MARI.

Corey veio nos acordar. Acordei com sono. Olhei no relógio .. eram sete da manhã. Acho que dormi umas duas horas só, iria subir, tomar banho e voltar a dormir por um bom tempo. Achei estranho o Corey estar animado e não ter ligado que dormimos ali, ou até mesmo por termos bebido. Bom, não dá pra reclamar, melhor ele assim, do que brigando e se estressando com a gente.

Eu e a Kah fomos procurar a cozinha do hotel.

– Eu já vi ela por algum lugar .. por .. AQUI. -Disse apontando pra porta da cozinha.

– Amém .. - Kah disse e depois bocejou.

– Vou bater na porta.

– Não, tá maluca?

– E você vai fazer o que?

– Vou esperar alguém sair, ué.

– Ah, claro. Ótima ideia. - Eu respondi indo até a porta.

Logo depois de bater a porta uma tia simpática abriu.

– O que as mocinhas querem num lugar como este?

– Desculpa incomodar, mas gostariamos de saber se a senhora não poderia fazer café? - Kah disse.

– Vamos ver .. acho que sim. Poderiam esperar? - Ela perguntou.

Notei no crachá estava escrito Odete.

– Hei, moças. Vai demorar um pouquinho.

– Não faz mal. - Respondi

Ficamos conversando com a Odete

– Tia legal .. lembrei da minha avó agora .. - Comecei a sorrir. - Achei estranho ela, ou a minha mãe não ligarem ..

– Pois é, os meus pais também não me ligaram ainda. Esqueceram de nós .. eu vou chorar.

– Ai ai .. espero que ela ligue, to com saudade .. bom, se ela não ligar .. eu ligo né.

– Vai ter de emprestar o celular de alguém. Pobre é foda. - Ela disse rindo.

– Ah, cala sua boca .. sua tonga. - respondi rindo - Agora vamos, senão o povo vai dormir de novo.

Chegamos lá, todos quase voltando a dormir, o Brian, por exemplo, estava no 15º, sono de novo. Ana era a única que estava mais hiperativa, é o jeitão dela. Distribuimos o café, e a Ana, que antes de sairmos dali havia zoado com a cara da Kah, disse:

– Viu, sempre acreditei que você acharia a cozinha.

– Mas fui eu. - Respondi e Kah me olhou com uma cara de "não precisava ter falado"

– Viu, eu estava certa, você é uma tonga e não achou a cozinha. Tonga.

– Sou mesmo, e dai .. - Viu, ela é uma tonga.

– Olha o barraco. Paro, Paro né. - Corey falou.

– Ai, não se preocupa, elas são idiotas mesmo. - Giza disse.

– Obrigada. - Dani disse enquanto pegava o café.

– Imagina. - Respondi.

– Ai que dor nas costas. - Dani falou.

– Não fala em dor. Por favor. - Jimmy brotou falando.

– Hei, você dormiu nas minhas costas, seu folgado. Quem tá com dor aqui sou eu.

– E eu. - Disse levantando a mão.

– Nós estamos. - Giza respondeu.

– Eu não, eu estou ótimo. - Brian disse levantando do sofá se espreguiçando.

– Até que enfim, Bela Adormecida. - Jimmy falou.

Todos começamos a rir. Ana automáticamente olhou pra trás e viu o estado do Brian.

– Ué, Que foi? - Ele perguntou não entendo nada.

Ele estava com metade do cabelo reto e a outra toda espetada.

– HAHA, você tá destruído. - Ana disse.

– Ah, sacanagem, ninguém me avisa que eu to assim. Preciso de um espelho ..
– Hum, que bicha linda. Vai cuidar de suas madeixas. - Rindo, Jimmy tirou com a cara do Brian.

Ele fez umas caretas indescritiveis.
– E uma coisa .. você dormiu bem porque se espojou no sofá. Eu dormi no chão .. porque ALGUÉM me JOGOU .. sabe .. - Kah disse olhando pra ele.

– Sou espaçoso, o que posso fazer.

– Hei .. cadê meu boné .. e minha bandana. - Brian perguntou tentando ficar acordado.
– Gente vou pra lá, volto daqui a pouco. To esperando o cara da peça me ligar. - Corey falou.

– Tchau Corey. - Eu e as garotas respondemos.

– Tchau tio. - Eles falaram, menos o Johnny, que ainda não havia acordado.

– O esposo e a marida ai, vão fazer barraco também? - Giza estava indignada com os barracos.

– Hmm .. foram até dormir juntos .. que amor. - Eu disse levantando as sombrancelhas.

– Por um tempo, até a moça derrubar a macha da Kah. Kah, cê deixou essa moça te derrubar do sofá? Você é tonga mesmo. - Ana disse rindo.

Ela ficou com vergonha e só deu pra falar:

– Calem a boca, suas idiotas.

– Pensa que eu me esqueci de você né Mari .. hmmmmmm .. arrumou um peguéti. Eila Mari .. ééé .. - Ana disse olhando pra mim com uma cara de maliciadora.

– Peguéti? - Comecei a rir.

– Isso aí, peguéti.

– Vai nessa.

– MEU DEUS, ela quer ele nu na cama dela. - Ana disse, fazendo todos rirem.

– MOTHER OF GOD MARI. - Kah disse.

Todos riem, tive de rir também.

– Ela me ama, . - Ele brota do nada ali. - E ae pequena.

– Fale como homem, por favor. - Eu disse rindo.

– Nossa .. maguo aqui ó - Ele fez um coração com a mão, fico deformado, mas ele fez. Também fez uma cara irônica.

– No que, no seu pêssego? - Eu disse rindo.

– Olha o bullying com meu coração.

– Isso ai, um coração? - Ana disse com uma cara e apontando.

– Matt você parece um gay. - Jimmy disse.

– E ai .. o que eu perdi. - Zacky disse.

– Nada de importante, na boa. - Kah respondeu.

– Você não gosta de ser chamada de pequena? - Matt me perguntou.

– Não, acho meio que .. tosco. E gay. - Expliquei.

– Na boa, eu também acho. - Matt respondeu.

– Porque me chamou então? - Perguntei com cara de desconfiada.

– Sei lá, por impulso. - Impulso .. huum. Tá então.

– Impulso? Hum, interessante.

– O que foi?

– Nada, nada, absolutamente nada. Então, como eu não falei .. bom dia, pra todo mundo.

– Bom dia Mari. - Eles me responderam

– Bom dia raio de luz, estrela, Sol, aah .. só Deus sabe de que raio que é. - Ana disse.

– Ai Ana, desnecessário, mas tudo bem. - Kah respondeu.

– HEI, eu continuo sem entender nada. - Zacky perguntou.

– Ai, você também é tongo, ai meu Deus, estou cercada de tongos. - Ana disse.

– Claro, Tonga rainha. - Kah falou.

– Pelo menos sou a rainha. - NOSSA, eu não deixava Kah.

– Meu Deus, Tatis Quebram Barraco. - Giza indignada respondeu.

Todos rimos. Eu me despedi. Dei um abraço em todos, o mais longo foi no Matt.

– Vai me soltar?

– Ah, por quê?

– Seu chato grudento, eu tenho que tomar banho, e ligar pra minha mãe. - Justifiquei.

– Ah, #boladão, tchau então, grandona. - Ganhei um apelido, ótimo.

– Isso ai. E eu gosto dos grudentos e dos chatos. Não notou isso? - Falei e depois o beijei.

– AI, ELA GOSTA DE MIM - Ana escandalosa.

– Não, eu te aguento, aguentar, é diferente de gostar.

– HashtagBoladona agora.

– Tchau Ana.

– Não dirija a palavra a mim novamente, sua prosti arrasadora de sentimentos e pêssegos.

– Tenha um bom dia você também, tá.

– Parece que tem um recalque falando, mas meus ouvidos fabulosos não conseguem ouvir.

Eu ri e fui em direção ao elevador. Vou tentar ligar pra minha mãe. Mas primeiro .. le banho e le dormidinha básica de 12645234532452 horas. E o Zacky ainda não entendeu nada.

Eu estava cantando no elevador, não parava de sorrir. Coitado do cara da segurança .. teve que ver eu, naquele estado ali.

KAH.

É tão legal quando suas amigas ficam tirando com a sua cara na frente de quem você gosta, né? É claro que você sabe de quem eu gosto, até ele sabe, ou estava bebado demais mesmo, a ponto de falar umas verdades e nem perceber.

Era "esposo e marida" ou "Kah macha e o Brian uma moça". Ta bom que ele tava bem gay com aquele cabelo, mas desnecessário tudo isso só porque eu deitei do lado dele e dormi. E não tinha outro lugar pra eu deitar (a meu Deus, é claro que tinha).

– A Ana você devia cuidar da sua vida, e do seu marido. - Falei. - Não vamos esquecer que você também tem um.

– Perai! - Ela respondeu. - Também? Ah Kah safadinha, acabou de admitir que é marida do Brian, eu sabia.

– Não foi isso que eu quis dizer... - Tentei concertar. - O merda mesmo, eu vou calar a boca.

– Brian, venha ajudar sua marida calar a boca. - Giza se intrometeu, rindo.

– Vai tomar naquele lugar, sua vaca. - Falei.

Sentei na cadeira e comecei a tomar meu café, a Mari deu carinhosamente um abraço e um beijo no Matt e subiu pra ligar pra mãe dela, dormir ou tomar banho, sei lá (acho que todas as opções estão corretas). Eu estava cansada demais, minhas costas estavam doendo e minha cabeça também, só de pensar que ia ter que viajar ainda, minha canseira só aumentava.

– Acho que vou subir tomar um banho e dormir melhor também. - Falei. - Na minha cama, sem ninguém pra me tirar de lá, sabe.

– Ah, eu não te derrubei por querer. - Brian se explicou. - Eu sou espaçoso e me mexo muito quando estou dormindo. Desculpa vai.

– Vou pensar no seu caso, agora licença.

– Eu vou junto com você.

– Huuuum, que lindos. Ta vendo, são marido e marida. - Ana falou.

– Ana cala essa boca, menina chata. - Respondi. - E Brian você vai ficar aqui. Eu preciso dormir, descansar. Por favorzinho.

– Tudo bem Kah, pedindo assim, eu te dou uma folga de mim. - Ele falou. - Mas só uns minutos, até porque você vai embora hoje.

– Awn, obrigada seu lindo. - Respondi.

Ele colocou suas duas mãos nos meus ombros, se aproximou devagar e me deu um beijo na testa. Ta, o Brian sabia ser fofo e como me deixar sem reação, e eu sabia como parecer envergonhada. (na verdade eu realmente estava morrendo de vergonha).

– Descansa você também, viu. - Falei pra ele, enquanto sorria feito uma boca aberta.

– Pode deixar, eu vou pra casa. - Ele falou. - Depois te ligo.

Fui com ele até a porta do hotel, o abracei forte e lhe dei um beijo na bochecha. Eu sabia ser fofa e meiga também, ai como eu me acho, vou parar. Logo depois subi e fui pro quarto, tomei um bom e demorado banho, como pode um simples banho ser tão bom? Parece que diminui o cansaço, é perfeito. Cai na cama, aaaaaah como era bom deitar na cama, toda confortável, quentinha, sem ninguém pra te derrubar dela.

O problema é que não dormi, perdi o sono completamente. Então fiquei pensando em quanta coisa boa HB nos trouxe, o quanto essa viajem nos fez bem, estavamos realmente precisando disso.

Conhecemos pessoas maravilhosas, inesquecíveis! Descobrimos que a Mari não é tão coração de pedra como a Ana falava, e que a Ana não pode beber demais se não ela faz loucuras como beijar alguém que nem conhece, ou melhor, não conhecia. Alias acho que ninguém de nós quatro pode beber demais. Que talvez a gente tenha mesmo chances de sermos famosas daqui pra frente, depois de dois shows lotados, que maravilha. Eu descobri que existem pessoas parecidas comigo, e que qualquer um pode se apaixonar por alguém em dois dias. Estranho? Ridículo? Talvez, mas se não fosse amor o que eu sentia pelo Brian, eu não sei o que era.

Eu sei que temos que ir embora hoje, não posso impedir isso e acho que já concertaram o ônibus. Não sei o que vai acontecer daqui pra frente, se vou ver o Brian novamente, o Jimmy, o Porpeta, o Jojo, o Matt .. até a Dani. São todos muito especiais pra mim, por mim ficaria aqui, mas eu tenho minha família, estou morrendo de saudades da minha mãe, meu pai, minha irmã. Hoje é meu ultimo dia aqui em HB, meu último dia com o Brian e em vez de estar com ele, eu estou deitada em uma cama. Karina você tem merda na cabeça? Não, só pode. Mesmo assim acho melhor descansar, mas bem pouquinho e daqui a pouco ligar pra ele.

Finalmente eu consegui dormir, mas logo acordei com a Pinkly lambendo minha cara e o celular estava tocando. Era o Brian.

– Alô. - Falei. - Eu to melhor e você? Claro, agora? Onde? To indo pra ai. Beijos.

MARI.

Dormir .. aquele momento em que você deita na sua cama, dorme por um divoso e maravilhoso tempo, e só acorda com o celular de certas disgrama tocando, e a disgrama gritando. Bom, eu tinha que acordar em algum momento, eu não sei daonde eu iria ligar pra minha mãe. Não tinha celular .. eu não achava utilidade nele, eu praticamente só usava pra ouvir música .. bom, ao invés de eu comprar um celular novo eu comprei uma guitarra.

Agora eu vejo a necessidade de um celular. Decidi então, sair comprar um celular se eu achasse alguma loja. Ai que daora, é ótimo você não conhecer a cidade. Le ideia veio na minha cabeça: vou ligar pro Matt, ele vai junto comigo, já aproveito e dou uns pega nele, como eu já disse .. sou legal, sou tarada. Usei o celular da Kah para ligar pra ele.

– Maaaaaaatt, seu gay!

– Kah? - Ele disse com uma voz de "hã?".

– Não, sou eu, a Mari.

– Ah, oi Grandona! Por que tá ligando do celular dela? - "hã?"

– Sou pobre, não tenho celular. Preciso que me leve até uma loja, pra eu comprar um. - Pobre é foda.

– Ih, pobra, não vou levar ninguém. - #boladona

– Ah, é assim. Tá então. Vou ali, chorar porque sou pobra, tchau.

– Eu vou então, porque eu tenho um ótimo coração. E pra te ver também. - Haha eu também quero ir mais pra ver ele.

– Viu, me ama.

– Haha .. vai nessa.

– AAAH, bom saber disso.

– Vai nessa porque é verdade. Me entreguei agora também, putz. - Eu já sabia.

– Viu, eu sempre tenho razão. - Não me acho, eu sou (idiota).

– AI QUANTA MELAÇÃO. RÁPIDO AI. NO QUE EU ACABAR DE ME ARRUMAR AQUI, EU VOU SAIR. - Kah gritou do banheiro.

– Tá tá tá, sua chata. - Respondi a Kah

– Viu, vo ter que desligar. - Antes que ela me tome o celular.

– Ok. Já chego ai.

– Beijo.

– Beijo.

Fui até o banheiro e disse:

– TÓ, sua chata. Já vou parar de te encher o saco, vou comprar um celular agora. - Entreguei o celular pra ela.

– Com que dinheiro?

– Com o meu dinheiro, eu tenho minhas granas tá?

– Aah, pobre rica agora é? Ando trabalhando .. hmmmmm .. esqueci que você trabalha na naiti.

– Então, sua troxa, você não tinha que sair, hein?

– Ah é mesmo, vou saindo. Tchau tchau.

– Zika, vai lá. - Eu disse e ela riu.

– Isso ai, zika, vou lá. Beixos.

– Ai .. beixos.

Logo depois que a Kah saiu, eu fui me arrumar. Cerca de 5 minutos depois de ter me arrumado, Matt chegou. O cumprimentei com um "oi", um beijo e um leve abraço. Já saímos do hotel também, fomos direto na loja.

Demorei uns 20 minutos decidindo qual celular eu ia escolher, ah.. sabe como é. O que importa é que eu comprei. E o primeiro número que eu peguei foi o do Matt. Ai, agora eu posso dar meu número de celular pra quem eu quiser e não dizer que eu sou pobre e não tenho, que emoção.

Ao voltarmos, ele pegou na minha mão, bem na hora de atravessar a rua.

– Vamos, me dê a mão. Isso, agora vou te ajudar a atravessar. Sei que precisa de ajuda.

– Seu idiota, pensa que tem a autoridade de me fazer passar vergonha na rua? - Falei dando uns tapas na cabeça dele, enquanto ele ria e tentava desviar.

– Mandei soltar?

– Aah, que bunitinho. - Falei segurando a mão dele e balançando o braço para frente e para trás.

Começamos a rir. E ele mudou de assunto de repente ..

– Sabe você vai embora hoje .. - Ele disse desanimando ..

– É .. eu sei. - Balancei a cabeça.

– Então .. como vai ser?

– Não .. não sei. - Respondi com uma voz meio desanimada.

– Vamos se ver novamente?