Underwater

Quando um coração


-Tudo bem? - Ela perguntou preocupada, tocando meu braço.

Eu perdi o controle, meu corpo foi apoderado de um ódio colossal, eu quero estourar a cara dessa cobra a base de murros. Eu nem mesmo percebi quando um guincho estranho saiu dos meus lábios, tão agudo que era possível que eu tenha quebrado algum vidro.

-Meu Deus Clara. O que houve?- Mamãe perguntou para mim enquanto eu tentava não rosnar.

-B-barata.- Rosnei entre dentes uma parte da frase que era para sair dos meus lábios, eu queria completar “puta barata”, mas não saia.

-Tem uma barata? Onde?

Apontei para Danyelle. Ela olhou para trás assustada.

-Atrás de mim?- Ela perguntou assustada.

-Estava. Fugiu.-Disse apenas.

Eu estava farta daquela mulher, eu nem mesmo tinha trocado muitas palavras com ela e nem queria, meu maior desejo agora era que ela saísse da minha casa. Meu porto seguro por alguns instantes perdeu todo o efeito que antes tinha. De segurança, por algum motivo eu me sentia estranha perto daquela mulher, era pelo fato dela estar carregando meu meio irmão? Ou tentando se familiarizar com mamãe? Um estalo preencheu minha mente.

Eu saquei tudo na hora, ela queria a tal pedra, tudo pareceu se encaixar tin tin por tin tin.

Peguei um prato e enchi-o de comida, pouco me importei com a minha mãe me repreendendo ou com o olhar que Danyelle me lançava, se sobrasse ou não comida para aquela infeliz eu pouco me importava.

Eu a expulsaria da minha casa no pontapé. Eu sabia seu plano, roubar o homem, a casa e a pedra, que eu não fazia idéia de qual era, se ela achava que poderia conquistar meu reino assim ela estava deveras enganada, ela estava mexendo com Clara Iope Marques, a garota sereia mais foda existente e ninguém, repito ninguém ira derrubar seu reino com tanta facilidade, inclusive uma cobra sem veneno como Danyelle. Eu vou lutar, vou proteger a minha casa, seja qual pedra que for na qual ela tenha interesse, ela só vai ter interesse mesmo, porque a pedra ela não vai respirar nem o mesmo ar.

Eram duas e meia quando sai do quarto, a víbora vulgo Danyelle, não tinha ido embora ainda. Desde que eu cheguei eu me privei em ir do meu quarto para o banheiro e do banheiro para meu quarto, apenas.

Me troquei na velocidade da luz quando percebi que eu estava atrasada para “trabalhar”, nem mesmo tinha avisado minha mãe que eu ia sair, depois eu mandava uma mensagem avisando-a, mas não é como se ela não soubesse para onde eu ia.

-Finalmente, onde você estava? -Rebecca perguntou vestindo a blusa do uniforme.

Dei de ombros.

-Tava digerindo meu almoço.

-Cruz credo mulher, comeu um boi? Eu te chamei uma hora da tarde.

-Bom… Isso é porque tinha uma visita lá em casa e eu não queria vê-la nem pintada de ouro.- Eu disse fazendo uma careta.

-Ih! Aí tem coisa.- Rebecca disse me olhando de canto de olho.- Me fale tudo depois, mas agora vamos trabalhar.- Ela me entregou a bandeja e saiu pela porta, suspirei pesadamente e passei pela porta da salina dos funcionários.

O turno tinha finalmente terminado, eu estava varrendo a parte de fora do ‘Sereia’ a todo custo tentando tirar grande parte da areia que vinha com o vento, o movimento tinha diminuído um pouco e logo os funcionários do turno noturno viriam, quase ninguém gostava de trabalhar no ‘Sereia’ de dia, fiquei sabendo pela Rebecca, segundo ela o turno da noite era mais divertido, sua tia liberava as bebidas e fazia alguns shows e perícia bombar.

Suspirei aliviada ao ver que o carregador tinha feito o enorme favor de colocar as frutas dentro do freezer, eu nem morta entraria ali de novo, Deus me livre.

Tirei a blusa do uniforme e sai pela porta, eu não tinha levado bolsa então não precisei me preocupar em procurar nada além do meu celular, que a propósito eu não estava achando.

Sai da salinha prestes a pergunta-la se ela tinha visto meu celular em algum lugar, porém avistei-o sobre a bancada, corri até lá e o coloquei em meu bolso.

Eu estava longe o suficiente do ‘Sereia’ quando meu celular começou a vibrar, eu sempre o deixava no modo vibração, ajudava a não piorar minha dor de cabeça.

-Alô.- Atendi Tereza com todo ânimo do mundo.

-Oi meu chuchu de calabresa.- Ela disse risonha, e eu fiquei meio confusa. Como assim chuchu de calabresa? Já saiu do ‘Sereia’?

-Sim.- Respondi cutucando o nariz.

Então vem pra casa rapidíssimo, tem uma moça lindíssima aqui em casa! E ela tá grávida. Não é uma fofura?-Não sei se mencionei, mas Tereza quer porque quer ser mãe, sempre que ela pode ela fica babando em uma grávida.

Bufei e desacelerei, aquela embuste ainda estava lá em casa! Eu tinha que contar para a Tereza ela com certeza me ajudaria.

-Tereza. É ela.-Eu disse parando em frente a praia e vendo o sol se por.

-Ela quem? Fale mais claramente eu acabei de acordar meus sentidos estão falhando.— Ela disse bocejando.

Eu revirei os olhos.

-Onde você está agora?- Perguntei, me sentando na calçada, nem a pau que eu voltaria para casa.

-Na sala, porquê?

-Vai pro meu quarto agora e se certifique que ninguém vá te ouvir.

Ouvi ela batendo o chinelo contra o chão, presumi que fosse passos, logo depois ouvi a porta fechar e logo depois um “clic”.

Pronto mulher, fale.— Pude ouvir barulhos de molas, ela se jogou na minha cama.

-A linda mulher na qual você falou.- Fiz uma pausa dramática.- É…

Ouvi ela bufar brava, Tereza era super ansiosa ela odeia suspense.

-MAS QUE PORRA CRIATURA FALA LOGO.—Ela gritou no telefone e eu engoli o riso.

-Ela é a amante do meu pai.

Silencio.

Silencio.

Mais silêncio.

- O que?!-Ela gritou.- Onde tu ta eu to indo ai, nós temos que conversar melhor sobre isso.

Não demorou nem meia hora para que a silhueta de Tereza se formasse no crepúsculo, ela estava de cabelos soltos e estava divina, a morena parou do meu lado e apoiou as mãos nas coxas tentando recuperar o ar, mesmo estando com o cabelo todo armado, ela estava linda parecia que a sereia era ela não eu.

-Che...Guei.- Respirou fundo recuperando o ar.- Calma.- Ela levantou um dedo puxando o ar com força.- Pronto comece.

Respirei fundo e comecei a falar de como consegui reconhecê-lá. Tereza escutava atentamente e hora ou outra murmurava xingamentos básicos.

-E é isso.-Eu disse terminando de contar a ela. Claro que eu contei sobre a pedra, mas decidi ocultar a parte do Jefferson, ao meu ver era desnecessário.

-Garota, o que diabos está acontecendo com a sua vida? Daqui a pouco eu descubro que tu é meio vampira.- Ela disse brincalhona. E eu engoli em seco soltando um risinho sem graça só pra disfarçar.

-Ta tudo completamente confuso Tereza, eu não sei o que fazer!- Eu desabafei.- Eu pensei em contar para minha mãe, porém ela nunca acreditaria, o amor dela pelo papai a cega, sem contar que se ela acreditar ela vai ficar arrasada.- Eu disse passando as mãos pelos cabelos desesperada, eu sinceramente estava ficando louca.

Tereza ficou em silêncio com uma feição pensativa. Eu não sabia se o fato dela estar com aquela cara era boa ou ruim.

-Vamos fazer um plano.- Tereza disse de repente.- Vamos fazer de tudo para sua mãe odiar aquela mulher, talvez possamos fazer sua mãe odiar seu pai também.

-Fernando.-corrigi.

-Ai! Tá! Mas o nosso objetivo de vida é fazer pelo menos uma fagulha de ódio nascer em alguém nessa confusão toda. - Ela disse passando a mão no cabelo. - Quando sua mãe odiar o suficientes seu pa-Fernando ou a Danyelle o suficiente a gente coloca as cartas na mesa.

-Tereza pelo amor de Deus, isso é estúpido como vamos fazê-los se se odiarem?- Perguntei brava.

-Você tem algo melhor?- Ela perguntou elevando uma de suas sobrancelhas e colocando as mão na cintura, sua cara brava me assustava. Eu neguei sua pergunta, nada tinha vindo na cabeça, eu tinha que adimitir: mesmo sendo desprovida de bom senso, Tereza era sempre a garota que criava planos infalíveis, quase nunca dava certo.- Foi o que pensei.- Ela empinou o nariz e revirou os olhos.- E aí, topa?- Ela perguntou me olhando.

Era a segunda vez no ano em que Tereza me chamava para seus mirabolantes planos, na primeira eu neguei, eu definitivamente não estava afim de me meter com Miriam, mas agora não se tratava de mim, minha mãe estava no meio da história toda e ela era a vítima, estava sendo traída e mal sabia que estava levando a amante para sua casa. Eu tinha que fazer algo, ficar parada estava completamente fora de cogitação.

Fechei os olhos com força, puxei todo o ar que pude e depois soltei. Olhei-a com determinação.

-Eu topo.- Eu disse o mais determinada possível.

***********************

Eu mal podia acreditar que havia se passado uma semana desde que aceitei fazer parte do plano, Tereza e eu estávamos assistindo o dobro de filmes e seriados, precisávamos de idéias para aquele maldito plano e até agora nenhuma nos vinha em mente, para o nosso azar Danyelle nem mesmo tinha aparecido novamente em casa para que pudéssemos saber seus gostos e desgostos, isso era uma merda completa.

Sobre meu lado sereia eu só tinha uma coisa para dizer, viver em meio de tantos humanos e tanta água era mais difícil do que eu pensava, eu evitava a todo custo beber água, mesmo sendo mais que necessário eu não podia me dar ao luxo de encostar a garrafa com agua na minha boca e molhar minha pele, eu estava sendo o mais cautelosa possível, minha grande sorte foi, as únicas aulas que eu tive essa semana não envolvia água. Mas de certo modo me sinto fraca, minha disposição estava quase indo a culata.

Eu pela milésima vez limpava as mesas do ‘sereia’ sem a mínima disposição sufoquei um grito quando alguém me abraçou por trás, eu comecei a tremer e me virei assustada já imaginando que era Marcos tentando algo novamente, mas não minha preocupação pareceu se esvair por mínimos segundo, mas ela voltou com toda força quando olhei para os olhos do Ben. Olhos castanhos envolvedores e carinhosos, maldita seja minha amizade com ele que me permite mais que olas, esse maldito fato de ele ter acesso a algo mais que olas me iludia, eu sabia que não passaria de abraços, nada mais e isso doia.

-Por que sempre que te vejo você está com uma cor de olho diferente?-Perguntei me privando de corar, a única coisa que eu queria era que ele percebesse.

-Lentes são legais, mas incomodam prefiro meus castanhos.- Ele disse desfazendo o abraço quase implorei pra ele me abraçar de novo.

Sorri para ele e torci o pano em uma desesperada forma de conter meu nervosismo, ao longo dos anos eu fui muito boa em esconder o que eu estava sentindo, afinal eu tinha que parecer uma garota normal, poucos sabiam ou lembravam o meus constantes surtos, eu tinha que fingir ser uma garota normal só antisocial.

-O que você está fazendo aqui?- Perguntei tentando puxar assunto.

-Nada demais.- Ele disse dando de ombros e passando a mão nos cabelos.- Só dando uns roles com uns amigos. -Ele disse apontando para uma mesa perto de mim, lá estavam Luana, David, Fernanda, Claudio e Renata.

-Ah entendi! Eu vou terminar o que tenho que fazer e vou atender vocês.- Sorri amável para ele e me virei para pegar alguns copos da mesa, mas ele puxou meu braço com delicadeza me fazendo virar para si.

-Fica com a gente.- Ele pediu.

Minha respiração parou, passei a mão pelos meus cabelos corada, não pude me conter o jeito que ele me pediu, o olhar que ele me deu, o simples fato de ser ele ali, me fazia delirar.

-Desculpe.-Disse mais para mim do que para ele.- Eu não posso, eu realmente tenho que trabalhar.- Eu lamentei.

-Só um suco.- Ele pediu. Eu quase cedi, quase.

Eu neguei com a cabeça.

-Que tal outro dia?- Perguntei torcendo para a resposta ser sim.

—Claro, eu irei cobrar.- Ele sorriu de lado e bagunçou meus cabelos.

Suspirei e coloquei a mão no coração tentando acalmar meus batimentos enquanto ele se afastava.

-Menina se segura, daqui a pouco tu baba.- Rebecca apareceu se apoiando em meu ombro, sorri para ela e revirei os olhos, depois de falar com James eu me sentia minimamente mais disposta e feliz.

Fiz questão de fazer de tudo que eu tinha que fazer o mais rápido possível, logo após de recolher todos os copos e pratos, peguei meu caderninho e me dirigi a mesa do James ou Ben, como preferir, o mais rápido possível.

-O que vão querer turma do barulho?- Perguntei sorridente.

David, Fernanda e Claudio pediram um bem caprichado x-tudo com uma coca-cola bem gelada como acompanhamento, Renata preferiu uma porção de batatas e uma porção de camarões, eu não pediria diferente. Anotei todos os pedidos e olhei para Luana e para James ou Ben, eles ainda não tinham pedido.

-Eu vou querer um milk-shake de morango e uma porção de fritas.- Ele se virou para Luana e sorriu carinhosamente para ela, algo no meu coração se quebrou.- O que você vai querer meu amor?

Algo em mim se partiu e eu jurei que minhas pernas tinha se quebrado porque por momentos eu quase cai, fingi que era algona sola do meu sapato então simplesmente levantei meu pé dei uma falsa verifica e voltei a ter a postura feliz e sorridente de Clara Iope.

-Eu quero o mesmo que ele.- Ela disse meiga enrolando o dedo em seus cabelos.

-Já já estará na mesa.- Eu sorri amarela e sai em passos rápidos.- Jonata, prepara isso pra mim?-Entreguei o papel.- É pra mesa seis.

Ele assentiu e eu fui até a sala dos funcionários, eu não tinha nem mesmo passado direito pela porta quando eu perdi completamente as forças em minhas pernas, eu respirava de um jeito anormal, na verdade era como se eu nem respirasse, meus pulmões pareciam não mais reconhecer o ar. Eu senti meu corpo pesar e a indisposição vir com força, minha cabeça doía e respirar era com engolir agulhas. Me deitei no chão hiperventilando e deixando as lágrima quentes molhar meu rosto, a porta estava entreaberta mas era quase impossível alguém me ver.

-Clara!- Uma voz masculina, que eu reconheci na hora,me chamou quando eu estava prestes a apagar.- Aguenta Clara eu vou te ajudar.- Ele se aproximou de mim.

-Jefferson, socorro.- Supliquei em voz baixa, logo após isso apaguei.

O vento em meus cabelos me fez despertar, eu me sentia envolvida carinhosamente por alguém, eu não tinha forças para abri meus olhos, eu estava acordada, mas com olhos fechados, minha respiração já havia se normalizado, mas ainda sim doía respirar, eu tinha percebido que o cheiro tinha mudado, o ‘sereia’ de certa forma tinha seu próprio cheiro, uma mistura de doces, salgados e maresia, porém agora onde eu me encontrava não tinha o cheiro doce e salgado, era só a maresia e algum cheiro atrativo, não me importei em saber o que era.

Me forcei a abrir os olhos e consegui, olhei para os lados e o que eu só via era o azul acolhedor no mar, mas não é como se eu estivesse nele, eu estava acima dele, bem acima dele, o mar passava por baixo de mim em uma velocidade absurda, o vento batia com força em meu rosto e eu fechei a boca , não seria legal engolir um mosquito no meio da trajetória toda. Elevei meu olhar me deparando com a face dura de Jefferson, ele parecia concentrado no que havia na sua frente.

-Oqu- Tentei dizer porém era como tentar falar na água, completamente inútil, eu só conseguia engolir ar enquanto nenhuma palavra saia da minha boca.

-Não tente falar.- Ele disse desviando o olhar do horizonte.- Estamos voando.- Eu arregalei os olhos e ele ignorou.- Você não é acostumado com isso, não sabe como falar sem ter que se esforçar muito e você não está em condições de tentar esforço.

Depois disso ele se calou e eu nem tentei mais falar, se ele falou tá falado, mas…

SANTA MÃE DE CRISTO! Estavamos voando, simplesmente voando. Olhei para suas costas e nelas asas negras nos sustentavam no ar e nos guiavam pra sabe se lá onde eles estava me levando.

Finalmente parecemos chegar ao destino, a ilha Micaal, me pergunto o porquê de estarmos aqui. Diferente do que pensei não pousou sobre o grande matagal mas voou até o topo da ilha onde havia um grande buraco e me jogou lá, eu não tive força para gritar ou de agarrar seu pescoço eu simplesmente cai, por que aquele louco fez isso? Fechei os olhos esperando a força do impacto vir a tona.

Mas não veio, pelo contrário, era como se eu flutuasse a gravidade não se aplicava mais a mim, eu me sentia segura, abri meus olhos e percebi que eu estava na água, esperei minha transformação vir e quando veio me senti fortalecida, foi quase instantâneo, abri os braços e movimentei os dedos deixando que a água dançar em volta deles, eu me sentia em casa, me sentia segura me sentia revigorada, me inclinei para trás estufando o peito e jogado a cabeça para trás, aquilo, ser sereia, era maravilhoso, eu não trocaria aquilo por nada.

Nadei a superfície lentamente apreciando as mil sensações que o mar me faz ter, por momentos eu tinha esquecido de James, de Luana, de Danyelle, de Fernando e da minha mãe, era só eu e o mar, o mar e eu, conectados como um, ele fluia em minhas veias junto do meu sangue. Subi de cabeça erguida e lentamente abri os olhos me deparando com Jefferson que estava com uma carranca e braços cruzados. Ele parecia bravo.

-Que tipo de sereia você é?- Ele perguntou e dei de ombros não entendendo direito sua pergunta.- Que tipo de sereia fica uma semana sem entrar no mar?! Você quer morrer garota?

-Eu... Não...Eu- Eu me embaralhei com as palavras.-Espera!- Gritei, olhando-o. -Como você sabe disso?- Foi a vez dele dar de ombros.- O que você é…?- Perguntei prestes a chamá-lo de Stalker, porém ele foi mais rápido e me respondeu:

-Eu?- Ele riu sarcástico. - Eu minha querida, sou nada mais nada menos que um Sirena.

Eu engasguei com minha saliva e comecei a tossir freneticamente, olhei-o assustada e me afastei, só parei quando bati minha cintura na borda da Lagoa Azul.

Ele era um Sirena?