- Hei! – exclamou Kimberly assustada. Pennywise agarrava seu braço com força. – Me solta!

Eles pararam no meio do caminho.

- Desculpa, gatinha. – disse Pennywise tentando não estragar o seu disfarce. – Vamos! – e ele começou a puxar Kimberly outra vez, em direção ao escuro jardim, localizado no andar abaixo do grande salão.

- Quem é você e... Pra onde está me levando? – a voz de Kimberly estava trêmula.

Pennywise não respondeu, porém, continuou andando rapidamente e arrastando a doll. Novamente a Cinderela-Kimberly havia deixado seu sapatinho para trás, mas desta vez, de propósito. Ela sabia que era uma maneira de as dolls a seguirem.

- Me solta! – pediu ela, nervosa, outra vez.

- Prontinho. – disse Pennywise parando de andar e soltando o braço da doll.

Os dois estavam agora no topo da escadaria que levava ao escuro jardim onde, se eles descessem, encontrariam os dois corpos estraçalhados e ensangüentados, mortes causadas graças a Damien. O som da festa era mais abafado e distante de se ouvir, dali.

- Fala sério! – resmungava Melody enquanto andava rapidamente, junto às dolls, à procura de Kimberly. – Como é que aquele cara sai correndo com a Kim assim...

- Não tô acreditando nisso! – dizia Ashley, nervosa.

As dolls pararam de andar. Tinham avistado, no chão, o sapatinho de Kimberly.

- Meninas, olhem! – exclamou Nicole se agachando para pegar o sapatinho de Kimberly, no chão.

- Se a Kim perdeu o sapato, aqui... Significa que ela deve ter ido naquela direção. – disse Jessica, pensativa. – Vamos pra lá!

- Vamos, meninas! – dizia Nicole correndo. As outras dolls iam logo atrás.

- Quem é você? – tornou a perguntar Kimberly, do lado de fora do salão.

- Ah, minha querida... – e ele contornou a doll misteriosamente. – Eu posso ter vários nomes...

Ao ouvir aquilo, Kimberly sentiu um agonizante arrepio percorrendo-lhe a espinha.

- E posso ter várias formas... – continuou ele pegando nos ombros de Kimberly. – Mas, muitos me conhecem como... – e ele passou o braço em volta do pescoço de Kimberly, como se fosse estrangulá-la, e sussurrou em seu ouvido. – Pennywise.

Assim que as quatro chegaram do lado de fora, encontraram Pennywise numa posição digna de quem iria estrangular Kimberly. Obviamente ele só estava ameaçando.

- Droga! – resmungou Pennywise assim que viu as dolls chegando.

As dolls foram freando os passos assim que viram Kimberly e o estranho homem.

- Larga ela! – gritou Nicole fazendo uma cara séria.

- Não, não, não... – disse o príncipe Pennywise dando um largo sorriso.

Depois de alguns segundos, ele começou a se tremer todo novamente e logo, a velha e conhecida forma de palhaço havia sido adquirida outra vez.

- Meu Deus! – gemeu Jessica, assustada, ao ver, agora, no lugar do bonito rapaz, o palhaço de cabelos vermelhos e dentes afiadíssimos.

- La-larga ela! – tornou a dizer Nicole, já com a voz mais fraca. Estava com medo.

O palhaço sacudiu a cabeça em sentido negativo e, em seguida, explodiu no ar, sumindo junto com Kimberly.

- Nããão! – gritaram algumas dolls, na mesma hora.

Damien as observava, de longe, com um sorriso no rosto.

- Meninas, eu... – começou Jessica engolindo em seco. – Não acredito nisso...

- Eu não sei... – dizia Nicole, nervosa. Seus olhos começaram a lacrimejar. – Não sei o que é que tá acontecendo aqui. – e a morena se encostou à parede e foi arriando até que sentou no chão.

- Eu queria estar sonhando... Queria, aliás, que fosse tudo um pesadelo. – disse Ashley começando a chorar também.

- Mas... – dizia a voz chorosa de Nicole. – Não faz... – e uma pausa para soluço. – Sentido. Nada disso faz sentido.

- Calma, gente! – disse Melody respirando fundo. – Eu também tô nervosa, mas... A gente tem que tentar ficar calma.

- Acho que a Mel tem razão. – disse Jessica enxugando algumas lágrimas.

- O problema é que não temos nada o que fazer. – dizia Ashley, nervosa. – Como podemos resolver essa situação?

O silêncio foi a única resposta, na hora.

- Meninas, tudo bem? – perguntou Kyle com uma expressão preocupada. – Eu segui vocês até aqui... Vi que vocês saíram correndo da pista de dança...

- Não tá tudo bem. – disse Melody abraçando ele.

- O que houve? Cadê a Kim? – perguntou ele, assustado.

- Você não acreditaria se a gente contasse. – disse Jessica, olhando para o céu. A lua cheia começava a ficar totalmente encoberta por muitas nuvens. Parecia que iria chover.

- Contem mesmo assim. – insistiu Kyle.

- Primeiro, estávamos no banheiro e... – começou Ashley, tristonha. – Achamos que um espírito...

- A Samara do “Chamado” apareceu no banheiro e queria atacar a Kim e a Jessica. – disse Melody rapidamente. Suas palavras soaram como as de uma pessoa altamente desequilibrada. – E depois, agora, apareceu um cara lá na pista de dança e pegou a Kim. Quando chegamos aqui ele virou um palhaço e desapareceu no ar.

- Ele era... – disse Ashley, pensativa. – O Pennywise! – Ashley fez uma expressão assustada como se lembrasse de algo. – Claro! Era ele! Daquele filme, gente... Como era o nome mesmo? Ah! “It – Uma obra-prima do medo”.

- Ih! É mesmo... – concordou Nicole, séria.

- Eu morria de medo desse filme quando era pequena... – disse Ashley, séria.

Kyle ouvia a conversa das dolls e começou a achar que elas estavam pregando uma peça nele.

- Que brincadeira é essa? – disse ele cruzando os braços, sério.

- Não... Não é brincadeira. – disse Nicole ajeitando o chapéu.

- Não?! Samara, Pennywise... – disse ele, impaciente. – Daqui a pouco vão me dizer que o Freddy Krueger e o Chucky estão aqui também.

As dolls silenciaram.

- Kyle... – começou Melody, séria. – Não estamos inventando. É sério.

- Aqui... – disse Nicole estendendo o sapato de Kimberly. – A Kim sumiu no ar. Precisamos encontrá-la antes que... – e Nicole respirou fundo. – Antes que seja tarde demais.

Kyle coçou o queixo, pensativo, mas continuou sem acreditar.

- Então... Vocês querem minha ajuda? – perguntou ele cruzando os braços de novo.

- Sim! – disseram as quatro dolls, juntas.

- Meninas, sinto muito. – disse Kyle rindo em seguida. – Mel, desculpa, mas... Eu já caí muito nessas brincadeiras de Halloween. Sou muito bobo pra cair nessas coisas. – e ele deu uma piscadela para as dolls. – Vou indo nessa! – e ele voltou para o salão.

- Não! Kyle, espera! – insistiu Melody, mas ele já estava longe.

- Droga! – resmungou Jessica, irritada.

- Seu namorado não foi nada compreensivo, Mel! – dizia Ashley, preocupada.

- Ele não é meu namorado... E... É verdade, ele não foi nada compreensivo mesmo. – disse Melody, indignada.

As outras dolls sentaram-se no chão, ao lado de Nicole.

- Não acredito que não podemos fazer nada... – dizia Jessica apoiando a cabeça nas mãos.

- Vamos chamar a polícia! – disse Ashley, pensativa.

- E dizer o que, Ash? – disse Nicole, desanimada. – “Oi, policial! Nos ajude, por favor! Nossa amiga foi seqüestrada pelo Pennywise!”

- É... Ninguém acreditaria. – disse Ashley cabisbaixa.

E as quatro continuaram em silêncio. Todas as dolls baixaram as cabeças. Não sabiam mais o que fazer diante daquela situação.

O inesperado, porém, aconteceu: uma forte luz branca começou a incidir diante delas, a ponto de fazê-las levantarem as cabeças para ver o que estava acontecendo.

- Oi? – disse uma bonita voz masculina diante das dolls.

- Oi... – disseram algumas dolls, de vez, assim que viram o bonito rapaz na sua frente.

Ele tinha os cabelos negros e usava uma grande e comprida túnica branca. Pra completar, um belo par de asas.

- Vocês estão bem? – perguntou o rapaz, curioso.

- É... Nós... Não muito. – disse Melody, chateada.

- E você é...? – perguntou Jessica, curiosa. – Mais um primo da Robin?

- Eu... Bom... Sim. – respondeu ele.

- Como é seu nome? – perguntou Nicole, séria.

- Miguel. – respondeu ele com a voz mais mansa e serena possível.

- Nome de anjo e está vestido de anjo. – disse Melody soltando uma fraca risada. – Então... Você é primo do Kyle?

- É... Isso! – disse ele, sem graça. – Primo da... Robin e do Kyle.

- Hum... Interessante. – disse Ashley.

- Seu primo Kyle nos deixou na mão, agora. – desabafou Melody, revirando os olhos.

- F-foi? – disse ele, franzindo a testa. – O que ele fez?

- Bom... – começou Nicole, séria.

E mesmo contra a vontade delas, as dolls contaram toda a história ao rapaz.

- Santo Deus! – disse ele pondo a mão no coração. – E o Kyle não quis ajudar vocês?

- Pois é... – disse Jessica, triste. – Ele acha que nós estamos inventando, mas não estamos.

- É... Eu... Acredito em vocês. – disse Miguel, sério.

- Sério mesmo? Não está nos achando loucas? – perguntou Ashley, surpresa.

- Não. Eu acredito sim. – disse ele, por fim. – Acontece que estou um pouco atrasado. Tenho um compromisso agora, mas falarei com meu primo sobre vocês. Aposto que ele vira ajudá-las.

E Miguel entrou no grande salão.

- Ele é bonito né? – comentou Jessica, pensativa. A doll ainda estava assustada com tudo.

- É... – respondeu Nicole, mas na verdade, lembrando do rosto apavorado de Kimberly, assim que a doll sumiu no ar junto com o palhaço.

Alguns minutos depois, Kyle voltou ao lado de fora do grande salão.

- Meninas... – começou ele, sem graça. – Eu... Andei pensando e...

Nenhuma das dolls falou.

- Bem, acho que talvez vocês não estejam querendo me pregar uma peça e... – começou ele, nervoso. – Mas, que é tudo muito louco e estranho, isso ninguém pode negar.

- Ah! Então o Miguel falou com você e, agora, você se arrependeu e resolveu nos ajudar não é? – disse Melody pondo as mãos na cintura.

- Miguel? – Kyle franziu a testa. – Como assim?

- Miguel, seu primo... Acorda, cara! – dizia Ashley, impaciente. Ela queria logo tentar resolver a inacreditável e complicada situação em que estavam agora, enfrentando seres que elas achavam nunca existir de verdade.

- Hã? – Kyle estava confuso.

- Vai se fazer de desentendido agora? – disse Melody forçando um sorriso. – Seu primo Miguel nos disse que iria falar com você a respeito de tudo o que aconteceu e...

- Mas eu não tenho nenhum primo chamado Miguel. – disse Kyle, sério. – Os únicos primos, homens, que tenho são o Michael, o Joe e o Alex.

As doll se entreolharam, confusas.

- Mas... – começou Nicole se levantando do chão. – Se o tal Miguel não era seu primo... Como ele sabia sobre você e a Robin?

- Na verdade... – disse Ashley também se levantando do chão. – Ele não sabia. Nós que perguntamos se ele também era primo da Robin e do Kyle.

- Nossa! Foi mesmo! – exclamou Melody, surpresa.

- Então... Quem é esse tal de Miguel? – perguntou Jessica, pensativa.

- Devíamos tentar procurá-lo lá dentro. – sugeriu Kyle. – Como ele está fantasiado?

- De anjo. – informou Nicole.

- Hum... – disse ele, pensativo. – É um cara que tá só de sunga branca, todo malhado? Eu o vi dançando lá dentro e...

- Não! – exclamaram as dolls, juntas.

- Ele tá usando uma longa túnica branca. – informou Jessica.

- Nossa! Então, sinceramente, eu não vi. – disse Kyle, sério. – Mas, vamos procurar!

E os cinco entraram no barulhento salão para tentar encontrar algum sinal de Miguel.

Michael, um dos primos de Kyle, estava num canto da festa e, ainda, admirava os estranhos e bizarros bonecos Chucky e Tiffany.

- Oi, Chucky! – dizia o menino bem perto do peito de Chucky. Ele esperava ouvir alguma resposta. Achava que o boneco falaria através de comando de voz.

Tiffany então deu um discreto chute na perna de Chucky, que só então entendeu o recado.

- Venha cá, seu sacaninha! – disse Chucky, sem graça, numa voz diferente.

O menino riu por vários segundos.

- Adorei! – exclamou Michael. – Ah! Vou chamar o Joe e a Katherine pra ver isso. Vou deixar vocês aqui...

E o menino deixou os dois bonecos escondidos embaixo de uma das mesas. Enquanto isso, as dolls e Kyle procuravam algum sinal de Miguel, no salão. Eles tinham se dividido, para facilitar a busca: Ashley estava com Jessica; e Nicole com Melody e Kyle.

- Nada. – resmungou Ashley, preocupada.

- Isso é mesmo muito estranho. – dizia Jessica jogando os cabelos para trás. – Como é que aquele cara aparece do nada e...

- Acreditou em nós e parecia tão disposto a nos ajudar... – completou Ashley.

- Pois é... – dizia Jessica olhando todos a sua volta.

Nicole, Melody e Kyle não haviam encontrado nenhum vestígio sobre Miguel. Perguntaram a várias pessoas sobre o rapaz e nada.

- E então? Nada? - perguntou Nicole chegando junto a Jessica e Ashley.

- Nada. – responderam Ashley e Jessica, juntas.

- Esperem aí! – exclamou Jessica arregalando os olhos. – Claro! Como não pensamos nisso antes...

- O que? – perguntaram todos, de vez.

- Vamos pedir à Robin para dar uma olhada na lista de convidados e checar se o nome “Miguel” realmente está na lista e... – dizia Jessica freneticamente.

- Excelente! – exclamou Kyle antes que Jessica pudesse terminar.

Eles correram para a mesa onde Robin estava.

- Robin! – exclamaram Kyle e algumas dolls, de vez.

- O que foi, gente? Que caras são essas? – perguntou Robin, sem entender.

- Não é pra dizer nada sobre... – Melody murmurou para Kyle.

- Entendi. – disse ele, baixinho. – Nós queremos checar a lista de convidados, prima. – disse ele para Robin.

- Pra que? – disse Robin dando um bom gole numa taça de vinho.

- É que... – começou Nicole, sem graça.

- Preciso ver se lá está o nome de um amigo meu. – adiantou-se Kyle.

- Hum... – disse Robin, pensativa. – Tudo bem então. Vamos lá.

Dentro de uns minutos, Robin já estava com a lista de convidados em mãos. O segurança, sério e enfezado, olhava para as dolls.

- Vejamos... – disse Robin, checando a lista. – Miguel... Miguel...

As dolls estavam apreensivas.

- Aqui! – exclamou Robin. – Só tem um Miguel na lista: Miguel Cuarón. É esse? Tem certeza?

Ninguém respondeu. Como iriam saber o sobrenome do misterioso rapaz?

- Claro que não deve ser esse. – continuou Robin. – O Miguel é um conhecido meu. É um mexicano muy caliente, por sinal. – e ela riu descontroladamente. – Ele está... Hum... Bem ali! – e ela apontou numa direção.

Todos olharam e se decepcionaram ao ver um homem moreno, aparentando uns quarenta anos, vestido com uma fantasia de faraó.

- Droga! – resmungou Jessica, baixinho.

- É... Então o meu amigo não tá na lista mesmo. – disse Kyle para Robin. – Mesmo assim, obrigado por checar.

- Mas, querido, se precisar que ele entre na festa, é só me falar. – disse Robin.

- Não, não... Tudo bem. – disse Kyle. – Vamos, meninas.

E eles foram para o outro lado do salão. Enquanto isso, Michael (o primo de Kyle) acabava de convencer os primos mais velhos, Katherine e Joe, a ver Chucky e Tiffany.

- Eu tô dizendo... Eles são perfeitos! – dizia Michael se agachando para pegar os bonecos que ele havia deixado embaixo da mesa.

Para surpresa e decepção de Michael, Chucky e Tiffany não estavam mais no local onde ele havia colocado.

- Ué?! – exclamou o menino, preocupado. – Eu deixei eles bem aqui e...

- Ah, Michael! Me poupe! – disse Katherine, a prima de vinte anos, cruzando os braços. Ela era bonita, tinha os cabelos negros e encaracolados. Usava uma fantasia de Mulher Maravilha.

- Primo, você não é mais criança e... – começou Joe dando tapinhas na cabeça do primo. Joe tinha vinte e dois anos. Era alto, tinha cabelos e olhos castanho-escuros e usava uma fantasia de pirata. – Se você tava querendo pregar um susto na gente... Não conseguiu. Vamos, Kathy!

E os dois saíram, deixando Michael pra trás.

- Hei! Esperem! – gritava Michael. – Eu não tô mentindo!

Mas os primos não deram ouvidos.

Chucky e Tiffany estavam em outro lugar, na festa. Outra vez, acompanhavam os passos das dolls, de longe.

- Ah! A Kimberly não tá mais com elas! – exclamou Tiffany, animada.

- É... Menos uma! – disse Chucky sorrindo diabolicamente.

- Precisamos afastar a Jessica das dolls... – disse Tiffany, pensativa.

No terraço do prédio, a alegria das criaturas não poderia ser maior. Pennywise já havia amarrado Kimberly numa cadeira e a amordaçado. Freddy e Jason estavam satisfeitos com o trabalho do palhaço e Samara vibrava de alegria.

- Samara, pode levar sua futura mamãe para o local onde combinamos. – disse Freddy rindo diabolicamente.

Kimberly mal podia acreditar no que via. Além de Samara e de Pennywise, estavam bem diante dela dois dos mais aterrorizantes personagens dos filmes de terror: Freddy e Jason. A loura se perguntava se não estava sonhando. Como era possível que os personagens de “A Hora do Pesadelo” e “Sexta-feira 13” estivessem, ali, bem na sua frente.Então, o que Melody e Jessica tinham concluído era mesmo real: por conta do Halloween, aquelas terríveis criaturas ganharam uma dia de volta à Terra.

Kimberly tentava gritar, assim que Samara começou a avançar na direção dela, mas tudo o que a doll conseguia era soltar gemidos, pois estava amordaçada.

- Mamãe... – dizia a estranha menina de longos cabelos negros cobrindo-lhe o rosto.

Kimberly estava apavorada. Chorava de tanto medo.

E, instantaneamente, Samara tocou Kimberly e juntas, se infiltraram no chão, como se houvesse uma passagem ali.

- Faltam quatro dolls... – disse Freddy sorrindo, diabólico.

- Vou voltar lá pra baixo e continuar meu trabalho. – disse Pennywise desaparecendo no ar.

- Jason... – começou Freddy, pensativo. – Já que só temos até o nascer do sol para ficar aqui na Terra e depois disso, vamos sumir até o próximo Halloween... Que tal matar umas pessoas?

Jason balançou a cabeça em sentido afirmativo.

- Ótimo! Sabia que você concordaria. – Freddy sorriu. – Além do mais, não adianta ficarmos esperando aqui o tempo todo... Nós dois não queremos matar nenhuma das dolls não é? Só estamos fazendo companhia aos outros e...

Jason continuava balançando a cabeça.

- Chucky e Tiffany podem ficar pra sempre, aqui, se conseguirem os corpos humanos. – começou Freddy. – Pennywise só quer matar Ashley e Melody, como passatempo. Samara quer levar Kimberly para o fundo do poço dela. Já o Damien... Bem, se ele não conseguir se aproximar da Nicole e, depois, do Lewis...

Jason coçou a cabeça.

- Acho que de nós todos, o Damien é o que precisa de algo mais complicado. – concluiu Freddy. – Inclusive, parece que o Lewis nem veio à festa.

Houve minutos de silêncio.

- Bom, chega de conversa. Vamos lá, Jason! – disse Krueger, animado. – E o melhor de tudo... Nem precisamos de fantasia pra entrar na festa. – e ele deu uma gargalhada enérgica.

No salão, as dolls estavam mais do que tensas. Elas estavam sentadas, com Kyle, numa das mesas.

- O que é que a gente faz, agora? – perguntava Ashley com a mão na testa.

- Não sabemos quem é esse Miguel e... A Kim... – disse Melody baixando a cabeça.

- Uma coisa eu sei. – disse Nicole mostrando-se forte. – Não sairemos daqui sem a Kim.

- Concordo. – disse Kyle.

Jessica pensava bastante no momento.

- Meninas! – exclamou a ruiva. – E se... Se o Miguel não for realmente uma pessoa?

Algumas dolls franziram as testas.

- Como assim? – perguntou Ashley, confusa.

- É... – continuou Jessica. – Se no Halloween, os espíritos voltam à Terra, então...

Todas as dolls e Kyle haviam entendido o recado de Jessica.

- Então vo-você acha que o Kyle era um e-espírito? – perguntou Ashley, nervosa.

- Por que não? – perguntou Jessica, séria. – Se os outros monstros estão à solta, por que não as almas boas também?

- É... A Jessica tem razão. – concordou Kyle. – E, por sinal, foi muito estranho tudo isso porque... Eu voltei ao salão, naquela hora, depois de falar com vocês, e senti uma sensação estranha em mim. – e ele parou. – Era como se... Eu sentisse uma calma, uma extrema bondade em meu peito.

- Nossa! – exclamou Ashley, surpresa.

- Seja lá quem ele for, o Miguel ajudou bastante fazendo com que você voltasse e ficasse do nosso lado. – disse Melody para Kyle.

- É... – disse Kyle se levantando da cadeira. Era como se outra vez, sentisse a mesma sensação boa de antes. – Precisamos procurar a Kimberly e... Salvá-la!

- Sim, mas como? – perguntou Nicole, séria. A morena estava bastante preocupada com Kimberly.

- Não sei, mas... Vamos vasculhar cada canto dessa festa! – disse Kyle muito decidido.

As dolls chegaram a estranhar a atitude de Kyle. O que elas nem imaginavam é que, de longe, Miguel, o bom espírito, estendia os braços na direção delas e, parecia estar dotando Kyle de uma imensa coragem. Miguel estava, agora, completamente invisível. Uma boa alma estava ajudando as dolls nessa complicada situação.

Continua no próximo capítulo...