Uma Viagem...uma Nova Vida....

Capítulo 8- A noticia que mudaria parte de mim


Acordei melhor, embora ainda com o corpo durido e de mau humor. Mas pelo menos estava boa o suficiente para me vestir e descer. Fiz tudo normalmente (roupa: http://www.polyvore.com/sem_t%C3%ADtulo_18/set?id=57357736 ) e desci. Quando cheguei á cozinha ouvi o meu pai a tagarelar com a minha mãe assuntos sem interesse algum e por isso fui para a sala.

- Estás melhor? - a minha irmã estava a ver televisão e pelo menos nesse dia estava numa de se preocupar comigo.

- Não é da tua conta! Mas já que perguntas sim, obrigado- resmunguei eu.

- Bom humor á vista já se vê...- disse ao levantar-se a ir para lado nenhum que me interessasse.

Sentei-me no sofá e liguei a televisão. Não estava a dar nada de interessante e a minha barriga começou a ter fome. Dirigi-me outra vez á cozinha, desta vez estava vazia...que estranho...olhei pela janela e vi o meu pai bastante sério a olhar para a minha mãe a ir embora. Ouvi-o gritar: Vai e não voltes! Aquilo não era normal... eles tinham discutido.

- Quer falar?- perguntei ao meu pai..

- O quê? Han?- ele nem se tinha dado conta da minha presença

- Discutiu com a mãe. Porquê?

- Olha Sarah mais tarde ou mais cedo vais saber. Mas não sou eu que te vou contar. Consegues compreender isso?- disse-me num tom triste.

- Eu acho que sim...- disse confusa, pegando num copo de água.

- Olha á coisas na vida que o homem não pode controlar, os sentimentos por exemplo...

- Não vejo onde quer chegar- interrompi.

- A lado nenhum, pelo menos por agora ok?

- Ok.

A campainha tocou, o meu pai foi abrir e eu começei a preparar as coisas para cozinhar. Ouvi uma voz de homem, voz essa que eu nunca tinha ouvido, então gritei:- PAI? CONTAMOS COM A MÃE PARA O ALMOÇO?

A resposta foi obvia, ele não fazia a minima ideia. Então decidi ligar-lhe, mas o telémovel estava desligado. Não fiquei aflita, fui ao quarto dos meus pais e lá estava o maldito sem bateria. «Mesmo coisa da minha mãe» pensei.

Mas o meu telémovel tocou. Corri a ir buscá-lo, estava cheio de mensagens. Comecei a ler.

" Como estás estrangeira? Precisas de alguma coisa? xx Siva"


"Precisas de mais alguma coisa...sopa por exemplo? E como te sentes? xoxo Tom"

"Tom e Max disseram-me que estás doente...precisas de alguma coisa? Sei lá...qualquer coisa. Melhoras rápidas.Nathan"

"Ouvimos gritos entre os teus pais. O que se passa? Max"

"Tu estás bem? Porque é que os teus pais berraram? Jay"

As mensagens de Jay e Max vieram me responder a algumas questões. Tinham sido as mais recentes, então eu respondi a todos.

"Malta, obrigado pela preocupação. Já estou bem...acordei com mais força e sem dores, embora o meu corpo ainda esteja durido. Lamento não ter respondido mais cedo. Quanto aos gritos, o meu pai não me disse nada, embora tenha vindo para cima de mim com uma conversa super estranha...bem, obrigado pela preocupação...obrigado a todos, em especial ao Tom pela maravilhosa sopa. xxSarah"

Em seguida começei a cozinhar. Passados cerca de 30 min recebi a sms de resposta vinda do número de Siva.

" Ficamos felizes com as tuas melhoras. E quanto aos gritos esperamos que esteja tudo bem. Beijos de todos. "

Depois ouvi o telefone de casa a tocar mas alguém atendeu antes de mim... peguei no auscultador e ouvi a conversa entre as pessoas, só aí me apercebi que era a minha mãe e o meu pai.

- Chega! Eu vou dizer á Sarah e a Ana o que se está a passar!- dizia a minha mãe,que parecia estar a chorar do outro lado da linha.

- Não podes! Eu também sou pai...dirlhe-ei quando achar melhor.- dizia o meu pai

- Não podes fazer isso comigo, nem com elas! Elas tem de saber que nos estamos a divorciar!.

Divorciar? A palavra ecoou na minha cabeça como um relampago, fiquei parada, senti o coração acelerada, a cabeça uma confusão e os sentimentos de uma familia perfeita acabados de se perderem. Pousei o telefone. Avisei o meu pai de que ía sair e corri para o lado oposto da rua. Toquei á campainha e quem me veio abrir foi Max. Não consegui evitar...abracei-o como nunca abraçara ninguém, neste momento ele era o único que me parecia real..

- Que se passa pequena?- disse ele sem me afastar.

- Max...eu..os meus pais...tudo perdido!- disse começando a soluçar.

- Que se passa?- era Nathan, foi então que reparei que Nathan também estava lá..

- Os outros?- perguntei.

- Sairam, foram fazer não sei o quê com as namoradas e Jay foi ver a familia- disse Nathan- mas o que se passa?

- Posso te abraçar também?- perguntei-lhe.

- Claro, anda cá...- disse Nathan abrindo os braços

E assim estivemos durante uns 10 minutos, não sei onde eles foram buscar a paciência mas esperaram que eu me soltasse dos braços de Nathan e começasse a falar.

- Hoje os meus pais gritaram...vocês ouviram...depois o meu pai recebeu visitas e eu comecei a cozinhar...

- Sim...- disse Max.

- Depois o telefone tocou. Eu atendi, mas o meu pai já tinha atendido do escritório, e quando reparei que era a minha mae eu fiquei a ouvir, até que aquela palavara..-comecei novamente a chorar- os meus pais...eles...vão se divorciar. O meu pai não nos quer contar nada! O que ele espera? Contar-nos quando um deles sair de casa?

- Anda cá, tem calma...- disse Nathan abraçando-me mais uma vez.

- Terás sempre o nosso apoio. Já falaste com eles?- Max era mesmo o meu irmão mais velho ideal...

- Obrigado. Não...ainda não tive coragem...- expliquei.

- Fica aqui. Vou fazer-te um chá, vai acalmar-te.- Nathan dirigiu-se á cozinha.

- Tens de o fazer...agora está tudo fresco eu sei. Mas...

- mas se eles não estão bem juntos é melhor assim..eu sei- interrompi Max, é má educação mas... - acho quem nem é isso que me magoa, acho que é mais o facto do meu pai não querer contar.

- Não sei o que te dizer...- disse-me Max.

- Nada...não digas nada. Simplesmente abraça-me por favor...- pedi. E ele assim o fez, fazendo-me festas no cabelo.

- Tens aqui o chá. Vai fazer-te bem- disse Nathan entregando-me uma chávena.

- Obrigado.

- Podemos falar meu? È sobre o espetáculo. - disse ele a Max.- Nada que tu não possas ouvir princesa, mas é preferivel em segredo. Não te importas?- disse depois a mim

- Não...ide lá.

Foram conversar para a cozinha, e eu tomava o chá...era mesmo um calmante natural. Olhei em volta, pelas fotografias eles eram mesmo unidos. Apercebi-me que eles eram uma espécie de familia mas sem que eu desse conta Jay entrou na porta e exclamou:

- Que fazes aqui garota?

- Eu? Bem...importas-te que eu não fale nisso agora? Agora que me acalmei?

- Estás á tua vontade...- disse ele com ar de desilusão.

- Oh não fiques assim. Eu contava-te mas é algo que me magoa. Eu tenho a certeza que Nathan e Max te contarão...

- Ok. Respeito a tua vontade...

- Jay? Importas-te de avisar esses dois de que eu já vou embora?

- Não, claro que não. OH MALTA A SARAH VAI-SE EMBORA.- gritou mesmo ao meu lado.

- Se fosse para avisar assim eu já o teria feito!- ri-me com aquilo que ele acabara de fazer.

- Pelo menoz fiz-te rir- estava mesmo com ar glorioso, esse Jay!

- Está bem...ganhaste- disse Nathan a Max, ao entrar na mesma divisão de outrora. - Já vais é?

- Sim...obrigado por me terem acalmado.

- Sempre ás ordens- disse Max.

Sorri, dei um abraço a cada um e ía a sair quando Max correu até mim.

- Eu acompanho-te pequena, tenho uma coisa para te dizer...- quando saimos ele começou.- Eu e o Nathan estivemos a falar. Achamos que seria boa ideia saires de casa por uns tempos.

- Tenho as aulas não?- eu não estava a perceber nada...

- Mas as aulas começam apenas para a semana. Que tal se viesses passar esta ultima semana a nossa casa? Isto é...se quiseres...e se os restantes rapazes deixarem..

- Não sei Max, o meu pai não vai deixar mesmo que eu queira...

- Deixa isso comigo...- disse ele.

- Ok, posso pensar se quero ir ou não? Só preciso até esta noite para pensar...

- Pensas depressa...

-Tem dias..

- Como queiras, espero a tua resposta. Daqui a nada já te digo se os outros aceitaram.

- Ok.

Despedimo.nos com um beijo ruidoso no rosto e eu entrei. Agora é que ía começar a guerra a sério. Teria de enfrentar a fera, teria de agir com o meu pai exactamente da mesma forma, como se momentos antes não tivesse ouvido nada ao telefone.