Integra Hellsing estava no pior do seu humor.

O dedo roçando no gatilho da arma logo cedo, pronta para descontar no primeiro que se atrevesse a lhe desejar ‘bom dia’ – Walter percebeu sua aura de irritação, como se uma nuvem negra pairasse sobre a cabeça da Hellsing, assim que entrou no quarto para lhe acordar e entregar o desjejum, sensatamente cumpriu seu dever e saiu tão silencioso como entrara.

Tudo porque passara a noite em claro após Alucard lhe dizer com todas as letras que a amava e que no fundo ela sabia que esse sentimento era recíproco.

Gargalhara em alto e bom tom quando ele lhe dissera isso.

Não!

Aquele vampiro tinha ultrapassado seu limite de insanidade.

Ela, a Líder da Ordem Real dos Cavaleiros Protestantes, Integra Fairbrook Wingates Hellsing, a Virgem de Ferro, apaixonada pelo Rei da Não-Vida?

Não!

Alucard a tirava do sério de uma maneira que ninguém conseguia?

Sim, era com certeza o passatempo favorito dele na imortalidade.

Se ele era alguém importante em sua vida?

Sim, afinal fora ele quem salvara sua vida quando estava prestes a morrer nas mãos de seu tio ganancioso.

Agora, passar a nutrir um sentimento amoroso por Alucard?

Não!

Não! Não! E não!

Isso não era algo que um dia aconteceria com ela.

De jeito maneira, com ela não.

Nunca!

Dizem que depois que uma ideia se forma é impossível matá-la, e era verdade, pois a única razão que a fizera ficar acordada durante toda a noite – e que agora lhe rendia uma tremenda dor de cabeça – eram os argumentos que esfregaria na cara de Alucard quando ele viesse com essa história para cima dela de novo e a faziam ter certeza de que definitivamente, em hipótese alguma, nem nas profundezas do magma terrestre, não existia a possibilidade nem estava sequer remotamente apaixonada por Alucard.

Não mesmo! – negou mentalmente uma última vez antes de jogar uma toalha nos ombros e se encaminhar para o banheiro.