Unholy Confessions

Is time to say goodbye ..


KAH.

O Brian me ligou, e estava lá em baixo me esperando. Eu desci e o encontrei, mais uma vez dei-lhe um abraço bem forte e longo, e claro, um beijo na bochecha.

– Então, onde você quer ir? - Ele perguntou.

– Não sei, é você que conhece o lugar. - Respondi.

– Hum, vamos pra praia então, o que acha?

– Não tá calor pra ir a praia Brian.

– Só vamos lá, eu gosto da praia. - Ele sorriu.

– Hum, tá bom então.

Estavamos andando de mãos dadas, e as vezes ele me dava uns empurrões, e eu empurrava ele também, estavamos rindo feito dois boca abertas. Ficamos ali andando pela calçada, que estava cheia de areia e a tarde já estava indo embora. Só de pensar que podia ser a última vez que eu estava com ele, e estava sentindo ele, rindo, eu só queria que aquele momento durasse pra sempre.

Então ele parou de andar e ficou olhando pro mar enquanto me puxava pra perto dele e me abraçava, eu o abracei claro, estavamos parados no meio da calçada, atrapalhando a passagem de algumas pessoas, mas que saber? Eu não ligo. Eu escondi meu rosto em seus ombros, e eu sou muito chorona sabe, eu choro em filmes, choro lendo livros, choro com músicas, ou quando vejo documentários sobre animais, eu choro com qualquer coisa que mexa de verdade com meus sentimentos.

Naquele momento, em que eu estava abraçada com o Brian, eu me segurei pra não chorar. Não queria parecer fraca, chorona, idiota ou algo do tipo. Pense, eu estaria chorando porque ia deixar um cara que eu conheci somente a dois dias, talvez eu nem conhecesse ele de verdade.

– Você tem que ir hoje? - Ele perguntou quebrando o silencio.

– Ah, acho que sim. - Respondi desanimada, sem tirar meu rosto do seu ombro.

– Ei, mas a gente vai se falar ainda, não é? - Ele sorriu. - Pelo celular, e eu vou te ver sempre que der, ou você vem pra cá.

– Claro, mas você não vai estar lá todo o tempo. Não vai estar lá pra ficar bebado comigo ou pagar micos, não vai estar lá pra me derrubar do sofá, ou qualquer outra coisa do tipo. - Falei sorrindo.

– Olha só, que linda, se importando com o viado do Brian.

– Claro, eu me importo demais com o que me pertence.

– Quem disse que pertenço a você?

– Eu disse, e minha palavra que vale.- Concordo plenamente.

A gente sorriu, ele colou meu cabelo atrás da orelha, e finalmente a gente se beijou, ai que mágico. Ah vai, o beijo foi bom até porque eu amo o Brian, depois a gente sorriu e ficou rindo.

– Vou confessar uma coisa. - Falei. - Eu sempre tive uma quedinha por você.

– Quedinha? Acho que era um abismo. - Ele falou rindo. - Sempre? E só me falou agora que tá indo embora? Ah Kah sua paiona.

– Para de se achar sr. Gates, era uma quedinha sim. Talveeez agora esteja passando pro nível "abismo", mas não garanto nada.

Nós rimos, e ele me beijou novamente.

– Se você for embora hoje, posso ir na mala? - Ele riu.

– Deve, eu ia fazer essa proposta.

– Ok então, tá combinado.

– Por falar em mala, tenho que voltar pro hotel ver se o ônibus tá arrumado e ai arrumo a minha. - Falei desanimada.

– Eu vou com você.

– Então vamos meu viado.

Dei mais um beijo nele (tirando os atrasos, prfv) e voltamos para o hotel, estavamos abraçados e a Ana já começou a encher. Eu ficava rindo pra disfarçar, meu Deus que tristeza, eu queria mesmo era chorar, e fazer exatamente o que o Brian sugeriu: Me esconder aqui.

Você deve tá pensando "Meu Deus, drama mode: on", mas só é a verdade, não consigo e nem quero ficar longe do Brian. Enfim, encontrei o Corey e ele falou que ia dar um recado.

– Boas nóticias gente! O ônibus tá novinho, vamos embora. - Ele falou animado. - Que foi? Vocês não querem ir embora?

– Corey a gente tem nossa família lá e tals, mas a gente também tem pessoas especiais aqui em HB. - Giza falou olhando pro Johnny.

– Aham, já entendi a situação. Mas infelizmente temos que gravar um CD, e marcar os shows, não vão desistir agora né? - Ele perguntou.

– Não, é claro que não. - Ana falou desanimada. - Vou arrumar minha mala, beber e entrar em depressão profunda.

A Ana era a única que conseguia animar um pouco aquele momento "trágico" onde todos estavam tristes, eu acho. Bom o jeito era aceitar o fato de que iriamos voltar pra San Francisco, e sabe se lá quando vamos ver os meninos novamente.

– Então vou fazer minha mala. - Giza falou.

– Vou ajudar você. - Johnny sugeriu.

– Obrigada. - Ela respondeu.

Ficou só eu e o Brian na sala do hotel, ai ai o clima ali estava tenso demais, triste demais. A gente ficou se olhando por um tempo, e eu estava quase chorando.

– É, acho melhor ir arrumar minha mala também. - Falei.

– Vou ajudar você. - Brian falou enquanto levantava do sofá.

Fomos até o meu quarto e comecei a fazer as malas. Eu estranhei que as coisas da Mari estavam todas arrumadas já .. muito estranho isso.

Brian me alcançava algumas coisas, olhava outras, ficava briancando com a Pinkly e me beijava. Terminamos de arrumar minha mala, ele pegou minha guitarra e descemos pra sala do hotel novamente. Estavam todos lá, menos a Mari e o Matt.

– Onde será que o casal se meteu? - Ana perguntava.

– Aposto que estão aproveitando o último dia. - Brian falou.

– Não é bem o último dia. - Falei. - Você pode ir me visitar, ou eu venho visitar você.

Ele sorriu, e eu lhe dei um beijo enquanto fazia cócegas.

– Ah gente, sério que você foram se declarar um pro outro no último dia. - Ana disse indignada. - Véi, na boa .. VÉI, NA BOA. Cê é uma tonga mesmo.

– A ana deixa eles, pelo menos estão juntos. - Giza respondeu por mim.

– É até eles já se agarraram, e você e o Jojo só errolando! - Ana provocou. - Tá na cara que vocês se amam!

– Ana cala a boca, eu vou te dar um soco. - Giza falou nervosa.

– Ui Giza violenta, socorro. - Ana falou ironicamente.

Elas ficaram ali "discutindo", então eu e o Brian sentamos no sofá, ele pegou minha guitarra e começou a tocar. Eu fiquei ali só olhando ele tocar guitarra daquele jeito seduzente e ouvindo com os olhos fechados.

– CADE A MARI? -Corey gritou, interrompendo o Brian.

– Sei lá. - Respondi.

– Ligue pra ela, agora. - Ele falou nervoso. - Onde já se viu.

Liguei pra Mari, mas acho que ela não estava muito afim de atender o celular. Se é que ela se lembra de que tem um agora.

MARI.

– Vamos se ver novamente? - Matt parou, e disse isso olhando nos meus olhos.

Olhei pra baixo, depois olhei novamente para ele ..

– Eu .. eu .. não sei. - Eu realmente gaguejei.

Então, ele me abraçou, enquanto eu olhava fixamente por cima do ombro dele. Eu iria chorar. Eu nunca choro, sério .. nem quando dei tchau pra minha mãe eu chorei. Por falar na minha mãe lembrei que tinha de falar com ela. Liguei imediatamente para ela.

– Alô? Mãe .. ?

– Alô .. filha?

– Oi, mãe. Sou eu sim. Tudo bem?

– FILHA!! - Minha audição? O que é isso? - Que saudade que eu to de você. Ai não to bem não filha, eu to morrendo de preocupações com você.

– Ah mãe, não se preocupa, eu to bem. Eu também to com muitas saudades de você, do pai também né.

– Como foram os shows?

– Ótimos, nossa, gordilícia, foram muito daora, aii, tenho tanta coisa pra te contar ..

– É? Que bom filha, to feliz por você, feliz que tenha conseguido, mas quero que você volte pra casa, inteira, tá me ouvindo? Exatamente do jeito que você foi. E para de me chamar de godilícia, que coisa.

– KKK, tá bom mãe .. tá bom. Viu mãe, a gente volta hoje, só pra avisar.

– Sério? Graças a Deus. Não aguento mais ver seu quarto todo arrumadinho.

– Aii mãe ..

Durante toda a conversa, Matt me olhava com umas caras engraçadas.

– Te amo tá, Mãe? Diz que eu mandei um abraço pra todo mundo ai. Tchau, beijo até sei lá quando.

– Tchau filha, boa viagem. Se cuida. Beijo.

– Valeu mãe. Beijo.

Estávamos andando, até que Matt parou do nada, me abraçou e disse:

– Sabe, eu te amo. Mas não conta pra ninguém, tá? É segredo.

– Vou mandar uma real pra você, tá, senhor Matt Sanders .. eu nunca gostei tando de uma pessoa, por mais que eu conheça a séculos, como eu gostei de você. E eu te conheci à simples míseros dois dias, e eu já quero que você vá junto comigo. Seu praga, como você faz isso?

– Não sei .. deve ser meu jeito lindo e sensual. - Ele disse me olhando com uma cara engraçada.

– Ain, para .. pequeno. - Eu disse com sarcasmo.

Nós rimos. Então ele me abraçou, eu o beijei e continuamos a andar de mãos dadas. super gay o momento, mas eu estava curtindo, não vou negar. Notei que estávamos quase passando do hotel ..

– Droga, to vendo o hotel já .. - Disse desanimada.

– Tem que ir pra lá mesmo? Na boa, to pegando raiva desse hotel. - Ele me ama.

– Infelizmente tenho que ir pra lá .. tenho que arrumar minhas coisas. - #xatiada mode: On

– Ah, já tinha me esquecido de que você ia embora .. quer ajuda? - Matt disse com tom de desânimo.

– Pra arrumar não, mas eu quero que você vá comigo.

– Hum .. interessante. - Ele respondeu com os olhos semi-cerrados.

– Que foi?

– Chata grudenta. Não aguenta ficar longe de mim.

– Não nego nada.

– Hmm .. que linda.

– Eu sei, sou muito linda.

– Ih .. melhor a gente parar por aqui, né?

O dei um leve empurrão. Passamos a rua, entramos no hotel. Arrumei aquela porcaria daquela mala .. até que sentei na cama, do lado do Matt. Nos abraçamos. Ele deu-me um beijo na testa e veio com tal proposta:

– Quer ir até minha casa? Ainda não é tão tarde. - Realmente não era tarde, eram apenas quatro horas.

– Ah .. não sei se é uma boa ideia .. é que .. tá esperando o que? - Eu disse me levantando.

Ele sorriu.Deixei as malas ali, então nós fomos até casa dele. Ele me mostrou a casa, foi tão idiota isso .. eu não parava de rir, não sei porque. Mas ficamos na garagem, onde ele e os outros costumavam ensaiar às vezes. Havia um sofá, e eu deitei nele mas fiquei meio sentada (foda-se a lógica), apoiada no meu braço. Ele pegou uma cadeira, a virou com o encosto para frente, e sentou na minha frente.

Conversamos sobre coisas idiotas, descobri que ele sabia tocar piano, bateria e guitarra. Houveram momentos melosos também, claro. Sem esquecer também que nós rimos do ar, de tudo.

– Hei, eu vou deixar um negócio, pra você lembrar de mim.

– Medo.

– Bobão.

Dei um chupão no pescoço dele e então voltei a sentar no sofá. Precisava ver a alegria da criança .. haháá ..

– Ah, sua chata. Vai fica um roxão, por um bom tempo.

– Ótimo.

– Agora venha aqui. Vou me cobrar.

– Eu deixo.

Pronto, agora eu tenho um roxo no meu pescoço e ele também tem. Ele se levantou da cadeira e sentou no sofá também, e me abraçou.

– Vou sentir saudade..

– Não fala em saudade ..

– Então, por que a gente se conheceu só agora?

– Por que você mora aqui e eu lá em San Francisco?

– São tantos por quês ..

– Pois é .. pois é ..

Ficamos ali .. pensando na vida. Senti meu celular tocando. Acabei ignorando.

– Nossa - Disse olhando no relógio. - São seis e meia, Corey comentou que voltariamos as sete. Acho melhor eu ir.Me levantei.

– Fica. Por favor. - Ele pegou na minha mão e me olhou com uma cara triste.

– Eu queria .. mas não dá. O Corey deve estar uma fera.

– Ah, que droga.

– Eu sei ..

– Então ..

– Você vai comigo até o hotel, né?

– Que pergunta .. mas é claro!

– Então vamos .. - Eu o puxei do sofá.

Dei um beijo nele, depois fomos até a porta e fomos andando até o hotel. Chegando lá, já eram sete horas. No que entramos no hotel, eu vi que o pessoal tava numa sala que havia lá. Fomos até lá, e o Corey me olhou com uma cara de "ONDE VOCÊ ESTAVA??"

– ONDE VOCÊ ESTAVA?? - O que eu falei ..

– Nossa, calma. Eu estava na casa do Matt. - Me expliquei.

– Ah, tá então. Pensei que fosse sair rapidinho, e já voltava. Passou a tarde inteira fora, nem pra avisar a gente. - Ele disse sério.

– Esqueci que tenho celular agora. - Disse com um sorriso irônico.

– Ótimo .. agora sobe lá, arruma suas coisas, temos de ir.

– Já arrumei ..

– Melhor ainda. Hei vocês ai, vão indo pro ônibus.

– Droga .. já vamos embora. Queria ficar mais um dia. - Giza disse.
– E esse roxo no pescoço? - Corey perguntou com uma cara.

– É .. caí .. - Respondi.

Matt tentou segurar o riso, mas ai começou a rir e automáticamente eu ri também.

– Aham, caiu. Caiu na boca do Matt. - Kah tirou com a minha cara.

Todos riram. Até o Corey .. puta merda .. fica me entregando. Todos haviam acreditado que eu havia caído (aham, nossa .. claro, óbvio).

Ali do lado estavam Ana e Zacky, ficamos os observando.

– Hei, principo, princeso .. infelizmente a diva aqui vai embora. - Ana disse abraçando o Zacky.

– Eu sei disso. - Ele disse sorrindo.

– Não tá triste?

– Eu não to, mas eu estou. - Lógica .. o que é isso?

– Ah é .. por que será?

– Triste, porque eu sei que você tem de ir, mas feliz porque eu sei que você vai voltar.

– Hum .. e se eu não voltar?

– Se você não voltar eu vou até San Francisco te buscar.

– Ah princeso, vai me fazer chorar desse jeito.

– Não chora .. você nem tá bêbada pra chorar.

– Ah, #boladona agora.

Ana deu um beijo no Zacky, que lindos.

Acho que o que eu mais estranhei foi a Kah, abraçando o Brian e o estranho foi que eles se beijaram depois disso, e eu fiquei tipo .. hã? Estava toda perdida, não sabia o que estava acontecendo.

– Karina, Karina .. - Disse levantando uma sombrancelha.

– Mari, Mari. - Ela respondeu balançando a cabeça.

– Ana. Só pra socializar mesmo. - Ana disse.

Só a olhei com uma cara, querendo rir. Fui pegar minha mala, mas Matt pegou antes e insistiu que levava. Então, peguei somente minha guitarra. Ver aquele ônibus me deu uma bipolaridade ..

Quase todos fora do hotel .. menos Giza e Jojo .. eu vou ter de adimitir .. maliciei. Foi só olhar pra trás mesmo, e ver pela janela do hotel que láááá dentro, ela estava simplesmente .. BEI-JAN-DO o Jojo .. bom, não era pra se assustar, todos já esperavam isso.

KAH.

Finalmente a Mari chegou com o Matt, eu admito que estava preocupada, não sei né, vai que... enfim. Estavamos prontas pra ir embora, pra voltar pra San Francisco, pra casa, porém ao mesmo tempo, eu não estava. Enfim o jeito era aceitar, não é o fim do mundo, já está drama demais pro meu gosto, e eu posso ver o Brian ainda, só preciso me acalmar.Saimos do hotel, o Corey não parava de encher e nos apurar.

Era só "Vamos, rápido", "Chega de pegação, de chororo", "VAMOOOS!". Pelo amor de Deus, eu não aguentava mais, enfim, o Brian fez questão de levar minha mala até o ônibus. Antes de entrar me despedi dos meninos novamente, e da Dani.

– Ei não esquece de mim, viu. - Brian falou.

– Ah, eu vou tentar não esquecer. - Respondi brincando.

– Sei, eu sou inesquecivel, diz ai.

– Não, não é. Agora eu sou, sei que você nunca vai me esquecer. – Nem se acha tanto abobada.

– "Não me acho, eu me tenho certeza." - Falei imitando ele.

Nós rimos, e eu dei um ultimo beijo nele e um longo abraço. Era hora de ir pra casa, ver minha família, achar um lugarzinho pra Pinkly, tinha tanta coisa pra fazer lá em casa, não via a hora de poder me jogar na cama e dormir por um dia inteiro.

Em compensação, lá não tinha o Brian. Mas ele prometeu me ligar todo o dia, ou mandar mensagem, a gente não ia se ver pessoalmente por um bom tempo, mas não perderiamos o contato, jamais. Finalmente tomei coragem e entrei no ônibus, logo me acomodei e liguei pra minha mãe.

– Mãe? - Falei.

– Oi mãe, tudo bem?

– Oi Karina.

– Ela respondeu.

– Que saudades, eu estou bem e você?

– Eu to bem mãe, também to com saudades de vocês.

– Porque não ligou antes? Eu tava ficando preocupada já.

– Não deu tempo, desculpa. Só liguei pra avisar que estamos voltando já.

– Ah que bom, e os shows?

– É, bom. Os shows foram muitos legais, sério, nunca fiquei tão feliz na minha vida.

– Parabéns, estou muito feliz por vocês.

– Valeu mãe, agora eu preciso desligar. Tchau, até depois, beijos.

– Até, boa viajem, se cuida. Beijos.

Desliguei o celular e percebi que o Brian estava me olhando pela janela com uma cara de bobão.

– Que foi viado? - Perguntei rindo.

– Nada, é que foi muito meiga a conversa com sua mãe. - Ele respondeu.

– Minha sogra né, devia ter me deixado falar com ela.

– Acho que ela não ia ficar muito feliz em falar com você.

– Hum, saquei.

Nós rimos, e as meninas finalmente resolveram entrar no ônibus. Fiquei por um bom tempo só olhando pra eles, na boa, eles pareciam todos tristes, mas eu sei que vamos nos ver novamente.

Eu estava com um chapéu meio preto na cabeça, e o Brian ainda continuava na janela.

– Brian meu amor, vem cá. - Falei.

– Amor? Hum, me ama demais.

– Ele riu. - Fala meu amor.

– Nossa véi, que gay isso.

A gente riu, tirei o chapéu de minha cabeça e coloquei na dele.

– Uma lembrancinha, pra você não esquecer de mim. E cuide muito bem dele, é meu chapéu favorito.

– Ah meu Deus, sério? - Ele falou enquanto retirava o chapéu de sua cabeça e o olhava. - Que abobada linda, me dando o chapéu favorito dela. É amor demais.

– Se vai ficar se achando assim, me devolva.

– Não né, eu vou cuidar muito bem dele. E eu nem precisava dele pra lembrar de você, mas vou usa-lo, bastante.

– Que amor, pode usar, eu deixo.

– Ih, acha que manda em mim. - Ele sorriu.

Bom, o Corey ligou o ônibus e aquela tristeza bateu novamente.

– Cuida da Pinkly tá. - Ele falou sorrindo. - Diz que amo ela.

– Ama a Pinkly? Só? - Falei rindo.

– Ah não, então tá bom, é assim. Adeus Brian Junior Filho Segundo.

– Que fofa, com ciúmes da Pinkly. - Ele riu. - Eu te amo viu, não esquece.

– Eu amo você viado, agora tchau.

– Se cuida abobada.

– Se cuida muito bem viado, até o dia em que voltar. Ai eu cuido de você.

– Opa! Vou me cuidar então. - Ele riu.

– Idiota! - Falei rindo, mas quase querendo chorar. - Manda um beijo pros meninos.

– Pode deixar, manda pras meninas também. Ah! E pra minha sogra.

– Claro, com certeza. Diz pro seu pai que mandei também.

– Falou.

– Tchau Brian.

– Tchau Kah.

O ônibus começou a se distanciar, agora não tinha mais volta. Os garotos logo sumiram de vista, só enxergava prédios, casas, carros e tal. Me acomodei melhor no banco, e a Pinkly subiu no meu colo.

Meu moletom ainda tinha o perfume do Brian, e a Pinkly me lembrava muito ele também, até porque foi ele que deu esse nome aviadado pra coitada. Enfim, consegui adormecer, apaguei de verdade, quando acordei já estavamos em San Francisco. Meu Deus, dormi a viajem inteira.