Underwater

Operação expor ela (Narrado pela Rebecca e Tereza)


—--------------Rebecca

Naquela mesma manhã.

Bufei. Tia Loise estava doida, segundo ela queria que eu me afastasse de Tereza. Alguma coisa haver com “ah ela é má influência e não sei o que”, será que ela sabe que quando o circo pega fogo o fósforo sou eu?

Bom com certeza não, minha mãe viajava bastante e sempre que podia procurava algo para melhorar o estado do meu pai, ele estava doente e era algo que não sabíamos dizer exatamente que doença era. Mas ele estava fraco não andava sem apoio, sempre fraquinho, eu queria chorar.

Cada dia que passava ele estava pior, cada dia que passava eu perdia as esperanças, eu sempre desabava em meu quarto em pensar que meu pai poderia morrer e nos deixar, meu pai era meu apoio, poucas sereias tinham seus pais por perto principalmente quando eles era tritões.

Mas meu pai estava sempre lá, sempre esteve, mas nem sempre estará, pensar em ficar longe dele era uma opção doída por mim. Tínhamos tentado de tudo, tudo mesmo. Mas ninguém sabia como curar pessoas na minha família. Isso piorava tudo.

-Psiu Becca.- Tereza me chamou. Ela e Adrian estavam distantes ela tinha comentado isso comigo, não que ela ligasse. Mas parecia bem triste, entretanto bem distraída com todo esse caso de chantagem.- O que vamos fazer?

Dei de ombros, não queria parecer rude mas não sabia como prosseguir o plano, Tereza e eu havíamos coletado muitas coisas, a maioria que Tereza parecia estranhamente saber naturalmente, mas mesmo assim não era o suficiente para virarmos o jogo, a morena bufou ao meu lado afundando na cadeira e coçando seu emaranhado de cachos.

Então algo brilhou em sua mente. Ela deu um solavanco da cadeira e me olhou com sorriso fervoroso.

-Ela não quer expor a Clara.- Se aproximou de mim com a cadeira, juntas olhamos para Kaila que gargalhava sentada sobre o colo de Marcos, arqueei as sobrancelhas.

-Não quer?

Ela negou com a cabeça e disse :-Ela tá protegendo o território dela.
Mas por algum motivo não quer expor a Clara, faz quase um mês que ela já está nisso Becky.- Franzi o cenho perante sua afirmação, fazia sentido, Kaila estava cada dia se mostrando cachorro quê só latia.

Mordi os lábios e algo perigoso passou como um lampejo em minha mente. Sorri maliciosa, Tereza ergueu uma sobrancelha, se ajeitando na cadeira chegou mais perto e apoiou os cotovelos em meus joelhos.

- O que pensou? - Questionou-me baixinho.

Aumentei o sorriso.

-Sabe causar alvoroço sem revelar quem o causou?- Perguntei traçando mentalmente um plano maligno e maldoso em um nível monstruoso, mas Kaila também não era boazinha, ela junto das duas piranhas haviam destruído muitas vidas por aí.

-Está falando com a deusa do caos.- Sorriu maléfica.

-Ótimo, vamos expor uma vadia.- Murmurei convicta, Tereza não entendeu meu raciocínio, mas ainda sim sorriu.

Claudia era uma garota alta e muito trambiqueira do sexto ano, não era necessário bola de cristal nem nada sagrado para adivinhar que ela seguiria o ramo da pirataria, ela conseguia, sempre, o que você queria, mas com um preço, às vezes muito alto, ela era bronzeada como uma grande maioria da população de Dovii, mas seus cabelos eram vermelhos tingidos com muito mau cuidado lhe davam um ar de garota emo de 2012, graças a Deus sua palha vermelha ficava presa em coques frouxos, horríveis, seu seios, que ela fazia questão de expor em regatas verde musgo rendadas e HIPER decotadas, nem mesmo haviam terminado de crescer e ela sempre vinha de calça jeans apertada, ela era a rainha do tráfico escolar, vendia desde balas a armas brancas, Deus me tenha um dia se envolver com essa garota, ela era mais fraca que eu, mas quem pode confiar que ela não é melhor amiga de um lobisomem?

Entretanto Tereza tinha conseguido um jeito de arrastá-la para fora da sala dela sem ninguém achar que iríamos pedir umas fotos, a minha amiga havia enrolado a professora e lhe dito que iríamos levá-la porque a diretora queria falar com ela, mentira tão suja quanto o mar de Santos.

-O que vocês querem o porra?- Perguntou nervosa jogando sua palha vermelha para trás, me desculpem mas não consigo ver isso como cabelo, ela já ouviu falar em hidratação? Caminhamos para o gramado da escola onde as tias da limpeza não estava.

Bufei e olhei para Tereza, eu havia contado o plano para ela assim que conseguimos sair pela porta da sala, o que não difícil já que nem tínhamos professores direito.

Ela se mostrou mais paciente que eu e enfiou a mão do bolso tirando de lá seis convites, para alguma festa não identificada por mim, talvez alguma social foda que sempre que podia ia para rebolar minha raba.

-Não acredito.- Claudia ficou eufórica, talvez ela quisesse ir a social ou talvez vender os convites.- Isso vai dar um bom dinheiro. -Tentou agarrá-los, mas Tereza os ergueu.

-Ah, ah ,ah.-Repreendeu sacudindo-os.- Tudo tem um preço Claudia, tudo.

Claudia fechou a cara e começou bater o pé contra o chão impaciente.

-Desembucha.

Tereza e eu nos entreolhamos e compartilhamos alguns sorrisos. Essa era minha deixa.

-Algumas fotos.- Murmurei tentando não mostrar meu sorriso tão malicioso como eu queria.- Algumas fotos que tenho certeza que você vai adorar tirar.

Claudia sorriu, apesar de tudo e de ser apenas uma pré adolescente cheia de acne, ela era maldosa, tão maldosa quanto Kaila, tão maldosa quanto suas amigas, tão maldosa quanto Tereza e eu estávamos prestes a ser.

-Diga-me mais…

----------------------------------------------- Tereza--------------------------------------------------

Rebecca e eu voltamos para a sala após pedirmos o favor a Claudia, iremos paga-la depois, mesmo ela não sendo caloteira era sempre bom prevenir. Arrastei Rebecca para nossos lugares e me sentei ao seu lado dividindo a cadeira com ela, apoiei minha cabeça em seu ombro e ela me abraçou.

Uma questão veio em minha mente:

-Como sabia sobre a traição do Marcos?- Perguntei perto do seu ouvido para que mais ninguém ouvisse ela deu de ombros.

-Por duas questões. Primeiro-Ergueu um dedo.- Eu namorei com ele.- Pasmei, abri a boca, não escancarei a boca.- É eu sei muito inacreditável, mas isso não foi o pior, ele me traiu com muitas, com a Kaila inclusive.- Bufou fechando os olhos, ela não estava triste, estava furiosa. Ela assim com Clara e assim como eu tinha motivos também o odiava.- Segundo.- Ela ergueu outro dedo.- Eu ouvi da Tânia, que ouviu da Gleice, que ouviu da Glenda que falou para a Raiane que tinha visto alguém beijar o Marcos perto da salinha da tia das limpeza.

Era até engraçado o fato de ninguém estar comentando isso de um jeito mais escandaloso, com certeza alguém estava abafando, mas com o nosso plano em prática iremos fazer diferente, iremos expor o fato dela ser corna por toda escola, por todos os cantos e ninguém vai saber quem havia espalhado tudo, porque Rebecca arquitetou um plano digno de Miriam.

Estávamos sendo monstruosas e horrendas, mas quem liga? Ninguém é inocente, todos já fizeram parte de algo que destruiu a vida de alguém, não me orgulho, mas é a verdade, agora é diferente Clara está envolvida, eu não me importo, não quando minha Clara é prejudicada.

-Uou.- Mordi os lábios puxando minhas pelinhas mortas.- Então acho que a bomba não vai fazer tanto impacto se essas telefone sem fio continuarem…- Supus e Rebecca deu de ombros.

-Só nos resta esperar.- Ela deitou a cabeça na mesa e eu deitei minha cabeça em suas costas, meu rosto ficou coberto pelo cabelo e passei a observar a sala pelo vão entre os cachos, Viljami tinha faltado hoje e eu só tinha visto a Val na entrada, mas éramos de salas diferentes, mesmo assim…

Suspirei, Demetra havia se declarado e eu não era besta, minha Clara havia me contado noite passada pelo Whats ela estava gostando dele, fiquei feliz, mas não surpresa, era bem evidente e tenho que confessar eu shippo, mesmo assim eu sentia que Demetra iria causar muito nessa relação que eu torcia para se formar.

No canto da sala sozinho estava meu Adrian, eu havia brigado com ele e nem me lembrava ao certo porque, talvez pelas muitas festas que eu saia, não ele não ligava até ia comigo as vezes, fechei os olhos e me lembrei, eu menti para ele, ele ficou furioso, mas não terminamos ele ficou um pouco triste e se afastou, eu estava bem abalada, era aprimeira vez que eu amava alguém como um dia havia o amado.

Mas eu sou sensata o suficiente para saber que me joguei em um poço sem fundo, mesmo com as juras de amor, mesmo com o presentes, com as carícias seria desta vez que eu acharia meu alguém, será que tudo ia terminar e eu ia ter que me fingir de impassível? Denovo? Como das últimas vezes? Eu não podia deixar tudo terminar, meu orgulho era grande mas minha trouxisse era maior.

Me levantei e deixei Rebecca dormindo debruçada sobre a mesa e reuni coragem, me lembrando de quando nos conhecemos, das primeira frase que dissemos um para o outro e como sua preocupação pelo meu bem me conquistou.

-Hey.- Sorri tocando sua carteira, ele me olhou e tirou o fone jogando os cachos castanhos para trás,ele me olhou confuso talvez me conhecendo o suficiente para saber que nem por suborno eu me renderia tão fácil, mas olha só! Me rendi.- Vo-Você está desidratado?- Perguntei gaguejando como ele gaguejou quando me perguntou essa estupidez.

Ele fingiu deboche como eu havia feito a meses atrás, me segurei para não gargalhar.

- Você não tem uma cantada melhor queridinha?- Perguntou-me repetindo o que eu disse.

Segurei o riso perante sua sobrancelha arqueada e cabeça balançante.

- Não é porque você parece um pouco seco.- Repeti, finalmente caindo na gargalhada, ele também riu escandalosamente, isso não atraiu muitos olhares, afinal era minha sala era normal uns gritos aqui e ali.

-Eu senti sua falta morena.- Ele me puxou para seu colo e cheirou meu pescoço.

-Eu também meu príncipe.- Mordi os lábios.- Me perdoe Adri, eu não devia ter mentido.

-Não mesmo.- Ele disse e eu fechei a cara e lhe bati no braço.

-Me deixa terminar!- Exclamei perdendo a paciência, ele ergueu o braço em rendição, mas logo depois voltou a pousá-lo sobre minha cintura.- Um relacionamento em honestidade sempre dá certo e eu tenho que ser honesta com você, eu sei que você me deixa ser livre e u vacilei em mentir para sair.

-Tá tudo bem.- Ele disse com sua calma inabalável, parabéns ao ícone, me aguentar por três meses é para fortes.- Perdão é parte de um relacionamento também, eu te amo, mas não mente mais ta legal?- Assenti rapidamente e ele sorriu.

-Eu também.- Ele ergueu as sobrancelha não entendendo.- Também te amo.- O beijei com doçura expressando toda minha saudade e amor.

Se era pra ser, seria, se não...Era bom aproveitar o tempo que tínhamos.



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-Ela vai dar as fotos que horas?- Perguntei olhando para Rebecca, depois de uma grande sessão de beijos meu e do Adrian, e muitas aulas de sono na parte da Rebecca saímos da sala em direção a saída da escola.

-Não se preocupe ela vai me entregar e quando entregar, eu te aviso.- Ela abaixou a voz para falar assenti.

Pesquei meu celular na bolsa e dei uma rápida olhada na barra de notificação, nem uma mensagem da Clara, eu estava preocupada. Não a víamos a cinco dias talvez mais, na verdade quando fui para sua casa tudo estava fechado e o Lucas estava na casa da Amanda por todo esse tempo. Tia Lúcia não era tão irresponsável, ela nunca deixava um filho para trás tudo isso era estranho. Mas depois cuidaria disso.

-Tudo bem, então...Me ligue okay?- Pedi me despedindo dela, ela assentiu.- Tchau amiga.- Acenei para ela que andava em direção a praia. Posso ser sincera? Eu estava com muita inveja da Clara e da Rebecca, elas eram seres livres podiam nadar para onde queriam, eram seres mitológicos lindas, símbolos de beleza, mas nem tudo estava fácil, ela estava sendo chantageada e mesmo sabendo que ninguém acreditaria, eu sabia o quão afobada e desesperada minha Clarinha é, soltei um suspiro seja lá o que ela esteja fazendo e onde ela esteja deve ser hiper seguro, ele deve estar dormindo sob montes de coberta.

Olhei para Adrian que me esperava encostado no portão, corri até ele passando pela nova coordenadora,
Eva uma maldita, me jogando em seus braços, como eu estava com saudades dele, beijei sua bochecha e sorri quando ele me perguntou:

-Vamos?

Me ajeitei em seu aperto gostoso do seu abraço:- Vamos sim.-Sorri beijando seu pescoço.

Partimos a caminhar em direção a praia juntos, sem falar nada apenas sorrindo, virei minha cabeça em direção ao portão da escola onde Kaila estava junto com Miriam, Yukia e Marcos, fechei a cara quando Keila focou em mim e ela sorriu cinica, eu devolvi mas junto sibilei:

“A guerra começou, sua puta”.