Em Nova York, Sinead e Atticus se dirigiram para a biblioteca mais próxima, a fim pesquisarem mais a respeito da grafologia. O estudo da escrita, que podia revelar muito a respeito de uma pessoa. Algumas empresas já usam este estudo para avaliar candidatos que disputam vagas de emprego.

Enquanto Sinead e Atticus estavam sentados confortavelmente nas poltronas de uma enorme e iluminada biblioteca e rodeados por diversos volumes, Jake e Dan voltaram para onde tinham passado a manhã inteira. O local do crime.

Estavam agora em frente à aconchegante casa do Sr Thonpson. Mas agora o que interessava não era o que estava dentro dela, mas o que se passava fora. Dan se dirigiu à caixa de correios, que não estava trancada, e passou a mão em seu interior. Porém só havia panfletos comerciais. Os meninos passaram os olhos pela vizinhança. Nessa área da periferia de Nova York não havia tantos prédios como no centro. O que primeiro chamou a atenção deles foi uma senhora sentada no jardim da casa vizinha. A casa se assemelhava em tamanho e forma com a do Sr. Thonpson.

Chegou a hora de agir. Eles precisavam de novas informações. Dan pegou o aparelho de cortar grama que arranjara logo cedo e se dirigiu para frente da casa dela. A senhora lançou sobre ele um olhar interrogativo.

– Com licença, senhora, eu posso aparar a grama do seu jardim? Estou cobrando apenas 50 centavos! Aproveite que é só esse final de mês!

– Eu não preciso dos seus serviços! Minha grama foi aparada semana passada. – Respondeu a velha senhora, com uma voz muito rouca e irritada.

A tentativa falhou. Dan pensou em tentar com outro vizinho, quando ouviu a velha gritar para dentro da casa:

– George, quando você vai limpar a nossa calçada? Aqueles seus cachorros a deixam com um odor horrível!

– Mas Martha, e a minha reumatite!

Dan não perdeu tempo.

– Espere, senhora! Eu posso lavar a sua calçada por 50 centavos!

– Mas você é muito jovem para trabalhar! Devia estar na escola agora.

– Não é trabalho algum! É um prazer ajudar a senhora com a sua calçada. Posso chamar o meu amigo para ajudar - Dan voltou para onde deixara Jake, que tentava em vão saber algo com um homem de meia idade que acabara de sair de casa.

– Alguma novidade? – Perguntou Jake – Por enquanto não consegui nenhuma informação.

– Ainda não, mas sei de algo que vai nos ajudar. Porém, em compensação vamos ter que limpar cocô de cachorro.

– O quê? Eu não vou fazer isso.

– Ah, vai sim. Vem comigo

* * *

Sinead já estava enjoada de folhear tantos livros. Ela gostava de ler, mas naquele momento, queria estar com Jake ajudando a colher informações na rua. Isso parecia bem mais empolgante. Além disso, a grafologia era um assunto ainda relativamente novo, e não era tão reconhecido como ciência. Estava difícil encontrar uma informação útil. Mas Atticus estava bem mais animado. Seus belos cabelos cacheados saltitavam a cada livro que ele abria. Cada informação que ele não conhecia parecia chamar sua atenção.

– Veja isso, Sinead! Foi descoberto um possível remédio para a cura do câncer através de uma amina chamada fosfoetanolamina! Olhe só, este outro livro fala sobre um exoplaneta no qual os ventos sopram a uma velocidade sete vezes maior que a do som!

Minutos depois, quando Sinead lia um livro sobre a psicologia e a psicanálise humana e suas aplicações cotidianas, Atticus interrompeu sua leitura.

– Aqui está! “Conhecimentos grafológicos e suas utilidades”! Esse livro com certeza é importante!

Sinead aproximou-se de Atticus e ambos se aconchegaram para finalmente encontrarem as informações de que necessitavam.

* * *

– Seus malucos! Para onde estão me levando? – Gritava Ian Kabra, sem obter resposta alguma. Ele estava sendo conduzido por três dos homens vestidos de preto, que o levavam através de um corredor escuro, que descia em direção ao subterrâneo. Já fazia uns dez minutos que eles estavam andando. “Onde será que isso vai dar? Uma base secreta?”

O aspecto e as condições ficavam cada vez mais precários. Era possível avistar as muitas teias de aranha através da tênue iluminação. O chão e as paredes exalavam um odor repugnante. Isso sem falar dos insetos e outros animais abomináveis residentes daquele ambiente.

Ian parou de andar. Ele não podia continuar caminhando sem saber para onde o estavam levando. Talvez para a morte. Ele Abaixou-se e passou correndo entre os dois homens que estavam logo atrás dele. Mas esqueceu-se que havia o terceiro. Ainda não era a hora certa para tentar fugir, se é que ela existia.

– Em frente! Rápido! – Gritou um dos homens de preto. Ian não tinha escolha. Seus punhos haviam sido amarrados e ardiam em contato com a corda rígida, e o ferimento da bala do dia anterior pulsava em seu ombro.

O barulho de um bip eletrônico ecoou por todo aquele labirinto. Um dos homens tirou um aparelho de rádio do bolso e o aproximou do ouvido. Ian conseguiu ouvir apenas um sussurro de vozes do outro lado da linha. E então o homem respondeu:

– Estamos quase lá. Entendido. Farei exatamente como o senhor ordenou.

Então o homem empurrou Ian para frente e ordenou aos outros dois para que andassem mais depressa. O corredor se tornava cada vez mais estreito e quase intransitável. A única luz presente era a da lanterna que um dos homens segurava e o excesso de poeira deixava ainda mais difícil a penetração da luz. Ian era obrigado a admitir: ele estava desesperado! Será que nunca mais tornaria a ver a luz do sol? Ou que nunca mais veria Amy novamente? “Oh, não! Amy! Talvez ela esteja correndo perigo. EU PRECISO SAIR DAQUI!”