem Diabos é Gavins?

— O namorado dela. — expliquei. — Sério, eu acho ele meio que doidão.

— Eu levo vocês até ele, se quiserem.

— Como podemos saber se não é um truque? Você é um Cataclista. Servente de Sarafine.

— Podem confiar em mim.

Corremos para o lado de Hans e logo depois, nos vimos em um lugar estranho. Um castelo gigante, onde podíamos visualizar Ridley e Gavins se beijando loucamente.

— Olá, Lena. Olá, Ethan!

— Oi, Ridley... Esse é o Gavins?

— Sim, ele é um gato, não é?

— Sou mesmo, Ridley. E aquele é Ethan, né?

Gavins veio até mim. Tocou suas mãos no meu rosto, suas mãos gigantes e musculosas. Afagou meu cabelo. Logo depois, fechou seus olhos, endireitou-se até meus lábios e...

— GAVINS!

— O quê?!

— Você estava tentando beijar o Ethan. Safado do caralho!

— Estava mesmo... Olha, cara... — Lena lançou a mim um olhar perfurante —, eu já namoro Lena. E não querendo ofender, não sou homossexual. Guarde isso pra você.

Gavins apertou os punhos e foi até Ridley.

— E aí, qual é a novidade?

— Precisamos achar os objetos de Sarafine.

— Objetos de Sarafine? Essa é nova, hein? Será que é como se fossem horcruxes daquele livro lá, Harry Potter?

— Não é para destrui-los. Eles criam visões. — explicou Lena. — E além do mais, por que Sarafine dividiria sua alma em trocentas partes?

— Não duvide, sua mãe é maluca. Olha, eu e Gavins podemos poupar o trabalho de vocês. Nós vamos procurar, não é, Gavins?

— Olha, eu não... — vi Ridley pisando o pé de Gavins com força — Sim! Vamos! Partiu! Tô super-animado!

— Que bom saber. Vemos vocês depois.

Ridley e Gavins desapareceram no portal.

— Fiquem por aqui. — pediu Hans. — É seguro. Sarafine está contratando espiões por toda Gatlin.

Ficar por lá seria um longe desafio. Disso eu não duvidava.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.