Era uma menina como outra qualquer. Seu nome? Alessandra Tornisiello, mais conhecida como Alessa. Ela tinha sonhos, tinha esperanças, e, como toda garota, era apaixonada. E adivinha? Por um homem que não retribuía esse sentimento. Essa história já é conhecida por muitas garotas, aposto. Sempre o mesmo enredo. O que diferencia todas essas histórias são as escolhas das garotas: contar ou não contar ao tão desejado garoto. Algumas têm sorte e conseguem um final feliz, outras, não. Mas vamos deixar isso de lado e voltar a falar de Alessa.

Bom, como eu ia dizendo, Alessa era apaixonada e não era correspondida. E para complicar ainda mais isso, esse garoto era um dos mais cobiçados da Itália. Pois é. Alessa morava na Itália, mais precisamente na cidade de Verona. Ah Verona! Uma cidade tão linda, a cidade de Romeu e Julieta. Alessa sonhava com um romance assim, como o de Romeu e Julieta e como todos os outros que ganhavam vida nas páginas de tantos livros que ela já lera. Um romance verdadeiro, um amor para toda a eternidade. Não precisava ser com um príncipe encantado montado em um cavalo branco. Só precisava ser Diego, sempre carregando seu violão, e com o cabelo bagunçado de sempre.

Para Alessa a única coisa que bastava era Diego. Nossa como ela o amava! Não, Diego não fazia suas pernas ficarem bambas nem fazia a palma da sua mão suar. Diego não fazia gaguejar. Pelo contrário. Diego a deixava a vontade e trazia a ela uma paz enorme. Diego fazia Alessa somente ter vontade de ficar ao lado dele, escutando sua voz e vendo aquele sorriso perfeito. Tendo a certeza de que ele está bem, porque, quando Diego está bem, pode ter certeza de que Alessa também estará. Ela só queria ficar cuidando dele, nada mais.

Alessa se lembrava muito bem do dia em que seus olhos verde esmeralda tinham encontrado aqueles olhos castanhos tão misteriosos. Não foi amor a primeira vista, não mesmo. Amor é um sentimento muito forte para acontecer com apenas uma troca de olhares. Amor tem que ser conquistado, tem que ser construído. Mas ela sentiu uma sensação diferente quando seus olhos se encontraram. Ela não soube explicar, até hoje ela não sabe explicar. Mas foi uma sensação boa, talvez um bom pressentimento, e foi essa sensação que fez Alessandra falar seu primeiro “oi” para o garoto. Pois é, garoto. Eles tinham apenas 7 anos e se encontravam numa fila para comprar um picolé. Diego tinha deixado a garota entrar em sua frente.

Flashback:

–Oi! – os olhos da menina brilhavam, estavam mais verdes que nunca.

–Oi! – falou o garoto. O verde dos olhos da garota o hipnotizou

–Meu nome é Alessandra, mas pode me chamar de Alessa. Como você se chama?

Meu Deus porque eu estou falando tanto? Eu nunca comecei uma conversa com ninguém, mas eu simplesmente não consigo controlar, as palavras vão saindo e quando eu vejo já completei uma frase!

–Meu nome é Diego, mas pode me chamar de... Bem eu não sei, eu não tenho um apelido.

Por que essa menina sorri tanto? Qual é o motivo? E por que ela começou a falar comigo? Bom, eu vou ser simpático com ela também.

–Eu gosto de Diego, é um nome bonito. Nossa muito obrigada por ter-me deixado entrar aqui. A fila estava muito grande e eu prometi a minha mãe que eu não ia demorar.

–Tudo bem - falou Diego com um sorrio sincero.

Chegou a vez de Alessa na fila e ela fez seu pedido. Recebeu seu picolé, saiu da fila e resolveu esperar por Diego. Mas Diego apareceu de mãos vazias.

–O que aconteceu? – Alessa perguntou.

–Você pegou o último picolé do sabor que eu queria.

–Ah nossa desculpa! – ela estava se sentindo realmente culpada. – Quer dividir o meu picolé comigo?

–Não precisa.

–Sério, divide comigo.

–Tá, mas e a sua mãe? Você vai acabar demorando.

–Bom, eu acho que não faz mal nenhum eu demorar só um pouquinho.

Sentaram em um banquinho ali perto e ficaram conversando muito, sobre tudo. Diego acompanhou Alessa até a sua casa. Porque no bairro em que moravam era normal você ver crianças passeando normalmente pelas ruas. Era como se fosse uma vila, uma cidadezinha dentro de uma cidade. Um grande pátio no meio de tudo e ao redor os predios. Era um local bem tranquilo.

Marcaram de se encontrar novamente, na pracinha. Alessa ficou muito animada, sem saber muito por que. Mal sabia ela que a partir daquele primeiro “oi” que ela deu, iria nascer uma amizade tão forte.

Fim do Flashback.