Após receber, sem saber, toda a influência espiritual vinda de Miguel, Kyle estava mais do que decidido a encontrar Kimberly. Ele havia, inclusive, motivado as dolls a se levantarem e iniciar as buscas pela loura.

- Mas... Você acha mesmo que seja uma boa ideia a gente se separar em dupla e trio? – perguntou Nicole, confusa. – Acho que deveríamos continuar juntos.

- Eu sei, Nic. – disse Kyle, sério. – Mas eu acho que se a gente se dividir em dois grupos, ganharemos mais tempo.

- Mas... – gemeu Ashley, insegura.

- Faz assim... – começou ele, decidido. – Se pelo menos um de cada grupo tiver uma espécie de arma pra se defender...

- Ah! Eu trouxe um spray de pimenta! – disse Melody revirando a cestinha, que fazia parte da sua fantasia de Chapeuzinho Vermelho.

- Ótimo, Mel! – disse Kyle, animado. – Já vai servir.

- Sim... E esse simples spray vai ser útil pra acabar com todos os monstros, ou sei lá o que, que estamos enfrentando? – disse Jessica em tom de reprovação.

Kyle afastou-se das dolls dizendo:

- Volto já! – gritou ele.

Kyle, dotado de coragem, entrou na cozinha do grande salão.

- Hei! O que o senhor está fazendo aqui? – perguntou um dos garçons.

- Ah! Boa noite para o senhor também. – disse Kyle, sarcástico.

- O que faz aqui, meu jovem? – perguntou um homem carrancudo, trajando roupas brancas e um chapéu que indicava ser o cozinheiro chefe.

- Estou precisando de uma faca... – disse Kyle, sem graça.

- Mas já disponibilizamos, no Buffet, facas suficientes. – disse o chef.

- É que estou precisando de uma faca maior, sabe? – disse Kyle, sério.

- Não posso ceder. – disse o chef cruzando os braços. – Não tenho autorização para isso. - e dizendo isso, ele virou de costas para Kyle e foi adentrando a área onde ficavam os fogões. – E dê o fora daqui, Lobo Mau! – e o chef soltou uma risadinha.

Kyle deu uma rápida olhada pelas bancadas e avistou uma faca peixeira. Era exatamente o que precisava.

- É... – dizia ele dirigindo-se lentamente até a bancada da cozinha. – Tudo bem então, chef... Eu... – e ele pegou a faca discretamente, mas rápido, e a guardou no bolso da calça jeans. – Vou indo! Até logo!

Kyle estava de volta ao grande salão e vinha sorrindo triunfante.

- O que foi que... – começou Ashley, sem entender.

- Onde você foi? – perguntou Melody na mesma hora que Ashley.

Kyle pegou a faca pelo cabo e lentamente a puxou do bolso.

- Kyle! – exclamaram todas as dolls, boquiabertas, de vez.

- É... Eu sei que parece demais, mas... Não sabemos direito com quem ou quantos estamos lidando. – disse ele guardando a faca no bolso outra vez. – Ainda assim... Precisamos de mais armas, mas... O que poderíamos usar?

E Kyle deu uma olhada pelas mesas até que avistou uma garrafa de vinho vazia.

- Ótimo! – exclamou ele indo até a mesa e pegando a garrafa. – Aqui. Quem fica com ela?

As dolls se entreolharam, nervosas e confusas.

- Uma garrafa vai nos ajudar? – perguntou Melody, sem entender.

- Inteira assim, não. – disse Kyle, sério. – Mas assim, sim. – e ele bateu a garrafa propositalmente contra a parede, fazendo- a quebrar. Restava apenas o gargalo e uma parte bastante cortante.

- Nossa! – exclamou Ashley. – Cuidado, meninas! Tem vidro aqui no chão e...

- Vamos nos dividir. – disse Kyle, decidido. – Jessica, você fica comigo.

Melody franziu a testa na hora. Ela jurara que Kyle ficaria com ela na divisão do grupo.

- Melody, Nicole e Ashley, fiquem juntas. – continuou ele. – Tome! – e ele deu a garrafa quebrada para Nicole, que a segurou totalmente sem jeito e com medo de se cortar.

- Ai, Nic, cuidado! – alertou Ashley, preocupada com a garrafa quebrada que Nicole segurava.

- É só segurar firme no gargalo. – disse Kyle, sério. – Agora vamos! Eu vou com a Jessica. Vamos dar uma olhada pela área externa, pelos jardins. Vocês três podem fazer buscas aqui dentro desse prédio. Só tem dois andares para vasculhar.

- Certo. – disse Melody, que segurava firme seu spray de pimenta.

- Vamos, Jessica. – disse Kyle pegando Jessica pela mão e saindo do salão.

Melody levantou a sobrancelha.

- Mel, nada de ciúmes agora! Não é nada disso que você tá imaginando. – disse Nicole ao ver a cara furiosa que a amiga fazia.

- É né... – disse a baby doll fazendo bico.

- Vamos. Não podemos perder mais tempo. – disse Ashley, preocupada. – A Kim... Precisamos achar a Kim.

No porão (onde as sete criaturas tinham se encontrado antes), Samara observava Kimberly, sentada na cadeira, amarrada e amordaçada.

- Mamãe... – dizia a voz rouca e ruidosa de Samara.

Kimberly tentava gritar, mas era em vão.

Damien observava as dolls. Um sorriso surgira em seu rosto. Chucky e Tiffany ao verem Jessica e Kyle, andando para fora do salão, também se animaram. As quatro dolls já tinham se separado. Isso já era bom.

Damien entrou no salão. Sua intenção era encontrar Nicole. Já Chucky e Tiffany saíram do salão e ficaram observando os passos de Jessica e Kyle, para então, segui-los.

- Não tem nada por aqui. – disse Jessica, nervosa. – Onde procuramos agora?

- Não sei. – disse Kyle, pensativo. – Vamos descer as escadas e ir aos jardins.

Os dois começaram a descer a longa e escura escadaria. Já chegando no meio do caminho, Kyle e Jessica avistaram os corpos do casal que o cão negro (ordenado por Damien) havia matado.

- Meu Deus! – disse Jessica, por impulso, cobrindo o rosto com as mãos. Seus olhos lacrimejaram, na hora.

Kyle engoliu em seco.

- Que horror! – disse ele pegando o celular e aproximando dos cadáveres para ver se, com a luz, reconhecia os corpos.

- Vamos... – dizia Jessica tossindo, de nervoso. – Sair daqui.

- Calma! – disse ele, sério. – Nossa! Esses dois são amigos da minha prima Katherine. Vamos, vamos descendo.

- Ficou louco?! – exclamou Jessica tentando não olhar os cadáveres. – Se já encontramos isso aqui... Imagine lá embaixo. Tá muito escuro e...

- Jessica! – disse ele segurando o braço dela. – Eu... Nós estamos aqui pela Kimberly e não por nossa vontade.

Jessica deu um longo suspiro e concordou com a cabeça.

- Vamos. – disse ele continuando a descer as escadas. – Cuidado pra não pisar o sangue aí.

Jessica sentia seu corpo todo se arrepiando.

No topo da escadaria, Chucky e Tiffany sorriam ao ver os dois indo para os jardins escuros.

- Ai, Chucky! – exclamou Tiffany, animada. – Perfeito! Eu fico com o corpo da Jessica e você fica com o corpo desse cara aí.

- É... Pode ser. – concordou o boneco.

- Vamos continuar seguindo eles. – disse Tiffany.

As pesadas e escuras nuvens, no céu, já indicavam que logo, logo iria chover muito. O relógio já marcava mais de meia noite.

Enquanto isso, Freddy e Jason começavam a descer as escadas que levavam do terraço ao segundo andar do prédio.

- Uau! – exclamou um rapaz alto, vestido de vampiro. Ele era um dos convidados da festa e, estava no segundo andar do prédio, pois estava procurando o banheiro. – Cara! Suas fantasias estão demais! – disse ele ao ver Freddy e Jason chegando no corredor.

Freddy e Jason se olharam, na hora.

- Pode ficar com ele. – disse Freddy para Jason. Em seguida, Krueger continuou a descer as escadas que levariam ao primeiro andar do prédio.

- Co-como assim... “Ficar com ele”? – perguntou o rapaz rindo, sem graça.

Jason não respondeu e, ao contrário, empunhou o machado para o rapaz, que recuou.

- Hei, que brincadeira é essa? – disse o rapaz, nervoso. – Tudo bem... Já entendi... Você tá fantasiado de Jason Voorhees.– e o rapaz bateu palmas. – Tá muito perfeita sua fantasia, cara! Agora chega de brincadeira comigo.

Jason continuou avançando para o rapaz. O afiado machado em suas mãos.

- Pára! – exclamou o rapaz, já ficando sem ter pra onde correr, contra a parede.

Jason, sem piedade, segurando firme o machado, o acertou em cheio na cabeça do rapaz, que imediatamente caiu no chão. O sangue que jorrava, além de sujar a parede, sujou também o chão. Em seguida, Jason retirou o machado da cabeça do rapaz, limpou nas suas vestes e continuou a andar pelo corredor.

- Meninas... Eu tô realmente com medo. – disse Ashley, baixinho.

As três estavam no primeiro andar do prédio (o mesmo andar onde ficava o banheiro e onde Freddy Krueger acabava de chegar).

- Calma, Ash! Eu também tô com medo... – disse Nicole, ainda empunhando firme a garrafa quebrada.

- Olá, senhoras! – disse Freddy Krueger, atrás das dolls.

As três soltaram gritos de medo.

- Calma, calma. – disse Freddy soltando uma gargalhada. – É só uma fantasia! – mentiu ele.

- Ufa! – exclamou Melody pondo a mão no coração.

- Vejo que vocês estão bem assustadas não é? – continuou ele.

- Ah, também não é pra menos! Sua fantasia tá perfeita! – disse Melody, séria, mas ainda assustada.

- Hum... Obrigado. – disse Freddy, sério. Em seguida, desceu as escadas até o salão principal.

Não era a intenção de Krueger matar, ferir ou atacar as dolls, por isso ele passou por elas sem fazer nada.

- Nossa! O cara tava com uma fantasia muito legal! – exclamou Melody.

- Assustadora! – disse Ashley.

- Vamos. – disse Nicole. – Ainda não passamos por aqui.

Como no prédio de eventos só estava sendo usado o salão principal, os dois andares restantes estavam desativados, funcionando apenas os banheiros. Os dois andares eram cheios de grandes salas, geralmente usadas para reuniões ou congressos. Estavam, agora, completamente vazias e trancadas. Isso facilitou a busca das dolls.

- E aquela ali? – perguntou Nicole para Ashley, apontando para uma porta.

- Também tá trancada. – disse a loura.

- É... – suspirou Nicole. – Cada hora que passa eu fico mais nervosa.

- E se a gente fizesse um comunicado lá embaixo? Avisando que a Kim desapareceu? – disse Melody, pensativa.

- Não sei se é uma boa ideia. – disse Nicole, séria.

As três conversavam de costas para as escadas. Estavam tão distraídas que nem ouviram passos chegando perto delas. Nicole só percebeu que havia mais alguém, ali, no primeiro andar, quando sentiu uma mão tocando seu ombro.

- Aaaah! – gritou Nicole e atacou o estranho com a garrafa.

- Aai, Nic! – gritou Lewis olhando o braço, sangrando. O corte fora causado pela garrafa quebrada.

Nicole cobriu a boca com a mão.

- Meu Deus! – exclamou Nicole. – Lewis! Me desculpe... Eu... Não sabia que você viria e...

Ele estava fantasiado de marinheiro. Usava uma calça branca e uma camisa branca sem manga. Pra completar, um típico chapéu de marinheiro.

- Eu queria fazer... Ai! Uma surpresa. – dizia Lewis olhando o ferimento em seu braço. – A corrida de amanhã foi cancelada por causa de um forte temporal que está previsto para acontecer.

- Vem! Vamos lavar isso aqui. – disse Melody pegando Lewis pelo braço. – Vamos levar ele aqui no banheiro feminino, Nic.

- Sim. – concordou a morena, ainda sem graça.

- Feminino?! – exclamou Lewis. – Mas... Ai! – o ferimento incomodava.

- Vamos logo. – disse Ashley.

Os quatro entraram no banheiro feminino, que por sorte, estava vazio. Enquanto Melody ajudava a lavar o ferimento de Lewis, Nicole ainda não dera uma palavra sobre o acontecido.

- Nic... – começou Lewis, sem entender. – Eu não estou entendendo... Por que você me atacou com essa garrafa? – e ele fez uma pausa. – Aliás... Por que você está com essa garrafa? Quem você queria atacar de verdade?

- Quantas perguntas... – resmungou Melody, baixinho.

Nicole respirou fundo.

- Lewis... – começou Nicole, séria. – Você não vai acreditar, mas...

Silêncio total.

- Bom, acontece que... – continuou Nicole.

Dentro de alguns minutos, ela conseguiu resumir tudo o que tinha acontecido, até o momento, naquela noite.

- Como é que é? – disse Lewis franzindo a testa.

- Tá vendo? Eu disse que você não acreditaria. – disse Nicole, chateada.

- Nic, isso é loucura! – disse Lewis se dirigindo até a porta do banheiro. – Eu... Bom, vocês tão de brincadeira, claro. Quanto à garrafa, depois quero melhores explicações... Vou descer e comer alguma coisa.

E ele saiu do banheiro, deixando as três dolls sozinhas.

- Não acredito! – disse Nicole, furiosa. – Por que ele não me apoiou?

- Lembra que o Kyle também não nos apoiou a princípio? – disse Melody, séria.

- É verdade. – concordou Ashley. – Também... Uma história dessas... Quem não pensa que é brincadeira da gente?

- Vamos sair daqui. – disse Nicole.

Assim que as três saíram do banheiro, encontraram Damien, parado à porta.

- Oi, garotinho! – disse Ashley, sorrindo.

- Está perdido, querido? – perguntou Nicole, escondendo a garrafa quebrada.

- Não... Eu... – começou Damien, sem jeito. – Estava procurando vocês.

- É? Que fofinho! – exclamou Ashley.

- Sou muito fã de todas vocês, mas principalmente da Nicole. – disse Damien.

Ashley e Melody se entreolharam, um pouco enciumadas.

- Nicole! – e Damien abriu os braços para ela.

Nicole, sem saber, abraçou o garoto. O inesperado, porém, aconteceu: assim que Nicole o abraçou, Damien segurou, com uma força sobre-humana, os cabelos da morena.

- Hei, me larga! – gritou Nicole. – O que é isso?

- Hei, menino! Solta ela! – disse Melody, séria.

- Se afastem! – disse Damien numa voz quase inaudível.

Em instantes o cão negro apareceu do lado do garoto e começava a rosnar.

- Será que ele é o menino da “Profecia”? – cochichou Melody para Ashley.

- Mel, me poupe! – disse Ashley, nervosa.

- Eu quero que você, Nicole, convença Lewis a ser o meu pai. – disse Damien com seu olhar diabólico.

- Como? – dizia Nicole, nervosa, tentando se soltar. – Como assim?

- Eu sou o garoto da profecia. – disse ele.

Ashley e Melody se entreolharam, nervosas.

- Eu tenho que crescer em meio político. Preciso de um pai ligado à política. – continuou o menino.

- Mas... O Lewis é só um... Ai! – Nicole sentia dor enquanto Damien puxava seus cabelos. – Só um piloto de corrida.

- Engano seu. – disse o menino. – Ele vai seguir na carreira política. Eu sei disso. Mas preciso que ele seja meu pai.

- Que menino doido! – exclamou Melody.

O cão rosnou para ela, na hora.

- Você precisa convencer o Lewis a me adotar. – disse Damien, por fim. – Vocês dois vão me adotar.

- Mas eu nem vou me casar ainda... Que loucura! – disse Nicole, nervosa.

Melody empunhava seu spray de pimenta. Ela iria apertar o spray bem nos olhos do cão negro.

- Opa! Se você der mais um passo, eu mato ela! – disse Damien, sério, segurando agora o pescoço de Nicole, ajoelhada no chão, ao lado dele. A garrafa que Nicole, antes, segurava, tinha se espatifado no chão, assim que Damien a puxou pelos cabelos.

- Se você machucar a Nic... – disse Ashley, nervosa. Seus olhos lacrimejando.

- Já vi que não tenho outra escolha. – disse Damien, pensativo. – Vou levar você comigo, Nicole. Você vai me ajudar a convencer o Lewis a ser o meu pai. Só temos até o amanhecer para que isso funcione.

- Até o amanhecer... – balbuciou Ashley, pensativa.

As dolls se entreolhavam confusas.

- Por favor, solta a Nic. – dizia Melody caminhando para Nicole e Damien.

O cão rosnava cada vez mais alto.

- Pega elas! – ordenou Damien e o cão ameaçou pular em cima de Melody.

As duas dolls correram o mais rápido que puderam e entraram no banheiro.

- Não acredito que deixamos a Nic lá! – gritava Ashley, nervosa.

Elas trancaram a porta do banheiro e ficaram encolhidas num canto oposto à porta.

Ouviram o barulho do cão uivando e latindo atrás da porta. Se demorasse mais, a porta, com certeza, iria ser derrubada.

- Ai, ai... E agora? – dizia Ashley abraçada a Melody.

E, em seguida, o barulho cessou. Um silêncio cortante invadiu o ambiente. Novamente, mais batidas à porta.

- Abram, abram! – dizia uma voz conhecida do outro lado da porta.

- Robin?! – exclamaram Ashley e Melody, juntas.

Elas destrancaram a porta e viram Robin. Assim que Melody olhou para fora do banheiro, estranhou. Nem sinal do cachorro, nem de Damien e muito menos de Nicole.

- Ah, Robin! Que alívio! – dizia Ashley ao abraçar Robin.

Em meio a tantas fantasias que viram na festa, as dolls nem lembraram, mas Robin estava fantasiada de Cleópatra. Aquela Robin, porém, estava fantasiada de cigana. Com o nervosismo, as dolls não chegaram a notar que Robin havia mudado de fantasia. Mas será que era mesmo a Robin?

- Nossa! Estamos passando por tantas confusões... – desabafou Ashley, abraçando Robin.

Melody, que assistia à cena, começou a se lembrar da fantasia, de antes, que Robin usava. Melody começou a recuar diante de Ashley e Robin.

- Que foi, Mel? – perguntou a estranha Robin, sorrindo, educadamente.

- Você... – dizia Melody segurando firme o spray.

Melody se lembrou bem da hora em que o estranho homem vestido de príncipe tinha se transformado no palhaço Pennywise.

- Corre, Ash! É o Pennywise! – gritou Melody, nervosa, apertando o spray de pimenta bem nos olhos da falsa Robin.

Imediatamente, Robin foi sumindo e dando lugar a imagem do palhaço, que cobria os olhos com as mãos.

- Droga! Suas idiotas! – resmungava ele.

- Corre, Ash! – gritou Melody.

As duas saíram correndo do banheiro e começaram a descer as escadas que levavam ao grande salão.

- Pra onde vamos? – perguntava Ashley, nervosa.

- Eu não sei! – dizia Melody mais nervosa ainda.

As duas pararam bem no centro do salão. Muitas pessoas dançavam, animadas.

- Estamos perdidas! – gritou Melody em meio ao alto som da música que tocava.

- E agora? – gritou Ashley.

Nos jardins escuros, Jessica e Kyle procuravam algum sinal de Kimberly. Chucky e Tiffany também já se encontravam nos jardins.

- Ouviu isso? – perguntou Kyle, sério.

Sons de arbustos se mexendo. Chucky e Tiffany haviam se escondido.

- Não... – disse Jessica, pensativa.

Eles continuaram andando e mais uma vez, sons de folhagens foram escutados.

- Agora eu ouvi. – disse Jessica se virando e se deparando com Chucky e Tiffany bem atrás dela.

- Surpresa! – disse Tiffany, sorrindo.

- Aaaaaaah! – gritou Jessica.

Kyle também se assustou.

- Corre, Jessica! – disse ele puxando ela pela mão.

Eles começaram a correr por entre as plantas do jardim e isso terminou atrapalhando Jessica, pois com sua fantasia de sereia, o rabo de peixe ficou enganchado numa raiz de planta.

- Ai! Droga! – resmungava Jessica. – Tô presa aqui!

Kyle não teve opção a não ser rasgar a parte do vestido de Jessica que tinha ficado presa. O vestido da doll parecia uma saia agora.

- Vamos! – gritou ele.

- Não adianta fugir! – disse Chucky, diabólico. – Nós sempre acharemos vocês...

Jessica e Kyle correram até os fundos do jardim e se depararam com uma pequena casinha.

- Vamos ficar aqui. – disse ele para Jessica.

De longe, Chucky e Tiffany comemoravam.

- Eles entraram justamente no lugar pra onde iríamos levá-los. – disse Tiffany rindo.

- Nos poupou trabalho. – disse Chucky, rindo também.

Dentro da escura casinha, Jessica e Kyle estavam assustados.

- O que é isso aqui? – perguntava Jessica observando muita poeira, teias de aranha e muitas caixas espalhadas pelo chão.

- Acho que é uma espécie de depósito abandonado, sei lá. – disse ele, nervoso. – Vamos por aqui.

E eles acharam justamente a entrada para o porão da casinha. O lugar onde Kimberly estava amarrada e amordaçada, com a companhia de Samara.

Eles conseguiram acender as luzes e, antes de descer as escadas, avistaram Kimberly amarrada na cadeira.

- Kim! – exclamou Jessica descendo correndo as escadas e chegando ao porão.

Kimberly se debatia na cadeira e Jessica tirou a mordaça dela.

- Jessi! Cuidado! – disse Kimberly, nervosa. – A Samara está por aqui...

- Mamãe... – disse Samara logo atrás de Jessica.

- Aaaah! – gritou Jessica, tropeçando e quase caindo, mas Kyle a segurou.

- Kyle! – exclamou Kimberly, surpresa.

- Vou desamarrar você, Kim. – disse ele, sério, encarando Samara, enquanto tirava a faca peixeira do seu bolso.

- Não! – disse a fria, mas rude, voz da garota. Ela avançou para Kyle e quase o sufocou.

- Larga ele, Samara! – pediu Kimberly. – Obedeça a sua... Mãe.

E Samara, incrivelmente, obedeceu, largando Kyle.

- Muito bem! Vejo que a festinha aqui está muito boa. – disse Chucky que segurava uma faca na mão. – Tiff? O que acha de começarmos o nosso ritual?

- Excelente ideia! – disse a boneca loura com a voz mais irritante possível. – Ainda mais que só temos até o amanhecer...

- Não! – disse Kyle dando um chute na barriga de Tiffany e a arremessando à distância.

- Ora, seu...! – resmungou Chucky metendo a faca na perna de Kyle.

Kyle urrou de dor, largando sua faca no chão.

- Espero que fique quieto agora. – disse o boneco, sério. – Vamos amarrá-los, Tiffany. Samara, ajude também.

Damien arrastava Nicole até o jardim. Ele segurava, forte, o braço da morena. O cão negro fazia a escolta para garantir que Nicole não fugisse.

- Se você se comportar... – dizia o menino. – Prometo que não te mato... Pelo menos até você gravar mais uns três cd’s.

Nicole não respondia. Estava tão nervosa que não conseguia nem chorar. Estava apenas séria.

Freddy, que voltava a vasculhar todo o primeiro andar a procura de mais gente pra matar, encontrou Pennywise saindo do banheiro feminino. Os olhos do palhaço estavam irritadíssimos.

- O que aconteceu com você, meu caro? – perguntou Freddy, sem entender.

- Aquelas desgraçadas...! – exclamou o palhaço. – Melody jogou spray de pimenta em meus olhos.

Freddy quase entalou de tanto rir.

- Pennywise, você está mesmo patético! Sendo vencido por uma mocinha e seu spray de pimenta? – disse Freddy em tom de desdém.

- Cale a boca! – retrucou o palhaço.

- Tenho uma tarefa pra você. – disse Freddy. – Dê um fim na luz da festa.

- Como?!

- É... Procure onde fica o gerador, essas coisas... Corte os cabos! Quero isso aqui um escuro total. – disse Freddy rindo diabolicamente.

- Tudo bem. – disse o palhaço desaparecendo no ar.

- Agora é que a festa vai começar! – disse Freddy rindo mais alto ainda.

Continua no próximo (último) capítulo...