O mundo de Ian Kabra tinha desabado. No início da caça ás pistas, ele se achava o máximo: era bonito, inteligente e rico. E o mais importante: tinha uma família. Mas depois que foi deserdado e perdeu sua irmã, Natalie, de 13 anos, nada fazia mais sentido para ele. Até Amy Cahill, a menina que ele mais amara, ele perdeu. Desde então, Ian voltou para Londres e passou a morar sozinho na mansão Kabra. Seu pai, Vikram Kabra, continuava foragido, e nunca mais tinha dado notícias.

–Bickerduff, me traga mais uma, por favor – Gritou Ian.

– Mas, senhor, o senhor não acha que já bebeu demais?- Falou o empregado.

– E o que importa? E quem se importa?

– Eu me importo, patrão.

– Ora, Bickerduff, você se importa é com o seu salário! – Rebateu Ian – Faça o que estou mandando senão será despedido.

– Está bem, senhor – Respondeu Bickerduff, trazendo mais uma dose de vodka.

Bickerduff estava realmente preocupado com a saúde de Ian. A morte de Natalie e a traição da família o abalou muito. E não era pra menos. Mas Ian piorou nos últimos meses. Ele não era mais o mesmo. Não tinha mais vida social, e bebia muito. Ele estava ficando doente. Foi então que uma ideia passou pela mente de Bickerduff: apenas uma menina poderia ajudar seu patrão. Ele já tinha ouvido Ian falar muitas vezes sobre ela com Natalie. Ele procurou na lista telefônica. “Tenho certeza que eu vi o telefone dela aqui...hum.... achei!”

* * *
Dan estava jogando videogame com Aticus na sala. Os dois tinham se tornado amigos ainda mais inseparáveis desde quando eles venceram os vespers.

– Eu ganhei! – Gritou Aticus

– Como você fez isso? Essa rasteira no final foi demais! Mas eu tenho certeza que agora sou eu quem vai ganhar

– Duvido! – Aticus falou, fazendo uma careta

– Quer apostar? – Indagou Dan – Aposto a minha coleção de cards de beisebol contra a sua... – TRIIIIIII TRIIIII – É o celular da Amy! – Dan correu e pegou o celular da irmã.

– Será que é o meu irmão? – Quis saber Aticus.

– Não é não. O número é desconhecido. Será que Amy está de namorado novo? – Dan fez uma careta.

– Será que é algum Vesper? – Aticus já estava começando a ficar assustado.

– Nem venha me falar de Vesper, Aticus. Não deve ser nada. Vamos voltar a jogar videogame que ganhamos mais.