Elisa chegou no quarto de Abby e viu a irmã dormindo com a mão na barriga. Ela já estava no sexto mês de gravidez e já estava aparecendo.

— Você sabe... – Elisa entrou com alguns docinhos e com sua filha no belo bebê conforto que a irmã havia dado. – Eu acho que você está chateada em estar aqui.

— Você não imagina. – Abby segurou a sobrinha de quase um ano. – Ela está grande.

— Assim como eu. – Ela mudou a blusa e Abby passou a mão pela barriga da irmã. – Eu acho que vem aí, um mini Callen.

— Esse mundo mal suporta um, fazendo o que ele fez na semana passada. – Abby viu a irmã estremecer. – Como está?

— Ainda querendo matar ele. – Elisa abriu o saco de doces e o entregou. – Mas menos do que na semana passada.

— Se Tim tentasse aprontar uma daquelas eu o teria matado. – Abby falou e Elisa apenas concordou.

E não era para menos. Callen quase morreu tentando parar um trem em rota de colisão. Ele havia conseguido deixar todos os passageiros na estrada, os fazendo pular e então apenas seguiu com o trem em rota de colisão para outro trem, carregado de combustível.

Elisa ouviu a explosão e Callen não estava respondendo ao telefone. Ela começou a gritar no meio da promotoria. Suas colegas haviam ajudado Elisa a se controlar e quando Callen finalmente deu notícias, ela quase o estapeou todo.

— Como diabos você ousa fazer isso comigo, Grisha Aleksandrovich Nikolaev Callen? – E Elisa usando o nome dele todo o deixou em alerta. – Eu poderia ter perdido o bebê e você.

— Ei, está tudo bem. – Callen olhou para Gibbs e suspirou. – Sinto muito. Eu só queria deixar todos a salvo.

— E quase morreu. – Elisa pegou a bolsa e saiu. – Estarei em casa, com a sua filha.

E depois daquele dia, Elisa sempre o fez prometer nunca mais fazer algo daquele tipo.

— É, eu o mataria também. – Elisa colocou mais chocolates na boca. – Ainda mais porque somos irmãs grávidas.

— Exatamente. – Abby sorriu.

Pride entrou em um lugar chique que nada mais era do que uma cafeteria ao ar livre. Grace pediu para que ele se encontrasse com ela em um território neutro. Ela o viu vir com seus óculos de sol e distintivo.

Sua camisa cinza revelava os gominhos que ela adorava tocar, mas sentia que estava cavando o próprio tumulo ao contar.

— Obrigada por me encontrar, querido. – Grace o fez se sentar. – Eu realmente preciso te contar algo.

— Tem a ver com a cor da parede? – Pride viu a garçonete colocar um pouco de café na xicara. – Porque eu acho que rosa combina.

— Não é sobre a cor da parede. – Grace o viu prestar mais atenção. – É sobre Abby. Eu menti para você por um longo tempo agora. Não quero mais fazer isso.

— Agora estou ouvindo. – Pride deixou o café de lado.

— Lembra quando nos conhecemos? – Grace o viu sorrir. – E lembra que eu sumi depois da nossa segunda noite de prazer? Bem, eu ganhei uma bolsa de universidade de Oxford. No terceiro semestre, eu abandonei a faculdade e voltei para New Orleans. E eu estava grávida.

— Então Abby é sua filha e também minha? – Pride se afastou de Grace. – Por que? Eu não entendo como é possível.

— Quando eu fiquei grávida, tentei prosseguir sem contar a você. Você só se preocupava com carnaval, Mardi Grass e bebidas com guarda chuvas. – Grace se defendeu. – Como eu chegaria em você e diria “ oh, olha é sua filha, quer assumir”? Decidi falar com Betty e ela fingiu que a filha era dela e decidi voltar para a sua vida. Mas tudo aconteceu e nos separamos.

Pride se levantou e deixou o restaurante depois de deixar 100 dólares sobre a mesa. Grace o seguiu, sabendo que ele estava bravo.

— Por que está vindo atrás de mim, Grace? – Pride a olhou, a cara e o coração feridos. – Acho que quer a última pá de cal.

— Pelo amor de Deus, deixe de ser criança! – Grace gritou. – Ela só mudou para irmã completa, eu te contei a verdade. Agora se quer aceitar tudo bem, se não quer, se foda. Eu não vou ficar como um bebê atrás de você.

Ela foi atravessar a rua e não viu um ônibus se aproximar. Pride se virou e correndo para a esposa, se lançou sobre ela, rolando no asfalto, salvando os dois.

— Você deveria tomar cuidado. – Pride a ajudou a se levantar.

— Pensei que não se importasse comigo. – Grace limpou o pó.

— Eu nunca deixaria a mãe das minhas duas filhas morrer. – Pride a olhou nos olhos e a beijou. – Grace, eu estava irritado, mas agora que eu quase te perdi, eu não posso me dar o luxo de ser um babaca.

— Você não é um babaca. – Grace retirou os óculos. – Meu King.

— Minha borboleta. – Os dois se entregaram a um beijo.

Elisa olhou para Abby, dormindo tranquilamente. Havia sido uma jornada difícil para ela e Tim, mas ela estava chegando ao fim.

Amanda entrou no quarto e sorriu ao ver a prima dormindo com sua mãe e sua tia.

— Eu acho que vou voltar outra hora. – Amanda se sentiu uma intrusa.

— Amanda, vem aqui. – Elisa bateu no sofá e a menina se sentou. – O que veio fazer aqui?

— Amanda, quantas vezes eu tenho que dizer, não corra? – Callen estava arfando e Amanda deu risada. – Sua sobrinha me deu um trabalho.

— Na verdade, é você que está velho. – Amanda começou a escrever em seu bloco de anotações e Elisa riu.

— Acho que vou esperar as visitas irem antes de pensar em dormir. – Abby gemeu como se tivesse alguma dor.

— Abby? – Elisa viu que Abby estava com um sangramento e correu em busca de uma enfermeira. – Ela tem sangue.

— Isso não é bom. – A enfermeira examinou os batimentos do bebê. – Acho melhor avisar ao pai do bebê. Vamos precisar de uma cesárea de emergência.

Abby começou a chorar, desejando nunca ter sido sequestrada. Mas havia algo de errado. Ela estava bem antes de tomar aquele suco que o cientista forense temporário lhe dera.

— O que está havendo? – Callen pegou a filha. – Ela vai ficar bem?

— Senhora McGee, você tomou algo diferente? – A enfermeira precisava perguntar.

— Só um suco. – Abby tinha lágrimas nos olhos. – O que há de errado?

— Acho que alguém lhe deu um inibidor de parto. – A enfermeira viu Abby ficar pálida. – Apressem ela rápido.

— O bebê vai ficar bem? – Elisa se preocupou com a irmã.

— É cedo para dizer. – O médico correu com Abby para o centro de cirurgia. – Senhor McGee, com a gente.

Tim estava atordoado e sabia que quem tivesse feito aquilo com sua esposa e seu bebê pagaria. E ele não estava preocupado com distintivo, assuntos internos, nem droga nenhuma.