Capítulo 9- O que a palavra mulher pode fazer...

POV Max

Ver a Sarah daquela maneira, deixou Nathan e Jay de rastos. Pelo caminho de volta pense e percebi que havia um problema: Nathan eu já sabia que gostava dela mas e Jay estava assim apenas por amizade?

Quando cheguei vi Nathan na cozinha a lavar a chávena de chá que Sarah usara e decidi falar com ele.

– Como te sentes?- perguntei.

– Melhor do que a Sarah pelo menos.- respondeu-me.

Depois de alguns minutos em silêncio a olhar um para o outro eu quebrei as minhas própias regras de não me meter na vida amorosa dos rapazes da banda.

– Tu gostas dela não é Nathan?

– Sim, talvez mais do que aquilo que devia...

– Nunca se escolhem essas coisas moço...

– Pois, talvez mas eu podia ter evitado. Como? Não sei...

Depois ele saiu, vi que se dirigiu ao quarto dele e fiquei assim. Encostado á janela da cozinha, a olhar para lado nenhum e nos meus pensamentos.

– Que se passa? - perguntou Jay que tinha ido buscar chá gelado.

– Não sei...diz-me tu.- tentei parecer que não estava convencido de que ele também gostava de Sarah, mas a frase saiu com mais frieza do que aquilo que eu queria.

– Do que falas?- perguntou-me ele confuso

– Desculpa, fui frio demais. O que eu queria dizer era...tu gostas da Sarah como amiga? Ou há algo mais?- mais uma vez estava a quebrar as minhas regras

– Não sei...queres que te seja sincero?- respondeu-me

– Sim.

– Então senta-te.- disse Jay apontando para as cadeiras em volta da mesa. Depois de nos sentarmos ele começou a falar- Desde o dia em que a conheci tenho pensado bastante nela, mas é uma novidade..é normal... depois vi a irmã dela, que é fora do normal também...portuguesas, acho que isso diz tudo...

– Sim, há muitas nacionalidades aqui, mas portuguesas na verdade é raro..-comentei.

– Pois...mas com Ana não acontece o mesmo. Não penso nela...quer dizer, penso ás vezes..mas...

– Já percebi! Gostas da Sarah mas não tens a certeza....

– Sim...como soubeste?- disse-me ele.

– Já suspeitava. PORRA.- gritei sem querer.

– Que se passa? Também gostas dela?- perguntou ele com o ar mais inocente que alguma vez eu lhe vira.

– Não...claro que não Jay, pelo menos como tu e Natha não. Eu vejo-a como alguém de quem eu quero cuidar, como uma irmazinha.- respondi..

– Nathan? Mas Nathan gosta dela?- ele entristeceu-se...

– Sim, e o pior é que eu e Nathan decidimos que ela devia vir passar aqui uma semana, aqui a casa. Mas vai dar errado....- disse eu confuso, não podia voltar atrás com o que tinha dito á rapariga.

– Claro que vai dar certo! Foste o único que me topou, eu não vou chegar nem perto dela. Te prometo.- disse ele.

– Mesmo Jay?

– Sim.

Fiquei mais descansado. Liguei a Tom e Siva e eles também concordaram com o facto de que ela poderia ficar cá em casa. Só faltava convencer o pai dela a deixar...

Avisei Nathan e Jay que ía falar com o pai da Sarah e saí.

Toquei á campainha e o pai dela foi quem atendeu.

– Vou já chamar a Sarah- disse-me ele.

– Não...eu venho falar com o senhor.

– Comigo?

– Sim. Eu já estive com a Sarah hoje. E tenho de lhe pedir uma coisa.

– Se eu puder ajudar...

– Eu já reparei que o ambiente entre si e a sua mulher não estão dos melhores.... e eu e os rapazes estivemos a falar.

– SOBRE A MINHA FAMILIA?- o pai dela alterou-se.

– Desculpe, nao queria ser intrometido. Mas tudo o que quero é o bem da sua filha.- tentei ser o mais racional possivel

– O BEM DA MINHA FILHA?

– Fale baixo se faz favor, a Sarah não precisa de saber que estou aqui...- pedi eu.

– VOCÊ AQUI NÃO É NINGUÉM...- disse o pai dele dando-me um murro na cara. É obvio que ter falado na mulher dele o afectou.

– Só não lhe bato também por respeito a Sarah- respondi.

– O que disse?- disse-me o pai dela parecendo a furia em pessoa.

– O que você ouviu....- respondi.

O pai da Sarah saltou que nem um louco para cima de mim e começou a esmurrar-me no chão, eu meramente o tentava afastar sem lhe bater. Foi então que ouvi a voz da Sarah, bem lá ao longe....